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PROF. DR. WILLIAM CESAR CASTILHO PEREIRA.

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Apresentação em tema: "PROF. DR. WILLIAM CESAR CASTILHO PEREIRA."— Transcrição da apresentação:

1 PROF. DR. WILLIAM CESAR CASTILHO PEREIRA.
DIOCESE DE BRAGANÇA PAULISTA FORMACAO PERMANENTE DOS PRESBÍTEROS Outubro de Sofrimento Psíquico dos Presbíteros Pecado – Loucura Hermenêutica do mal PROF. DR. WILLIAM CESAR CASTILHO PEREIRA.  

2 Freud descreve a origem da civilização como resultado do recalcamento das pulsões e, consequentemente, do aparecimento das neuroses. Assim, a neurose seria a dedução de que a felicidade é uma aspiração irremediavelmente condenada ao fracasso.

3 Na civilização, o ser humano experimenta um forte sentimento de desamparo e desproteção, fazendo o sujeito buscar infinitas formas de ilusão, para apaziguar a angústia. Diante da constatação de que viver é difícil e muitas vezes penoso, tudo se reduziria à procura de paliativos para suavizar essa dor da angústia. Pelo menos quatro deles são enumerados por Freud:

4 2. outros, perseguirão as atividades artísticas e culturais;
1. Alguns sujeitos buscarão as atividades científicas; 2. outros, perseguirão as atividades artísticas e culturais; 3. um grupo irá atrás do prazer rápido, imediato: drogas. 4. uma grande parcela da humanidade buscará na religião a resposta para a existência.

5 Quando a busca de sentido pela via religiosa transforma-se num fetiche ou cria deformações da realidade, alienando o sujeito, essa tentativa está naturalmente condenada ao fracasso. Não é de se estranhar que uma parcela significativa de indivíduos busque a religião como fuga e estabeleça um laço neurótico e até perverso com a experiência religiosa.

6 A questão do limite na vida humana
1. A expulsão de Adão e Eva do Paraíso. Kierkegaard. A angústia do ser humano é uma consequência de sua absoluta ambiguidade: Divindade parcial na criação, a beleza de seu rosto e de seu nome. De outro lado, a consciência do terror do mundo e de sua morte. Ferida ao seu limite: Filáucia – Vaidade – Narcisismo

7 A METÁFORA DO PARAÍSO “ No dia em que vocês comerem o fruto, os olhos de vocês vão se abrir, e vocês se tornarão como deuses, conhecedores do bem e do mal”. (Gêneses, 3, 5)

8 LIMITE EXCESSO METÁFORA DO PARAÍSO Pecado Mal Soberba Seres Humanos
Vaidade LIMITE EXCESSO Seres Humanos Não podemos negar nossa humanidade. Reconhecer e viver nossos limites. Aceitar ser gente. Angustia NARCISISMO Morte O Pecado é a hermenêutica do MAL

9 OS SETE PECADOS CAPITAIS – NOVOS VÍCIOS CAPITAIS
SOBERBA IRA PREGUIÇA AVAREZA Filáucia Vaidade Orgulho Presunção Narcisismo Voto de obediência Agressividade Violência Ferida Narcísica Conformismo Tédio Depressão Ganância Acumulação excessiva Apego ao dinheiro e objetos Apropriar INVEJA GULA LUXÚRIA Invídia Doença do olhar Desejar o que o outro roubou de mim Consumismo Voracidade Ambição Compulsividade Devorar Prazer desmensurado Sexomania

10

11 2. Piedade Popular: Salve Rainha.
A vós bradamos os degredados filhos de Eva. A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eis, pois, advogada nossa,...

12 3. A experiência de angústia e morte em Jesus Cristo
Mateus: 10, 39. Quem tiver a própria vida assegurada perdê-la-á e quem perder sua vida por minha causa vai achá-la. Marcos: 14, 33. Ele leva consigo Pedro, Tiago e João. E começou a experimentar medo e angústia. Ele lhes disse: minha alma está triste a ponto de morrer. Permanecei aqui e vigiai. E, indo um pouco mais longe, caiu por terra e orou para que, se possível, esta hora passasse longe dele. Dizia: Pai, tudo te é possível, afasta de mim esse cálice.

13 4. A experiência dos místicos:
Os místicos vivenciam a “doença” da separação. Um modo de viver da ausência; unidade perdida onde se vive a desolação e a consolação, aproximação e separação, luto, trevas e luz. Noite escura. 5. O Existencialismo: Martin Heidegger e Jean Paul Sartre. O ser e o nada. O ser humano dilacerado por situações problemáticas, como a finitude e a morte.

14 6. A Virilidade em crise. 1. A virilidade diante da medicina, da morte; 2. A fábrica da virilidade: potencia muscular, fisiocultura, indústria alimentar e de de filmes pornográficos, esportes radicais; 3. Obsessões viris que assombram a impotência; 4. O corpo esbelto, sarado e jovem para o corpo enrugado, amolecido e com cicatrizes da idade; 5. A hipermasculinidade como recusa do macho, da autoridade patriarcal, patrimonial e da morte. 6. Alter Ego para Alteris-ego

15 7. Os poetas: Chico e Gil Pai afasta de mim esse cálice.
De vinho tinto de sangue. Como beber dessa bebida amarga, Tragar a dor, engolir a labuta Mesmo calada a boca, resta o peito. 8. A Psicanálise: Freud, Jung, Rank e Lacan. A castração simbólica. A figura do Pai como representante da interdição, da lei e que proíbe a simbiose do filho com a mãe. Negar o seu medo de perder o apoio e de ficar sozinho, indefesa, desamparado e amedrontado. Sua majestade o neném: A negação da morte como ferida narcísica.

