Baixa Idade Média (XIV-XV) O Outono Medieval

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Apresentação em tema: "Baixa Idade Média (XIV-XV) O Outono Medieval"— Transcrição da apresentação:

1 Baixa Idade Média (XIV-XV) O Outono Medieval
Prof. Nilton Rabello Ururahy

2 Crise do século XIV Eventos históricos
Guerra dos Cem Anos ( ). Fome. Epidemias: Peste. Revoltas camponesas: Jacqueries. A dança macabra. Xilogravura italiana de Representação da morte em fins da Baixa Idade Média, o século XIV foi caracterizado por ser um período de crise em razão da dizimação de grande parte população europeia pela fome, peste, guerras e revoltas.

3 Crise do século XIV “Até por volta de 1350, raramente a morte era retratada e, quando o era, tratava-se de uma mensageira do mundo divino. A partir daí, a morte tornou-se um tema recorrente na arte e na literatura, representada como uma força impessoal, com iniciativa própria. O significado da morte alterou-se e, com ele, toda uma sensibilidade: perdendo qualquer conotação ética, a morte deixou de ter natureza cristã”. (FRANCO Jr., Hilário. Idade Média, nascimento do Ocidente. São Paulo: Editora Brasiliense, 2001). A dança macabra. Xilogravura italiana de Representação da morte em fins da Baixa Idade Média, o século XIV foi caracterizado por ser um período de crise em razão da dizimação de grande parte população europeia pela fome, peste, guerras e revoltas.

4 Guerra dos Cem Anos (1337-1453) França X Inglaterra Fatores políticos:
Disputa pelo trono francês: Vaga no trono francês – morte do rei Carlos IV, em 1328. Disputa do trono: Filipe de Valois (nobre francês e primo do rei falecido) X Eduardo III (rei inglês e neto do rei falecido). Coroação de Filipe de Valois, tornando-se rei Filipe VI. Insatisfação dos ingleses e início dos confrontos em 1337. A batalha de Crécy em 1346 na Guerra dos Cem Anos. Confronto entre os exércitos de Filipe VI, da França, e Eduardo III, da Inglaterra, que terminou com a vitória dos ingleses, de Jean Froissart (séc. XV).

5 Guerra dos Cem Anos (1337-1453) França X Inglaterra
Fatores econômicos: Disputa pela região de Flandres (região produtora de tecidos de lã), localizada ao norte da França. Flandres era dominada pelos franceses. Ingleses temiam que a dominação francesa em Flandres lhes redessem prejuízos na venda de lã. Conquista inglesa sobre Flandres.

6 Guerra dos Cem Anos (1337-1453) Vitórias inglesas
Batalha de Sluys (1340) – na região de Flandres (litoral dos Países Baixos). Conquista de Normandia ( ) – (norte da França) garantiu o controle do canal da Mancha. Batalha de Azincourt (1415) – quando o exército de Henrique V venceu a cavalaria francesa. a cavalaria francesa de Charles VI; Batalha de Agincourt, em miniatura do século 15, representando a vitória inglesa. Autor desconhecido

7 Guerra dos Cem Anos (1337-1453) A Revanche francesa
Carlos VII, rei francês, organizou a reação, reconquistando os territórios perdidos de Orléans, Borgonha e Normandia. Destaque para a figura lendária de Joana d’Arc (uma jovem camponesa que liderou os franceses em diversas batalhas – foi capturada pelos ingleses e condenada a fogueira como bruxa em 1431). O Cerco de Orléans em 1428, por Jules Eugène Lenepveu, pintado em

8 Guerra dos Cem Anos (1337-1453) Fim da Guerra:
Em 1453, os franceses derrotam os ingleses em Bordeaux, pondo fim a guerra. Consequências: Definiu as fronteiras territoriais francesas e inglesas. Proporcionou a formação e a consolidação das Monarquias modernas francesas e inglesas. A Batalha de Castillon. Obra retrata a morte do comandante inglês John Talbot.

