A HORA DE JOGO DIAGNÓSTICA. BRINCADEIRA: PONTE PARA A REALIDADE “AS BRINCADEIRAS DAS CRIANÇAS DEVERIAM SER CONSIDERADAS SUAS ATIVIDADES MAIS SÉRIAS” Montaigne.

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1 A HORA DE JOGO DIAGNÓSTICA

2 BRINCADEIRA: PONTE PARA A REALIDADE “AS BRINCADEIRAS DAS CRIANÇAS DEVERIAM SER CONSIDERADAS SUAS ATIVIDADES MAIS SÉRIAS” Montaigne

3 Freud – brincadeira: meio da criança efetuar suas primeiras grandes realizações culturais e psicológicas; expressa a si própria; exprimem seus sentimentos e pensamentos;

4 A brincadeira é a “estrada real” parao mundo interno consciente e inconsciente da criança.

5 Brincadeira = escolha motivada por processos internos, desejos, problemas, ansiedades; O que se passa na mente da criança determina suas atividades lúdicas;

6 Brincadeira = como a criança vê e constrói o mundo – como ela gostaria que ele fosse, quais as suas preocupações e que problemas a incomodam

7 Brincar é sua linguagem secreta; Intervir = desvia a criança de seus propósitos inconscientes – a impede de dominar suas dificuldades psicológicas;

8 Exemplo: menina de 4 anos – gravidez da mãe – comportamentos regressivos (mamadeira, xixi na roupa, engatinhar) Após alguns meses – carinhosa com sua boneca, cuidando dela mais seriamente do que antes Significados ????

9 Medo que o bebê a privasse de suas gratificações infantis – ela mesma tentou supri-las Pensou que a mãe queria um bebê, que ela não era mais Se fosse um bebê, a mãe desistiria da idéia de outro

10 Após algum tempo – experimentou que ser bebê tinha desvantagens Ser mais crescida era melhor do que ser um bebê Resolveu ser como a mãe –Na brincadeira, ser como a mãe, agora –Na imaginação, tornar-se, no futuro, mãe de verdade

11 Crianças maiores – para proteger sua maturidade - representam esses papéis como atores numa peça ou com bonecos (Personificação)

12 Brincar – esforço de simplesmente entender o mundo – Brincar de boneca, de trabalhar como os pais, imitar os irmãos mais velhos = entendê-los como pessoas, mas também por suas ocupações; saber o que significa ficar mais velha.

13 Esforço lúdico = autocurativo Brincar de cuidar de bonecas, ou de animais de verdade, como gostaria de ser cuidada – compensar deficiências sentidas.

14 Brincadeira: Exercita o corpo e a mente Satisfação de funcionar bem sozinho e com os outros Prazer imediato – se estende e se transforma num prazer de viver Duas faces – voltada para o passado e para o futuro (deus romano Jano)

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16 Brincadeira: Resolver de forma simbólica problemas não resolvidos do passado; Enfrentar direta ou simbolicamente questões do presente; Preparar-se para o futuro e suas tarefas.

17 Outras funções da brincadeira: Desenvolvimento das capacidades cognitivas e motoras (Karl Groos) Desenvolvimento intelectual (Piaget) Desenvolvimento do pensamento Desenvolvimento da linguagem –uso criativo das palavras –criar poesias – crianças mais otimistas

18 Brincar ensina os hábitos necessários ao crescimento: –Persistência, perseverança - raramente conseguimos as coisas tão fácil ou rapidamente como gostaríamos –Confiar na sua capacidade de vencer (Tolerância à frustração)

19 Exemplo: entender que não precisa desistir desesperada se um bloco não se equilibra perfeitamente sobre outro, logo na primeira vez Repetição na brincadeira – luta com questões de grande importância – não encontrou solução para o problema que investiga – continua a procurá-la.

20 Repetição: perder o jogo, possibilidade de jogar de novo e vencer Entender que apesar de reveses temporários na vida, ainda pode ter sucesso, inclusive na mesma situação em que experimentou a derrota – (T jogar de verdade) (≠ fama) Enfatizar o prazer do jogo (processo)

21 Crianças – muito sensíveis a nossos sentimentos internos Não impor-lhes nossos objetivos (T observador participante) Limitar nossa participação a entregar-lhe as peças ou ajudá-la, se pedir T – ter a paciência necessária de esperar

22 Brincar de “gente grande”: Prazer vem da fantasia de ser grande piloto, músico, pintor, explorador, inventor, bailarina ou motorista de caminhão agora mesmo.

23 FANTASIA E BRINCADEIRA Através das brincadeiras baseadas nas fantasias imaginativas: Compensar as pressões que sofre na vida e das que se originam em seu inconsciente Torna-se mais familiarizada com o conteúdo de sua racionalização do desejo, assim como de alguns de seus desejos anti-sociais

24 Fantasia ira e hostilidade em jogos de guerra ou realiza seus desejos de grandeza, imaginando ser o Super- homem ou o Hulk ou um rei: Procura a satisfação indireta de devaneios irreais, de controlar outras pessoas, compensando o sentimentos de estar sujeita ao controle dos adultos, principalmente dos pais.

25 DIFERENÇA ENTRE FANTASIA E BRINCADEIRA Imaginação: podemos tudo Representação da fantasia: sujeito às limitações da realidade (Criatividade)

26 Crianças normais: jogos de fantasia são uma tentativa de separar a vida interna (imaginação), da vida externa da realidade – adquirir domínio sobre ambas Somente crianças com sérios distúrbios emocionais querem permanecer no mundo da fantasia

27 Através da brincadeira, a fantasia é modificada a ponto das limitações da realidade tornarem-se visíveis por meio da atividade lúdica. Ao mesmo tempo, a realidade é enriquecida, humanizada e personalizada, por ter sido impregnada de elementos inconscientes vindos das grandes profundezas de nossa vida interior.