16 9. Economia Capitalista:
O Deus dinheiro: consumir, devorar e drogar. 10. Economia Solidária: Agricultores familiares em cooperativas, redes e sistemas produtivos, moeda comunitária e finanças solidárias para comercialização e consumo. Incubadoras Populares e Universidade Popular. Rede de solidariedade. 11. A Utopia Cristã: O vazio da angústia como caminho da experiência de Deus.

17 Entretanto, sem negar a angústia inerente a todo sujeito, a vida religiosa pode ser uma expressiva busca de sentido para o ser humano, através da experiência de Deus. Ou, a experiência religiosa, ao contrário, pode aproximar-se de uma ilusão infantil, repleta de sentimentos de culpa e falseamento da realidade, como nos delírios de perseguição e de grandeza marcados pelos distúrbios narcisistas e de vaidade.

18 PECADO - DOENÇA MENTAL HERMENEUTICA DO MAL
Introdução Poder se ia então ficar surpresos, e perguntar por que um psicólogo que se dedica aos cuidados dos que sofrem psiquicamente, põe na cabeça de falar de pecados capitais, o que poderia ele ensinar a vocês, aquilo que interessa da teologia, das ciências das religiões, ou em todos os casos da moral cristã?

19 O que tem, pois, haver com a psicologia, a noção cristã de pecado?
Porque exumar estes pecados, que frequentemente ocupam as boas páginas de revista, e são inspirados de numerosos cenários de filmes? Shopping Center: o centro dos 7 pecados O que tem, pois, haver com a psicologia, a noção cristã de pecado?

20 A gula, o orgulho, a avareza, a preguiça, a inveja, a cólera, a luxúria,
São exacerbações das paixões que, a psicologia encontra todos os dias em sua prática. Os pecados capitais, podem ser a ocasião, a partir da qual cada um dentre eles, evoca em nós, representações claras, fixas como eles são “Os Caracteres”, de aspectos do nosso comportamento, ou das nossas paixões , de se interrogar sobre o que eles dissimulam.

21 PECADO Tropeçar –Tropicar – Dar Passo em Falso – Enganar-se. Difere da lei divina. Rompimento da amizade entre Deus e o ser humano.

22 DOENÇA MENTAL Psicopatologia – Doença – Nosologia Psiquiátrica – Distúrbio de Comportamento – Doido. Tratamento: modelo médico – negação da palavra. Hospitalização em Hospício. Exclusão.

23 HERMENEUTICA DO MAL O pecado só se entende como uma hermenêutica do mal, interpretação do que é mal. Esta interpretação não está dada, a priori, então não são regras e leis que vão determinar o bem ou o mal, mas nós temos que ter um critério básico que a humanidade, de modo geral, tem que é a vida, o viver e o bem viver. A Ética Cristã.

24 Uma breve história dos pecados capitais
Eles são sete, um número sagrado como também os sete sábios ou as sete virtudes. Por acaso nós os conhecemos? Gula, orgulho, avareza, inveja, preguiça, cólera, luxúria, ei-los. Muito orgulhosos de terem atravessado os séculos e inspirado ainda os escritores, pintores, cineastas, psicólogos e psiquiatras. Ei-los no coração das revistas, novelas, e por causa deles muitos de nós se distrai. Mas, por acaso já perceberam? Somente a Igreja não fala tanto sobre isso? Ou, pelo menos fala de uma forma infantil visando incutir o medo.

25 Quatro deles implicam no Desejo voraz de possuir:
Gula Avareza Inveja Luxúria Quatro deles implicam no Desejo voraz de possuir: Cólera Preguiça/depressão Desespero de não ser o melhor: soberba, orgulho Três deles implicam em frustrações:

26 O Neoliberalismo e o Pecado
Frente ao mal, não refletimos ou pensamos; É a lei do progresso que descansa sobre a morte e a destruição; Há uma indústria de subjetividade que gera gozo e apetite; A grande religião é o neocapitalismo do consumo. Deixamos os pecados capitais e assumimos os pecados do capital; A concupiscência é a infinitude do apetite ilimitado; A mitificação do proibido e do recalcado versus o prazer da transgressão. Banalização do mal. Medo de não alcançar a meta ideal narcísica.

27 O ORGULHO - VAIDADE “É preciso definir o orgulho como uma paixão que faz com que tudo aquilo que esta no mundo seja menos valorizado do que si mesmo. Vaidade. A autoestima, se manifesta por uma satisfação que nós temos de ser nós mesmos”, uma autoestima, ela acredita “facilita a aceleração de nosso potencial como ser humano e esta na base de relações amorosas satisfeitas de conquistas sociais e profissionais. Parece superior, mas está obcecado pela inferioridade. Eu mereço que aquilo que eu faça de certo e porque eu não hesito a me consagrar aos esforços necessários.

28 Vaidade como inchaço de si. O inchaço é grande, mas, não é são.
Vaidade é a locomotiva de todas as fraquezas. Não é apenas orgulho de si, mas, menosprezo do outro. Não te reconheço. É a negação do Mistério da Encarnação. O soberbo é uma mistura de ignorância. Soberba racial, econômica, intelectual, sexual, etária e religiosa. O maior drama do vaidoso é ser desmascarado. É a excitação de sermos como Deus. Há um complexo de inferioridade.

