Quando o carnaval chegar Rosa Pena
Buraco para dois, leito sem roupa,
incenso de capim sem senso.
Um sopro manso, um céu que se deita no mar.
Livros novos, que não serão lidos, um vinho branco que fica tinto ao nos olhar,
línguas perdidas em bocas, um samba que não obedece ao enredo — improviso —
flores mal-educadas que nascem sem pedir licença, vagabundos feitos sob medida — graças a Deus — risada vitoriosa,
um sol assustado ao perceber que não vimos que trocou de lado,
três dias de menstruação amorosa — folia de rei e rainha —
fósforo aceso perto da palha: —Fogo!!!
Afinal, quarta-feira não é de cinzas?
Que o braseiro fique lotado delas.
Quando o carnaval chegar Texto de Rosa Pena Formatado por Tania Melo Imagens da internet Música:Quando o carnaval chegar Chico Buarque