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Bernardo Soares “vem” à Consulta

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Apresentação em tema: "Bernardo Soares “vem” à Consulta"— Transcrição da apresentação:

1 Bernardo Soares “vem” à Consulta
Manuela Rocha Santos Mestre em Psicologia Clínica Doutoranda em Ciências Sociais – Psicologia – UFP “Amar é cansar-se de estar só: é uma covardia portanto, e uma traição a nós próprios (importa soberanamente que não amemos)” (In Desassossego)

2 Analisar as pessoas em Pessoa…
Introdução Vida e obra de Fernando Pessoa – objeto de numerosos estudos (biográfico, literário, métrico, …) Analisar as pessoas em Pessoa… risco mas também um desafio… Abordagem diferente – “ressuscitar” Fernando Pessoa, ficcionando o seu acompanhamento em consulta psicológica até ao dia em que “vem” como Bernardo Soares.

3 Relatório Psicológico de Fernando Pessoa
32 anos; solteiro; frequência ensino superior; bilingue; poeta, escritor, correspondente comercial estrangeiro, tradutor, … Principais sintomas: angústia, tristeza e desesperança. Considera-se um “histero-neurasténico”.

4 Relatório Psicológico de Fernando Pessoa
Morte Morte João Rosa Casa em Morte avó Morte Morte Morte Pai irmão padrasto Durban materna meia-irmã meia-irmã avó pat 5anos 6anos 7anos 10anos 12anos 17 anos 18anos

5 Bernardo Soares “vem” à Consulta
Um dia surge no consultório na qualidade de Bernardo Soares. 30 anos, solteiro, ajudante de guarda-livros, vive só, gosta de ler e de escrever. Queixas Sensação de vazio, monotonia da vida, desinteresse por tudo, invasão dos pensamentos, sentimentos de confusão interior. Sente desassossego, inquietude e solidão, mas não lhe agrada a companhia. Está cansado da vida e revela fraco autoconceito.

6 Bernardo Soares “vem” à Consulta
Factos relevantes da História de Vida: 1 ano – Morte da mãe Não conheceu o pai que vivia longe e se suicida 2 anos após morte da mãe. Acredita que ter ficado órfão tão cedo foi a causa da sua “indiferença sentimental”

7 Bernardo Soares “vem” à Consulta
Dificuldades “Atuais” Emocionais (In Desassossego) Solidão Tristeza Tédio Angústia Desesperança Angústia Existencial Identidade Fragmentada

8 Bernardo Soares “vem” à Consulta
Dificuldades “Atuais” Cognitivas (Crenças) (In Desassossego) Nada tem importância (nem ele) As sensações são a realidade A vida é um sonho É diferente dos outros (racionalização do sentir) Não vale a pena amar O tédio é a perda da capacidade de se iludir É preciso ser indiferente de si A escrita pode ser cura para o cansaço da vida O excesso de autoconsciência é sinal de decadência

9 Bernardo Soares “vem” à Consulta
Dificuldades “Atuais” Comportamental (In Desassossego) Isolamento Social e Escrita como refúgio Mudança de sensações perante fenómeno natural (trovoada)

10 Bernardo Soares “vem” à Consulta
Paralelismos com o Ortónimo? se são a mesma Pessoa… Nível Emocional (Banco de Poesia. Casa Fernando Pessoa. Disponível em: “O que me dói não é/O que há no coração/mas essas coisas lindas /Que nunca existirão…” “Meu Deus, meu Deus, a quem assisto? Quantos sou? Quem é eu? “Cansa sentir quando se pensa./No ar da noite a madrugar/Há uma solidão imensa/Que tem por corpo o frio do ar.” Desesperança Identidade Fragmentada Dor de pensar