29 “Experimente mostrar em que consiste cada pecado e verá que não poderá
encontrar algum que possa ser definido soberba. O raciocínio é esse, cada pecado se não me engano é o desprezo de Deus? E toda forma de desprezo de Deus, é soberba”. Que coisa de fato é mais soberba do que desprezar Deus? Portanto, todo pecado é soberba e por causa dessas motivações que os Padres a consideram como a rainha dos vícios, a raiz da árvore da qual se desenvolve toda espécie de fruto mal. “Em alguns, há um cuidado exibicionista da liturgia, da doutrina e do prestígio da Igreja, mas não se preocupam que o Evangelho adquira uma real inserção no povo fiel de Deus e nas necessidades concretas da história. Assim, a vida da Igreja transforma-se numa peça de museu ou uma possessão de poucos. Excesso de veste é mundanismo espiritual”.(E.G. 95)

30 Narcisismo afeta 1. A Exaltação, Status, 2. A Euforia
3. O Triunfo, Honra, Aparência Estética do Corpo, Vestes 4. O Sentimento Oceânico 5. A Despersonalização 6. Vivencia Depressiva 7. Vergonha 8. Fúria - Ira

31 Um senso grandioso de importância (por exemplo , exagera resultados e talentos, espera ser observado como superior sem uma adequada motivação; É tomado pela fantasia de ilimitado sucesso , poder, fascínio, beleza e amor ideal. O Fanatismo é uma patologia da fé e cresce nas extrapolações emocionais com traços histéricos ou paranoicos: anjos ou demônios demais. Crer ser “especial” e único, de dever frequentar e poder ser entendido somente por outras pessoas ou instituições especiais ou de classe elevada; Aproveitamento interpessoal, se aproveita dos outros para objetivos próprios; Falta de apatia, é incapaz de reconhecer ou identificar-se com os sentimentos e as necessidades dos outros; Frequentemente é invejoso ou acredita que os outros o invejam; Mostra comportamentos e atitudes arrogantes e presunçosas

32 O orgulho ferido, a sensitividade.
Uma hipertrofia do orgulho, a megalomania. Os delírios do orgulhoso. Uma palavra sobre orgulho e mentira. A mitomania. Um pouco menos armados, “os sensitivos”, carregam dolorosamente feridas do orgulho, e encontram saídas apenas no sofrimento e na depressão. Sobra ainda o caso da hipertrofia do orgulho, essa megalomania que faz com que por falta de méritos excepcionais, nós os inventemos, e nos persuadamos em ter as qualidades, e destinos grandiosos. Como fazem os mitomaníacos, produzem para si mesmo e para os outros fabulosas mentiras, que enganam os espectadores, e se enganam a si mesmo também. Estes são para a psiquiatria os avatar do orgulho que da legítima autoestima de ser aquilo que se é, pode conduzir aos transbordamentos mórbidos da satisfação exagerada de si mesmo.

33 A LUXÚRIA A procura desenfreada pelos prazeres sexuais
A luxúria devolve à palavra a questão da sexualidade, os prazeres carnais, mais ou menos ao exercício de uma sexualidade dita “normal” ou ainda de uma maneira intensa com seus transbordamentos, seus excessos, suas desordens ou uma completa perda de controle. Os drogados do sexo: hipersexualidade e vício (addction) sexual Eis mais uma vez uma espécie de vício. Aqui não se trata da droga, nem do álcool, nem do jogo ou das compras que são objetos da dependência, mas da sexualidade sobre todas as suas formas, atividades sexuais numerosas invadem o espaço cotidiano e o pensamento, como por exemplo a necessidade compulsiva da pornografia, a qual a Internet da um acesso fácil, multiplicando os parceiros e as experiências, com a avidez pela novidade, conduzindo às descobertas das perversões, que são apenas um aspecto da sexualidade compulsiva.

34 O elemento “carnal” da soberba se aproxima dessa forma da luxúria.
Embora pareçam vícios aparentemente antitéticos, a sua ligação foi bem reconhecida pelos padres: a luxúria é por eles definida como a soberba do corpo, enquanto a soberba é a luxúria do espirito. O luxurioso é estruturalmente incapaz de encontrar o outro, de amá-lo. Ele é considerado um objeto para obter o prazer mediante a sedução, a conquista e humilhação. O sedutor se manifesta um sentido de superioridade gélido e frio diante do seduzido, estado de alma típico do soberbo é exatamente o oposto do enamorado, enlouquecido, tímido, frágil e pouco a vontade. O luxurioso busca o erotismo, mas não o amor, um instrumento de gozo, não o desejo de tornar o outro feliz: pode também infligir sofrimento, e disso tirar o maior gozo. A soberba e a luxuria tem em comum ausência de sentimentos como a doçura, comoção, afeto.

