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SEBASTIÃO VIEIRA VIDAL
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Vidal tinha uma característica que lhe era peculiar: a alegria
Vidal tinha uma característica que lhe era peculiar: a alegria. Gostava de deixar os outros de bom humor, pois acreditava que “tudo corre bem para uma alma risonha e tranqüila”. Quando via alguém meio “jururu”, sacava logo alguma piada para dissipar a tristeza do outro. Era quase impossível conhecê-lo e não ficar logo cativado pela sua amizade e simpatia.
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Ele compreendeu, desde logo, a sublimidade da presença do Avatara na Face da Terra e os seus conhecimentos, sendo de natureza universal, precisavam ser distribuídos para que a Revelação Cíclica não ficasse apenas nas mãos de uns poucos. Por isso não media esforços em reproduzir o conhecimento oferecido pelo Avatara, procurando sempre esclarecer aos que o procuravam as dúvidas e questões não compreendidas.
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Vidal tinha uma prodigiosa memória, que, admiravelmente, fazia-o lembrar-se de fatos e datas: não esquecia o nome dos inúmeros amigos antigos ou novos e o que a eles estava relacionado, como cidade de origem, fatos marcantes de suas vidas, familiares e outras coisas. É como se dizia “tinha a ficha de todo mundo na cabeça”. Não foi por outro motivo que o Mestre deu-lhe o nome oculto de smarana palavra sânscrita que quer dizer “ação de recordar”, “recordação”, “memória”.
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Da mesma forma como aprendia, transmitia o conhecimento, pois identificara a razão de que quando o Mestre emitia uma revelação, ela deveria, incontinente, estar vibrando na mente e no coração de todos os Membros do Movimento, pois eram prodigiosas sementes que precisavam imediatamente ser cultivadas.
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Um verdadeiro traço marcante que por todos era observado era a sua fidelidade ao Professor e à Dona Helena. E esse acendrado amor pela Obra, ele o passava a todos que dele se aproximavam.
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No dia 12 de janeiro de 1941 recebeu a insígnia da Ordem do Dragão de Ouro, Ordem essa agartina. A função assumida nessa data, honrou-a até o seu último alento de vida. Quando a Guarda do Santo Graal foi fundada, a 28 de dezembro de 1951, Vidal foi empossado como o Goro número 1. Esta Guarda substituía o trabalho até então mantido pelos 12 goros da catedral de Salvador, Bahia. Coube-lhe a posição do padre Antonio Vieira, de quem foi o continuador.
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Quando a Guarda do Santo Graal foi reestruturada, após a descida do Mestre, recebeu o título de grão-templário, função que assumiu e levou avante com intrepidez, afastando-se dela, por graves problemas de saúde, em 3 de maio de 1979.
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Vidal foi o chefe de cerimonial, o Mordomo do Templo, pois ele estava sempre no santuário para as realizações ritualísticas. Era o primeiro a chegar e o último a sair, preocupando-se com a arrumação geral das cadeiras dobrando as paramentas que haviam sido esquecidas sobre elas, ou se havia incensos para serem queimados, ou se faltava carvão, precisava de flores, de limpeza, etc. Pediu afastamento dessa função (aos 72 anos) em 3 de maio de 1979, por motivo de saúde.
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Sebastião Vieira Vidal deixou a Face da Terra às 19h50min do dia 15 de setembro de 1994 (aos 87 anos), após dezenove dias de internação no Hospital São Lourenço.
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EU E A OBRA Com a aproximação da 43ª Convenção da SBE (fevereiro de 1991 – quando Vidal estava com 84 anos), um grupo de jovens - de vários departamentos - visitou-me no quarto nº 9 da Clínica São Lourenço. Nessa oportunidade, desejaram entrevistar-me para saber como tomei conhecimento da Obra de Henrique José de Souza. A entrevista aconteceu numa noite onde a equipe de enfermeiros e médicos se deslocara para a comemoração e congraçamento de final de ano. Com isso, na clínica ficaram apenas o pessoal de plantão e a comissão de jovens da Eubiose.
