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PublicouLuiz Felipe Bicalho de Caminha Alterado mais de 8 anos atrás
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Há tempos em nossa vida que contam de forma diferente. Há semanas que duram anos, como há anos que não contaram um dia.
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Há paixões que foram eternas, como há amigos que passaram céleres, apesar do calendário nos mostrar que ficaram por anos em nossas agendas.
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Há amores não realizados que deixaram olhares de meses, e beijos não dados que até hoje esperam o desfecho.
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Há trabalhos que nos tomaram décadas do nosso tempo na terra, que nossa memória insiste em contá-los como semanas.
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E há casamentos que, ao olhar para trás, mal preenchem os feriados da folhinha.
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Há tristezas que nos paralizaram por meses, mas que hoje, passados os dias, mal guardamos nas lembranças de horas.
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Há eventos que marcaram, e que duram para sempre: o nascimento do filho, a morte do avô, a viagem inesquecível, o êxtase do sonho realizado. Estes tem a duração que nos ensina o significado da palavra “eternidade’.
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Já viajei para mesma cidade uma centena de vezes, e na maioria das vezes o tempo transcorrido foi o mesmo.
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Mas conforme meu espírito, ouve viagem que não teve fim até hoje, como há percurso que nem me lembro de ter feito, tão feliz estava na ocasião.
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O relógio do coração hoje descubro, bate noutra frequência daquele que carrego no pulso. Marca um tempo diferente de emoções que perduram e que mostram o verdadeiro tempo da gente.
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Por este relógio, velhice é coisa de quem não conseguiu esticar o tempo que temos no mundo. É olhar as rugas e não perceber a maturidade.
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É pensar antes naquilo que não foi feito, ao invés de se alegrar e sorrir com as lembranças do que viveu.
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Consulte sempre o relógio do coração: ele lhe mostrará o verdadeiro tempo do mundo. Mário Quitana
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