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Há muito, muito tempo, no tempo em que os animais falavam, vivia na Lourinhã uma família de porquinhos. Esta família tinha três irmãos: o Palhinhas, o.

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2 Há muito, muito tempo, no tempo em que os animais falavam, vivia na Lourinhã uma família de porquinhos. Esta família tinha três irmãos: o Palhinhas, o Rabinho Torto e o Bolota. Os três irmãos eram o orgulho dos pais. Eram bonitos, gordinhos e bem comilões. Estes três irmãos gostavam muito de comer e de brincar à apanhada e às escondidas com a sua amiga Lourinha.

3 O tempo passou e os porquinhos cresceram.
A certa altura, os pais resolveram comprar um terreno para cada um dos irmãos construir a sua casa. Num belo dia de manhã, os porquinhos saíram da Lourinhã para começar a sua viagem. Iam a sair, quando encontraram a sua amiga Lourinha que decidiu ir com eles para ver onde era o terreno de cada um para ir lá visitá-los. Iam todos muito contentes pelo caminho numa grande cantoria.

4 Quando chegaram ao Nadrupe, o porquinho Palhinhas, que tinha aqui o seu terreno, despediu-se dos irmãos e eles continuaram a sua viagem. A Lourinha decidiu ficar com o Palhinhas porque estava muito cansada e ainda tinha que voltar para casa. O Palhinhas e a Lourinha em vez de começarem a fazer a casa, passaram o dia a brincar e a tocar flauta. Quando chegou a noite, eles não tinham onde dormir. A Lourinha resolveu ficar com o Palhinhas. Afinal não ia deixar o seu grande amigo sozinho à noite, num sítio estranho. Resolveram ir à aldeia para procurar um sítio para dormir.

5 Encontraram uma escola e resolveram dormir no alpendre
Encontraram uma escola e resolveram dormir no alpendre. Adormeceram tão profundamente que só acordaram com as vozes dos meninos que, no dia seguinte de manhã, chegaram à escola. Os meninos ficaram tão contentes com aquela inesperada visita que convidaram a Lourinha e o Palhinhas para passarem o dia com eles.

6 À tarde, depois da escola, o Palhinhas e a Lourinha foram fazer a casa, pois nessa noite já não podiam dormir no alpendre da escola porque o chão era muito duro. Mas eles tinham muita pressa, pois os meninos da escola estavam à espera deles para irem brincar no largo do cruzeiro. Então, pegaram em palha, fizeram a casa num instantinho e lá foram eles a correr para o largo do Nadrupe.

7 Nesse dia, à noite, o Palhinhas e a Lourinha estavam a jantar, quando de repente, ouviram bater à porta. A Lourinha foi espreitar à janela e apanhou um valente susto. Era o Lobo Mau! Não responderam, com esperança que ele se fosse embora. Mas o lobo era muito teimoso e não parava de dar valentes murros na porta. Zangado porque o Palhinhas e a Lourinha nem sequer lhe respondiam, o Lobo Mau deu um grande sopro e a frágil casa de palha do Palhinhas foi abaixo.

8 Assustados, o Palhinhas e a Lourinha fugiram do Lobo Mau e foram a correr o mais depressa que podiam para pedirem ajuda ao Rabinho Torto, que estava no Toxofal de Baixo.

9 Quando chegaram, pararam na escola para perguntar se sabiam onde estava o irmão porquinho Rabinho Torto. - Bom dia meninos! – disse a Lourinha. - Bom dia! – responderam todos.

10 O Palhinhas perguntou:
- Ó amiguinhos viram por aí o meu irmão Rabinho Torto? Por sorte estava perto pois tinha construído uma casinha de madeira mesmo atrás da escola. Os meninos explicaram onde era e eles lá foram. Chegaram lá, bateram à porta, entraram e avisaram o Rabinho Torto de que o Lobo estava próximo. - Ele vem aí! – disse o Palhinhas muito aflito. Entretanto, o lobo chegou ao Toxofal de Baixo e por coincidência dirigiu-se também à escola para perguntar pelos porquinhos. Os meninos que são muito espertos, deram-lhe uma resposta errada, disseram-lhe que o Palhinhas e a Lourinha estavam em casa do Rabinho Torto no Toxofal de Cima.

11 O lobo foi-se embora, mas quando ía a passar na estrada reparou numa casinha de madeira atrás da escola e viu a cabeça de um porquinho na janela… - Olá…! Aqueles meninos enganaram-me! São uns malandros… Afinal eles estão aqui! Já lá vou ter… Dirigiu-se para a casa de madeira, bateu à porta e disse: - Abram a porta que eu sou o Lobo e quero entrar. Os porquinhos e a Lourinha ficaram a tremer de medo mas não abriram a porta.

12 - Vai-te embora. – disseram todos.
Então o Lobo deu um valente pontapé na porta e conseguiu abri-la. Os porquinhos e a Lourinha correram, correram e fugiram para o Sobral. - Ai, ai, o Lobo! - Ai, ai o Lobo! O Lobo antes de ir atrás deles gritou para os meninos da escola: - Vocês enganaram-me seus malandros! E enquanto o lobo se afastava em direcção ao Sobral, os meninos da escola ficaram a rir mas ao mesmo tempo a desejar que o lobo não os conseguisse apanhar. Foi então que o Abílio se lembrou de telefonar a avisar que o Lobo andava aí…

13 O Palhinhas, Rabinho Torto e a Lourinha, ao chegarem ao Sobral, foram à procura da casa do Irmão Bolota. Ao longe, viram uma casa muito bonita, feita com tijolos, um telhado e até uma chaminé. Os dois irmãos e a Lourinha, bateram à porta e pediram ajuda.

14 O irmão abriu-lhes a porta para os proteger.

15 O lobo, depois de muito andar, encontrou a casa de tijolo onde estavam abrigados os três irmãos e a Lourinha.

16 Bateu à porta mas os porquinhos não o deixaram entrar
Bateu à porta mas os porquinhos não o deixaram entrar. Então, o lobo, olhou para o telhado e resolveu subir pela chaminé.

17 Ao chegar ao cimo espreitou pelo buraco e sentiu o calor que vinha lá de baixo.

18 Com receio de se queimar, afastou–se e escorregou, caindo do telhado para o chão. Começou a uivar cheio de dores.

19 A Lourinha, ao ouvi-lo, espreitou pela janela e viu que o lobo estava magoado. Então pediu aos porquinhos para irem ajudá-lo. Os três irmãos e a Lourinha, receosos, aproximaram-se e perguntaram-lhe se precisava de ajuda. Depressa perceberam que tinha a pata partida. Fizeram uma maca de madeira e levaram-no para a Clínica Veterinária da Lourinhã .

20 E assim conseguiram ajudar o lobo a ser tratado.
Ao sair da Clínica, o lobo encontrou–se com os porquinhos e a Lourinha e contou-lhes que não lhes queria fazer mal. Apenas procurava amigos para brincar.

21 A partir dessa altura, os cinco ficaram amigos inseparáveis.


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