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Por causalidade, essa entrevista foi realizada no dia 15 de dezembro, aniversário da presença da Mãe Divina, metamorfoseada na “Pomba do Espírito Santo”, como régia visita ao Manu Primordial, no ano de Esse evento feriu nosso coração e, com a intuição natural, iniciamos com estas palavras: “...porque a Obra é a Vida” e nesse dia 15 de dezembro foi registrado o início de dois grandes movimentos: um no Rio de Janeiro e outro em são Lourenço – nos Mundos Interiores.
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Por isso que a nossa Obra é a vida abstrata, o difícil é trazer a abstração para o mundo físico, porque quando o Mestre veio para o Brasil ele veio recolher, justamente, os seus pedaços. A função do avatara é recolher os seus pedaços e isso já vinha vindo de longa data.
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Por isso também muitos de nós, de uma maneira ancestral, já trabalhamos juntos no Oriente. No Ocidente, quase todos tivemos um “vinculozinho” com a corrente européia, que terminou o seu trabalho na Revolução Francesa, com o carma pendurado e, provavelmente, trazido na nossa personalidade, para servir à Obra no Ocidente
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Eu nasci no estado de Minas Gerais, numa fazenda chamada Bom Destino, distrito de Leopoldina, em 4 de setembro de Em 1921 (com 14 anos) saí do ginásio interno e fui para o Rio de Janeiro trabalhar no comércio, na empresa gaúcha Cia. União Fabril Reigantz, fabricante de chapéus e cobertores, mas sempre trazia, no interior, o fogo do idealismo.
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Fui morar na rua do Rosário, 28, onde havia uma pensão no 2º andar, de propriedade da família Panzera, e outra no 3º e ali havia um grupo de rapazes que pertenciam à Obra, inclusive um rapaz que pertenceu à Sociedade Adyar. Chamava-se Teodoro Nunes e tinha um irmão, muito engraçado, chamado Gilberto, que trabalhava com os filhos da dona da pensão e, por sua vez, dois destes trabalhavam no comércio, numa firma que pertencia ao pai do grande radialista José Marques Gomes (seu nome artístico como radialista da Rádio Nacional era Paulo Roberto).
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Nós nunca ficávamos permanentemente parados; sempre procurávamos revolucionar o nosso interior e aplicá-lo na vida cotidiana. E foi aí que começou o trabalho de despertar a nossa consciência; aí começaram a sair os véus de nossas vistas e, ao debater os assuntos, formou-se uma espécie de “alma-grupo”, um grupo que ia para todos os cantos: cinema, bailes, festas, etc.
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E foi assim que esse rapaz de Adyar (Teodoro Nunes) – futuro genro de JHS – conseguiu recolher para a Obra esse grupo de rapazes. Teodoro conversava muito com todos na hora do almoço, na pensão, e muitas vezes à noite. Então ele convidou a todos para ir assistir às aulas do R. Faria, que era quem fundara a Loja Morya, em 1929.
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Havia uma ordem do Mestre, para o Dr. Faria, diretor da E. F
Havia uma ordem do Mestre, para o Dr. Faria, diretor da E.F.Central do Brasil, organizar uma loja ou departamento no Rio de Janeiro (antigamente os departamentos chamavam-se lojas) e ele, com o prestígio que tinha, conseguiu uma sala gratuita, dos funcionários do telégrafo, na rua Riachuelo, nº 145. Em seguida o Mestre foi lá e consagrou a Loja.
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Assim, todos nós íamos para lá, acompanhando o Teodoro, às 8h da noite, e éramos orientados pelo engenheiro Dr. Antônio Castanho Ferreira, que também fazia parte dos jovens, com aulas de Teosofia de Adyar, Sistema Geográfico, mas a gente dormia mais do que ouvia; a princípio dávamos presença, mas, depois, nos tornamos sócios.
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Num desses dias, o Mestre foi lá orientar o pessoal e dar as coordenadas (pois estava num trabalho de preparação da vinda dos tirtânkaras do Oriente, juntamente com a do Buda-Vivo, para dar cobertura à Obra do Ocidente, baseado no shamanismo).
