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PublicouMarcelo Belém Lisboa Alterado mais de 8 anos atrás
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Prof. Nilton Ururahy Era Napoleônica (1799-1815)
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A Era Napoleônica (1799 – 1815) "De volta à França, Napoleão Bonaparte prepara o golpe de Estado, um golpe de Estado militar que acontece no dia 18 Brumário do ano VIII (9 de novembro de 1799), após o que os deputados são afastados e ele assume o cargo de primeiro cônsul. Um poder que ele vai consolidar entre 1800 e 1804, até se tornar imperador.“ (VOVELLE, Michel. A revolução francesa explicada à minha neta. São Paulo: Unesp, 2007, p. 96). O general Bonaparte atravessando o Monte Saint-Bernard, de Jacques-Louis David, 1800.
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A Era Napoleônica (1799 – 1815) O Consulado (1799-1804) Uma nova constituição, a Constituição de 1799, instituiu o Consulado, um sistema de governo exercido por três cônsules, mas o poder de fato cabia ao primeiro-cônsul: Napoleão Bonaparte. Medidas políticas: - Manutenção da República. - Contenção das invasões estrangeiras à França. - Instituição da censura à imprensa. - Perseguição aos seus opositores. - Concessão da anistia (perdão) aos jacobinos e monarquistas. - Reconciliou o Estado coma Igreja Católica. O general Bonaparte atravessando o Monte Saint-Bernard, de Jacques-Louis David, 1800.
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A Era Napoleônica (1799 – 1815) O Consulado (1799-1804) Medidas econômicas: - Realizou a Reforma agrária (legalizou a distribuição de terras feita a milhões de camponeses. - Mandou drenar pântanos, construir estradas e pontes, facilitando o transporte e diminuindo o preço dos alimentos vendidos nas cidades. - Criou uma nova moeda nacional: o franco. - Criou o Banco da França (que controlava a inflação, emprestava dinheiro à indústria e ao comércio. - Aumentou impostos sobre os produtos estrangeiros. - Concedeu prêmios para os inventores de máquinas para estimular a produção nacional. - Acelerou a industrialização da França. - Aumentou a oferta de alimentos e empregos. Napoleão Bonaparte como primeiro-cônsul, de Jean- Auguste-Dominique Ingres, 1804.
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A Era Napoleônica (1799 – 1815) O Consulado (1799-1804) Reformas na Educação: - Criação do liceus (escolas gratuitas, laica e obrigatória para crianças e jovens em todas as cidades importantes). - Ampliação de centros para formação de professores. - Intensificação da formação militar dos jovens. - Organização de aulas de culinárias para as meninas. Sala de aula no século XIX. Fonte:Contreras (1895).
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A Era Napoleônica (1799 – 1815) O Consulado (1799-1804) Reforma no Direito Código Civil – Código Napoleônico (1804) o Conjunto de leis que estabelecia: - Defesa da igualdade dos cidadãos perante a lei. - Abolição definitiva dos privilégios do clero e da nobreza. - Defesa da propriedade privada. - Proibição de sindicatos e greves. - Reativação da escravidão nas colônias francesas. - Mantinha a mulher submissa ao homem. - Separava o casamento civil do religioso. Primeira página da edição original de 1804. Esse Código foi inspirado no Direito romano e reafirmava os princípios burgueses.
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A Era Napoleônica (1799 – 1815) Napoleão Bonaparte, para os franceses, foi "... o mais bem- sucedido governante de sua longa história. Triunfou gloriosamente no exterior, mas, em termos nacionais, também estabeleceu ou restabeleceu o mecanismo das instituições francesas como existem até hoje”. (HOBSBAWM, Eric J. A era das revoluções 1789-1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981, p.94). Primeira página da edição original de 1804. Esse Código foi inspirado no Direito romano e reafirmava os princípios burgueses.
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A Era Napoleônica (1799 – 1815) Napoleão: Imperador Panorama histórico: - Popularidade elevada em grande parte da sociedade francesa (burgueses, militares, trabalhadores urbanos e camponeses). - Plebiscito em 1802: Bonaparte foi intitulado de cônsul vitalício, com direito de indicar seu sucessor. - Nova constituição: a Constituição de 1804 coroava Napoleão Bonaparte imperador francês em 02/dez./1804. - Fim do Consulado e início do Império. Sagração do imperador Napoleão e coração da imperatriz Josefina na Catedral de Notre Dame, 02/ dez./1804, de Jacques Louis David.
