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PublicouRita Gusmão Guimarães Alterado mais de 7 anos atrás
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Amor é um fogo que arde Amor é um fogo que arde Camões
Corrente renascentista
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Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos mortais corações conformidade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
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Petrarquismo em Camões
António José Saraiva: Talvez nenhuma literatura tivesse petrarquizado tanto como as da Península Ibérica, onde não houve nenhum Ronsard [ , “o Petrarca francês“]. E talvez na Península Ibérica ninguém fosse mais petrarquista que Camões. Frequentemente, o nosso Poeta repete, numa forma talvez menos voluptuosa, mas com maior intensidade de luz e recorte mais nítido, o ideal que o italiano apurara sobre a herança provençal. É um mover de olhos brando, piedoso e abstracto, um gesto sereno, um à-vontade encolhido, um «repouso gravíssimo e modesto»; uma fala rara e suave que suspende as vidas, uma «presença moderada e graciosa». Como Laura, esta imagem aparece associada às manifestações da natureza primaveril, que lhe servem de cortejo. (Luís de Camões - Estudo e Antologia, Lisboa: Bertrand 1980: 56s)
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Amor Platónico A ideia do amor platónico tem raízes na poesia trovadoresca e na poesia de Petrarca. O amor platónico em Camões está diretamente ligado à conceção do amor em Petrarca, que possui raízes essenciais e remotas na filosofia de Platão. De acordo com a teoria transcendente do amor platónico, o amor é uma aspiração que engrandece o espírito do poeta; o que o verdadeiro amante busca no ser amado é o reflexo de um Bem supremo que existe em estado absoluto no mundo Ideal. O amor não pode nunca ser consumado, pois tem de ser sempre sofrimento e desejo insatisfeito.
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Tema: AS CONTRADIÇÕES DO AMOR
Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos mortais corações conformidade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor? O poeta expõe as contradições do amor. Como pode este sentimento harmonizar dois corações. Sendo afinal tão contraditório? Este tema das contradições do amor, expresso por antíteses à maneira petrarquista, é um lugar comum da lírica europeia quinhentista para evidenciar a impossibilidade de definir o amor. TEMA Soneto petrarquista, cujo tema é o amor, definido como um sentimento contraditório, mas ainda assim procurado pelos corações humanos.
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Assunto Neste poema, o sujeito poético tenta dar uma definição de amor, à maneira petrarquista, através de uma série de metáforas e antíteses bastante sugestivas. Ele joga de forma artística com a palavra Amor que abre e fecha o poema, para chegar à conclusão de que é impossível definir o amor. Síntese Voltar
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Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos mortais corações conformidade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor? Amor Desperta reacções/sentimentos contraditórios Impossibilidade de definir este sentimento (Ver as três primeiras estrofes) De realçar são: - a circularidade do poema: palavra inicial/final - a funcionalidade da anáfora (verbo “ser”) - as relações lexicais - os tipos de frase utilizados - a funcionalidade do conector “mas” no início do último terceto - a descodificação da palavra “amizade” - a expressividade da sucessão de oxímoros - a interrogação retórica
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Circularidade do poema
Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos mortais corações conformidade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor? A palavra Amor , utilizada no início e no fim do poema, exprime o tema deste e expressa a vontade que o poeta tem de falar deste sentimento. A repetição da palavra “amor” está também ao serviço de uma descrição mais pormenorizada deste sentimento. Progressão para a interrogação retórica Ao longo do poema, vamos percebendo que este nos leva para uma questão. Essa pergunta é dirigida a todos os leitores, tendo sido formulada para suscitar reflexão e não propriamente para se obter uma resposta para a mesma. (última quadra)
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Significado da palavra “amizade”
Neste poema, a amizade surge como um sentimento contrário ao amor e o sujeito poético dá-lhe mais importância, como se pode ver pela repetição sucessiva da palavra. Assim, a amizade surge como uma impossibilidade face ao amor, ou seja, são sentimentos contrários. Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos mortais corações conformidade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor? Funcionalidade do conector no início do segundo terceto - A palavra “mas” é utilizada no início do segundo terceto para exprimir uma ideia contrária a acrescentar às restantes. - Marca uma oposição, neste caso entre o amor e a amizade, destacando também a questão levantada.
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Todo o soneto é uma tentativa de conceituar o amor
Amor é um fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder. É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor? amor é sofrimento 1º momento (vv.1-11) Fazem-se onze tentativas de definição do amor através de frases declarativas afirmativas. amor é desprendimento amor é doação 2º momento (vv.12-14) As tentativas anteriores são superadas por uma interrogação retórica final que apresenta o amor como um sentimento contraditório. amor é paradoxo O poema se encerra com uma indagação: Como as pessoas podem gostar de uma coisa tão contrária a si mesma como o amor?
