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PublicouRosa Minho Rosa Alterado mais de 5 anos atrás
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CAPÍTULO X: A RELAÇÃO REI-RAINHA E A “INFIDELIDADE” DO CASAL Memorial do Convento
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Introdução Pensamos que através deste trabalho poderemos aprofundar o estudo desta obra de Saramago, especialmente o capítulo X. Escolhemos este capítulo, porque ficamos surpreendidos com o tipo de relações que vigoravam na realeza, no passado, onde o amor não era imperativo, predominando as os interesses e alianças entre reinos e que se podiam estabelecer através do matrimónio.
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Antes Antes Localização do episódio Este episódio (capítulo X) situa-se no seguimento do nascimento do segundo filho de D. João V, o infante D. Pedro, e da mudança de Baltasar e Blimunda, de S. Sebastião da Pedreira, onde estavam a trabalhar na construção da passarola, para Mafra, depois da partida do padre Bartolomeu Lourenço para a Holanda.
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Depois Localização do episódio Depois Após este episódio, ocorre o regresso do padre Bartolomeu Lourenço que pede a Blimunda que olhe para dentro das pessoas e recolha as “vontades” para que a passarola possa voar.
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Assunto do episódio Baltasar e Blimunda chegam a Mafra, a casa dos pais de Baltasar; Blimunda espera que Baltasar a chame; João Francisco regressa do trabalho; Blimunda fala sobre a sua família; Baltasar diz que pretendem arranjar casa em Mafra; Seu pai conta-lhe que vendera as terras ao rei; (…)
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Assunto do episódio Baltasar e o pai foram à salgueira buscar toucinho, que distribuíram pelos quatro; João, desconfiado, observa Blimunda a comer e fica mais descansado; Baltasar diz que precisa de arranjar emprego e todos ficam com dúvidas ; (…)
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Assunto do episódio Inês e seu marido falam sobre a morte do filho do el-rei e do seu filho doente; Baltasar caminha sobre as terras que seu pai vendera e fala com o seu cunhado sobre o convento que ali se vai construir; Blimunda e a sogra falam sobre a rainha que fica em Lisboa a rezar enquanto seu marido se cura nos montes de Azeitão; D. Francisco tenta fazer a corte à rainha. D. Francisco
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Caracterização de personagens Personagens principais intervenientes no episódio: Baltasar Sete-Sóis Blimunda Sete-Luas Marta Maria (mãe de Baltasar) João Francisco (pai de Baltasar) D. Maria Ana Josefa D. João V
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Baltasar Sete-Sóis Representa a crítica do narrador à desumanidade da guerra, uma vez que participa na Guerra da Sucessão (1704-1712) e, depois de perder a mão esquerda, é excluído do exército.
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Blimunda Sete-Luas Blimunda representa o transcendente e a inquietação constante do ser humano em relação à morte, ao amor, ao pecado e à existência de Deus.
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Marta Maria Caracterização PsicológicaCaracterização Física Mãe extremosa (“(…)abraçou-o com uma força que parecia de homem e era só de coração(…), “(…) e era um dó de alma, uma aflição ver sobre o ombro da mulher um ferro torcido em vez da concha que os dedos fazem(…)”); Acolhedora (“(…)Ficas a ser minha filha(…)”). Velha (“(…) e a velha não a via(…)”).
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João Francisco Caracterização psicológicaCaracterização física Homem trabalhador, simples e resignado com a vida nomeadamente com a condição física do filho. “(…) homem tão alto como o filho, agora um tanto curvado pela idade e também pelo peso do molho de lenha que metia para dentro de casa.”.
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D. João V Caracterização PsicológicaCaracterização Física Caprichoso, submete um país inteiro ao cumprimento de uma promessa pessoal (a construção do convento, de modo a garantir a sucessão) Curioso (interessa-se pelas invenções do padre Bartolomeu Lourenço) Megalómano Vaidoso Egocêntrico Infantil Devasso Libertino Ignorante Amante dos prazeres humanos, a figura real é construída através do olhar crítico do narrador, de forma multifacetada; É o marido que não evidencia qualquer sentimento amoroso pela rainha, apresentando nesta relação uma faceta quase animalesca, enfatizada pela utilização de vocábulos que remetem para esta ideia (como a forma verbal "emprenhou" e o adjetivo "cobridor").
