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PublicouRyan Rafael Alterado mais de 10 anos atrás
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XXV JORNADA DA AMIMT A ECONOMIA E O IMPACTO NO MUNDO DO TRABALHO Prof. Dr. Fernando Coutinho Garcia OUTUBRO 2011
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Num plano estritamente econômico, o capitalismo é um modo de produção muito adaptativo e flexível: ele pode se reerguer, mesmo em detrimento de danos humanos consideráveis e de um forte recuo da democracia. Como a crise é inédita, parece-me impossível, quanto não inútil, especular sobre a forma que ela tomaria.
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É muito difícil, e mesmo impossível, a essa casta dirigente questionar um quarto de século de orientações e de medidas governamentais que levariam à crise atual. Crise de mercados financeiros, crise do sistema bancário, crise econômica e uma profunda crise social.
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Uma crise social, sem dúvida, é acompanhada de uma alta dos impostos e corte de custos de toda natureza, sem contar, logicamente, os efeitos sobre os funcionários públicos e congêneres, as reduções dos efetivos e do padrão de vida do Estado: o quadro é negro! O social é a última roda da carroça. Isso logo será sentido! A crise social é e será tanto mais difícil, pois nada é feito para amortecê-la. A não ser, é claro, os cacetetes, as bombas de efeito moral, etc....
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A crise vista pelo lado do capital A característica central dessa crise, como crise do capitalismo, em sua lógica própria e em um novo ambiente (globalização e financeirização), reside numa disjunção estrutural entre trabalho assalariado e capital em escala mundial.
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Histórico das Crises A crise dos anos 1970 é uma crise cíclica clássica. Convém lembrar que, apesar de tudo, seu preço foi pago: Por grandes planos de fechamento de fábricas e de reestruturação industrial; Por um primeiro aumento forte do desemprego; Por um movimento chamado de novo desdobramento industrial;
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Tudo iria mudar rapidamente: globalização (e não somente internacionalização: as firmas visam diretamente a um espaço mundial); Financeirização; Redistribuição brutal do valor agregado entre lucros e remuneração salarial, com a participação deste último baixando muito a uma velocidade inédita até o final dos anos 1980, para continuar a baixar, mas a um ritmo menos rápido depois disso.
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Aumento endêmico e permanente dos déficits públicos, e, portanto, da dívida pública; Destruição parcial dos sistemas de proteção social, nos lugares onde existiam; Aparecimento de novos protagonistas: os fundos ditos de investimentos, que, na realidade, são fundos de aplicação financeira: fundos de pensão americanos, fundos de investimento propriamente dito e os fundos mais especulativos, os hedge funds.
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Enfim, a partir da metade dos anos 80, aparece um novo fenômeno por sua magnitude: a precarização, a difusão do recurso ao trabalho precário e formas equivalentes são legalizados, sendo seguidos pela criação de empregos jovens.
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Poderíamos aumentar a lista, mas é necessário, sobretudo, guardar essa ideia: em pouco tempo, a paisagem econômica e social muda profundamente. Entramos realmente em um novo período da história do capitalismo.
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Nesse novo período, o capital passa à ofensiva e ele não deixará de conservá-la. Vai permanecer assim. Essa ofensiva se caracteriza claramente pelo aumento de seu espaço, o que a globalização e mutação dos países ditos socialistas(CHINA) permitem.
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Ela se caracteriza também pela intensidade: em todas as frentes, o capital faz pontos e coloca o trabalho em situação de recuo, de retração. Em resumo: no momento em que o termo luta de classes deixava quase completamente de ser empregado, o capital o leva com força e constância.
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O resultado é conhecido: um aumento da intensidade do trabalho e um efeito emprego claramente menor do que poderia ter sido. Isso aparece claramente nas estatísticas acerca das condições de trabalho e da produtividade aparente do trabalho.
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A Disjunção e a desconexão entre o capital e o salariado, fator-chave da crise Produziu-se, desde a mudança do início dos anos 80 até os dias atuais, um fenômeno duplo: Uma verdadeira explosão do capital ( e do capitalismo) a uma velocidade e magnitude desconhecidas em todos os períodos anteriosres. Ela assentou-se em três fontes, que se unem e combinam:
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1. A explosão repentina dos lucros das grandes firmas globalizadas diante da remuneração salarial; 2. A explosão do crédito, diante de um aumento do endividamento, tanto dos Estados quanto dos cidadãos (particularmente forte no caso dos Estados Unidos); 3. E logicamente um aumento de amplitude excepcional do capital de aplicação financeira (capital de investimento aplicado nos mercados financeiros). É no seio desse...
