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PublicouMaria Antonieta Valgueiro Castro Alterado mais de 8 anos atrás
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Escravidão e o sistema sul atlantico Amaury Gremaud FESB I
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Escravidão: existência de instrumentos legais que permitem a transformação de “pessoas” (produtores diretos) em propriedade privada Escravismo: sistema de produção colonial baseado na escravidão e no abastecimento do comércio internacional de produtos oriundos da escravidão
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Evolução da questão da escravidão para Portugal: Início: periferia do comércio e produção europeia Com tempo: comércio (tráfico) passa a ser grande fonte de renda Final: além do comércio, a escravidão fundamental na consolidação da estrutura de produção ultramarina
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4 Escravidão Africana Igreja Católica nunca condenou a escravidão negra Idade Média: escravidão como castigo divino Punição para os hereges Idade Moderna: reconhecimento expresso da validade da instituição escravidão Só negro cristão Formalidade sempre mantida
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Trafico africano Comércio na Africa sempre existiu Islã e rotas para Mageb Região Mediterrânica e subsaariana Caravanas; traz principalmente ouro do sul do Saara mas também escravos Comércio de escravos abastece mediterrâneo e Magreb, trocas outros produtos, troca com europeus no mediterrâneo (Ceuta) Diferença África e América do Sul: África conhece o valor mercantil dos escravos Com expansão europeia, este comércio é estimulado, inclusive de escravos Início porto no Norte da África, depois do cabo Bojador chega à região do Senegambia, Guiné Retira parte dos intermediários: rotas de ouro, pimenta e “peças da Índia” (tb marfim, ambar etc.) Existem tentativas de retomada – batalhas marroquinas e contra Isla
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Escravos da Guiné e suas fases Inicialmente para abastecer Europa século XV: 25.000 escravos saem da África vão para Europa nas mãos dos portugueses Primeira metade do XVI: mais 25.000 (depois diminui) 1486: Casa de Escravos Departamento régio ligado à Casa da Mina e Tratos da Guiné Com produção na Ilhas: abastece Ilhas Atlântico (Madeira, Açores, Canárias e S. Tomé) Século XV: 10.000 escravos Primeira metade do XVI: 50.000
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Feitorias e lançados Algumas tentativas de capturas e pilhagem mas não dão certo Pequenas quantidades e grandes custos Port of Trade (mal chegam a ser feitorias) Jalefos (e outros povos) e papel dos lançados Troca por “panos”, almiscar, cobre, ferro (armas) e cavalos Cavalos e armas (espadas, escudos): meios de produção para a conquista de escravos 1cavalo para 15 escravos, depois queda 1- 10 Grande vantagem contra arqueiros e zagaieiros Historiografia debates em torno do cavalo: por que não no Brasil ? Por que não criação (mosca tse-tse) Dificuldades com comércio na senegambia Epidemológicas – forte mortalidade (brancos e escravos na costa) dificuldades em Cacheu – estabelecimento nas Ilhas de Cabo Verde Ilhas de Cabo Verde – alvo fácil de corsários
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O comércio intermediário Comércio dentro da África Toma em um porto e troca em outro, dependendo do interesse dos produtos Este movimento – difícil de quantificar, vai crescer com rotas para a Ásia, não para levar escravos para lá, mas comércio intermediário Oriente quer metais Índia – cobre; Extremo Oriente – Prata; Oriente Próximo – ouro Para obter metais, em São Jorge da Mina, Portugal troca escravos de Benim por metais (ouro) do Rio Níger