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D. Maria Ana Josefa Caracterização PsicológicaCaracterização Física Passiva; Insatisfeita; Infeliz; Muito religiosa (busca constante de redenção através da oração e da confissão - COMPLEXO DE CULPA, pela atração pecaminosa que sente pelo cunhado.) A rainha representa a mulher que só através do sonho se liberta da sua condição aristocrática para assumir a sua feminilidade.
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Crítica implícita nesse episódio O narrador anuncia a morte de duas crianças em sinal de grandes escrúpulos de equilíbrios sociais. As frases parentéticas ou intercaladas acentuam o tom humorístico da paródia religiosa. Povo- “ desinteressa-se Deus dos funerais, por isso em Mafra foi só um anjinho a enterrar, como a tantos outro sucede, mal se dá pelo acontecimento” (Relativo ao funeral do sobrinho de Baltasar) Rei- “ Mas em Lisboa não podia ser assim, foi outra pompa (...) o caixão, coberto por uma riquíssima tela encarnada”. ( O funeral do filho do rei, D Pedro)
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Crítica implícita nesse episódio Distinção entre as duas uniões do livro, amor sincero versus amor ausente: “Há muitos modos de juntar um homem e uma mulher(....) o primeiro é estarem (....) perto um do outro (....) outro modo é estarem longe um do outro....” (pág. 149) A clara diferença entre a rainha que andava sobre tábuas nas ruas imundas de Lisboa e o povo que pisava o terreno sujo. “ A rainha a andar sobre as tábuas, os mariolas a levá-la de trás para diante: ela sempre no limpo, eles sempre no lixo”. (pág. 151)
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Crítica implícita nesse episódio A penitência da rainha D. Maria Ana Josefa que percorre diversas igrejas e sonho erótico. “vai ao convento das Trinas”, “ das Bernardas”, “do Santíssimo Coração”, “de Santo Alberto”,… - “assim fica D. Francisco sozinho em Lisboa, fazendo corte, e já começa a urdir a trama e a teia, deitando contas à morte do irmão.” (pág.154).
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Linguagem de Saramago “Moveu-se Baltasar para deixar ver Blimunda, era o que ele pensava, mas Marta Maria viu primeiro o que ainda não tinha visto, talvez até pressentido no frio desconforto do ombro, o ferro em vez de mão, porém ainda não distinguiu o vulto à porta, pobre mulher, dividida entre a dor que a mutilava naquele braço e a inquietação doutra presença, de mulher também, e então Blimunda afastou-se para que cada coisa acontecesse a seu tempo e cá de fora ouviu as lágrimas e perguntas, Meu querido filho, como foi, quem te fez isto, o dia ia escurecendo, até que Baltasar veio à porta e a chamou, Entra, acendia-se dentro de casa uma candeia, Maria Marta ainda soluçava de mansinho, Minha mãe, esta é a minha mulher, o nome dela é Blimunda de Jesus”. (pág. 138 ) Frases muito longas – Utiliza frases muito longas que aproximam o texto ao discurso oral, acabando por dificultar a leitura da obra e a compreensão da informação. Nota-se aqui o uso do discurso direto livre, em que a voz da personagem penetra na estrutura do discurso do narrador, como se ambos falassem. Frases muito longas, pontuação e linguagem Linguagem oralizante, por vezes familiar (coloquial) pois o autor infringe todas as regras da escrita.