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Tipo de capital que esses três aumentos substanciais se combinam. Num empobrecimento tendencial do salariado e um estreitamento de sua base ativa (no sentido de se ter um emprego assalariado). Com a oscilação de um empobrecimento relativo a um empobrecimento absoluto, tudo isso sobre um fundo permanente de desemprego e de precariedade duráveis (que foi a forma tomada pelo estreitamento tendencial da base ativa do salariado).
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Ora, precisamente, do ponto de vista do capital, os assalariados inativos (os desempregados, os aposentados, o tempo não trabalhado dos precários e mesmo os jovens que prolongam claramente a duração de seus estudos) são um peso, um simples custo, um empecilho, já que sociologicamente falando, e no seio da relação global capital-trabalho, o salariado forma realmente um todo, com uma barreira porosa entre as diversas situações...
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( o ativo que se torna desempregado, que encontra um emprego, constantemente pior remunerado do que antes, etc.) Dizendo de outro modo, o aumento repentino do capital, dominado por sua fração especulativa, foi separado e, em termos relativos, desconectado de sua única fonte de valorização: o trabalho assalariado.
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Nas organizações identificamos alguns mitos como o mito do grande homem ou a saga do fundador, o do pai-patrão, o da grande família, o da tecnologia e o da modernidade, que servem para congregar indivíduos, despertar o imaginário e o desejo de identificação com os seus protagonistas.
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O empregado, ao sentir a possibilidade que a empresa lhe oferece em ter iniciativas no trabalho, em ser respeitado, em ser constantemente avaliado e valorizado (imaginário motor), aceita a angústia provocada por um trabalho competitivo, mesmo que isso possa afastá-lo do convívio familiar e das relações pessoais (imaginário enganador). A empresa oferece respostas antecipadas ao conflito ao satisfazer necessidades econômicas e sociais dos seus empregados e despertar sentimentos de realização pessoal do trabalhador. A contradição entre as restrições e benefícios desencadeia um sentimento paradoxal de amor/ódio, satisfação/angústia, prazer/sofrimento.
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A instituição é o lugar do político e da regulação da ordem, enquanto que a organização é o lugar das relações antagônicas, das lutas implícitas e explícitas e das estratégias que os atores utilizam para obter reconhecimento social e participar de processos decisórios.
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Assim, sob a égide do institucional, os dirigentes e gestores vivem muitas vezes uma duplicidade de caráter, ou seja, pensam uma coisa e fazem outra, tudo em nome do institucional. Neste sentido, a organização é, na maioria das vezes, constituída de pessoas submissas, sem desejos próprios, sem contato íntimo com a própria consciência e o próprio coração.
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Desprovidos de identidade passam a assumir a identidade da empresa e neste esconde- esconde, de forte e frágil, as empresas se valem de discursos sedutores para legitimarem uma relação senhor-escravo.
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A organização busca a sagração do seu poder, a sua respeitabilidade, a sua continuidade e perpetuidade. O empregado busca status, reconhecimento social e afetivo e busca, principalmente, a sua imortalidade nos produtos que fabrica, nos programas em que se envolve e na perspectiva de um futuro triunfante capaz de justificar todos os sacrifícios, todos os medos, todas as ameaças, todas as adversidades, todo o sofrimento físico e psíquico.
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A organização, ao invocar a imagem protetora, alimenta o imaginário original de segurança e de proteção que só o pai generoso ou a mãe protetora podem proporcionar
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É uma forma de a empresa não apenas reforçar o sentimento de submissão como também de impedir o avanço nas relações de trabalho e o estabelecimento de uma forma mais participativa, mais justa e mais igual.
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É pelo imaginário enganador que a empresa sinaliza a possibilidade do ego ideal realizar os desejos e expectativas do ideal do ego. Ao se mostrar como onipotente, a empresa tem como garantia a lealdade do indivíduo. O imaginário é enganador na medida em que a organização reforça o ego ao considerar o empregado prata da casa, velho da casa, homem de confiança, expressões muito comuns que se observam em uma grande maioria de organizações.
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MUITO OBRIGADO PELA ATENÇÃO.
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