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Ilha de São Tomé Costa Mina (feitoria de São Jorge da Mina) – Benin- Gana Troca de produtos com povos Akã Ouro por escravos Escravos passam a vir da foz do rio Niger (Nigéria atual) e rio Congo (Zaire) (atual Congo, já perto da atual Angola (Pinda)) Também importante cobre Papel chave da Ilha de São Tomé Também tentativas de produção como Madeira, usa 2.000 escravos, Principalmente entreposto de escravos (gira em torno de 5.000) Triagem, alimento, marcação, batismo, “treinamento” e embarque Reexportação dos mais resistentes às doenças européias e africanas Grande comércio de escravos antes do Brasil final do XV – início XVI: 30.000 escravos Também primeiros conflitos: Conflitos entre “livres”, escravos se aproveitam e promovem revoltas (2ª metade do XVI) em regiões isoladas, com diferenças numéricas importantes São Tomé – primeiro Haiti – fim do XVI “Ajuntamento” de escravos de civilizações diversas Dificultava a integração, a possibilidade de revolta
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O século XVI em diante: o surgimento de Angola 1ª metade do XVI : antes de escravos virem para o Brasil – vão para a América Espanhola. especialmente depois de 1535: revolta de Manco Capac no Peru – problemas com domínio e encomiendas, escravo começa a surgir como opção 15.000 escravos Asiento com Espanha depois da restauração Portugal permite venda para a Espanha (início Espanha não permite) 1640 – reserva de 1/3 para Portugal, 1647 reserva abolida Angola: estímulo a entrada de barcos que vem da América espanhola (com metais) mas não da Espanha (vem com tecidos concorrentes de Portugal) Percebe-se que seu comércio mais rentável (lucros e impostos) que o uso 1572: rei se recusa a proibir reexportação de escravos de Portugal, demandada dada a elevação dos preços dos escravos Brasil só segunda metade do XVI – já aparece Angola 50.000 escravos, Am espanhola: 70.000, Africa 40.000 e Europa 4.000 Depois do século XVI – deslancha
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Produção Angolana Aproximação territorial mais intensa que anterior Conquista inicialmente concedida a Paulo Dias Nunes Recebe uma Capitania Hereditária Concede a colonos e jesuítas: amos Amos: terras, nativos e rendas – expoliação inicial Controlam os chefes locais (sobas) que pagam impostos (ambundos) muitas vezes na forma de escravos -exportados para a América Com sucesso do tráfico de escravos, metrópole (já sob união Ibérica) – suspende a capitania e impõe um “governador” à Angola e susta amos Conflito com Amos – 1592/93 - que chegam a depor governador (Francisco de Almeida) e suspendem legislação metropolitana Felipe II – determina expulsão de Angola do líder jesuíta (padre Barreira) 1607 – novamente fim do amos e sobas se relacionam diretamente com metrópole Luanda e Bengala: ± 15.000 escravos por ano Nações diversas: Bantos (+ primitivos); Zimbabue; Jagas Produtos de escambo: trigo, sal, mandioca, armas e munições, depois aguardente e fumo (produzidos pelos próprios escravos - Brasil)
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Fonte: Alencastro, 2000
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Estimativas de desembarques de africanos na Europa e América - por Região (1451-1870) (em milhares) PeríodoEuropa Ilhas Atlânticas São Tomé Antilhas Holandesa s Antilhas Dinamarque sas Antilhas Francesas Antilhas Britanicas América GB e EUA América espanhola BrasilTotal Media anual 1451-1575 12,52,5 150,6 1576-1500 12,551 18,50,74 1500-1525 12,5525 42,51,7 1526-1550 7,5518,8 12,5 43,81,752 1551-1575 2,5518,8 251061,32,452 1576-1600 1,32,512,5 37,54093,83,752 1601-1625 0,3 12,5 75150237,89,512 1626-1650 0,3 6,3 2,520,7 52,550132,35,292 1651-1675 0,3 2,720 28,869,2 62,5185368,514,74 1676-1700 0,3 2,4204124,5173,8 102,5175602,524,1 1701-1720 1206166,1160,119,890,4292,7855,142,755 1721-1740 803,3191,1198,750,490,4312,4926,346,315 1741-1760 806,7297,8267,4100,490,4354,51197,259,86 1761-1780 1005335,8335,385,8121,9325,91309,765,485 1781-1790 12,34,6357,8100,255,842,2181,2754,175,41 1791-1800 5,314,582,6194,37977,4233,6686,768,67 1801-1810 03,317105,4156,385,7241,360960,9 1811-1820 0018,8010177,8327,7534,353,43 1821-1830 0,1057,90,42103,5431,4595,359,53 1831-1840 000,610,20207334,3552,155,21 1841-1850 0000054,6378,443343,3 1851-1860 0012,500,31226,4141,214,12 1861-1870 005,90031,6037,53,75 Total 5025100437,747,41699,71635,7559,81662,44029,810247,531,016 3