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A Era Napoleônica (1799 – 1815) “Napoleão Bonaparte deu continuidade ao momento revolucionário. Ele consolidou as conquistas fundamentais, em detrimento daquilo que era a principal conquista da Revolução Francesa”. (VOVELLE, Michel. A Revolução Francesa explicada à minha neta. São Paulo: Unesp, 2007, p. 97). Napoleão coroado, por François Gerard, 1804.
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A Era Napoleônica (1799 – 1815) Guerras Napoleônicas – (1803-1815) Campanhas militares - Conquista da Prússia e Áustria (destruindo o que restava do Sacro Império Romano-Germânico), criando a Confederação do Reno (hoje corresponde as atuais regiões da Alemanha, Itália, Suíça e Áustria). - Criação do Grão-Ducado de Varsóvia (hoje atual Polônia). - Invasões e ocupações da tropas napoleônicas na Espanha e em Portugal, gerando a Guerra Peninsular (1807-1814).
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A Era Napoleônica (1799 – 1815) “Antes, Napoleão havia levado o Grande Exército à conquista da Europa. Se nada sobrou do império continental que ele sonhou fundar, todavia ele aniquilou o Antigo Regime, por toda parte onde encontrou tempo para fazê-lo; por isso também, seu reinado prolongou a Revolução, e ele foi o soldado desta, como seus inimigos jamais cessaram de proclamar”. (LEFEBVRE, Georges. A Revolução Francesa. São Paulo: IBRASA, 1966. p. 573).
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A Era Napoleônica (1799 – 1815) A Inglaterra a grande rival Contexto histórico : - Maior potência naval, comercial e industrial. - Máxima concorrente dos franceses no mercado europeu. - Grande ameaça ao expansionismo francês, organizando Coligações militares para combater a França desde os períodos da Revolução e até do Império francês. - Batalha de Trafalgar (1805): derrota da marinha francesa para a esquadra inglesa do almirante Nelson. Batalha de Trafalgar, de Joseph Mallord William Turner
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A Era Napoleônica (1799 – 1815) O Bloqueio Continental (1806) Objetivos : - Evitar enfrentamentos com a poderosa Marinha Britânica – a “Rainha do Mares”. - Embargar e arruinar a economia inglesa, sua principal concorrente no mercado europeu. - Dominar o mercado europeu, forcando os países a comprar os produtos franceses. Charge produzida no início do século XIX pelo caricaturista inglês James Gillray. que procura representar o Bloqueio Continental (1806).
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A Era Napoleônica (1799 – 1815) O Bloqueio Continental (1806) Definição: O imperador francês, Napoleão Bonaparte, proibiu as nações europeias de manter comércio com a Inglaterra, ameaçando de invasão as nações que o desrespeitassem.
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A Era Napoleônica (1799 – 1815) “Artigo 5.º — O comércio de mercadorias inglesas é proibido, e qualquer mercadoria pertencente à Inglaterra, ou proveniente de suas fábricas e de suas colônias é declarada boa presa. (...) Artigo 7.º — Nenhuma embarcação vinda diretamente da Inglaterra ou das colônias inglesas, ou lá tendo estado, desde a publicação do presente decreto, será recebida em porto algum. Artigo 8.º — Qualquer embarcação que, por meio de uma declaração, transgredir a disposição acima, será apresada e o navio e sua carga serão confiscados como se fossem propriedade inglesa”. (EXCERTO DO BLOQUEIO CONTINENTAL, Napoleão Bonaparte. Citado por Kátia M. de Queirós Mattoso. Textos e documentos para o estudo da história contemporânea (1789-1963), 1977). Charge produzida no início do século XIX pelo caricaturista inglês James Gillray. que procura representar o Bloqueio Continental (1806).
