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CAROLINA MARIA DE JESUS

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Apresentação em tema: "CAROLINA MARIA DE JESUS"— Transcrição da apresentação:

1 CAROLINA MARIA DE JESUS
QUARTOO DE DESPEJO DIÁRIO DE UMA FAVELADA CAROLINA MARIA DE JESUS

2 ANÁLISE QUARTO DE DESPEJO
BASEADO EM ESTUDOS DE TEXTOS OBRAS LITERÁRIAS 2019 PROF. ª CLÁUDIA REGINA SILVEIRA

3 QUARTO DE DESPEJO Autor: CAROLINA MARIA DE JESUS
Escola Literária: Literatura Contemporânea Ano de Publicação: 1960 Gênero: Diário Memórias Divisão da Obra: Relato de quatro anos(1955/ 1958/1959 e 1960), mas o tempo integral da narrativa é de cinco anos (1955 a 1960) Ambiente: São Paulo- Favela do Canindé Temas: Amor, morte miséria, fome questões raciais e de gênero, literatura preconceito, drogas, violência, violação de direitos humanos e prostituição.

4 Biografia Carolina Maria de Jesus

5 CAROLINA MARIA DE JESUS
† Sacramento - Minas Gerais, em, no dia 14 de março de 1914 † São Paulo, em 13 de fevereiro de 1977

6 Biografia Vinda de uma família extremamente pobre, tinha mais sete irmãos e teve que trabalhar cedo para ajudar no sustento da casa. estudou apenas até o segundo ano primário.

7 Biografia Na década de 30, mudou-se para São Paulo e foi morar na favela do Canindé. Ganhava seu sustento e de seus três filhos catando papel. No meio do lixo, Carolina encontrou uma caderneta, onde passou a registrar seu cotidiano de favelada, em forma de diário.

8 Biografia Segundo Magnabosco, “mesmo diante todas as mazelas, perdas e discriminações que sofreu em Sacramento por ser negra e pobre, Carolina revela, através de sua escritura, a importância do testemunho como meio de denúncia sócio-política de uma cultura hegemônica que exclui aqueles que lhe são alteridade”.

9 Biografia Descoberta pelo jornalista Audálio Dantas, repórter da Folha da Noite, Carolina teve suas anotações publicadas em 1960 no livro Quarto de Despejo, que vendeu mais de cem mil exemplares. A obra foi prefaciada pelo escritor italiano Alberto Moravia e traduzida para 29 idiomas.

10 Biografia Em 1961, o livro foi adaptado como peça teatral por Edi Lima e encenado no Teatro Nídia Lícia, no mesmo ano. Sua obra também virou filme, produzido pela Televisão Alemã, que utilizou a própria Carolina de Jesus como protagonista do longa-metragem Despertar de um sonho (inédito no Brasil).

11 Biografia Em 1963, Carolina publicou, pela editora Áquila, o livro Pedaços da Fome, com apresentação de Eduardo de Oliveira. Em publicou Provérbios.

12 Biografia Em 1977, durante entrevista concedida a jornalistas franceses, Carolina entregaria seus apontamentos biográficos, onde narrava sua infância e adolescência. Em o material foi publicado postumamente na França e na Espanha, sendo lançado no Brasil em 1986, com o título Diário de Bitita, pela editora Nova Fronteira.

13 Biografia Carolina foi uma das duas únicas brasileiras incluídas na Antologia de Escritoras Negras, publicada em pela Random House, em Nova York. Também está incluída no Dicionário Mundial de Mulheres Notáveis, publicado em Lisboa por Lello & Irmão.