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15 Condições do Tráfico Valor básico: “Peça da Índia”: homem de 18 a 35 anos, saudável, bons dentes Igual a 2 garotos de 14 anos Viagens em condições precárias (navios = “tumbeiras”): Perda de ±10% Luanda-Recife: 35 dias Luanda-Rio de Janeiro: 60 dias Lucro da viagem era muito grande, compensando assim as perdas Não havia diminuição do no. de escravos transportados Para a Coroa: maior número possível de escravos Impostos pagos no embarque e desembarque Venda: negociação direta (leilão) e tratantes (venda indireta)
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16 Escravidão Indígena (negros da terra) Sempre existiu escravidão indígena (gentio) no Brasil Ao final número menor que africana Impressão de preferência Produção colonial em parte índios mesmo nos engenhos – especialmente no início (XVI) Utilização de índios para instalação dos engenhos Pecuária e outras atividades (mandioca – farinha)
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17 Formas de escravidão indígena 1) Guerras Justas Necessidade de carta régia ou auto-defesa Guerras justas declaradas pela Coroa foram muito poucas (Tapuias, Caetês, Botocudos) Provocação deliberada contra os indígenas 2)Resgates populações conquistados por outros – à corda Limite a 10 anos 3) Descimentos Aldeamento Não escravidão formal Expedições de Apresamento Ataque (inclusive às missões jesuíticas) Período de auge: invasão holandesa: dificuldades de importação de escravos 1624: Antonio Raposo Tavares: 7.000 cativos no ataque às missões jesuíticas Escravidão voluntária Farsa: ninguém se entrega como escravo tendo plena consciência do que faz Falta de entendimento do índio
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18 Escravidão Indígena Jogo de forças - Conflito 1) Colonos: exploração econômica e sexual Carência de escravos africanos Regiões mais pobres: índio continua a ser utilizado São Paulo: fonte de trabalho e fonte de renda 2) Jesuítas (auxiliar da conquista e pacificação) Jesuítas queriam submeter os índios ao poder temporal da Cia de Jesus Índio é alma a ser conquistada Índio tem que ser submetido aos padrões cristãos não escravizados Coroa ora favorece colonos ora jesuítas Coroa: Interesse na escravidão negra: impostos Índio como mão de obra, súdito real e elemento de defesa da terra Traficante Interesse coincidente com o dos jesuítas
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Problemas (desvantagens) Escravidão – não comum Especialmente venda e assim não desenvolve sistema interno na Colônia de apresamento venda Necessário portugueses no processo e usar diferenças entre tribos possível mas não como África Defesa legal (bulas papais) Indio – não escravizável, negro sim Colonização – salvar gentio (puro – não conhece a palavra) Escravidão africana: trazer os negros para cristianismo resgatando-o das trevas (já bestilaizado, filhos de Cam, sem alma, escravidão purgação dos pecados) Indios escravidão e catequese se opõem, africanos se complementam Problemas com conflitos (com tribos e outros colonizadores) Usar índios nos conflitos – inviável escravizá-los Depois também usado como contraponto a rebeliões,e fugas de negros Problema com quantidade Mortandade e fuga (não dessacocialização) Problemas com comércio interno Rotas difíceis Com tempo oferta africana se torna mais regular e flexível que o dos índios o que facilita sua utilização e seu enquadramento – repovoamento da América Portuguesa O que fazer com produto
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Brasil, Brasis e o Brasil Africano Mapa atual do Brasil – anacronismo Terra de Santa Cruz não é uma só SBH e Capistrano assustado com Frei Vicente de Salvador que no XVII conta historias do Brasil Varias unidades (enclaves) litorâneas no Brasil Costa Leste – Oeste (Amazônia ao Ceará) dissociado do miolo negreiro do Brasil Miolo negreiro do Brasil mais ligado à Angola Criação (1621) – Estado do Grão Para e Maranhão separado do Estado do Brasil Responde ao enquadramento da geografia comercial da navegação à vela, dado regime de ventos e correntes marítimas Desenha-se um espaço do Atlântico Sul que é onde Brasil ganha sua dimensão Condicionantes atlântico – africanos inclusive vão além do período colonial
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