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A Era Napoleônica (1799 – 1815) “No mar, os franceses estavam completamente derrotados. Qualquer chance de invadir a Grã-Bretanha pelo canal da Mancha ou de manter contatos ultramarinos desapareceu. O único modo para derrotar a Grã-Bretanha era a pressão econômica, e isso Napoleão tentou através do Bloqueio Continental (1806). As dificuldades em impor este Bloqueio levaram ao rompimento com a Rússia. A Rússia foi invadida e ocupada, então, por Napoleão. Porém Napoleão foi derrotado – não só pelo inverno russo, mas por seu fracasso em manter seu exército com suprimento adequado.” (HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções 1789-1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981, p.105).
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A Era Napoleônica (1799 – 1815) O Bloqueio Continental (1806) Desdobramentos internacionais: “A mudança da corte para o Brasil era um plano muito antigo em Portugal, mas em 1807 o príncipe regente não tinha escolha: ou fugia ou muito provavelmente seria preso e deposto por Napoleão Bonaparte, como aconteceu alguns meses mais tarde com a monarquia espanhola”. (GOMES, Laudelino. 1808: Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil. São Paulo: Planeta do Brasil, 2007. p. 16-17). Chegada de D. João VI e da corte lusitana, em Salvador, por Portinari.
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A Era Napoleônica (1799 – 1815) “Em poucas palavras eis, pois, toda minha história. Milhares de séculos decorrerão antes que as circunstâncias acumuladas sobre minha cabeça encontrem um outro na multidão para reproduzir o mesmo espetáculo”. (NAPOLEÃO BONAPARTE. In: FERREIRA, João Paulo M.H. & FERNANDES, Luiz Estevam de O. Nova História Integrada. Companhia da Escola: São Paulo, 2005, p. 268). Imperadora Napoleão Bonaparte, por Jacques-Louis David.
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A Era Napoleônica (1799 – 1815) A campanha na Rússia (1812) Motivações: - Desobediência dos russos ao Bloqueio Continental (a Rússia vinha tendo prejuízos econômicos enormes por não vender seus estoques de produtos agrícolas (madeira e madeira) para os ingleses. O exército de Napoleão em Moscou, de autor desconhecido.
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A Era Napoleônica (1799 – 1815) A campanha na Rússia (1812) A derrota de Napoleão Razões : - Tática francesa de Napoleão: “guerra total” (as tropas francesas avançavam pela imensidão do território russo, acreditando numa vitória com facilidade. - Tática russa do czar Alexandre I: “terra arrasada” (evitaram o confronto direto, conforme os russos iam se retirando, destruíam as lavouras e tudo aquilo que pudesse ser útil, dizimando os franceses por hipotermia e forçando-os a se retirar do território russo em razão do seu rigoroso inverno). A retirada de Napoleão de Moscovo, por Adolph Northen. Bonaparte invadiu a Rússia com um poderoso exército formado por 600 mil soldados e 180 mil cavalos, mas só retornaram para França 30 mil soldados.
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A Era Napoleônica (1799 – 1815) A queda de Napoleão Fatores : - Enfraquecimento do exército francês de Napoleão após a derrota na Rússia. - Formação de uma nova Coligação (união militar da Inglaterra, Áustria, Prússia e Rússia para invadir Paris, a capital francesa, e derrubar do trono Napoleão Bonaparte. - Derrota de Bonaparte para a Coligação em 1814. Napoleão abdicando em Fontainebleau, por Paul Delaroche, 1855.
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A Era Napoleônica (1799 – 1815) A queda de Napoleão Tratado de Fontainebleau (1814) Tratado assinado por Napoleão Bonaparte, reconhecendo a sua derrota para a Coligação. Determinações: - Abdicar-se do trono francês. - Exilar-se para a Ilha de Elba, no mediterrâneo, com mil soldados a suas ordens e uma pensão vitalícia paga pelo governo francês. OBS.: Restauração da monarquia francesa com a coroação de Luís XVIII (irmão de Luís XVI, deposto e guilhotinado). No cartoon acima, publicada na Inglaterra, temos Napoleão na ilha de Elba. O diabo convida-o a cometer suicídio. Observe a referência ao trono. No lugar da águia imperial aparece um corvo e um velho canhão sinaliza a derrocada do poder Napoleônico.