35 Particularmente, sobre a pornografia ela se caracteriza como contato imediato entre a imagem e o olho. O neocapitalismo exacerba o processo pornográfico, pois, tudo expõe como mercadoria e hipervisibilidade. É uma nova economia psíquica, que não se apoia mais no recalque, e, sim da exibição do gozo. A excessiva exposição é exploração. Não há mistério, descoberta e encantamento. É a recusa do erótico. O lugar do erótico de um corpo está precisamente lá onde a roupa se entreabre. Tudo é conhecimento irrestrito, exaustão psicológica do olhar, desencantamento repentino, perda do entusiasmo e paralisia da vitalidade da relação. A pornografia não é arte. É puro gozo que se manifesta sempre de forma excessiva, com um parente muito próximo, a dor. É uma combinação de (des) prazer e constrangimento. Sem amor. O amor sem lacuna é luxúria. É uma convivência sem segredo e totalmente morta - necrófila. O morto é frio e absolutamente transparente. O corpo que apenas se faz carne não é sublime, mas sim obsceno e promiscuo. Ao contrário, a palavra quando se faz carne é sublime e encarna o outro. “O verbo se fez carne e habitou entre nós”(João, 1, 1)

36 Frente aos desafios e obstáculos que a vida apresenta, a nova geração sente-se tentada a desistir de tanta procura vazia e sem sentido. O ativismo ou o investimento “no mais prazer (im)possível” é obsceno e supérfluo. Obsceno é biruta, sem gravidade, pura dispersão e dissociação temporal, desprovido de referência e sentido. O excesso é sempre irrupção de algo que escapole ao controle e à regulação da vontade, e que se impõe no psiquismo como um corpo estranho. Busca-se imperativamente a pílula da felicidade. Ao mesmo tempo, com a ameaça da fragmentação, há um segmento da juventude que revela tendência de refugiar-se no conservadorismo ou até em certo fundamentalismo. Na Igreja aumenta os jovens adeptos de atitudes de rigidez e autodefensiva. (EG: 45) Na vida política partidária, já são mais de três milhões de seguidores do deputado Jair Bolsonaro.

37 Da castidade impossível à luxuria maldita
O corpo pede sentido, palavra... O amor está ameaçado de anúncios de site de relacionamentos: - "você pode se envolver sem se vincular”; “é possível se apaixonar sem sofrer”; “concepção securitária do “amor”; “há uma correspondência entre a guerra “com morte zero” e o amor “com risco zero”. Evite qualquer busca de experiência singular ou profunda alteridade com que o amor é tecido. “Cultura dominante do visível, rápido, imediato, descartável e provisório”. (EG: 63)

38 Três estágios da existência
1. Estético: o amor enquanto sedução e repetição. É narcísico. O idêntico. 2. Ético: o amor enquanto reconhecimento do outro. A diferença. 3. Transcendência: o amor se enraíza em sua própria proveniência Divina. Confiança no nada.

39 Lacan: “não existe relação sexual"
1. Na sexualidade cada um está preso na sua própria imagem: o gozo será sempre o nosso próprio gozo. O sexual não une, separa. A realidade é narcísica, imaginária. 2. O amor vem suprir a falta dessa não relação imaginária. Ele exige palavra, vínculo, alteridade, diferença. 3. O outro sinaliza uma relação além do gozo, o desejo. É uma busca interminável e aventurosa. 4. O amor mostra que os sujeitos estão vinculados por algo além dessa relação que não existe. O duro desejo de durar.

40 Entre as causas de hipersexualidade, ou da adicção sexual, biológicas e psicopatológicas, o papel do abusos sexuais na infância parecem determinantes. Erotização do poder de dominar. As crianças vítimas de agressões sexuais: o excessivo erotismo, o estrupo, o incesto, ou comportamento exibicionistas da parte dos adultos parecem particularmente dispostos a apresentar na idade adulta problemas de sexualidade. O que você acha: Bill Clinton-Lewinsky, John Kennedy, consumidores compulsivos e frenéticos de relações sexuais furtivas; o italiano Silvio Berlusconi, o coronel Kadhafi e outros.

41 A GULA Aquele que a gente confessa sem vergonha. É uma espécie de inimigo interior. Nos devora silenciosamente. A ideia cristã do pecado de comer, a gula é condenável, uma vez que a atividade necessária de se alimentar, se acrescenta o mais prazer procurado pela fantasia da voracidade. Comer, não sobre a necessidade vital, comer, mas por prazer, pela única satisfação, de satisfazer o paladar, que disse encher o estômago, tal é a falta a qual supõe a moderação do apetite, uma vez ainda, a culpabilidade pesa sobre o prazer que afasta de Deus.

42 Febre do devorar-se, drogar-se e consumir.
A hiperfagia para os psicólogos, é uma grave perturbação das condutas alimentares: a bulimia, a anorexia. A GULA Voracidade - Avidez Febre do devorar-se, drogar-se e consumir. A voracidade e a rapidez de absorção são as mesmas.

43 A INVEJA A inveja designa uma emoção daquele que deseja intensamente possuir os bens de outro. Pode ser a riqueza, as conquistas, o seu sucesso, a sua beleza, a sua sorte. invejoso é sempre consumido pelo seu desejo secreto, e sempre mais doloroso do que realizável. A inveja escreveu o filósofo René Girard, é “de todos os pecados, o mais difícil a confessar, e o mais comum entre os homens”. O ciumento não é um pecador segundo ou diante dos olhos da igreja, o ciúme é uma paixão sempre dolorosa, que conduz a proteger de forma exagerada, o seu próprio bem, e certamente o desejo de ser amado, sem querer, sem desejar aquilo que é do outro. O ciumento não se coloca como centro das atenções, ao contrário do invejoso, cuja a repartição dos dons e das riquezas, reconhece em suma, que pertence a obra de Deus. O invejoso ele é sempre insatisfeito daquilo que ele possui, pouco importa se é pouco ou muito, mas deseja aquilo que ele não tem, convencido de que a sua felicidade, dependeria da posse dos bens dos outros.