28 Nas fantasias, nos sonhos, no inconsciente, tudo é possível. Nada precisa seguir uma seqüência ordenada; nada contradiz coisa alguma. No entanto, se o inconsciente não é influenciado pela realidade, permanece anti-social e caótico.

29 A realidade livre de elementos fantásticos permanece áspera, fria, emocionalmente insatisfatória, mesmo quando parece vir de encontro às nossas necessidades. Evidentemente, nossos mundos internos e externos precisam ser integrados de maneira harmônica, se quisermos ter uma vida satisfatória.

30 As crianças testam os limites que a realidade impõe, representando suas fantasias. Exemplo: Quando aborrecida com alguém, a criança imagina cortar fora a cabeça da pessoa. Não tem importância na fantasia, porque depois pode colar a cabeça de novo e tudo fica bem.

31 “Precisamos ter cuidado com nossos desejos e com o que pode acontecer quando se tornam realidade” A criança aprende isso quando vai além – decapita seu bichinho de brinquedo Visualiza em que consiste o seu desejo Com tais experiências, suas fantasias vingativas mudam aos poucos

32 Os desejos do inconsciente são moderados pelo impacto das limitações da realidade, tal como vivenciada na brincadeira

33 A INTEGRAÇÃO DOS MUNDOS INTERNO E EXTERNO A idade das brincadeiras é o tempo certo para construirmos a ponte entre o mundo do inconsciente e o mundo real. Brincadeira que recorre à imaginação – passa dos significados simbólicos dos objetos para a investigação ativa de suas verdadeiras funções e particularidades

34 Exemplo: Criança constrói uma torre de blocos e depois a derruba Não apenas - depois de ter agido “construtivamente”, suas tendências destrutivas predominaram; Construindo – sujeita às limitações impostas pela realidade sobre sua imaginação (sua realidade interna)

35 Mesmo enquanto assegurava seu domínio sobre os blocos – ajustando- os ao seu projeto – fazia concessões à natureza dos materiais, à gravidade, às leis de equilíbrio e sustentação; Revoltada com as restrições – destrói a torre – para reafirmar seu domínio sobre um meio relutante.

36 É uma experiência crucial de aprendizagem sobre as realidades interna e externa; e sobre o domínio. A criança aprende que pode ser o senhor supremo – mas apenas de um mundo caótico

37 Se quiser assegurar algum domínio sobre um mundo estruturado e organizado, precisa renunciar a seu desejo “infantil” de domínio total e chegar a um acordo entre esses desejos e a dura realidade (as limitações de construir com blocos)

38 Enquanto repete seguidamente a experiência, aprende que o desejo de exercer domínio total (derrubando a torre de blocos) leva ao caos. A criança aprende a moderar suas exigências internas à luz do que é factível no mundo em que vive.

39 Brincar é o processo no qual se inteira dos dois lados da realidade - interna e externa Começa a fazer as pazes com as legítimas exigências de ambos e a aprender como satisfazê-las em benefício próprio e dos outros.

40 Caixa de ludodiagnóstico Significado??? Necessita ter, para curar-se, algo que seja completamente seu, sem interferências Significar o que foi a primitiva relação com a mãe

41 EXEMPLOS DE CASOS Menina – 6 anos – cola na parede – Esvaziar o frasco de cola = ensaio da possibilidade de que algo servisse para unir o que estava destroçado. = como poderia arrumar dentro de si as palavras destroçadas.

42 Menino – 8 anos Destruía todo material da caixa – restos de brinquedos – em desordem = como se sentia. Aceitar a caixa – aceitá-lo como era, sem exigir que se mostrasse bem e são; Repor materiais atraentes = eu exigia mostrar-se como elas, o que não podia fazer, por estar muito doente

43 Jogo de esconde –esconde = perder e recuperar algo Toda ausência é seguida de um reencontro – elabora a angústia da perda e a ânsia de recuperar

44 Menino – 2 anos Pavor noturno – insônia – desde 18 m Brinca com pratinhos, taças e talheres – alimentação com prazer (± 10 min.) Pede que acenda a luz Pega pratinho, chupa e morde desesperadamente Ansiedade crescente

45 Luz = sintomas à noite Pratinho = seio introjetado (= mãe) Morde e ataca o seio Defesas frente às tendências destrutivas = expulsão, projeção e simbolização Destruição violenta do objeto carregado de destrutividade – projeção = perseguidor

46 Enchia a pia de água até transbordar Pisava e fazia marcas dos pés, até a mãe Segurava a mão da terapeuta Abraçava a mãe, carinhosamente

47 Transbordar água = urinar à noite, pela ansiedade; Abraço = forma inicial de contato com a mãe, depois do nascimento; Necessitava do apoio incondicional = mão da terapeuta = para curar-se; Ultrapassar o limite entre o banheiro e a sala de jogo – simboliza o nascimento

48 REFERÊNCIAS ABERASTURY. A. Psicanálise da criança – teoria e técnica. Porto Alegre: Artes Médicas, 1982. BETTELHEIM, B. Uma vida para seu filho. Rio de Janeiro: Campus, 1988. GRAÑA, R.B. e PIVA, A.B.S. (orgs). A atualidade da Psicanálise de crianças. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2001.


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