14 Biografia Carolina faleceu em São Paulo, em 13 de fevereiro de 1977. 

15 Biografia Carolina Maria de Jesus

16 Bibliografia Lista de Obras Quarto de despejo (1960)
Casa de Alvenaria (1961) Pedaços de Fome (1963) Provérbios (1963) Póstumas Diário de Bitita (1982) Meu Estranho Diário (1996) Antologia Pessoal (1996) Onde estás felicidade  (2014)  Meu sonho é escrever...: contos inéditos e outros escritos (2018) 

17 A ESCOLA LITERÁRIA Literatura Contemporânea
(a partir da década de 1960)

18 Características da Literatura Contemporânea
Suas principais características são: Mistura de tendências estéticas (ecletismo). União da arte erudita e da arte popular. Prosa histórica, social e urbana. Poesia intimista, visual e marginal. Engajamento social e literatura marginal Experimentalismo formal. Técnicas inovadoras (recursos gráficos, montagens, colagens). Formas reduzidas (minicontos, minicrônicas) Intertextualidade e metalinguagem. Temas cotidianos e regionalistas.

19 PERSONAGENS: PRINCIPAIS:
CAROLINA MARIA DE JESUS: Narradora e protagonista da história. Carolina é mineira e vai tentar a vida em São Paulo, onde vai morar na Favela do Canindé. É uma mulher negra, pobre, desempregada, que tem amor pela leitura e pela escrita. Tem três filhos de pais distintos e trabalha como catadora para sustentá-los. JOÃO JOSÉ: Filho mais velho de Carolina, nasceu em 1948, tinha sete anos no início da narrativa. JOSÉ CARLOS: Filho do meio, nasceu em 1949, tinha seis anos no início da narrativa. VERA EUNICE: Filha mais nova, nasceu em 1953, tinha dois anos no início da narrativa. Desde cedo manifestava aversão à favela e gostava do luxo.

20 PERSONAGENS: SECUNDÁRIOS:
Vários moradores da favela e seus arredores, Senhor Manoel e Raimundo pretendentes de Carolina.

21 Quarto de despejo- Diário
Síntese Quarto de despejo- Diário

22 Excertos interessantes:
“1 de Julho… Eu percebo que se este diário for publicado vai maguar muita gente. 18 de Julho… levantei as 7 horas. Alegre e contente. Depois veio o aborrecimentos. (…) – Eu estava discutindo com as notas já começou a chegar os trocos. Os centavos. A unica coisa que não existe na favela é solidariedade. (…)

23 Excertos interessantes:
19 de Julho… Suporto as contingências da vida resoluta. Eu não consegui armazenar para viver, resolvi armazenar paciência. (…) Vou escrever um livro referente a favela. Hei de citar tudo que aqui se passa. 20 de Julho… Eu não estou descontente com a profissão que exerço. Já habituei-me andar suja. Já faz oito anos que cato papel. O desgosto que tenho é residir em favela. (…) Preciso ser tolerante com os meus filhos. Eles não tem ninguem no mundo a não ser eu. Como é pungente a condição de mulher sozinha em um homem no lar.

24 Excertos interessantes:
21 de Julho… Sentei na calçada para escrever. (…) – O que escreve? – Todas as lambanças que pratica os favelados, estes projetos de gente humana. (…) Não sei dormir sem ler. Gosto de manusear o livro. O livro é a melhor invenção do homem. 23 de Julho… Todos tem um ideal. O meu é gostar de ler.

25 Excertos interessantes:
06 de maio… O povo não tolera a fome. É preciso conhecer a fome para poder descrevê-la. 09 de Maio… Eu cato papel, mas não gosto. Então eu penso: faz de conta que estou sonhando. 11 de Maio… Ontem eu ganhei metade de uma cabeça de porco no Frigorifico. Comemos a carne e guardei os ossos. E hoje puis os ossos para ferver. E com o caldo fiz as batatas. Os meus filhos estão sempre com fome. Quando eles passam muita fome eles não são exigentes no paladar.

26 Excertos interessantes:
13 de Maio… Eu já perdi o habito de sorrir. (…) É o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. (…) Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos. E assim no dia 13 de Maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual – a fome! 16 de Maio… Eu amanheci nervosa. (…) Eu não ia comer porque o pão era pouco. Será que é só eu que levo esta vida? O que posso esperar do futuro? Um leito em Campos do Jordão (estância climática paulista, tradicionalmente procurada para tratamento de tuberculose). Eu quando estou com fome quero matar o Janio (Quadros), quero enforcar o Adhemar (de Barros) e queimar o Juscelino (Kubitschek). As dificuldades corta o afeto do povo pelos politicos.