44 A inveja pode ainda ser definida como a vontade de possuir sem necessidade, ou seja algo oposto as necessidades naturais. Sente-se que o outro o roubou o que possuia. Quer de volta aquilo que fantasia ser seu. É a psicologia o largo terreno da inveja imperiosa, que sobrevém do fato de uma distorção das suas necessidades reais. Nos toxicomaníacos, nos alcoólicos, compradores inveterados de maneira geral, nós encontramos invejas. Necessidade intensa de absorver a substância ou de realizar um comportamento (jogos, compras compulsivas) que tem uma importância essencial na manutenção da dependência.

45 Uma espécie de fotografia dos invejosos
A partir dos relatos desenhamos a imagem do invejoso, aquele que insatisfeito consigo mesmo, olha no outro aquilo que ele não tem, mas sobretudo aquilo que ele gostaria de ter, numa interminável inveja que destila um veneno em sua vida. Insatisfeito ele se sente incompleto, insuficiente, e o invejoso sofre de uma carência desta “autoestima”, da qual ele procura encontrar fragmentos de compensação nos outros. A inveja é sempre presente em cada uma de nós, mas frequentemente apenas fugaz, e rapidamente se apaga em geral, pelo efeito da confiança em si mesmo, autoestima que trazemos, o sólido nos nossos relacionamentos, nos nossos afetos e nos bens materiais que nos conquistamos. O invejoso não se ama quase nunca, ou quase nada, pensa que os outros tem mais valor do que ele e sofre ao observar as conquistas dos outros. “Não é suficiente ser feliz, é preciso que os outros não sejam felizes”. O invejoso esperando uma outra coisa , recente como injustiça aquilo que ele considera como posses dos outros que deveriam ser dele.

46 A AVAREZA É o pecado que põe preço em tudo. Quanto vou ganhar?
Quero ter vantagem em tudo! Lei Gerson Avareza é a mãe do Sistema Capitalista. Apego excessivo ao dinheiro, aos bens, receio de que venha a “faltar”, portanto medo de gastar. Corrida do dinheiro e da corrupção por dinheiro. Doença que nos visita do apuro a pobreza. Cobiça é um estado de espírito. Dante: “doentes para dar e doentes para receber.” Não tenho confiança em ninguém. Todos são concorrentes. “Privando-se de tudo para que nada lhe falte”, o avarento satisfaz uma paixão obsedante de ajuntar, de reter riquezas cujo valor simbólico é mais forte para ele, que qualquer valor de troca

47 A paixão obsessiva as posses
“Meu pobre dinheiro, meu pobre dinheiro, meu querido amigo, privaram-me de ti; e porque de mim foste tirado, perdi meu apoio(...), tudo acabou para mim, e nada mais tenho a fazer neste mundo. Sem ti, é-me impossível viver” “Criamos novos ídolos. A adoração do antigo bezerro de ouro (cf. Ex 32, 1-35) encontrou uma nova e cruel versão no fetichismo do dinheiro e na ditatura de uma economia sem rosto e sem um objetivo verdadeiramente humano.”(EG 55) O Dinheiro se tornou mais do que um fetiche, se tornou um “sacramento”. A avareza, como o colecionismo, traço da personalidade obsessiva: o obsessivo é apaixonadamente agarrado aos objetos; assim o dinheiro que ele não pode gastar sem atentar contra a perfeição de seus bens.

48 Personalidade Obsessiva e Avarenta:
Mais um traço mórbido de caráter? Esta sovinice se inscreve entre outros traços característicos, que são a preocupação constante com detalhes, regras, organização ou planos - a ponto de a finalidade principal da atividade se perder; o perfeccionismo, este cuidado meticuloso com a forma, é que impulsiona a recomeçar tarefas, a verificar e controlar de maneira interminável. Tudo deve absolutamente ser perfeito, e esta exigência obsessiva atrasa a ação a ponto que ela não chega a seu termo – uma devoção excessiva pelo trabalho e a produtividade com a exclusão de lazer e das amizades. Os obsessivos se autorizam pouco no que se refere ao descanso, e portanto, ao prazer. Encurralados pelo dever, temem os fins de semana, adiam férias. As diversões devem ser estruturadas, cuidadosamente planejadas, nenhuma liberdade para a espontaneidade, a improvisação.

49 A Avareza segundo Freud. O Caráter Anal:
Freud estabeleceu muito cedo a equivalência entre o dinheiro e as matérias fecais. O dinheiro, para ele, é um “croposímbolo”, representante simbólico das fezes. Esta abordagem se inscreve em uma concepção muito elaborada da neurose obsessiva e do “caráter anal” que Freud considera que está estritamente ligado a esta neurose e constitui sua armadura caracterial. A Prodigalidade, uma forma invertida da avareza. Cigarras e Formigas: A pessoa pródiga, como a cigarra na fábula de La Fontaine, gasta sem conta pelo seu prazer e dos que a rodeiam. Que haja ou não “meios” para essas larguezas não é questão: dinheiro queima-lhes os dedos e, no contraponto do avarento, ele investe qual maneira de adquirir ou de preencher o outro, e não como objeto que somente a posse é a fonte de gozo. Cada qual encontra, evidentemente a prodigalidade a seu redor, mas os aspectos são os mais diversos.

