Carregar apresentação
1
HANSENÍASE UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DEPARTAMENTO DE CLÍNICA MÉDICA DIVISÃO DE DERMATOLOGIA HANSENÍASE João Carlos L. Simão
2
HANSENÍASE doença infecciosa crônica, causada pelo Mycobacterium leprae compromete pele e nervos periféricos caracteriza-se por apresentar amplo espectro de manifestações clínicas grave problema de saúde pública no Brasil (coeficiente de detecção: 2,09/10000 hab.) 8% dos casos diagnosticados apresentam incapacidade física
3
Mycobacterium leprae Pertence à família das micobactérias
Bastonete reto ou ligeiramente encurvado Bacilo álcool-ácido resistente (coloração de Ziehl Nielsen) Parasita intra-celular obrigatório: macrófagos e células Schwann Viável por até 36 horas em temperatura ambiente Reprodução lenta (12 a 14 dias): cronicidade da doença e período de incubação prolongado (2 a 5 anos) Não cresce em meio de cultura artificial Inoculação em animais bem sucedida
4
Mycobacterium leprae Infectividade ALTA Resistência ALTA
Patogenicidade BAIXA Período de incubação ALTO
5
Mycobacterium leprae Coloração Ziehl Nielsen Coloração Fite Faraco
6
Mycobacterium leprae Afinidade M. Leprae por nervos periféricos Neuropatia
7
Mycobacterium leprae Principal fonte de infecção: homem com as formas contagiantes multibacilares da doença Transmissão: vias aéreas superiores Fonte de bactérias: mucosa do trato respiratório superior Influências de fatores ambientais e socio-econômicos: Clima tropical e subtropical Condições de habitação, nutrição e higiene Medicina assistencial precária
8
Mycobacterium leprae
9
EPIDEMIOLOGIA Grave problema de saúde pública 2004: 49.206 casos novos
2004: casos em registro ativo 2005: casos em registro ativo Prevalência: 2,09/ habitantes OMS: menos de 1 caso/ habitantes
10
FORMAS CLÍNICAS Infecção pelo M. leprae: diversas manifestações clínicas Doença paucibacilar: poucos bacilos Doença multibacilar: muitos bacilos Diversos mecanismos de resposta imune ao bacilo
11
FORMAS CLÍNICAS Hospedeiro infectado → a forma de hanseníase que será desenvolvida é determinada pelo modo com que o sistema imunológico responderá ao bacilo Os primeiros sítios são os nervos periféricos → predileção pelo tecido neural → células de Schwann Incubação: 2 a 5 anos
12
FORMAS CLÍNICAS Indeterminada (I) Tuberculóide (T)
Dimorfo-tuberculóide (DT) Dimorfo-dimorfa (DD) Dimorfo-virchowiana (DV) Virchowiana (V)
13
HANSENÍASE
14
FORMAS CLÍNICAS Operacional (OMS): Paucibacilar (PB)
I, T, DT: baciloscopias negativas Multibacilar (MB) DD, DV, V: baciloscopias positivas
15
FORMAS CLÍNICAS Hanseníase indeterminada (I) forma inicial
mácula hipocrômica com distúrbio de sensibilidade: hipo ou anestesia térmica, dolorosa ou tátil Pesquisa de bacilos: negativa
16
FORMA INDETERMINADA
17
FORMAS CLÍNICAS Hanseníase tuberculóide (T)
forma de alta resistência à infecção pelo M. leprae manifestações clínicas relacionadas à exacerbação da resposta imune do tipo celular formação de granuloma bem definido destruição completa dos bacilos forte resposta de padrão Th1 lesões na pele localizadas e bem demarcadas: lesões em placa com relevo na pele tendendo à involução central número de lesões é pequeno comprometimento neural pode ser intenso
18
FORMA TUBERCULÓIDE
19
FORMAS CLÍNICAS Hanseníase virchowiana (V)
forma de alta susceptibilidade à infecção pelo M. leprae deficiência da resposta imune do tipo celular expressiva multiplicação bacilar forte resposta de padrão Th2 ausência de resposta Th1 eficaz tendência para disseminação da doença polimorfismo de lesões: eritematosas, ferruginosas, infiltradas, bordas imprecisas, nódulos, tubérculos.
20
FORMA VIRCHOWIANA
21
FORMA VIRCHOWIANA
22
FORMA VIRCHOWIANA
23
FORMA VIRCHOWIANA
24
FORMAS CLÍNICAS Hanseníase dimorfa (D) forma instável
características que se aproximam da forma tuberculóide (DT) ou virchowiana (DV), dependendo da resposta imunecelular do hospedeiro ao parasita ampla faixa de manifestações clínicas
25
FORMA DIMORFA
26
FORMA DIMORFA
27
COMPROMETIMENTO NEURAL
28
COMPROMETIMENTO NEURAL
29
ESPECTRO CLÍNICO M. leprae T DT DD DV V
30
IMUNOLOGIA Fagocitose pelo macrófago ativação pela presença do bacilo no seu interior produção da citocina IL-12 e ROI IL-12: ativação de células NK, que produzem IFNγ O processo de apresentação do antígeno pode desencadear a ativação de 2 subpopulações de células T CD4+ (helper): Th1 e Th2 Th1: IL2, IFNγ e TNFβ/α ativação e manutenção da resposta imunecelular Th2: IL4, IL-5, IL-6 e IL10 supressão da atividade macrofágica e proliferação e diferenciação de células B Th2 regula negativamente Th1
31
IMUNOLOGIA Dependendo da subpopulação de células T e da atividade macrofágica, haverá predominância de mecanismos de defesa ou de disseminação da doença, expressados clinicamente pelas formas tuberculóide ou virchowiana, respectivamente.