11 Bernardo Soares “vem” à Consulta
Paralelismos com o Ortónimo? se são a mesma Pessoa… Nível Cognitivo (“Para Compreender F. Pessoa”, Pais, 1996) “Sou o intervalo entre o que sou e o que não sou, entre o que sonho e o que a vida fez de mim, a média abstracta e carnal entre coisas que não são nada, sendo eu nada também.” Crença de que nada tem importância (nem ele)

12 Bernardo Soares “vem” à Consulta
Paralelismos com o Ortónimo? se são a mesma Pessoa… Nível Comportamental ( - obra inédita, correspondência) “…Sabe, creio, que de várias fobias que tive guardo unicamente a assaz infantil mas terrivelmente torturadora fobia das trovoadas.” Comportamento fóbico específico a trovoada

13 Relação entre História de Vida e Personalidade
Teoria Focada nos Esquemas (Young,1990) Esquemas Mal Adaptativos Precoces (EMP) têm origem nas experiências de vida precoces, percebidas como dolorosas. Os EMP estão ligados a níveis elevados de afecto disruptivo Quais as Experiências na Infância e adolescência de F.P.? As perdas ao longo do seu desenvolvimento

14 Esquemas Mal Adaptativos em Fernando Pessoa
Morte do pai e irmão… as perdas sucessivas… criação de expectativas - a qualquer momento, posso ser abandonado … Privação Emocional Abandono | Instabilidade Ausência aparente da mãe

15 Esquemas Mal Adaptativos em Fernando Pessoa
Hipersensibilidade à crítica e à rejeição; consciência de si, insegurança; vergonha relativamente aos defeitos percecionados. Isolamento Social Alienação Defeito Vergonha Sentimento de que se está isolado do resto do mundo, de que se é diferente das outras pessoas Medo exagerado de catástrofe ocasional – trovoada Vulnerabilidade ao mal e à doença

16 Processos de Manutenção dos Esquemas
Casamento da mãe e nascimento de meios-irmãos Ida para Colégio interno – reforço do abandono – “estou só no mundo e os que amo podem magoar e rejeitar” Privação de carinho e proteção na infância geram expectativas - os outros não são suporte para as necessidades emocionais, medo de abandono Esquema Defeito | Vergonha Expectativa - não é merecedor do afeto da mãe Esquemas de Instabilidade, Privação Emocional e Isolamento Social… Esquema Abandono e sentimento de que não é amado

17 Processos de Evitamento dos Esquemas
Dissociação Criação dos heterónimos, abordando a temática do “fingimento” e sendo observador de si próprio Desfragmentação do “eu” para não sofrer Racionalização das emoções Despersonalização Tentativa de descobrir a sua verdadeira identidade

18 Bernardo Soares “vem” à Consulta
Estará talvez explicada a formação da personalidade do meu “cliente” mas… … e o seu génio? Com base neste relatório “ficcional” a terapêutica… “A Inutilidade do Sofrimento” (María Jesús Reyes) Esta abordagem poderia levar a uma visão psicopatológica de uma personalidade mas…

19 Bernardo Soares “vem” à Consulta
A genialidade só se compreende na esfera do espiritual e disso saberia ele muito mais do eu, como o sabem todos os que têm alma de Arte. “Por isso indiferente entre os triviais e os vis Passo, guardado em mim. Os olhares subtis Apenas decompõem em postiças verdades O que de mim se vê nas exterioridades. Os que mais me conhecem ignoram-me de todo.” (Pessoa, in “Pessoa por Conhecer”, Lopes, T. R.,1990,p.92)

20 Bernardo Soares “vem” à Consulta
Avaliação psicológica, diagnóstico, diagnóstico diferencial? Colocar rótulos? “Quem não vê bem uma palavra, não pode ver bem uma alma” I know not what tomorrow will bring. (Fernando Pessoa, em

21 Bernardo Soares “vem” à Consulta
Diagnóstico como desafio? Talvez… mas…isso… Serão… outros relatórios… outras Conferências… outros Encontros… Até lá e OBG. “Cada um de nós é um grão de pó que o vento da vida levanta, e depois deixa cair.” (Bernardo Soares, Livro do Desassossego)

