OUTRA VEZ Maria Lúcia Gonçalves de Oliveira (Malú)
Se acaso de mim lembrares, Deixa em teu imo, as duas notas, Que a muito custo se afinam, Na pausa se reconciliarem.
Eu sou o violão que chora.
Se de mim tiveres alguma saudade, Sobre os gastos umbrais espraia o olhar, E ergue a fronte em cumprimento À ramagem distraída que balança.
Eu sou a brisa mansa.
Se sentires a minha obstinada presença, Arraigada, dentro do peito crescer, O coração não prive de experimentar O indescritível prazer de emergir do barro.
Eu sou a água fresca do jarro.
Se me encontrares na ausência, Recolhe do monturo os meus pedaços Porque a solidão há de ser sempre O mais pesado de todos os fardos.
Eu sou a mesma moça de outrora Que fez do exercício dos anos vividos A fortaleza onde te espera, outra vez.
Produzido por : Crystal Soélis Sanches Autoria : Maria Lúcia Gonçalves de Oliveira (Malú) Formatado por : Analice F. Alvarenga (Tilinha)