SONETO I – Inverno declara Há mensagens que declinam uma estação... São meus dias que se alongam na campina Cedo, os cumes nas colinas, brilharão E as cores, a paleta recombina... MINHA PRIMAVERA
Novas luas, pelas ruas andarão Guardará, menor segredo, cada esquina A primaveril espera de um verão Madrugada breve logo descortina...
Ouço a voz que fala... "Quando entrar setembro“ Mês de agosto ao céu, enunciou enfim Flores aos "finados" dias de novembro...
Entre as cores perfumadas num festim Aos caminhos que conduzem a dezembro Lembro-me... Me deste amor em teus jardins...
SONETO II – Primavera responde Ah, meu generoso e caloroso inverno Sei que preparaste o solo para mim Numa espera fria de amor sem fim Pelos meses, junho e julho, sempiternos...
Mas, agosto fez nascer desgosto terno Que mais tarde transformastes em marfim Nas geadas que queimavam tudo assim E de ti a flor, refrigerando o inferno...
Eu prometo reflorir como jamais Demorar com meu perfume muito mais Bem depois, por ti, eu me despetalar...
E pedir: senhor verão, em mim ventar Sem o tempo desfazendo o que se faz... Pra no outono eu encostar em ti no aMar...
Autor da poesia: André Pinheiro Música: La Primavera de VIVALDI