9 O triunfo de morte (1562), de Peter Bruegel.
Grande Fome Fatores: Problemas climáticos: Secas prolongadas. Chuvas prologadas. Invernos rigorosos. Consequências: Destruição dos campos de cereais. Diminuição da produção de alimentos. Fome generalizada. Revoltas camponesas. Surtos epidêmicos. O triunfo de morte (1562), de Peter Bruegel.

10 O triunfo de morte (1562), de Peter Bruegel.
Grande Fome “Entre 1315 e 1317 sucedem-se pesadas chuvas por todo o norte da Europa Ocidental, de forma tão intensa e ininterrupta que os campos são devastados e as colheitas perdidas, gerando uma situação de calamidade para o mundo camponês e que se soma aos vários anos bons que haviam levado o preço dos cereais a níveis bastante baixos. Sem colheitas e sem poupança, o mau tempo inaugura o grande movimento de crise do século XIV”. (SILVA, Francisco Carlos Teixeira da. Sociedade feudal: guerreiros, sacerdotes e trabalhadores. São Paulo : Brasiliense, 1986). O triunfo de morte (1562), de Peter Bruegel.

11 Peste Negra Estigmatização da doença: Consequências da peste: Origem:
Ásia Central. Surto epidêmico na Europa: a peste chegou pelas cidade portuárias da Península Itálica (entreposto comercial de produtos orientais) e, por conseguinte, se espalhou por toda a Europa. Estigmatização da doença: Cólera divina (castigo de Deus para os humanos pecadores). Judeus (pela crucificação de Jesus). Leprosos (por espalharem mazelas). Consequências da peste: Morte de 1/3 dos europeus (25 milhões). Temor e medo da população europeia dos séculos XIV e XV. Somente, no século XIX descobriu-se que a peste bubônica era transmitida por pulgas e urinas de ratos.

12 Peste Negra “Eis que, em outubro do ano 1347 da Encarnação do Senhor (...), muitos genoveses, em doze galeras, fugindo à cólera divina que se abatera sobre eles em razão de sua iniquidade, acostaram no porto da cidade de Messina. Os genoveses transportavam consigo, impregnada em seus ossos, uma doença tal que quem quer que tivesse falado com um deles era atingido por essa enfermidade mortal; essa morte, morte imediata, era absolutamente impossível de se evitar.” (Michel de Piazza. Historia secula ab anno ad annum Apud DUBY, Georges. A Europa na Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 1988, p.118). Somente, no século XIX descobriu-se que a peste bubônica era transmitida por pulgas e urinas de ratos.

13 Peste Negra Surto epidêmico na Europa Razões:
Desnutrição da população europeia. Ratos e pulgas infectados. Falta de saneamento básico e às precárias condições de higiene dos portos e espaços das cidades medievais. Ambientes propícios a proliferação de epidemias. A Peste Negra espalhou o medo e pânico na Europa no século XIV.

14 “A fome e fazia grande quantidade de vítimas
“A fome e fazia grande quantidade de vítimas. Diferentes epidemias agravavam a situação. Levada pela fome, muita gente vagava em busca do que comer, levando consigo as epidemias e a desordem. Na verdade, este foi apenas um ensaio da crise demográfica da Baixa Idade Média, que teve seu ponto crucial no ressurgimento da peste, então conhecida por peste negra. Também a peste, de certa forma, resultava da desmedida expansão do período anterior. Sempre presente no Oriente, ela atingiu através dos tártaros uma colônia genovesa da Crimeia (expressão da expansão territorial e comercial do Ocidente). Daí, os navios genoveses levaram-na para Constantinopla, Messina, Gênova e Marselha. Destes portos ela se difundiu pelo restante da Europa. Ela caminhava mais rapidamente pelas principais vias de comunicação e penetrava mais facilmente em regiões de alta densidade demográfica”. (FRANCO Jr., Hilário. Idade Média, nascimento do Ocidente. São Paulo: Editora Brasiliense, 2001, p. 36). Peste Negra Somente, no século XIX descobriu-se que a peste bubônica era transmitida por pulgas e urinas de ratos.

