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PublicouSérgio Sabala Alencastre Alterado mais de 8 anos atrás
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De repente lá estava ela assentada em um dos bancos da pequena praça, da também pequena cidade de Anjos Santos; de longe parecia uma enorme flor colorida, pois suas roupas eram de cores variadas: a saia longa e cheia de pregas era de um azul brilhante, a blusa era amarela e aparecia debaixo de um casaco comprido de um vermelho berrante e tinha a cabeça coberta por um lenço verde barrado de roxo e nos pés trazia chinelos chagrim de um marrom lustroso e ainda usava meias listradas com todas as cores do arco-íris.
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As pessoas passavam e olhavam a estranha figura, mas com a desconfiança natural dos mineiros, olhavam mudos e passavam calados; na pracinha tinha um boteco onde os velhos desocupados do lugar faziam ponto e matavam o tempo, ficaram curiosos com aquela pessoa estranha, mas não se aproximaram até que chegou o Donato que era mais xereta que os outros e resolveu esclarecer o mistério, se aproximou e falou assim com a mulher: bom dia dona, eu sou o Donato e a senhora quem é?
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Ela respondeu: meu nome é Afra e vim em paz, não sei de onde vim e nem para onde vou, mas por enquanto fico por aqui, agradeceria um pouco de água e alguma comida se for possível; Donato voltou ao boteco e contou as novidades, em seguida levou água e comida para a mulher e quis saber aonde ela ia passar a noite, ela respondeu que ia dormir ali mesmo; a noticia se espalhou e logo alguém se lembrou de um barraco vazio lá no alto da rua do Cruzeiro, ofereceram o abrigo e ela aceitou.
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Agradeceu educadamente e seguiu para lá carregando uma trouxa de roupas e um guarda sol preto enfeitado com laços de fitas coloridas, que eram seus únicos pertences; os dias passavam e Afra se enturmava, era alegre, festeira e participava de tudo, mesmo não recebendo convite ela comparecia aos aniversários, casamentos, batizados e até aos velórios, onde houvesse comida ela aparecia e comia de tudo, mas sua preferência era pelo Arroz Doce, chegava nas festas e perguntava logo pelo seu prato predileto e se fartava.
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Trabalhar Afra não trabalhava, mas era a simpática profissional e vivia da boa prosa, sorrisos e gentilezas variadas, por essas e outras era aceita e até querida por aquele povo bom e simples; naquele lugar todos recebiam um apelido e Afra logo recebeu o seu: Arroz Doce de Festa, por causa de sua mania de penetrar em todos os acontecimentos festivos do lugar; durante um bom tempo ela ficou por lá, mas certa manhã o barraco estava aberto e vazio Afra ou Arroz Doce de Festa sumira, nunca mais se ouviu falar dela como chegou se foi, mas o apelido de Arroz Doce de Festa é usado até hoje em pessoas que penetram em festas, dispensando convites.
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CRÉDITOS TEXTO DE VÓ FIA FORMATADO POR VÓ FIA MÚSICA-ADELINE TEXTO REGISTRADO NO EDA NEPOMUCENO MG HOJE É 29 de junho de 2016 AGORA SÃO 14:47:10
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