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PublicouCarolina Botelho Alterado mais de 10 anos atrás
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Entrevista com crianças vítimas de abuso e exploração sexual
Luis Roberto Benia DML/IGP - SSP/RS
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Como entrevistar crianças ?
Vulnerabilidades Técnicas de entrevista investigativa
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Vulnerabilidades da criança em situação de entrevista
O modo como perguntamos tem impacto direto sobre a resposta da criança !
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Conversa de um adulto com uma criança:
– qual é a cor daquele carro? – azul. – qual é mesmo a cor do carro? – vermelho.
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A criança pode mudar sua resposta quando o adulto repete a pergunta !
A criança está acostumada a ser testada pelo adulto Ela pressupõe que o adulto já sabe a resposta A criança pode mudar sua resposta quando o adulto repete a pergunta !
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- “Aquele carro é vermelho?” - “sim.”
A criança reluta em dizer “eu não sei” para perguntas do tipo sim ou não A criança pode responder do modo como acredita que irá satisfazer o entrevistador !
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- “Ele transou comigo” As crianças utilizam palavras sem entender completamente o seu significado ou cujo significado para elas é diferente daquele para o adulto
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O adulto utiliza palavras ou estrutura de frases que excedem a capacidade de compreensão da criança
Ex.: advérbios , unidades de tempo e número A criança dificilmente responde “não entendi”, mesmo quando não compreende as perguntas !
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Se você perguntar, a criança irá responder, mas a qualidade da resposta dependerá do modo como você pergunta !
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Contaminação da memória
Quando um adulto se encontra em posição de autoridade a criança se sente compelida a aceitar sua construção implícita dos fatos. Perguntas que incluem elementos não mencionados pela vítima, podem fazer com que ela incorpore estes elementos em relatos futuros
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Contaminação da memória
Comportamento do entrevistador Uso implícito ou explícito de recompensas indução de estereótipo: transmitir uma caracterização negativa do suspeito.
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Técnicas de entrevista investigativa baseadas em pesquisas científicas
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Ambientação Privacidade
Ambiente sem elementos que distraiam a criança (brinquedos, desenhos, etc)
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Estrutura da entrevista
fase preparatória ou rapport (vínculo, instruções e prática narrativa) fase do relato livre fase de questionamento encerramento
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Início da entrevista - rapport
Estabelecer um bom vínculo com a criança Regras básicas: Dar permissão explícita para a criança dizer “eu não sei” e “eu não entendi” Dizer que somente ela sabe o que aconteceu Prática narrativa
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A criança fornece todos os detalhes do evento, sem interrupções !
Fase do relato livre “Agora que conheço você um pouco mais, queria falar sobre por que você veio aqui hoje” “Me conta tudo o que aconteceu” A criança fornece todos os detalhes do evento, sem interrupções !
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Fase de questionamento
Solicitar mais detalhes com perguntas abertas Referir elementos que a criança mencionou e pedir que elabore um pouco mais Ex.: “fale mais sobre [elemento do relato da criança]” “o que aconteceu depois de [detalhe mencionado pela criança] ?
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Perguntas diretas abertas:
o quê, onde, quando, que, por que, como Ex.: “o que ele fez?” “ele passou a mão em mim” “como ele passou a mão?” “passou a mão no meu corpo” “em qual parte do corpo?”
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Somente ao final, se necessário:
Perguntas fechadas (duas ou mais opções de resposta) Os detalhes são fornecidos pelo entrevistador Ex.: “ele passou a mão no meu corpo.” “por cima ou por baixo da roupa?”
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Por que evitar perguntas fechadas?
relatos com menor precisão menor quantidade de detalhes potencial para sugestionar a criança, quando introduz elementos não referidos pela vítima (pergunta sugestiva) Ex.: A criança diz que o suspeito passou a mão em seu corpo e o entrevistador pergunta: “e ele passou a mão na tua pepeca também?”
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Encerramento Assunto neutro, para aliviar a sobrecarga emocional da entrevista
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Modelos com efetividade comprovada:
Entrevista cognitiva aprimorada Protocolo de entrevista investigativa do NICHD (National Institute for Child Health and Development)
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Gravação da entrevista
Reduz o número de vezes em que a criança é inquirida A redução do número de entrevistas diminui o risco de contaminação da memória e o sofrimento da vítima Diferentes profissionais podem se valer do mesmo registro Permite o aperfeiçoamento dos entrevistadores
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Conclusão Entrevistas tecnicamente inadequadas causam maior sofrimento e comprometem a qualidade dos relatos infantis A entrevista bem conduzida, além de reduzir o desconforto da criança, dá consistência e confiabilidade a sua história O treinamento dos entrevistadores e o seu aperfeiçoamento continuado é fundamental !
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