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Linguagem de Saramago “(…)por isso ficaram todos calados, era altura de começarem todos a falar, Não conheci o meu pai, acho que já tinha morrido quando nasci, minha mãe foi degredada para Angola por oito anos, só passaram dois, e não sei se está viva, nunca tive notícias, Eu e Blimunda vamos ficar a viver em Mafra, a ver se arranjo uma casa, Não vale apena procurares, esta dá para os quatro,(…)”(pág. 139/140) Discurso direto livre Nas passagens do discurso direto, o autor elimina o travessão, os dois pontos e as aspas e substitui o ponto de interrogação e outros sinais de pontuação pela vírgula, o que acontece não só no discurso direto, mas também no restante discurso, cabendo ao leitor esta “descodificação” de sinais de pontuação: as exclamações e as interrogações são proferidas pelas personagens (mas não são referidas pelo narrador) e o leitor deve ser capaz de demarcar as suas manifestações e de descobrir a sua presença.
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Linguagem de Saramago Pleonasmos Múltipla adjetivação Metáforas Antíteses Hipérbatos Recursos expressivos “(…) com aquele cabelo ruço, injusta palavra, que a cor dele é a do mel, e os olhos claros, verdes, cinzentos, azuis quando lhe dava frequente a luz, e de repente escuríssimos, castanhos de terra, água parda, negros se a sombra os cobria ou apenas aflorava, (…) ”(pág. 139)
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Linguagem de Saramago Paralelismo Enumerações Polissíndeto Jogo de palavras Recursos expressivos “(…) mas de preces contam-se por milhões, agora vai à casa do noviciado da Companhia de Jesus, agora à igreja paroquial de S.Paulo, agora faz a novena de S. Francisco Xavier, agora visita a imagem de Nossa Senhora das Necessidades, agora vai ao convento de S. Bento dos Loios, e vai à igreja paroquial da Encarnação, e vai ao convento da Conceição de Marvila, e vai ao convento de S. Bento da Saúde, e vai visitar a imagem de Nossa Senhora da Luz, e vai à igreja do Corpo Santo, e vai à igreja de Nossa Senhora da Graça, e à igreja de S. Roque, e à igreja da Santíssima Trindade, e ao real convento da Madre de Deus, e visita a imagem de Nossa Senhora da Lembrança, e vai à igreja de S. Pedro de Alcântara, e à igreja de Nossa Senhora de Loreto, e ao convento do Bom Sucesso (…)” (pág.151) “…descobriu-se el-rei e pai e, tendo-se descoberto e coberto outra vez…”
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Linguagem de Saramago Podemos também verificar um jogo de palavras e de conceitos no pensamento da mãe de Sete-Sóis. Por exemplo, “Deveria isto bastar, dizer de alguém como se chama e esperar o resto da vida para saber quem é, se alguma vez o saberemos, pois ser não é ter sido, ter sido não é será…” (pág. 138) Estão presentes também ditos populares: “Deus tanto compensa o pouco como reduz o muito.”(145) Jogos de palavras e ditos populares
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Linguagem de Saramago A frequência de verbos no presente e futuro do indicativo, demonstram um narrador omnisciente: “É, acontece”; “vai desforrar-se”. Presente e futuro do indicativo
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Conclusão A realização deste trabalho permitiu-nos criar um maior gosto pela obra de Saramago e entendê-la um pouco melhor. O capítulo X foi bastante interessante de analisar, porque ilustra alguns aspetos significativos da relação entre D. João V e de D. Maria Ana, o que nos elucida verdadeiramente sobre o distanciamento amoroso entre ambos e a frieza para com os filhos, como no funeral do infante D. Pedro. Saramago ao longo da obra e do episódio analisado refere outra história de amor, a de Blimunda e Baltasar, que possibilita a comparação com a história de “amor” dos reis, acentuando as diferenças entre os dois pares.
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Referências bibliográficas Internet: - http://esjapportugues.blogs.sapo.pt/7166.htmlhttp://esjapportugues.blogs.sapo.pt/7166.html - http://www.slideshare.net/l.arruda/memorial-do- convento-presentationhttp://www.slideshare.net/l.arruda/memorial-do- convento-presentation - http://www.exames.orghttp://www.exames.org - http://pt.scribd.com/doc/2254/Memorial do conventohttp://pt.scribd.com/doc/2254/Memorial
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Fim Trabalho elaborado por: Inês Oliveira Patrícia Costa Rui Silva Solange Marques
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