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Logo depois de ele ter estado na Loja Morya, em 1930 – como registra a história da Obra, o Mestre tinha que mudar de lugar, de vez em quando; era uma espécie de dinâmica: ele não devia ficar numa casa durante tantos anos – houve necessidade de ampliar o trabalho e, para isso, surgiu uma casa em Niterói, à Rua Gavião Peixoto, 284. Como era uma casa de porão habitável e na parte da residência havia um salão muito grande, que servia para o trabalho na sua amplitude, o pessoal solteiro foi convocado para ir morar lá na casa do Mestre,
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e também porque o preço dela era muito alto e assim, em vez de pagarmos a pensão, ajudaríamos no pagamento da casa e, ao mesmo tempo, estaríamos fazendo a defesa. Como eu, o Bazém, o Teodoro, o Gilberto, juntamente com o filho do Mestre, Carlos Gonçalves de Souza, morávamos no porão. À noite, nós ficávamos conversando com ele na sala de jantar ou no jardim ou, então, próximo ao santuário.
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Eu trabalhava com dois rapazes que pertenciam à Loja Morya, que eram o Mário Panzera, chefe da Cia. União Fabril Reigantz, e o Gilberto, que era o datilógrafo, e nas horas vagas nós discutíamos muito sobre a Sociedade. Depois de um certo tempo, houve uma promoção e o jovem era conduzido para Niterói, para assistir aos rituais, todos os dias, às 8h da noite. Eu ia ser chamado para Niterói, então veio uma contestaçãozinha, como é natural, e, conversando com o Gilberto, eu quis saber qual era a diferença entre os membros da Loja Morya e os membros de Niterói.
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Ele explicou que o Professor era uma espécie de Cristo e nós éramos os discípulos, os apóstolos. Falou no Rei do Mundo, no Interior da Terra, num palácio, e isso ficou gravado em mim. Desde essa época, aceitei isso como verdade e passei a freqüentar ativamente a Sociedade.
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Não houve um choque muito grande porque fomos muito bem preparados pelo Dr. Ferreira, que nos apresentou o Professor como uma pessoa de cultura, filósofo, um grande autodidata, daí o nome “Professor”, porque ele dava aulas de filosofia oriental para nós e, junto, havia ensinamentos que eu cientificamente não sei dar o nome, mas esotericamente de shamanismo agarthino.
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Shamã, Shamano é fogo. Shamanismo agarthino é uma espécie de iniciação onde o Mestre prepara o discípulo segundo a iniciação atlante, para ser um elemento receptor de mensagens, principalmente de natureza abstrata. E Dhâranâ para nós foi isso – o primeiro nome foi Dharma, depois passou a Dhâranâ, porque ele é o 6º passo da ioga de Patânjali; é a perfeita concentração num determinado ponto com a abstração dos demais.
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Então, nós, que viemos do catolicismo, espiritismo e todas as espécies de seitas existentes no Brasil, tínhamos que concentrar a mente num determinado ponto, porque a Obra era o centro de tudo, era a Vida, era a Unidade. Depois, Dhâranâ, também, está ligado a algo que está em Mato Grosso.
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Assim como a Pedra de Asgardi, onde se acham gravados os Mandamentos, existe uma outra pedra onde se acha gravada toda a tradição atlante, desde o seu esplendor até sua decadência; é a Pedra Dhara que esteve depositada em Mato Grosso, secretamente, no templo de Baal-Bey. Todos os dhianis e seres como aqueles ligados à Europa iam até essa pedra para beijá-la. Por isso dha + ra, que é Lei e ana, que é vida, é energia, poder plasmador; é vida energia transformando-se em vida consciência.
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Mas aí houve um trabalho diferente, porque foi um trabalho feito pelo Avatara. Se o Mestre, depois de 1800, teve que voltar para a Face da Terra em 1899 para fazer o trabalho, naturalmente quem o mandou tinha que auxiliá-lo; por isso veio uma Ordem de Agartha funcionar na Face da Terra. Os membros dessa Ordem eram os assuras e os makaras. Veio uma Ordem, porque, se ele voltou jovem para a Face da Terra para fazer um trabalho, para enfrentar, justamente, a malignidade cósmica, então ele tinha que ter auxiliares. Como nós não estávamos conscientes na época, esse grupo veio e auxiliou o trabalho em Dhâranâ.