50 A Prodigalidade para a Psicologia, mania e compras compulsivas.
A prodigalidade pode conduzir a compras inconsequentes, inúteis, sem levar em conta a insuficiência dos recursos financeiros. Esta prodigalidade intermitente representa um dos riscos da hipomania e da mania. Otimismo injustificado, ideias de grandeza, perturbações do ajuizamento podem ser fontes de despesas imensas, portanto fonte de graves dificuldades financeiras. A Febre Consumista. Uma psicologia da compra Propriamente falando, os homens de opulência não estão mais cercados, como o foram em outros tempos, por outros homens, mas sim rodeados por outros objetos. Nós sabemos que o objeto nada é e que, por detrás dele, se enlaça o vazio das relações humanas, o destino em vácuo de uma sociedade saturada, uma sociedade sem profundidade e sua história, sem outro mito que ela mesma. À afirmação identitária pelo objeto pode-se acrescentar a função de “consolação” e de restauração narcísica procurada pelo ato de comprar.

51 A CÓLERA A ira é uma emoção viva, intensa, de manifestação brutal, onde a perda súbita do controle de si mesmo leva a uma agitação desordenada, gritos, violência verbal e muitas vezes acompanhados de violência física. “A cólera é uma forma de loucura”, dizia o poeta latino Horace. Frequentemente a cólera, a ira tem uma duração muito curta, ela se tranquiliza, deixando o sujeito quase que vazio, cansado, e tomado pelo arrependimento de “ter se deixado levar”.

52 Porque as pessoas ficam iradas?
É uma reação ao estresses, que sobrevém quando uma frustração, ou uma necessidade, tem uma resposta brusca a uma insatisfação que os mecanismos de regulação das emoções, debordando, não pode mais controlar. Ao contrário da tristeza, a ira não é própria do homem, a ira é explícita nos animais, que entram em fúria, quando a presa os escapa, ou quando a fêmea se recusa a ter uma relação sexual, ou é tomada por um outro. A ira tem muitos aspectos de irritação que continuam contidos no furor, ou na raiva que leva ao desejo de destruir tudo (as crises ditas elásticas), diante da ira, nós não somos iguais. A impulsividade em alguns, quando ela faz parte do temperamento, encontra saída na cólera como a intolerância às frustrações, facilitada nas personalidades ditas psicopáticas, onde as estranhas “personalidades limites”.

53 A PREGUIÇA Acídia: acomodação diante das pessoas e das decisões GLOBALIZAÇÃO DA INDIFERENÇA (EG:54)
Dizer que alguém é preguiçoso, é emitir um julgamento moral, evidentemente critico fundado a partir de constatações exteriores. Desencanto, desilusão, desanimo (EG: 55) O Direito ou um elogio da preguiça. Paul Lafargue, filósofo marxista, já bastante esquecido, genro de Karl Max, publicou em 1880 “O direito à preguiça”, o manifesto social denunciando “a estranha loucura”, que é o culto do trabalho pela classe operária, na Europa capitalista do século XIX.

54 Uma psicopatologia da preguiça
Atrás da ausência ou da raridade das ações, se esconde frequentemente os preguiçosos muitos pensamentos negativos, os psicólogos falam aqui de cognições, ou se associam segundo os casos de convicção de inutilidade dos esforços. Pra que serve isso? Ou a crença quase fetichista na pureza do ato que sujaria o fato de o fazer, mas também muitas vezes uma fraqueza de estima de si mesmo, uma dúvida sobre as suas próprias capacidades de agir, fonte de uma alternância dolorosa entre a culpabilidade de não agir, e a idealização das ações do outro. O medo de agir: procrastinação A Procrastinação Os procrastinadores são de fato perfeccionistas que pensam, que estimam um trabalho sem valor quando ele não se aproxima do seu ideal, que é quase sempre inatingível de perfeição, e recusam o recurso aos ensaios, as tentativas de ação, que poderiam apenas quebrar as suas ilusões. Ele esta paralisado diante das tarefas, ele esta cheio de medo de falhar , de errar e cede constantemente as ilusões, e aos prazeres das ações anexas, fugindo da realidade e protegendo o mito de uma perfeição que ele não poderá nunca atingir.

55 Os deprimidos são preguiçosos?
Depressão preguiça. Os deprimidos são preguiçosos? A doença da depressão tal como é estudada pelos psiquiatras, é um mal conhecido, subestimado, geralmente ignorado pelos pacientes, e mal identificado pelos médicos. A preguiça esta frequentemente no centro deste mal entendido: os deprimidos pouco ativos, ou totalmente inativos que sofrem dolorosamente esta incapacidade de agir, podem ser considerados como preguiçosos, pelo seu ambiente certamente, mas também por eles mesmos, uma vez que eles ignorarem que a baixa do seu desejo de viver, é o efeito de um processo mórbido, complexo alienante e de suas vontades, e de uma instabilidade, e até mesmo de sua vontade de superar o seu estado atual.

56 8. A DIMENSÃO SOCIAL DA EVANGELIZAÇÃO (EG: 176)
A Igreja é transcendente. Mas, é também uma prática social que se repete e se legitima enquanto se repete, num cenário que é por ela afetado, ao mesmo tempo em que a afeta. “Evangelizar é tornar o Reino de Deus presente no mundo”. (EG:176) ASSIM, as alterações da Igreja são fruto de uma conjuntura política, sociocultural, econômica, antropológica de várias décadas, e circunscrevem-se na crise das matrizes da modernidade e das ciências, colapso do socialismo real, surtos de efervescência teológica pós-Vaticano II, anos rebeldes da década de 60 e novos atores sociais, novos padrões societários, em um vertiginoso processo de secularização que resulta em um problema importante: a experiência profunda de Deus é cada vez mais ausente. Não se confunda com o mercado religioso que cada dia está em ascendência.