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Trata-se de um entendimento original do amor?
um fogo que arde ferida que dói um contentamento dor um não querer mais um andar solitário um nunca contentar-se um cuidar que ganha querer estar preso servir a quem vence ter lealdade Trata-se de um entendimento original do amor?
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Nos onze primeiros versos, o sujeito poético apresenta onze tentativas para definir o amor.
1. fogo que arde sem se ver 2. ferida que dói e não se sente 3. contentamento descontente 4. dor que desatina sem doer 5. não querer servir a quem vence o vencedor 6. andar solitário entre a gente 7. nunca contentar-se de contente 8. cuidar que se ganha em se perder 9. querer estar preso por vontade 10. servir a quem vence o vencedor 11. ter com quem nos mata lealdade O sujeito poético procurou, sem sucesso, definir o amor. Todas as tentativas de definição apontam para o facto do amor ser um sentimento contraditório. Não é de estranhar, portanto, a pergunta com que o sujeito poético encerra o poema. Sendo o amor tão contraditório e impossível de definir como pode ser sistematicamente procurado pelos “corações humanos”, isto é, como é que as pessoas podem continuar a apaixonar-se?
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Síntese - natureza contraditória do Amor
Definição do Amor Amor é: um fogo que arde sem se ver ferida que dói e não se sente um contentamento descontente dor que desatina sem doer um não querer mais que bem querer um andar solitário entre a gente um nunca contentar-se de contente cuidar que se ganha em se perder querer estar preso por vontade servir a quem vence o vencedor ter com quem nos mata lealdade Síntese - natureza contraditória do Amor "Tão contrário a si é o mesmo amor?"
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Como é que se consegue inovar?
O poeta desenvolve a definição de Amor através de um pensamento antitético. A antítese é uma figura de estilo pela qual se aproximam dois pensamentos de sentido contrário (triste e leda, branco e preto, dia e noite). O oxímoro (oxy – agudamente + morós - néscio) consiste na fusão num só enunciado de dois pensamentos que se excluem mutuamente. Espécie de antítese concentrada ou reforçada (ex. ilustre desconhecido) (expressão de um paradoxo) Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos mortais corações conformidade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
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Como é que se consegue inovar?
Fogo que arde Manifestação Invisível Sem se ver Ferida que dói Sofrimento Insensível E não se sente Contentamento Felicidade Infeliz Descontente Dor que desatina Indolor Sem doer Não querer mais Humildade Ambiciosa De bem querer Andar solitário Isolamento Acompanhado Entre a gente Nunca contentar-se Insatisfação Satisfeita De contente Cuidar que ganha ilusão Frustrada/ desfeita Em se perder Querer estar preso liberdade Limitada Por vontade É o vencedor servir Devoção/ dedicação Imerecida A quem vence Ter lealdade fidelidade Traída Com quem nos mata
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O soneto divide-se em duas partes lógicas:
ESTRUTURA INTERNA Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos mortais corações conformidade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor? O soneto divide-se em duas partes lógicas: 1ª parte – duas quadras e 1º terceto – fazem-se onze tentativas de definir o amor 2ª parte – 2º terceto – as onze tentativas de definição anteriores são superadas por uma interrogação retórica final que apresenta o amor como um sentimento contraditório.
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“Mas” – a conjunção adversativa provoca um corte com o que anteriormente foi dito.
1ª parte: definição do Amor | 2ª parte: chave de ouro – conclusão. 1ª quadra : sentimento - deseja explicitar o amor enquanto sentimento Nomes concretos / nomes abstractos {estatismo} 2ª quadra : ponto de vista de quem ama - amador Infinitivos substantivados{dinamismo} 1º terceto: relação (subentendida) entre duas pessoas: está-se preso a alguém serve-se um vencido é-se leal a quem nos mata 2º terceto: complexidade do amor – sentimento contrário a si mesmo um (artigo indefinido) parte, diversidade mesmo todo, unidade Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos mortais corações conformidade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
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A B C D AP EA JP Amor é um fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder. É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor? Soneto 43, publ. 1598 11 definições lapidares com frases afirmativas. Cada definição contém 1 oposição de carácter variável: AP – Afirmações paradoxais EA – Expressões antónimas JP – Jogos de palavras da mesma família Chave de ouro: Adversativa «mas» introduz paradoxo final.