15 Peste Negra “[A peste negra] era transmitida essencialmente pelos parasitas, principalmente as pulgas e os ratos. Era uma doença exótica, contra a qual os organismos dos europeus não tinham defesas. Veio da Ásia pela rota da seda. Veja: a epidemia, essa catástrofe, é, portanto, também um dos efeitos do progresso, do crescimento.” (Georges Duby. Ano 1000 Ano Na pista de nossos medos. SãoPaulo: Editora da Unesp, 1998, p. 80)  A Peste Negra espalhou o medo e pânico na Europa no século XIV.

16 “Democrática e igualitária, a peste atingia indiferentemente a todos. [...] Ricos e pobres, organismos bem e mal alimentados, eram igualmente suscetíveis à peste. A diferença residia no fato de se estar mais ou menos expostos ao contágio. Grupos como coveiros, médicos, padres eram muita mais atingidos por razões profissionais. As zonas rurais, de população mais esparsa, eram mais poupadas que as cidades. A única possibilidade de salvação estava em manter-se afastado dos locais tocados pela peste”. (FRANCO Jr., Hilário. Idade Média, nascimento do Ocidente. São Paulo: Editora Brasiliense, 2001, p. 36). Peste Negra Somente, no século XIX descobriu-se que a peste bubônica era transmitida por pulgas e urinas de ratos.

17 “Todos aqueles que se aproximam dos pestíferos aspergem-se com vinagre, perfumam suas roupas, em caso de necessidade usam máscaras. [...] Os padres dão absolvição de longe e distribuem a comunhão por meio de uma espátula de prata fixada a uma vara que pode ultrapassar um metro. Desse modo, as relações humanas são totalmente conturbadas: é o momento em que a necessidade dos outros se faz mais imperiosa — e em que, de hábito, eles se encarregavam dos cuidados — que agora abandonam os doentes. O tempo da peste é o da solidão forçada”. (DELUMEAU, Jean. História do medo no Ocidente ( ): uma cidade sitiada. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 123). Peste Negra A Peste Negra espalhou o medo e pânico na Europa no século XIV.

18 Peste Negra A medicina medieval Os “médicos” Físicos Cirurgiões
Lema medieval: “credo quia absurdum est” – “creio porque é absurdo”. Medicina Medieval: saberes pagãos, obscurantismo, crenças religiosas e uma pequena porção de ciência. Misticismo: as doenças eram causadas por demônios, pela lua, mau olhado, feitiços e pragas. “A história dos saberes e das práticas terapêuticas em uso na Europa medieval elucida o surgimento de corporações de especialistas – médicos, cirurgiões, barbeiros – que buscam assegurar o monopólio da arte de curar, ao mesmo tempo em que se manifestam, por outro lado, as premissas de nossa medicina moderna. Com efeito, o renascimento da observação anatômica, no fim da Idade Média, supõe uma objetivação da pessoa e da doença sobre a qual a medicina, em sua busca de cientificidade, viria a se apoiar desde então e até os nossos dias”. (Marie-Christine Pouchelle. Medicina. In: Le GOFF, J., SCHIMITT, J. Dicionário Temático do Ocidente Medieval. Vol II. Bauru/SP: EDUSC, 2002, p.151).  Físicos Cirurgiões Cirurgiões-barbeiros

19 Epidemias A medicina medieval Tratamentos a base de preces:
Santo Fiacre: sofredores de hemorroidas. São Roque: “Peste Negra”. São Humberto: raiva. Imagem medieval sobre o tratamento de hemorroidas.

20 Epidemias “Nas faculdades de medicina, tínhamos outro exemplo importante das transformações culturais da época. Vista nos séculos como uma arte mecânica, quer dizer manual, ela tinha sido socialmente desvalorizada. Vista como conjunto de práticas mágicas, ela tinha sido muitas vezes rejeitada pela Igreja: até fins do século XVIII não se praticava a dissecação de cadáveres, pois sendo o homem feito à imagem e semelhança de Deus, abrir seu corpo seria de alguma forma uma violência para com a Divindade. No entanto, a visão naturalista do mundo que se desenvolvia desde o século XII alterava aquela postura”. (FRANCO JÚNIOR, Hilário. A idade Média e o Nascimento do Ocidente. São Paulo: Brasiliense,1986. p ). “Os homens da Idade Média entram em contato com a realidade física por intermédio de abstrações místicas e pseudo-científicas”. (LE GOFF, Jacques. A civilização do Ocidente medieval. Bauru, SP: Edusc, p.131.) Imagem medieval sobre o tratamento de hemorroidas.