57 Esses e outros sintomas constituem o pano de fundo do cenário emergente da Igreja Contemporânea, que tem sido desafiada a repensar sua prática e sua forma de ser institucional. Há sinais de esgotamento de modelos antigos e imenso clamor por novas potencialidades proféticas. O período pós-Segunda Guerra foi marcado por turbulências e descobertas de um mundo complexo. A Igreja foi interpelada em vários analisadores: poder, tecnologia, comunicação, saber, espaço e tempo, dinheiro, prestígio, carisma, obras, idade, gênero, sexualidade, espiritualidade e missão.

58 Tais sintoma eclesiais:
mexem com afetos, alimentam mal-estares e fantasias regressivas que desencadeiam insegurança, fragilidade, angústia, incertezas e crises agudas de identidade não somente do sujeito, mas, sobretudo, da instituição, que produz novas formas de subjetividade. O conceito de afetividade foi compreendido para muito além de simples questão psicológica. A crise afetiva dos padres sinaliza a emergência de novas subjetivações provenientes de modelos societários globalizados e tecnológicos.

59 Dificilmente os idealizadores do Concílio Vaticano II, das cinco Conferências Latino-americanas, e de inúmeros dispositivos criados nessas últimas décadas poderiam imaginar que tais empreendimentos trouxessem tão significativas mudanças. Nenhum protagonista desses acontecimentos podia calcular quão longe e quão rapidamente essas mudanças levariam a transformações fecundas na Igreja. Em todos os campos, houve verdadeiro potencial de metamorfose: no poder, na forma de lidar com o dinheiro, com a afetividade/sexualidade, no corpo e nas vestimentas, no tempo e o espaço, nas estruturas arquitetônicas dos conventos e das casas, nas obras sociais, colégios, hospitais, na vida comunitária e, sobretudo, na espiritualidade e na missão. O que aconteceu e ainda acontece é verdadeiramente uma “Igreja em Saída”. Resumindo alguns aspectos que a Vida Eclesial precisa urgentemente perseguir como desafio:

60 aprofundamento das mudanças institucionais no exercício da autoridade, com poder redistribuído entre todos. É mister a reestruturação das tiranias das autoridades eclesiais e das relações tumultuadas nas comunidades de forte traço infantil, de dependência e de culpabilidade; resgate da memória histórica num processo interativo, incentivando a criatividade do presente, recuperando mártires, profetas e profetisas da Vida da Igreja; busca de novos espaços – “Pátio dos Gentios”, “ Novos Areópagos” de relações e modelos de formação, destacando-se o equilíbrio e maior entrosamento entre os gêneros, etnias e de redes grupais. Resgate do valor comunitário que enfatiza as três ecologias – natural, humana e social -, ao estabelecer aliança entre o cuidado com a mãe terra, a fraternidade entre os seres humanos e as causas sociais em favor dos mais pobres em detrimento ao anonimato, a ausência de comunicação verbal e o distanciamento físico tão comum nesse tempo. Há presbitérios que são excelentes dispositivos cibernéticos de solidão, de anonimato e de frieza pela ausência de corporeidade. São territórios que permitem as pessoas a substituírem o outro por fantasias compulsivas eróticas de sites de encontros virtuais, de compras consumistas e jogos impulsivos noturnos.

61 otimização de trabalhos de inserção, de assistência social e ONGs, com instalação de artefatos cibernéticos visando a interatividade de redes sociais, políticas e pastorais. O desafio atual de libertação dos pobres exige menos romantismo e ingenuidade e mais potencialização tecnológica a serviço dos povos excluídos; crescente influência das orientações de Medellín, Puebla e Santo Domingo, depois confirmadas em Aparecida, no processo de pequenas comunidades (Documento CNBB), em vários territórios, imbuídos da experiência missionária sem fronteira. crescimento das vocações vindas dos meios populares, obrigando as Dioceses a enfrentarem novos desafios na formação, como seminários e casas intercongregacionais que possibilitem maior trabalho com a corporeidade, a subjetividade, diferentes orientações sexuais, múltiplas famílias tentaculares, as tecnologias cibernéticas, a auto-sustentação profissional e a solidariedade com os empobrecidos e marginalizados; inauguração de trabalhos com a geração jovem excluída, sobre a qual pairam ideias estereotipadas e preconceituosas de que se trataria de um grupo que só vai e realizar quando adulto, ou que demanda apenas prazer.

62 busca de saberes atualizados e contextualizados por parte dos padres, ampliando a capacidade de informação frente às novas tecnologias. O despontar de novas gerações pressupõe maior competência quanto ao acesso ao saber, em busca de novos desafios e respostas para o mundo contemporâneo. Os presbíteros têm que se empenhar cada vez mais das novas tecnologias em vista da missão. As “novas gerações” corresponderão às gerações de padres que saberão servir-se das novas tecnologias, com senso crítico e discernimento, em vista da construção do Reino. mudanças culturais como residências seculares, horários, gestos, postura corporal, exercício profissional e processos de inculturação frente a outras religiões, raças, gênero e diferentes combinações culturais; novos esforços para se construir uma teologia a partir da realidade local, distanciando-se de modelos europeus, visando maior densidade profética; a principal dificuldade  é a convivência comunitária em detrimento dos espaços singulares. Há uma tensão entre o processo de individuação e a vida presbiteral. O modelo de comunidade tradicional da vida eclesial e o valor da observância às regras e normas vêm perdendo força para o ideal de realização pessoal. Há, que se elaborar o espaço da singularidade e o espaço presbiteral. Diminuir a preocupação com o estranho e o esquisito e idolatrar menos o genérico.

