Deixaste o teu Cais Abandonaste assim sem mais Largaste tudo e muito mais Aquilo tudo que era teu Encaraste a força das marés
Meteste teus peitos ao imprevisível Com a tal coragem destemida Te arriscaste e levaste o teu navio Sem pensar, sem hesitar Não cruzaste com nehuma embarcação
Pois nenhuma se arriscou a fúria do mar Mas tu ousaste contra o perigo Sabendo que não serias visto Procuraste tua liberdade com o pecado do proibido E em alto mar foste em busca de teus desejos e prazeres
Sem a Rosa dos Ventos Navegastes aos maus tempos Sem os Pontos Cardeais Te jogastes ao grande oceano Sem Bússola, sem orientação
Pegastes todos os temporais Sem medo por ser tão pretencioso Por achar ser o Dono do Mundo Por achar saber tudo Por ser o Dono da razão
Hoje és um navio encalhado Levado pelo teus erros Trazido pelas marés Marés que não perdoam Por isso içaste tuas Velas
Com medo de naufragar Com os ventos e os temporais Totalmente impedido de navegar Por teres te arriscado sem pensar em ninguém Ficarás enterrado no banco de areia com tua solidão
Tanto vives amedrontado, agarrado no mastro Escondes nos porões tuas culpas e remorsos Com a vergonha na cara Do teu abandono e das tuas traições És um navio que nunca mais voltará ao teu Cais!...
Texto de Maysa Barbedo. Copyright © Todos os direitos reservados Lu Slides. Musica de fundo- Leila Pinheiro- Oceano 29/04/2007 Lu_guerreira