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Agora, uma idéia para funcionar precisa ter cérebro
Agora, uma idéia para funcionar precisa ter cérebro. Logo, esses Seres eram como que auxiliares, como eu, num trabalho de compensação. Como é que o Mestre podia apresentar uma Obra de caráter transcendental através de anúncios de jornal, etc?
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Depois que foi fundada materialmente a Obra, em 10 de agosto de 1924, vários seres desse grupo de compensação que viviam no Mosteiro da Glória, internamente, se projetavam, digamos assim, nos elementos que estavam preparados para receber essa inspiração. Primeiramente foram Ísis e Osíris, depois é que a Obra foi se desenvolvendo, pois havia a necessidade de um choque no povo, como se fosse um choque psicossomático.
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Aconteceu que o filho mais velho do Mestre, Alberto, foi sorteado para ir servir no Forte do Vigia, onde conheceu um engenheiro belga, contratado pelo Governo para instalar uns canhões elétricos. Esse engenheiro, tenente Collins, era pai de Ísis e Osíris. E, talvez levado pelas circunstâncias da Lei, Alberto, no dia de seu aniversário, convidou o tenente Collins e suas filhas para irem jantar na casa dele.
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Quando os visitantes chegaram, depararam com um ser, sentado num banco do jardim da casa, que usava um anel de médico – que era o raio dele – o que levou os visitantes a perguntarem, preocupados, se havia alguém doente na casa, ao que ele respondeu negativamente, dizendo que eles entrassem, pois estavam sendo aguardados. Quando a família, informada do fato, procurou pelo desconhecido, ele já não estava. Esse ser foi conhecido na Sociedade com o nome de Ralph Moore, um dos chefes da Maçonaria Escocesa.
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O trabalho de todos em Niterói não foi moleza; foi um trabalho de muita lida, de muita luta porque nós trabalhávamos no Rio das 7h da manhã às 7h da noite; saíamos correndo e pegávamos a barca; chegávamos em Niterói e tomávamos uma companhia de ônibus pequenos – para umas oito ou nove pessoas – que corriam a beça, entravam por uns atalhos, passavam ao lado do Clube Rio Criquet, Miguel de Frias e chegavam à Rua Gavião Peixoto; descíamos em frente à casa do Mestre. Todos os dias nós estávamos lá, para fazer o ritual às 8h da noite. Ficamos naquele endereço de 1929 a 1932; foram três anos fazendo esse percurso.
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Nesse local tinha uma casa nos fundos que foi transformada num santuário e uma garagem ao lado. No santuário, o Professor entrava em comunhão com a Agartha todos os dias e assim nos passava as revelações. Um dia ele falou: “aqui tem um jovem que não tem o chakra do baço; de qualquer forma, ele está na Obra; se ele não estivesse aqui, dentro de três anos ele estaria no hospício”. O que estava do meu lado perdeu os sentidos, mas, afinal, quem não tinha o chakra do baço era eu mesmo, porque numa vida anterior eu fui gladiador em Roma – daqueles que ficavam com uma rede – e perdi a “parada”. De maneira que foi um efeito disso e até aquela época eu era meio excepcional...
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Havia uma pedra nos fundos da casa, que dava para Icaraí, e ele mandou que fôssemos para lá, fazer a ioga, todo dia, às 3h da madrugada. Fazíamos a ioga do muladhara e do umbilical. Todos que moravam lá iam. Essa ioga do muladhara e do umbilical ia fazendo a tessitura com um fio de ouro luminoso. Mas, como era época da Monopol, faltava gente, então ele deu uma receita: uma faixa vermelha de algodão, tipo toureiro, para usar em torno da cintura, porque ao fazer a ioga para construir o baço e atravessando a baía, que é água, perdia o efeito. Ele mandou que eu usasse essa faixa, de 7 em 7 dias, ou de 14 em 14. Ele me punha num canto e via como é que o chakra estava funcionando. Mas o carma patológico permaneceu porque estou diabético até hoje...é o pâncreas.