63 O novo tempo contemporâneo clama por uma nova estrutura institucional da Igreja. Muitos presbíteros buscam formas libertárias espiritual, cultural e psicologicamente distantes dos recalques históricos. Outros, no entanto, não suportam esse momento de intenso conflito pessoal, grupal e institucional. A ideologia medieval, hierárquica, supostamente espiritual neutra foi muito bem assimilada na consciência de vários padres dominados, acostumados à “segurança” de sua situação. Como afirma o teólogo Häring, vivemos a mudança “de uma simples ética da obediência para os súditos da Igreja a uma corajosa ética da responsabilidade para cristãos maiores de idade”.

64 9. CONCLUSÃO   Nesse encontro, agosto/2016, entre os PRESBÍTEROS DO NORDESTE, fruto de uma história construída por inúmeros protagonistas visíveis e invisíveis, desejo-lhes que todos lancem-se nas “águas mais profundas” com determinação. Invistam-se em processos que ainda não tem nome, que devem ser pensados como “fora de lugar”, como nomadismo da gratuidade. Permitam-se o advento de um novo sujeito ressuscitado, um nascer de novo que marca o sentido do que aconteceu a Paulo no caminho para Damasco. Mergulhem fundo nos seus ideais. Os ideais são uma espécie de inventário daquilo que merece a estima de um grupo. São metáforas que conectam com as metonímias. Os ideais são como bussolas que orientam a direção dos investimentos de uma coletividade, o Presbitério. Com desprendimento e coragem, é necessário abandonar dispositivos disciplinares e de controle, formas de poder vertical, saberes tradicionais atrofiados, e seguir em direção às fontes de origem, ressignificando o passado com atualidades emergentes: “Eis que faço novas todas as coisas” (Ap. 21,5).

65 IGREJA EM SAÍDA: PARA ONDE?
Há um ACONTECIMENTO que ronda, hoje, a Igreja Católica – o Papa Francisco. Chamo de acontecimento a algo que tem a força de colocar situações em movimento. Em sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, de 24 de novembro de 2013, com seu modo simples de falar, desprovido de elaborações teóricas e alienantes, convoca a Igreja a uma verdadeira conversão pastoral. Superando o comodismo, a Igreja deve se colocar “em saída” – “envolver-se”, de modo que os evangelizadores contraiam o “cheiro de ovelha”, e as ovelhas escutem a sua voz (EG 24). IGREJA EM SAÍDA: PARA ONDE? Corro o risco de apontar pelo menos cinco, fruto da reflexão desse texto. as famílias tentaculares, em busca de referências; o mundo das adicções, que biologizam os conflitos sociais; Os mais feridos das periferias e andarilhos das cidades; a violência entre nós, que anula a alteridade; as inúmeras formas de fragmentações que vivemos.

66 A Igreja dos discursos não compromete os discipulados.
QUE IGREJA DEVE SAIR? A Igreja dos discursos não compromete os discipulados. É a Igreja que se dispõe a sair em vista da evangelização e da misericórdia com a humanidade sofredora.

67 SAIR PORQUÊ ? Mais uma vez, me refiro ao contundente apelo do Papa Francisco: “Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças” (EG 49). A metáfora de Francisco aponta para as estradas acidentadas e enlameadas da sociedade pós-moderna, não os caminhos seguros da antiga modernidade, onde o risco de não se ferir e ser condenado é quase nulo.

68 COMO SAIR ? Numa entrevista concedida à revista dos jesuítas, o Papa Francisco cunhou uma metáfora significativa para falar da Igreja em saída, ou seja, para falar da ação dos discípulos missionários. “Vejo com clareza que aquilo de que a Igreja mais precisa hoje é a capacidade de curar as feridas e de aquecer o coração dos fiéis, a proximidade. Vejo a Igreja como um hospital de campanha depois de uma batalha. É inútil perguntar a um ferido grave se tem o colesterol ou o açúcar alto. Devem curar-se as suas feridas. Depois podemos falar de tudo o resto. Curar as feridas, curar as feridas... E é necessário começar de baixo”.

69 Para concluir esse texto sobre os novos sujeitos fruto da
GLOBALIZAÇÃO e do NEOLIBERALISMO Recorro novamente a Papa Francisco na ilha de Lampedusa, território italiano no Mar Mediterrâneo, para denunciar a globalização da indiferença diante da morte cruel de tantos migrantes, para quem o mar se tornava sepulcro, sem ter quem os chorasse: “Quem é o responsável por este sangue? Todos e ninguém! Quem é o responsável pelo sangue destes irmãos e irmãs? Ninguém! Todos nós respondemos assim: não sou eu, não tenho nada a ver com isso; serão outros, eu, certamente, não. Mas Deus pergunta a cada um de nós: ‘Onde está o sangue do teu irmão que clama até a mim? ’”

70 Francisco deu uma pista para a resposta:
“A cultura do bem-estar, que nos leva a pensar em nós mesmos, torna-nos insensíveis aos gritos dos outros, faz-nos viver como se fôssemos bolas de sabão: estas são bonitas mas não são nada, são pura ilusão do fútil, do provisório. Esta cultura do bem-estar leva à indiferença a respeito dos outros; antes, leva à globalização da indiferença. Neste mundo da globalização, caímos na globalização da indiferença. Habituamo-nos ao sofrimento do outro, não nos diz respeito, não nos interessa, não é responsabilidade nossa! ”

71 William Cesar Castilho Pereira São Pedro- Belo Horizonte/MG
Rua Lavras 935/502 São Pedro- Belo Horizonte/MG CEP:


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