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A Era Napoleônica (1799 – 1815) O governo dos 100 dias O breve retorno de Napoleão Contexto geral: - Saiu da Ilha de Elba e retornou à França, acompanhado de 800 soldados, em 1815. - Destronou o impopular e absolutista rei Luís XVIII, que fugiu para Bélgica. - Foi recebido como herói nacional. - Formação de uma nova Coligação militar, sob a liderança da Inglaterra. - Batalha de Waterloo (1815): derrota definitiva de Napoleão e suas tropas. A Batalha de Waterloo (1815), por William Sadler.
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A Era Napoleônica (1799 – 1815) Fim da Era Napoleônica 1815 Panorama histórico: - Derrota definitiva para a Coligação militar inglesa na Batalha de Waterloo em 1815. - Napoleão Bonaparte foi exilado para a Ilha de Santa Helena, no Oceano Atlântico, onde permaneceu até a sua morte em 1821. A Morte de Napoleão na Ilha de Santa Helena em 1821, por Carl Von Steuben.
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A Era Napoleônica (1799 – 1815) “Ele destruiu apenas uma coisa: a Revolução Jacobina, o sonho de Igualdade, Liberdade e Fraternidade do povo erguendo- se em sua grandiosidade para derrubar a opressão. Este último foi um mito mais poderoso do que Napoleão, pois, após sua queda, foi isso, e não a memória do imperador, que inspirou as revoluções do século XIX, inclusive em seu próprio país”. (HOSBSBAWM, Eric. A era das revoluções: 1789-1848. Trad. São Paulo: Paz e Terra, 2002. p. 113). Napoleão Bonaparte como primeiro-cônsul, de Jean- Auguste-Dominique Ingres, 1804.
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Europa pós-Napoleão O Congresso de Viena (1814-1815) Países participantes: - Inglaterra, Áustria, Prússia, Rússia e França. Objetivo: - Restaurar o mapa geopolítico da Europa, eliminando as mudanças ocorridas pelas guerras napoleônicas. Principal articulador: - Príncipe austríaco Clemens von Metternich.
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Europa pós-Napoleão O Congresso de Viena (1814-1815) Princípios: I. Princípio da legitimidade: restaurar os antigos governos monárquicos europeus depostos por Napoleão e devolver a cada um deles as regiões que lhes pertenciam antes das guerras napoleônicas. II. Política de equilíbrio: restabelecer o equilíbrio das forças políticas europeias, evitando a opressão e as guerras de uma sobre as outras. Congresso de Viena 1815, por Jean-Baptiste Isabey.
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Europa pós-Napoleão “Durante o Congresso de Viena, estabeleceram-se as bases políticas e jurídicas para uma nova ordenação da Europa destinada a durar um século redondo. O resultado dos pactos inaugurou uma época na qual os conflitos externos foram poucos; por outro lado, aumentaram as guerras civis e a – revolução se fez incessante”. (KOSELLECK, Reinhart. La época das revoluciones europeas: 1780-1848. México: Siglo XXI, 1998. p.189). Na caricatura, os vencedores de Napoleão – o rei da Inglaterra, o rei da Prússia, o czar da Rússia e o imperador austríaco – se preparam para dividir um patê, que contém o antigo Imperador. Sob a mesa, o rei francês Luís XVIII espera as migalhas. O Patê Indigesto – século XIX. In: ENDERS, Arnelle; MORAES, Marieta; e FRANCO, Renato. História em Curso: da Antiguidade à Globalização. São Paulo: Editora do Brasil; Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2008, p 227.
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Europa pós-Napoleão A Santa Aliança (1815) “Uma organização militarizada” Países-participantes: - Prússia, Áustria, Rússia e França. Objetivos : - Restaurar o Antigo Regime (absolutismo) na Europa. - Reprimir movimentos liberais na Europa e os movimentos de independência na América.
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Europa pós-Napoleão A Santa Aliança (1815) Fracasso : Razões: I. Política da Inglaterra: saiu da Santa aliança e apoiou os movimentos de independência na América. II. Política externa dos Estados Unidos: Doutrina Monroe (1823) – “A América para os americanos”. III. Movimentos liberais na Europa: Primavera do Povos de 1848.
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