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CARMA Eu fazia parte até de oposição. Era de briga. Mas, segundo o diani Rafael, carma não é comum a todos. Carma é positivo ou negativo, segundo aquilo que se realiza pró ou contra a Divindade. E, naturalmente, eu tive algum desvio nesse sentido, senão não chegava até hoje, porque o Mestre atraiu não só os amigos, mas aqueles que o combateram, também.
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A década de 30 era o período em que as pessoas eram “arrastadas” para dentro da Obra, através de materializações, fenômenos... e essas, sumiram logo. Mas nós estávamos orientados pelo Dr. Ferreira, de maneira que havia aulas, lá, dia e noite. Toda noite o Professor dava aulas para a gente. Os fenômenos são para os indivíduos que não têm mental; têm mais anímico. Na época, o Professor se desgastou muito com isto, inclusive o seu esplênico.
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Os fenômenos ocorriam como decorrência do que ocorreu no Tibete e em outros lugares e se a Obra foi fundada com o mesmo shamanismo, essas forças vieram para cá, como se fosse uma colméia, transferida de um lugar para outro... eram as escandas do passado... era o que estava introjetado na gente, de vidas anteriores... Por isso que há aí os mantrans Búdhico e de Agni.
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Uma coisa me impressionou; não foi bem impressionar, foi medo mesmo
Uma coisa me impressionou; não foi bem impressionar, foi medo mesmo. Em 1930 nós já estávamos morando na casa do Professor e havia aulas de argüição aos domingos, uma espécie de sabatina. O Professor, para nos ligar à Agartha, exigia que desde o menorzinho até o mais velho decorasse o nome dos 49 Adeptos Independentes, as linhas a que eles pertenciam, os raios, etc., o trabalho que eles realizaram no mundo.
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De modo que na sala, imensa, tinha só 35 cadeiras – isto constituiu a primeira numeração das Mônadas. Cada um tinha a sua cadeira numerada e não devia sentar-se na de outro. A mesa da Diretoria era constituída do Professor, dona Helena e as duas colunas: CAF e TAG.
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Havia uma tribunazinha lá e, de vez em quando, ele botava o grupo para falar de improviso. No dia 14 de julho de 1930, o Levy e o Mário Panzera, Martins Silva, Loureiro Pinto e eu passamos para a Série Interna. Loureiro Pinto recebeu o nº 27, em substituição ao Comte. Otelo, afastado; Mário Panzera, o nº 32; Levy, 33; Martins Silva, 34 e eu, 35.
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Mas a Série Interna lá era diferente: o Mestre colocava sobre a mesa a fotografia grande de um ser que se chamava “O Divino Rotan”, mas, na realidade, era uma fotografia daquele ser que nós chamamos de Crivatza ou então (...)antes conhecido como São Germano, na Europa, Itália. É o ser que se vê no templo, numa foto, numa das paredes, e que se acha olhando para o céu.
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E nisto, começou a funcionar também um estudo pesado que a gente tinha, um esforço para funcionar o 5º Ishwara, aquele que tinha o nome de L... Então, o Mestre, como Rei do Mundo – passou a ter este título, depois que mudou para a Rua Gavião Peixoto – usava uma capa, uma dessas pelerines iguais às dos goros, que por dentro era amarela e por fora, preta e, em cima, fechada com uma cara de leão de cada lado, como se fosse um colchete.
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Em determinados rituais ele usava a capa preta pelo lado de fora, como se fosse o “homem da capa preta”, que é aquele que conseguiu salvar o pessoal todo da Atlântida, mas, na realidade, era ele mesmo em dois aspectos. E nos rituais nobres, ele usava o amarelo para fora e o preto para dentro. Uma vez ele fechou a capa sobre o rosto e abrindo-a repentinamente, na nossa frente, deu uma risada que foi do si ao dó. Ele estava com uma cara de assura bravo mesmo...
