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PORQUE OS AMORES SE PERDEM
( Letícia Thompson )
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O mais difícil de entender quando os amores acabam, são os porquês.
Por que duas pessoas que se encontraram e se encantaram, viveram um amor que parecia indestrutível, se separam?
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Amores deveriam ser eternos, mas nem sempre são.
Por quê o amor geralmente acaba de um lado só e é o outro que fica chorando e querendo entender as razões? Amores deveriam ser eternos, mas nem sempre são. Costumo comparar casais a chave e fechadura. Nem toda chave abre todas as portas e é necessário encontrar aquela exata que vai se encaixar perfeitamente e tudo será possível.
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E cria-se sonhos, planeja-se o futuro...
Mas a gente acredita que cada vez que alguém toca nosso coração e entra, que é definitivo. Um casal que se apaixona de início, sem que um tenha tido o tempo de desnudar o outro nas suas verdades, acredita nessa chama e até briga por ela muitas vezes. E cria-se sonhos, planeja-se o futuro...
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Medo de ter que olhar bem nos olhos da realidade e dizer:
Enquanto isso os dias vão passando, toma-se menos cuidado em manter a magia e a parte dos dois que é mais sonhadora começa a sentir-se incomodada. Dá medo. Medo de ter que olhar bem nos olhos da realidade e dizer: acabou!
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Medo de ter que se confessar a si próprio que ainda não foi aquela vez!
Medo da solidão, de ter que recomeçar... Não são as decepções que matam o amor.
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depois de um longo sono e lindos sonhos.
Se assim fosse, não existiriam perdões e reconciliações O que mata o amor é simplesmente a tomada de consciência de que o outro não é o ser sonhado. É como acordar depois de um longo sono e lindos sonhos. O outro está ali, é a mesma pessoa, mas aquela neblina que dava a impressão de irrealidade já não mais existe.
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E isso não acontece da noite para o dia, como se costuma pensar.
É algo que vem com os dias, os hábitos, as monotonias. Um percebe, o outro não. Um começa a se sentir angustiado e o outro continua acreditando ou finge que acredita. E quando a gota que faz transbordar o vaso chega é o mundo todo que desmorona.
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Porém, tudo não fica definitivamente perdido.
Sobra de um lado a dor, e os porquês, um resto de amor que teima em ficar no fundo como o vinho envelhecido na garrafa e do outro o coração dividido por não poder reparar erros cometidos e a vontade de continuar em busca de outros horizontes.
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Vivido é vivido, feliz ou infelizmente.
Sobra para os dois a ternura e a lembrança dos momentos passados juntos. Por que corta-se relacionamentos, mas não se apaga momentos, mesmo que a gente queira. Vivido é vivido, feliz ou infelizmente.
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Inútil é querer resgatar um amor
que resolveu partir pra outras direções. Quanto mais apega-se, mais ele se afasta. E quanto mais se afasta, mais dói no outro a incompreensão.
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É uma roda da qual é difícil de sair.
E é uma pena, pois os corações não merecem isso. Quando a questão é amor, não existe justo ou injusto Existe o que ama, e o que não ama mais.
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Precisamos aceitar que o outro não tenha os mesmos sentimentos, mesmo se isso nos faz mal, por que se o amor não for livre para se instalar onde realmente deseja, ele perde toda a razão de ser.
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