Eu poderia simplesmente não mais aparecer, ou aparecer e dizer um punhado de mentiras, ou até mesmo nada dizer... Apenas olhar para você e tentar compreender...
Mas não é esta minha vontade, não é isto que sinto, não é isto que desejo... Quero que saiba que estou sentindo sua falta... Que sinto sim, muita saudade de você e que foi uma pena tudo terminar assim...
É incrível como alguém chega do nada, ocupa tanto espaço dentro de nós e, de repente nos deixa a sós... Com aquela sensação de perda, de vazio, de impotência, de solidão...
E vai embora sem pensar que deixou rastros, marcas,saudades,lembranças... Parte sem perguntar se pode ir, da mesma forma que chega, sem perguntar se pode entrar e nos invadir...
Na alma, no coração, na razão, na emoção... E esquece de se perguntar também, se foi melhor para o outro, se seria mesmo a hora de partir... É... A vida é surpreendente...
Da mesma forma que ela nos dá esperanças, leva tudo embora com a mesma rapidez... Lamentar? Não adiantaria... Estamos sujeitos a mudanças repentinas... Somos pegos de surpresa e, não nos resta outra alternativa, senão concordar com essas reviravoltas...
E esperar, que da mesma forma que a vida desarruma tudo, o tempo reorganize nossos sentimentos,... E assim, vamos levando a vida, até que num amanhã qualquer, possamos descobrir uma nova emoção...
Ou talvez,aprendamos simplesmente a esquecer, a dor que alguém deixa, quando parte sem saber, o que semeou dentro de nós...
É fácil compreendermos e aceitarmos os fatos tristes, que acontecem nas histórias da vida, quando acontecem a outros, difícil é ser o protagonista da história...
A minha, não mais é parte da sua, portanto, é para você como se fosse de qualquer outro e, tudo que posso agora, é respeitar a sua vontade e simplesmente
também dizer adeus...
Autoria – Célia Jardim
Texto recebido da própria autora Formatado por Vera Affonso Música – Amarte Luiz Miguel