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Depois, quem conseguia fazer juramento
Depois, quem conseguia fazer juramento?... Ninguém pode fazer juramento sem estar muito emocionado, apavorado. Ele gargalhava assim com a consciência do 5º Senhor manifestada, para assumir a dignidade do 5º Ishwara. Com aquela gargalhada, afastava todos os elementos perturbadores do trabalho. É como se fossem 7 notas, é como se fosse o Odissonai, como energia e não como som.
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CÍRCULO DE RESISTÊNCIA
A primeira vez que vim para São Lourenço foi em 1934, quando foi fundado o Circulo de Resistência. O Mestre conseguiu adquirir no cemitério de São Lourenço, os túmulos nº 9 e 10. A Diretoria da Sociedade, dada a urgência do pagamento, pediu-me para vir a São Lourenço trazer a importância.
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Era uma época de carnaval e o Mestre havia alugado uma das casas do Garrido, em frente ao Hotel Sul América; eu vim e acabei me hospedando na casa do Mestre, em torno da qual se formou um “circulo de fogo”, para evitar o sofrimento de grande número de almas, que se aproximavam da casa, rogando ao Mestre conduzi-las ao Circulo de Resistência.
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Como complemento da numeração monádica, cada um de nós, numerado, teve o direito de mandar para o Circulo de Resistência três gerações: pais, filhos e esposa ou esposo e irmãos. O mapa ou a planta desse evento acha-se num quadro no salão do Graal, sobre a escada.
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Eu vim morar em São Lourenço, porque era da Obra
Eu vim morar em São Lourenço, porque era da Obra. O Professor determinou que eu viesse para tomar conta da Vila Helena. Em 1949 eu devia estar aqui, com a inauguração do templo, mas como não pude, pois eu aqui não tinha emprego e tinha que viver, eu vinha para cá aos sábados e todas as horas que era possível.
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Eu me mudei em 1967, depois que me aposentei
Eu me mudei em 1967, depois que me aposentei...Mas desde 1949, desde o despertar de Mahimã, que eu tinha que começar a função para manter a ligação entre São Lourenço e a Agartha, porque se eu estivesse em São Lourenço, se houvesse pessoas da Série Interna em são Lourenço, automaticamente Rabi Muni vibrava na gente, para estimular, para dar força, etc.
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Eu conheci alguns agarthinos, porque isso era próprio da minha função.
A minha função foi sempre sacerdotal. Em Niterói eu estava sempre no santuário e, no Rio, a gente fazia ioga toda noite, com o pessoal novo. Quando o templo foi inaugurado, lá no Rio eu já fazia essa função sacerdotal. Quando chegou 1951, a própria Pomba trouxe a mensagem de que ele devia fundar a Guarda. Então, no dia 15 de dezembro, um sábado, eu trabalhei no INPS até o meio-dia e sai depressa, indo para a sociedade. Dona Verinha estava lá. A Sociedade ficava no 1º e 2º andares. Nós estávamos no 1º e o Professor estava no 2º .
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No dia 14 de abril de 1957, quando foi inaugurado o 5º Sistema, o Professor fez um ritual do lado de fora do Templo; não podia fazer no interior porque todas as embocaduras se abriram e se projetaram para fora. Naquele momento, qualquer ser da Gávea poderia vir para a face da Terra, porque ninguém conhecia. Só a vibração que eles têm, não deixa a gente ver. É o mesmo que na estrada um caminhão projetar um farol em cima de você.
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Ele ia para lá ao meio-dia e saia às 4, 4h30min, ou, às vezes, às 6, 6h30min, e nós só podíamos ir das 4h em diante – não era permitido ir à Vila Helena antes de 4h. Estávamos no 1º andar quando começamos a ouvir um barulho e pensamos que o Professor estivesse batendo à máquina. Ficamos por ali. Depois ele veio lá de cima, todo exaltado, emocionado, narrando o que acontecera: a aparição da Pomba, dando três voltas no salão da secretaria e depois ganhando o infinito.
