Profa. Ana Maria Bernardelli

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Transcrição da apresentação:

Profa. Ana Maria Bernardelli REDAÇÃO NOTA DEZ TEMA GERAL TRF 2013 Profa. Ana Maria Bernardelli

PROPOSTA TEMA: O preconceito racial está chegando ao fim? No mundo todo, implantam-se e vigoram políticas mais efetivas contra a discriminação racial, que, cada vez mais, é punida com rigor. Será o fim do preconceito no mundo? O fato é que alguns negros passam a comandar empresas, outros são juízes, atletas de sucesso, grandes atores ou comunicadores. Em 2008, o salto foi maior: os norte-americanos elegeram Barack Obama para presidente da República. No Brasil, dizem que não existe preconceito, que somos uma sociedade multirracial e unida. Será mesmo? Obama, Lewis Hamilton, Naomi Campbell, Oprah Winfrey, o ministro Joaquim Barbosa, a atriz Taís Araújo revelam um mundo novo sem preconceitos? O que você acha: está acabando o preconceito aqui e no mundo?

"Em 1970, um adolescente pobre da cidade de Paracatu (MG) mudou-se para Brasília em busca de estudo. Formou-se e passou no vestibular para Direito, na Universidade de Brasília. Morou em várias repúblicas estudantis. Trabalhava das 23h às 6h. Dormia à tarde e estudava entre 18h e 22h. Formou-se, fez concurso público, melhorou a condição financeira e conseguiu fazer mestrado e doutorado na Universidade de Paris. (...) no dia 7 de maio de 2003, o menino pobre, filho de pedreiro e dona de casa, voltou a Brasília. Desta vez, para ser indicado a um posto na mais alta corte do país. Joaquim Benedito Barbosa Gomes [é] o primeiro negro a ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal.“ [Thiago Vitale Jayme. Correio Braziliense: 8/5/2003.]

Mais uma história brasileira. "Sou negra, bisneta de africanos, tenho 23 anos, estudo direito em faculdade paga com meu salário de babá. Cuido de uma criança loira de olhos claros. O preconceito? Claro que não acabou. Sou a única negra da minha classe, os professores me olham diferente, sim. Minha patroa foi a terceira que me aceitou; as outras claramente não gostaram da minha cor e olhavam minhas mãos e dentes sem disfarçar. Se estou de cabelo afro, alguns me chamam 'negona'; se faço alisamento, dizem que quero virar branca; se estou bem vestida, exageram nos elogios, como se fossem muito necessários. A sociedade finge, e finge sempre, só isso." [Laudicéia Maria do Nascimento, moradora do bairro dos Jardins, em depoimento para Márcia L. Guidin, 5/12/08].

A sobrevivência do preconceito O fato de muitos negros hoje ocuparem lugares de destaque não indica que o preconceito racial está chegando ao fim, demonstra apenas que o mundo está abandonando a imagem do negro como pessoa incapaz de atingir um objetivo. São pessoas que conseguiram aproveitar as oportunidades e alcançaram o sucesso, porém, jamais chegariam aonde estão se não tivessem algum respaldo financeiro. A escolha dos americanos para presidente da República mostra que o preconceito existe até nos dias atuais, pois foi uma eleição que jamais causaria tanto impacto se o mundo estivesse realmente amadurecido quanto a questão racial. Foi um espetáculo midiático, que transformou um candidato comum em um arauto dos novos tempos, fazendo com que parecesse mais um duelo de raças do que um embate de propostas políticas em uma nação que depois de tanto controlar o mundo começou a ter seu brilho apagado.

Barack Obama não teve a infância que um negro pobre teria, cursou universidades prestigiadas e teve como cartão de acesso ao mundo dos brancos o fato de sua mãe e avós maternos serem desta raça. O grande mérito de Obama foi ter aproveitado as oportunidades que tinha e conseguir trilhar uma trajetória política que fizesse com que merecesse uma vaga na disputa pela Casa Branca. O argumento de que o preconceito está acabando porque muitos artistas negros fazem sucesso em Hollywood é um sofisma. As pessoas acreditam que o fato de eles estarem lá significa a derrubada do muro da intolerância e o fim da imagem do branco como superior. O fato é que os atores negros estão em evidência simplesmente porque existem personagens negros, e não porque são símbolos dos novos tempos.

O preconceito racial sobrevive e somente com investimentos na área de educação e a punição para atos discriminatórios podem diminuir cada vez mais a ideologia racista predominante. Não é o sucesso de alguns negros que vai abrir o caminho para os outros, da mesma maneira que não é reservando cotas em faculdades, mas sim a melhoria do ensino público que podem diminuir a diferença entre a média da população de quaisquer raça que consiga atingir o ensino superior. Comentário: O texto demonstra domínio da norma culta da língua escrita, capacidade de síntese, bons argumentos, coesão e desenvoltura na defesa de um ponto de vista. Não é, evidentemente, o texto de um jornalista ou de um profissional da redação. É o texto de um candidato e, nessa condição, preenche todos os requisitos necessários para obter a nota máxima.