27 Excertos interessantes:
17de Maio… Levantei nervosa. Com vontade de morrer. Já que os pobres estão mal colocados, para que viver? (…) Chegou um caminhão aqui na favela. O motorista e o seu ajudante jogam umas latas. É linguiça enlatada. Penso: é assim que fazem esses comerciantes insaciaveis. Ficam esperando os preços subir na ganancia de ganhar mais. E quando apodrece jogam fora para os corvos e os infelizes favelados. 18 de Maio… D. Maria José faleceu. (…) chegou o esquife cor roxa. Cor da amargura que envolve os corações dos favelados. (…) Chegou o carro para conduzir o corpo sem vida de Dona Maria José que vai para sua verdadeira casa propria que é a sepultura.

28 Excertos interessantes:
19 de maio… (…) Havia pessoas que nos visitava e dizia: – Credo, para viver num lugar assim só os porcos. Isso aqui é o chiqueiro de São Paulo. (…) A Vera ia sorrindo. E eu pensei no Casemiro de Abreu, que disse: “ri criança. A vida é bela”. Só se a vida era boa naquele tempo, porque agora a epoca está apropriada para dizer: “chora criança. A vida é amarga”. (…) As oito e meia da noite eu já estava na favela sentindo o odor dos excrementos que mescla com o barro podre..

29 Excertos interessantes:
20 de Maio… (…) Os politicos sabem que eu sou poetisa. E que o poeta enfrenta a morte quando vê seu povo oprimido. (…) Os favelados aos poucos estão se convencendo-se que para viver precisam imitar os corvos. (…) Oh! São Paulo rainha que ostenta sua coroa de ouro que são os arranha-céus. Que veste viludo e seda e calça meias de algodão que é a favela. 23 de Maio… Cheguei a conclusão de que quem não tem de ir pro céu, não adianta olhar para cima. É igual a nós que não gostamos da favela, mas somos obrigados a residir na favela.

30 Excertos interessantes:
27 de Maio… Não tomei café, ia andando meio tonta. A tontura da fome é pior do que do alcool. A tontura do alcool nos impele a cantar. A tontura da fome nos faz tremer. Percebi que é horrivel ter só ar dentro do estomago. 03 de junho… Assembleia de favelados é com paus, facas, pedradas e violência. (…) A fome também serve de juiz. 08 de Junho… O favelado não é burro. Mas foi vacinado com sangue de burro. 12 de Junho… As horas que sou feliz é quando estou residindo nos castelos imaginarios.

31 Excertos interessantes:
04 de Julho… Porque será que o pobre não tem dó do outro pobre? 06 de Julho… Parece que eu vim ao mundo predestinada a catar. Só não cato a felicidade. 07 de Julho… – Eu sou favelada do Canindé. (…) Quando alguem nos insulta é só falar que é da favela e pronto. 08 de Julho… Fico (…) pensando nas palavras do Frei Luiz que nos diz para sermos humildes. Penso: se o Frei fosse casado (… e) visse seus filhos comendo generos deteriorados, comidos pelos corvos e ratos, havia de revoltar-se, porque a revolta surge das agruras.

32 Excertos interessantes:
09 de Julho… Tem hora que revolto comigo por ter iludido com homens e arranjado estes filhos. (…) estou sem ação com a vida. Começo a achar minha vida insipida… 10 de Julho… Aqui nesta favela a gente vê coisa de arrepiar os cabelos. A favela é uma cidade esquisita e o prefeito daqui é o Diabo. 11 de Julho… Minha enfermidade é física e moral. 16 de Julho… (…) Passei no frigorifico. Havia jogado muitas linguiças no lixo. Separei as que não estava estragadas. (…) Eu não quero enfraquecer e não posso comprar. E tenho um apetite de leão. Então recorro ao lixo.

33 Excertos interessantes:
24 de Julho… Como é horrivel levantar de manhã e não ter nada para comer. 28 de Julho… Hoje em dia quem nasce e suporta a vida até a morte deve ser considerado heroi. 02 de Agosto… As mulheres vasculham o lixo procurando carne para comer. E elas dizem que é para os cachorros. Até eu digo que é para os cachorros… 09 de Agosto… (…) Um sapateiro perguntou-me se o meu livro é comunista. Respondi que é realista. Ele disse-me que não é aconselhavel escrever a realidade.