21 Revoltas camponesas: as Jacqueries
Jacques: “bom homem” ou “João ninguém” Fatores: Fome e miséria generalizada dos camponeses. Exploração e obrigações servis às quais os camponeses estavam submetidos nos domínios senhoriais. Levantes camponeses: Invasão, saques e destruição de castelos nos feudos. Violência e ataques contra nobres. Jacquerie (1358) – revoltas camponesas na França, de Jean Froissart.

22 Revoltas camponesas: a Jacquerie:
Revoltas camponesas registradas no século XII “Juntemo-nos por um juramento, Defendemo-nos, a nós e aos nossos bens, E venceremos a todos. E, se quiserem guerrear, Teremos para cada cavaleiro Trinta ou quarenta camponeses Preparados para lutar. E assim poderemos ir aos bosques, Usar a madeira que escolhermos, Ter os peixes que quisermos, Comer a carne dos animais. Poderemos realizar nossas vontades, Nos bosques, nas águas, nos prados”. (In: MACEDO, José Rivair. Movimentos populares na Idade Média. São Paulo: Moderna, 1993, p. 24). Jacquerie (1358) – revoltas camponesas na França, de Jean Froissart.

23 Revoltas camponesas: a Jacquerie:
“Então algumas gentes das vilas camponesas, sem chefes, se juntaram em grupos que mal chegavam a cem homens e cada um deles dizia: “Dize bem! Dize bem! Abominado seja aquele por quem venha a retardar-se a destruição de todos os fidalgos!” Depois se foram sem outro desígnio e sem qualquer armamento, afora bastões ferrados e cutelos, rumo à casa do nobre que perto dali morava. Então quebraram a casa e mataram o cavaleiro, a dama e os filhos, pequenos e grandes e ataram fogo nos aposentos. Em seguida foram para outro forte castelo onde fizeram coisa pior, violando mulheres e crianças”. (FROISSART, Jean. Crônicas. In Duby, Georges. A Europa na Idade Média. SP: Martins Fontes, 1988, p ) Jacquerie (1358) – revoltas camponesas na França, de Jean Froissart.

24 Revoltas camponesas: a Jacquerie:
“A crise generalizada, no século XIV, obrigou as várias categorias sociais a buscar uma resposta. A dos oprimidos do campo e da cidade foram as jacqueries e os levantes urbanos. A da nobreza foram os conflitos dinásticos, que ofereciam a oportunidade de obter novos feudos. Outra resposta, apoiada pela burguesia comercial, baseava-se no fortalecimento do poder dos reis para restabelecer a ordem e abrir novos mercados. Para algumas nações, isso implicava uma política de expansão marítima”. (BRAICK; MOTA, 2010, p. 187). Jacquerie (1358) – revoltas camponesas na França, de Jean Froissart.

25 Revoltas camponesas: as Jacquerie:
Consequências: Destruição e abandono de áreas de cultivos. Diminuição da produção agrícola. Crescimento da miséria e da fome. Reação dos exércitos feudais às revoltas camponesas. Prisão e morte de milhares de camponeses. Diminuição dos impostos. Abolição da servidão e a introdução da mão de obra paga em alguns feudos. Camponeses fugiam dos feudos para os burgos em busca de trabalho e melhores condições de vida. Na fortaleza de Meaux, Gastão Fébus e João III de Grailli contra-atacam os Jacques, em defesa da família do Delfim. Chroniques de Jean Froissart, século XV. Obs.: 20 mil camponeses rebeldes foram massacrados pelos exércitos senhoriais.

26 Crise do Feudalismo Fatores: Cruzadas.
Renascimento comercial e urbano. Fome. Peste negra. Guerra dos Cem anos. Revoltas camponesas. Formação dos Estados Modernos europeus (Monarquias nacionais). A morte armada de gadanha, ceifando as vidas de toda a população; cena de dança macabra em pintura a fresco do Palácio dos Papas, em Avignon, século XIV.


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