Análise da Geração de Emprego segundo o Nível de Qualificação no Período 2003/2008 João Saboia IE/UFRJ.

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1 Análise da Geração de Emprego segundo o Nível de Qualificação no Período 2003/2008 João Saboia IE/UFRJ

2 1ª Parte Geração de Emprego segundo o Nível de Qualificação

3 Fonte: CAGED/MTE

4 Descrição dos Grandes Grupos (GG) Ocupacionais 1 - Dirigentes 2 - Profissionais das Ciências e das Artes 3 - Técnicos de Nível Médio 4 - Trabalhadores de Serviços Administrativos 5 - Trabalhadores do Comércio e Outros Serviços 6 - Trabalhadores Agropecuários, Florestais e da Pesca 7 - Trabalhadores Industriais de Processos Discretos 8 - Trabalhadores Industriais de Processos Contínuos 9 - Trabalhadores de Reparação e Manutenção

5 Nível de Competência Segundo a CBO, o nível de competência é classificado em função da complexidade, amplitude e responsabilidade das atividades desenvolvidas no trabalho. Há quatro níveis de competências associados à Classificação Brasileira de Ocupação (CBO). O nível 4 reúne os profissionais de nível superior constantes do GG 2. O nível 3 refere-se aos técnicos e profissionais de nível médio constantes do GG 3. Os GGs 4, 5, 6, 7, 8 e 9 majoritariamente se referem aos trabalhadores de nível 2. Os trabalhadores elementares (nível de competência 1) encontram-se distribuídos em algumas famílias dos GGs 4, 5, 6 e 9. O GG 1 não tem nível de competência associado devido à sua heterogeneidade

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17 2ª Parte O SINE e a Intermediação de Mão-de-Obra no Brasil Obs: Esta parte do trabalho contou com a colaboração de Josiane Falvo (doutoranda do IE-Unicamp)

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26 Coeficiente de correlação entre as vagas intermediadas pelo SINE e as admissões captadas pelo CAGED em 2008

27 Conclusão 1 – Geração de Empregos e Qualificação Os dados comprovam que a imensa maioria das oportunidades de emprego no país está voltada para ocupações pouco qualificadas que exigem baixo nível de qualificação. Foi verificada também a evolução do nível de rendimentos dos trabalhadores admitidos no período, procurando associar um maior crescimento dos salários a uma eventual falta de pessoal no mercado. Tais resultados mostraram que efetivamente ocorreu um significativo crescimento de rendimentos para alguns grupos de trabalhadores especializados, em geral geradores de poucos empregos.

28 Conclusão 2 – Geração de Empregos e Qualificação Foi verificado que as ocupações que se beneficiaram do maior crescimento na remuneração dos trabalhadores admitidos concentram-se nos dirigentes (diretores e gerentes diversos), alguns profissionais de nível superior (físicos, químicos, matemáticos, estatísticos, profissionais de biotecnologia, metrologia, navegação) e alguns técnicos do segundo grau (de inspeção, de fiscalização, de ciências da saúde, decoradores, operadores de cinema e TV entre outros). Há também diversas ocupações com menor nível de qualificação, que se destacaram pelo elevado crescimento da remuneração dos trabalhadores admitidos, em alguns casos coincidindo com forte geração de emprego. Foi levantada a hipótese que o crescimento de suas remunerações estaria mais associado ao próprio crescimento da economia e aos efeitos do aumento do salário mínimo sobre os baixos salários do que a uma eventual falta de pessoal pouco qualificado no mercado de trabalho.

29 Conclusão 3 – Papel da Intermediação (SINE) A análise do papel de intermediação do SINE mostrou uma situação bastante heterogênea nas diversas regiões do país. Em geral, sua taxa de sucesso é maior nas regiões menos desenvolvidas, onde a concorrência com outras instituições similares é menor e sua atuação é mais artesanal e próxima da clientela. De qualquer forma, o aproveitamento geral das vagas surgidas é relativamente baixo em todas as regiões, mostrando um descasamento entre oferta e demanda. O SINE atua na intermediação de vagas com os mais diferentes níveis de qualificação. Conforme esperado, a participação dos melhores empregos é bastante reduzida, acompanhando de certa forma a própria estrutura do mercado de trabalho do país. A comparação entre as admissões ocorridas no mercado de trabalho como um todo e a intermediação realizada pelo SINE é favorável à instituição. Embora um pouco mais concentrada em ocupações menos qualificadas, a intermediação realizada pelo SINE representa com boa aproximação o próprio mercado de trabalho do país.

30 Conclusão 4 – Papel da Intermediação (SINE) Sem dúvida há grande espaço para a melhoria da atividade de intermediação do SINE, podendo aumentar sua taxa de sucesso ainda relativamente baixa e reduzindo os desníveis regionais atualmente existentes. De qualquer forma, o SINE representa a principal instituição pública na intermediação de mão-de-obra, possui boa capilaridade e cobre grande parte do país. Um maior contato com o sistema produtivo e um trabalho mais próximo da população demandante de empregos poderá resultar em um maior aproveitamento das vagas surgidas no mercado de trabalho, fortalecendo o papel do SINE no futuro. Seu sucesso também deve estar associado à melhoria do Sistema Público de Emprego, aumentando sua articulação com as entidades que cuidam da formação profissional e do seguro-desemprego.

31 Conclusão Geral Os resultados analisados neste estudo cobriram o período recente em que o crescimento econômico, embora não tenha sido excepcional, foi bem superior ao período anterior pós-Real. Numa conjuntura de crescimento forte e contínuo ao longo de vários anos, a demanda por pessoal mais qualificado certamente seria maior, podendo ser criada uma situação de falta de trabalhadores mais qualificados. Tendo em vista a atual situação de incerteza sobre o futuro da economia mundial e brasileira, é difícil prever como estará o mercado de trabalho e a demanda por trabalhadores qualificados nos próximos anos. Os primeiros sinais apontam para uma recuperação da economia brasileira. Portanto, é preciso que o país se prepare para os desafios que se apresentarão no futuro, melhorando a educação formal e promovendo uma educação profissional de alta qualidade, compatível com um país menos desigual, mais desenvolvido e competitivo.