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O pessoal começou a chegar e ele reproduziu para todo mundo o acontecido, para ficar gravado. No dia 19, ele disse: “O ovo dela está aqui”, e na mão dele começou a subir aquela protuberância, que se transformou num ovo. Esse ovo foi trazido para São Lourenço e depois eu recebi ordem de enterrá-lo na Montanha Sagrada. Mas se o Mestre ficou como Rei do Mundo, ele tem uma Guarda de 32 goros, cavaleiros e arqueiros. Se na Face da Terra ele não tivesse isto, ele estaria numa função falsa e sem proteção.
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Houve então a necessidade de fundar a Guarda e escolheu a mim, porque toda hora que ele chegava por lá, havia um grupo no 1º andar, trabalhando. Ele escolheu aqueles e outros que já moravam em São Lourenço e que fizeram o sacrifício para constituírem essa Guarda. Como eu dirigia os rituais no Rio, ele me colocou nessa função...Fiquei como o goro número 1.
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O “mordomo do Templo” é, como na maçonaria, o responsável pelos rituais, o formador das cerimônias, etc. A característica de uma pessoa para ser sacerdote é o comportamento... Comportamento! Nós não éramos obrigados, mas, de um certo tempo para cá, a gente desistiu de bailes, cinemas, prostituição, essa coisa toda, para manter uma vibração condigna com o Templo, senão, um de nós poderia ficar maluco ou mesmo, cheio de dúvidas, etc. E mantínhamos reuniões permanenes; nós nos reuníamos todos os dias, no Rio e aqui em São Lourenço.
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Na Obra existem fases, ciclos; o que se faz hoje já não se pode fazer amanhã. Houve tempo em que o Professor deu uma ordem para pegar 49 pessoas da rua para a Série Interna e aí tinha que “pegar no laço”.
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Os Budas nasceram em 1949; mais 5 anos, dá 1954 e já havia tido um movimento de recuperação da 5ª Coroa, que funcionava através do Mestre, na Rua Buenos Aires, 81, 2º andar, desde 3 de maio de Houve uma preparação anterior, de modo que se abriu esse canal e uma base para se manter, porque o problema não é fazer; é fazer e manter. JHS nos escolheu, pelas nossas escandas passadas, porque justamente os goros eram os descendentes dos goros da Bahia, eram almas trabalhadas por eles; já existia uma tendência sacerdotal, podia ser católico, espírita, o que fosse.
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E aí ele escolheu aqueles que tinham escandas para o assunto, como se fossem almas trabalhadas. Para determinadas funções ele não poderia escolher um fulano qualquer na rua...era preciso que tivesse uma base, ou seja, no Tibete e outros lugares...
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O trabalho da Obra é a dinâmica
O trabalho da Obra é a dinâmica. Agora, o que a Divindade faz, não se desfaz nunca. Por exemplo, o Sistema de Niterói, de Itaparica vêm desde a Atlântida, mas, com o Mestre vivendo lá, o trabalho foi efetivo na época. Padre Antonio Vieira e os demais, estão todos ligados a esse mistério.
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Agora, esse trabalho do estado do Rio, da Pedra da Gávea, etc
Agora, esse trabalho do estado do Rio, da Pedra da Gávea, etc., é o passado, mas o Mestre se estabeleceu ali e tornou-o presente. Ele teve que ter isso como apoio. A própria permanência dele na face da Terra só tinha valor com esse trabalho; do Estado do Rio passou para São Lourenço; pode passar depois para outro lugar qualquer.
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O que é Itaparica? É, justamente, onde se manifestou o Eterno, como água, como vida, como fogo; onde os jovens Henrique e Helena se uniram pela primeira vez, antes de irem para a Europa. Senão, seria ótimo: o indivíduo inventa um sistema geográfico em Goiás, porque tem uma fazenda lá no cerrado... Aqui, no sudoeste de Minas, várias pessoas pediam para a Sociedade fazer lá um sistema geográfico para dar turismo, etc., mas não é assim, a coisa é trabalhada em milênios...