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Def. do amor através de metáforas antiteticamente dispostas em paralelismo anafórico e de iterações/repetições. Efeito circular: amor abre e fecha o soneto. JP: Metáforas in praesentia = afirmação de equivalência a partir de núcleos sémicos comuns. Amor é um fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar se de contente; é um cuidar que ganha em se perder. É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor? Única afirmação concreta na forma de oração condicional / interrogação: “Como pode o amor harmonizar duas pessoas, sendo tão contraditório?”
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Amor é um fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar se de contente; é um cuidar que ganha em se perder. É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor? Amor como fonte de contradições: Vida vs. Morte Esperança vs. Desengano Conflito com a vivência sensual desse mesmo amor. Amor é inefável, mas, assim mesmo, fundamental à vida humana.
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Camões procura definir o amor, lançando mão de variados recursos:
Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos mortais corações conformidade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor? a) Antíteses – onze primeiros versos; b) Anáfora – forma verbal “é” (2º a 11º versos); c) Enumeração – estados psíquicos contraditórios a que o amor pode levar, de forma a identificar a sua principal característica; d) Interrogação Retórica Final – apresenta a característica que verdadeiramente distingue o Amor; e) Metáfora – encarece a força do sentimento amoroso: “Amor é um fogo…” e “…é ferida”; f) Artigo Indefinido – adequado à natureza indefinível do sentimento descrito e que sugere semelhança; g) Verbo substantivado – a sugerir vida: “É um não querer…” “É um andar” "É um nunca contentar-se” “É um cuidar”
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declarativas afirmativas
O sujeito poético procura definir o amor. Para isso utiliza vários recursos: final do último terceto “Se tão contrário a si é o mesmo Amor?” de forma a sugerir actividade, vida: “É um não querer…” ao longo das duas quadras e do primeiro terceto adequado à natureza indefinível do sentimento descrito - Um Verbos substantivados Interrogação retórica Frases declarativas afirmativas Uso do artigo indefinido Enumeração Metáfora Anáfora Antíteses que reforça a força do sentimento amoroso: “Amor é um fogo..’ dos estados psíquicos contraditórios a que o amor pode levar, de forma a identificar a sua principal característica (a contradição); podes constatar isto nos onze primeiros versos. onze primeiros versos “Amor é fogo que arde sem se ver” da forma verbal “é”, no início do 2º até 11º verso
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Funcionalidade da anáfora
A anáfora resulta da repetição da mesma palavra no início de cada verso. Neste caso, a anáfora é originada pela repetição de uma forma do verbo ser (“é”). Esta tem a função de introduzir o predicado, evitando também a repetição da palavra “amor”. Esta construção anafórica facilita a descrição mais deste sentimento tão contraditório. Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos mortais corações conformidade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor? Sucessão de oxímoros Há vários oxímoros neste poema. Os oxímoros são conceitos opostos que estão presentes numa só expressão (“é ferida que dói, e não se sente”).
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Análise Formal Este poema é um soneto porque é constituído por duas
Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor? Q U A D R S T E C O Este poema é um soneto porque é constituído por duas quadras e dois tercetos.
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Análise Formal Os versos são decassílabos, isto é, versos que têm dez sílabas métricas. Trata-se da medida nova. Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor? É / um / con /ten /ta /men /to/ des/con/ten/ (te)
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Esquema rimático e tipo de rima
Análise Formal Esquema rimático e tipo de rima Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor? A B C D A rima é interpolada e emparelhada nas quadras como se pode verificar no esquema rimático ABBA. Nos tercetos a rima é interpolada como se vê no esquema rimático CDCDCD
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Plano morfológico Princípio e fim: Amor Repetições: Amor – 2 vezes
Amor é um fogo que arde sem se ver, É ferida que dói, e não se sente; É um contentamento descontente, É dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; É um andar solitário entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É um cuidar que ganha em se perder. É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor? Princípio e fim: Amor Repetições: Amor – 2 vezes É – vezes Que – 5 Um - 5 É – 12 vezes Relação um / mesmo coincidentia oppositorum
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Plano Fonológico Amor é um fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói, e não se sente; É um contentamento descontente, É dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; É um andar solitário entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É um cuidar que ganha em se perder. É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor? Amor é um fogo que arde sem se ver, É ferida que dói, e não se sente; É um contentamento descontente, É dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; É um andar solitário entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É um cuidar que ganha em se perder. É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
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Fim Disciplina: Português Prof.ª: Helena Maria Coutinho
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