22 Bernardo Soares “vem” à Consulta
Manuela Santos Mestre em Psicologia Clínica Doutoranda em Ciências Sociais – Psicologia – UFP “Amar é cansar-se de estar só: é uma covardia portanto, e uma traição a nós próprios (importa soberanamente que não amemos)” (In Desassossego)

23 “Escrevo triste, no meu quarto quieto,…”
“Verifico que, tantas vezes alegre, tantas vezes contente, estou sempre triste.” Tristeza

24 “A solidão desola-me; a companhia oprime-me,…”
“O isolamento talhou-me à sua imagem e semelhança” “…sozinho como sempre tenho sido, sozinho como sempre serei,…” Solidão

25 “No meu coração há uma paz de angústia, e o meu sossego é feito de resignação.”

26 “… Em mim, o tédio é frequente,…”
“Estou hoje… nesse estado intermédio da alma em que nem apetece a vida nem outra coisa” “… Em mim, o tédio é frequente,…” Tédio

27 “Pertenço a uma geração… que perdeu todo o respeito pelo passado e toda a crença ou esperança no futuro” Desesperança

28 Identidade Fragmentada
“Numa grande dispersão unificada, … eu crio e sou,… uma multidão de seres, conscientes e…” “Sou a cena viva onde passam vários actores representando várias peças” Identidade Fragmentada

29 “…Sou os arredores de uma vila que não há. Não sou ninguém, ninguém...”
Angústia Existencial

30 Nada tem importância (nem ele)
“…O que confesso não tem importância, pois nada tem importância…” “…Narro indiferentemente a minha biografia sem factos, a minha história sem vida…” Nada tem importância (nem ele)

31 “…Estou quase convencido de que nunca estou desperto
“…Estou quase convencido de que nunca estou desperto. Não sei se não sonho quando vivo, se não vivo quando sonho, …” “…Não distingo entre a realidade que existe e o sonho, que é a realidade que não existe…” A vida é um sonho

32 As sensações são a realidade
“Neste crepúsculo das disciplinas… as nossas sensações são a única realidade que nos resta…” As sensações são a realidade

33 É diferente dos outros (racionalização do sentir)
“…vivo, de incongruência com os outros, …a maioria pensa com a sensibilidade e eu sinto com o pensamento…” É diferente dos outros (racionalização do sentir)

34 “Amar é cansar-se de estar só: é uma covardia portanto, e uma traição a nós próprios (importa soberanamente que não amemos)” Não vale a pena amar

35 O tédio é a perda da capacidade de se iludir
“…O tédio... Pensar sem que se pense, com o cansaço de pensar; sentir sem que se sinta, com a angústia de sentir; … querer sem vontade, pensar sem raciocínio…” O tédio é a perda da capacidade de se iludir

36 É preciso ser indiferente de si
“…O maior domínio de si próprio é a indiferença por si próprio…Passar pelas suas alegrias e angústias como quem passa por quem não lhe interessa…” É preciso ser indiferente de si

37 A escrita pode ser cura para o cansaço da vida
“Acontece-me às vezes…um cansaço tão terrível da vida que não há sequer hipótese de acto com que dominá-lo…E curo-a com o escrevê-la…” A escrita pode ser cura para o cansaço da vida

38 O excesso de autoconsciência é sinal de decadência
“Considero a vida uma estalagem onde tenho que me demorar até chegue a diligência do abismo.” O excesso de autoconsciência é sinal de decadência

39 Vive só e refere que a companhia de outrém o oprime
“Achego-me à minha secretária como a um baluarte contra a vida” Isolamento Social e Escrita como refúgio

40 Mudança de sensações perante fenómeno natural (trovoada)
“Sem querer, o coração sentia-se e pensar era um estonteamento… Ninguém estava quem era…” Mudança de sensações perante fenómeno natural (trovoada)


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