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Dor de perda Letícia Thompson
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É um caminho inevitável.
Temos todos, um dia ou outro, de uma forma ou de outra (e geralmente de várias formas mesmo), que viver isso. Não porque é uma fatalidade do destino, mas porque faz parte da vida.
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A pior de todas, é quando alguém que a gente ama morre.
E cada um de nós vive, mesmo se de maneira dolorosa igual, de um jeito diferente as diferentes perdas pelas quais temos que atravessar. A pior de todas, é quando alguém que a gente ama morre.
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Esse é um sentimento de perda irreparável.
Um amigo não vale pelo outro, um irmão não vale pelo outro e nada no mundo poderá substituir nossos pais. Tenho uma amiga sábia que diz que “nunca somos velhos o suficiente para ficarmos órfãos”.
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É a idéia do “nunca mais ver” que dói mais.
E ela tem razão. E mesmo se o tempo aplaca essa dor, sempre vai ficar dentro da gente aquele sentimento indecifrável de vazio. É a idéia do “nunca mais ver” que dói mais. E quando esta se une à idéia de não termos feito algo mais, não termos dito algo mais, ainda é pior.
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Outra dor de perda é quando a pessoa que se ama se vai.
Nesse caso existe uma mistura de dor de orgulho e dor de medo de se ficar sozinho, muitas vezes porque o que existia não era realmente amor, mas uma dependência emocional do outro.
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Dor de orgulho, porque ninguém nessa vida foi feito pra perder.
Dor de ter sido deixado, dor de rejeição, que chega a doer até fisicamente. Não adianta dizer nesse momento que “quando se perde um ônibus vem dez atrás”, porque a pessoa vai te dizer que o que perdeu era justamente aquele que queria.
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Mas quando o tempo cura essa ferida (e o tempo cura todas as feridas
Mas quando o tempo cura essa ferida (e o tempo cura todas as feridas!) e o coração começa a bater mais forte por outra pessoa, aí então a gente esquece. E ninguém precisa ter medo de ficar sozinho, pois só vai ficar sozinho quem não se abrir a novas possibilidades.
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Não passiva, de se deixar levar.
E com isso tudo, o que é preciso mesmo é que aprendamos o sentimento de aceitação. Não passiva, de se deixar levar. Mas aquela de quando se sabe que vai se viver o inevitável, de viver isso da melhor maneira possível. Nenhum de nós está preparado pra isso, mas sabemos que é a vida.
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E não deixar que a dor do orgulho possa impedir que vivamos, isso é importante.
Alguém me contou recentemente que sofreu dois anos por ter perdido um amor e depois é que reconheceu que o sofrimento não era realmente de amor, mas do orgulho de ter sido deixado.
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É preciso muita sabedoria para se tirar a venda do orgulho dos olhos.
Uma vez reconhecido isso, ele deu um passo à frente e encontrou aquela que hoje em dia é sua esposa, que portanto já fazia parte do grupo que conhecia e freqüentava. É preciso muita sabedoria para se tirar a venda do orgulho dos olhos.
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É preciso dar de si mesmo enquanto se pode.
Fazer com que os que amamos saibam disso é uma maneira de se preparar a viver diferente a perda, se esta se der. É preciso dar de si mesmo enquanto se pode. É preciso evitar o “ah, se eu soubesse” e “ah, se eu pudesse voltar” do futuro.
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É preciso oferecer flores enquanto se pode vê-las e senti-las.
Se você gosta de alguém, diga, demonstre. Nem todo mundo sabe adivinhar.
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Vive muito melhor dor de perda quem sabe que fez a sua parte.
Transforme em gestos e palavras tudo aquilo que se passa no seu coração. Vive muito melhor dor de perda quem sabe que fez a sua parte. Ainda vai doer, mas de maneira bem diferente.
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Imagem: Fotocommunit ( ) Texto: Dor de perda ( Letícia Thompson) Música: Ernesto Cortazar - Eternal Love Affair Formatação: Site: Respeite os direitos autorais e de quem formatou este trabalho.
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