32
ESPECTRO IMUNOLÓGICO M. leprae Imunidade protetora
Ativação do macrófago T - helper T - citotóxico T - supressor T DT DD DV V
33
RESISTÊNCIA x INFECÇÃO
Ativação de macrófago Ativação de Neutrófilo CTL Th1 CD4+ Naive Proliferação e diferenciação IL-2 TNF NO Granuloma TNFa Th1 T Mitsuda T
34
SUSCEPTIBILIDADE x INFECÇÃO
Anticorpo Degranulação de Mastócito Supressão da ativação de macrófagos Multiplicação do Parasita Th2 TGFb Macrófago Ativado Proliferação Diferenciação CD4+ Naive APC Célula B C. Virchow V V
35
EXAME CLÍNICO EXAME GERAL
estado geral, hidratação, temperatura, coloração mucosas EXAME DERMATOLÓGICO áreas infiltradas em face, nariz, lábios e pavilhão auricular lesões cutâneas por todo o tegumento pesquisa de sensibilidade nas lesões encontradas espessamento de nervos; pesquisa de sensibilidade em pés e mãos
36
EXAME CLÍNICO
37
EXAME CLÍNICO EXAME OTORRINOLARINGOLÓGICO
perfuração septal, lesões vegetantes, crostosas, sangrantes no vestíbulo nasal EXAME INTRABUCAL úlceras de base granulomatosa em palato duro e mole, dentes com comprometimento pulpar
38
EXAME CLÍNICO
39
HANSENÍASE Exames complementares Baciloscopia
Biópsia de lesão cutânea para exame histopatológico Quantificação do anticorpo anti-PGL-1 Exames gerais e sorologias Avaliação da neurologia US nervo Eletroneuromiografia Avaliação de incapacidades Reação de Mitsuda
40
TRATAMENTO Formas paucibacilares Formas multibacilares
Rifampicina 600mg dose supervisionada 1×/ mês Dapsona 100mg/dia Tempo de tratamento: 6 meses Formas multibacilares Clofazimina 300mg dose supervisionada 1 ×/mês Clofazimina 50mg/dia Tempo de tratamento: 12 meses Outras drogas (esquemas substitutivos) Ofloxacina, Minociclina, Claritromicina
41
REAÇÕES HANSÊNICAS
42
REAÇÕES HANSÊNICAS Períodos de inflamação aguda no curso de uma doença crônica EDEMA, CALOR, RUBOR, DOR, PERDA DA FUNÇÃO Pele Nervos Gânglios Olhos Outros órgãos (p.ex. fígado) Podem ocorrer: antes e depois do tratamento, durante o tratamento (maioria) e no momento do diagnóstico Pacientes MB: as reações podem ocorrer por muitos anos após o tratamento ser concluído
43
TIPOS DE REAÇÃO HANSÊNICA
Tipo 1 (Reação reversa) Reação tipo IV Gel e Coombs – imunidade celular tardia. Infiltração das lesões cutâneas, surgimento de novas lesões, lesões satélites, edema de membros ou de face. Dor e perda de sensibilidade dos nervos (agressão neural destrutiva). Os músculos envolvidos no fechamento das pálpebras podem ser afetados. Bom estado geral, sem febre ou com febre baixa. Ocorre nos pacientes PB e MB (exceto os polares V e T). Tratamento: Corticoterapia.
44
REAÇÃO TIPO 1 (REVERSA)
45
REAÇÃO TIPO 1 (REVERSA)
46
TIPOS DE REAÇÃO HANSÊNICA
Tipo 2 (Eritema nodoso hansênico) Reação tipo III Gel e Coombs – depósito de imunocomplexos. Nódulos eritêmato-edemaciados. Neurites, linfadenites, nefropatia (glomerulites), rinite, laringite, irite, esplenite, hepatite, orquiepididimite, dores ósseas, artralgias, artrites, mialgia. Febre, mal estar, náuseas, vômitos. Alterações laboratoriais: VHS, leucocitose, alts. enzimas hepáticas etc. Pode ocorrer necrose e ulceração – Eritema nodoso necrotizante. Tratamento: Talidomida, Corticosteróides, Clofazimina, Pentoxifilina, AAS.
47
REAÇÃO TIPO 2 (ERITEMA NODOSO HANSÊNICO)
Apresentações semelhantes
© 2024 SlidePlayer.com.br Inc.
All rights reserved.