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O sistema tem que estar ativo pelos que estão na face da Terra; face da Terra é o trabalho objetivo, senão a coisa funciona Nós temos várias esferas concêntricas, com o centro em Agartha; cada posto representativo desses é uma esfera, porque a finalidade desses pontos é trazer a Agartha para a face da Terra, como já está vindo, e, para vir, precisa ter um ponto de apoio. O trabalho da gente é, justamente, não “deixar a peteca cair”, manter tudo isso vivo, o trabalho, etc.
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ORDEM DO ARATAT A assinatura do Decreto foi no dia 24, declarando fundada a Ordem no dia 23. Cheguei a ler, em algum lugar, que a função da OA estava ligada mesmo ao trabalho do sistema geográfico... O Professor dividiu: Vidal e Margarida ficam com a função interna e dona Elisa fica com aquela externa.
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A OA inicialmente era templária
A OA inicialmente era templária. Eu e dona Margarida funcionávamos com as crianças em todos os rituais. Num ritual comum, onde havia muitas pessoas idosas, a gente ficava andando com as crianças pelo templo. Era templária...tanto é que elas representam a viagem do 5º Senhor; se não fosse isso, talvez o Professor não falasse em OA.
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O sentido da Obra é a Unidade
O sentido da Obra é a Unidade. Todos nós temos que trabalhar em grupos, como uma unidade. Eu, por exemplo, não poderia fazer um trabalho sozinho, sem a dona Margarida. E eu não me metia na função dela, nem ela na minha. Se não houver harmonia não pode haver evolução...
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O MUNDO DE AGORA O mundo está passando por um período em que acontecerá o que tiver que acontecer...o que já está previsto... Há uma adaptação dos acontecimentos com o projeto da Lei. Que é Lei? É uma programação. O Catolicismo foi uma programação, agora está fora de Lei; o Budismo, a Maçonaria, a mesma coisa. Porque evolução é mudar, não é conservadorismo...
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Apesar de antigamente as coisas parecerem ser mais difíceis, como construir os templos, existe ainda muita dificuldade em fazer alguma coisa em prol da Obra, em prol da Instituição. É a velocidade contra a inércia... porque nós estamos na Sociedade imaturamente;
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Por isso, o Professor, em vez de Roncador, veio para São Lourenço; ele deveria ir para o Roncador, não é? Ele vindo para São Lourenço estabeleceu a tessitura entre o 4º e o 6º. O 5º vem antes do 6º; o 6º não foi “estruturado”; o 6º, como 6º, estruturou o 5º porque é 1,2,3,4, dá uma parada, 5,6,7...
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A iniciação sem os mantrans não seria a mesma coisa
A iniciação sem os mantrans não seria a mesma coisa. É o mesmo que você comer uma comida sem tempero. Porque o mundo é feito de quatro elementos: cor, número, som e forma. Agora, por que o Professor fez os mantrans? Porque cada mantram corresponde à vibração de um lugar: Hino Nacional, face da Terra; Hino ao Graal, Agartha; Mantran Búdhico, Mundo de Duat ou dos Jinas; Mantram de Agni, Agartha – que é fogo.
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De maneira que o indivíduo, ouvindo isso, introjeta a vibração desses lugares; fica sendo esses lugares. Por isso é que eu acho o seguinte: a Agartha é um ponto luminoso em expansão, que está em todo o lugar e não está em lugar nenhum. Se você se identificou com ela, ela está dentro de você. Se nós nos identificamos, se fazemos um ritual aqui, ela está aqui. Assim, a Agartha está aqui... Na Vila Helena, a Agartha está lá, porque não é um lugar estranho, é um lugar jina...
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CR 28/05/62 – O Venerável VIDAL, como MORDOMO DA OBRA, e um INSTRUTOR dos mais provectos, está lembrado do fato. A este também, houve um instrutor em miniatura que disse: “o mesmo não saber coisa alguma...”. O mesmo que saiu do Rio, às suas custas (e não é nenhum ricaço da Obra...) para ensinar a seus irmãos tudo quanto sai da minha boca). Fonte: Dhâranâ – edição 240. Trabalho em homenagem a SVV, realizado por Sálvio Albenor de Oliveira, de Arujá-SP.
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