34 Excertos interessantes:
25 de Setembro… Odeio o reporter Audálio Dantas (o jornalista Audálio Dantas, na época repórter da Folha da Manhã e da revista O Cruzeiro, foi quem descobriu os manuscritos da autora e encaminhou-os para publicação). Se ele não prendesse os meu livro eu enviava para os Estados Unidos e já estava socegada. 12 de Outubro… Já faz tanto tempo que estou no mundo que eu estou enjoando de viver. Tambem, com a fome que eu passo quem é que pode viver contente? 28 de Outubro… A prostituição é a derrota moral de uma mulher. É como um edificio que desaba.

35 Excertos interessantes:
01 de Novembro… Eu já estou tão habituada com as latas de lixo, que não sei passar por elas sem ver o que há dentro. 05 de Novembro… Quando Jesus disse para as mulheres de Jerusalem: – “Não chores por mim. Chorae por vós” – suas palavras profetisava o governo do Senhor Juscelino. (…) Você já viu um cão quando quer segurar a cauda com a boca e fica rodando sem pegá-la? É igual ao governo do Juscelino! 06 de Novembro… Eu deveria ter nascido no inferno!

36 Excertos interessantes:
12 de Novembro… O povo brasileiro só é feliz quando está dormindo. 27 de Novembro… Como é horrivel ouvir um pobre lamentando-se. A voz do pobre não tem poesia. 16 de Janeiro… Fui no Correio retirar os cadernos que retornaram dos Estados Unidos. (…) Cheguei na favela. Triste como se tivessem mutilado meus membros. O The Reader Digest devolvia os originais. A pior bofetada para quem escreve é a devolução de sua obra. 07 de Maio… Não há coisa pior na vida do que a propria vida.

37 Excertos interessantes:
28 de Maio… A vida é igual a um livro. Só depois de ter lido é que sabemos o que encerra. 22 de Junho… Hoje eu fui me olhar no espelho. Fiquei horrorizada. O meu rosto é quase igual ao da minha saudosa mãe. E estou sem dente. Magra. Pudera! O medo de morrer de fome! 06 de julho… A C. disse que pediu dinheiro ao seu pai para comprar um par de sapatos, e ele disse: – Se você me dar a… eu te dou 100.

38 Excertos interessantes:
Ela deu. E ele deu-lhe só 50, ela rasgou o dinheiro e a I. catou os pedaços e colou. Porisso que eu digo que a favela é o Gabinete do Diabo. 15 de Julho… Já emagreci 8 quilos. Eu não tenho carne, e o pouco que tenho desaparece. (…) Quando passei diante de uma vitrine vi meu reflexo: desviei o olhar, porque tinha a impressão de estar vendo um fantasma. 13 de Agosto… O que se nota é que ninguem gosta da favela, mas precisa dela.

39 Excertos interessantes:
31 de Dezembro… Levantei as 3 e meia e fui pegar agua. Despertei os filhos, eles tomaram café. Saimos. (…) Espero que 1960 seja melhor Sofremos tanto no 1959, que dá para a gente dizer: Vai, vai mesmo! Eu não quero você mais. Nunca mais! 01 de Janeiro de 1960… levantei 5 horas e fui carregar agua.”

40 Biografia 14 de Junho… Eu quero ver como é que vou morrer. Ninguem deve alimentar a ideia de suicidio. Mas hoje em dia os que vivem até chegar a hora da morte, é um heroi. 16 de Junho… (…) Acho até cabelo de negro mais iducado do que cabelo de branco. Porque o cabelo do preto onde põe, fica. É obediente. E o cabelo de branco, é só dar um movimento na cabeça ele já sai do lugar. (…) O branco diz que é superior. Mas que superioridade apresenta o branco? Se o negro bebe pinga, o branco bebe. A enfermidade que atinge o preto, atinge o branco. Se o branco sente fome o negro tambem. A natureza não seleciona ninguem.


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