Maria Sklodowska Obsessão pela Ciência José Félix Costa

Apresentação em tema: "Maria Sklodowska Obsessão pela Ciência José Félix Costa"— Transcrição da apresentação:

1 Maria Sklodowska Obsessão pela Ciência José Félix Costa
por José Félix Costa Dia Internacional da Mulher, UNISETI & Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa Organização de Palmira Santana

2 Maria Sklodowska Mânia nasceu em Varsóvia em 7 de Novembro de 1867.
Seu pai era físico e a mãe, que cedo morreria, era directora de um colégio. Sua irmã mais velha, Brónia ,vai estudar medicina para Paris. Mânia vive na Polónia por mais alguns anos, enviando dinheiro do seu trabalho a Brónia. Brónia já está formada e casada. Será a vez de Mânia?

3 Maria Sklodowska …Agora, Brónia, quero uma resposta definitiva. Decide se na verdade podes ter-me aí, porque estou disposta a tudo. Tenho dinheiro para as despesas. E se, sem grande sacrifício, podes dar-me comida, escreve-me. Como estás à espera de um filhinho, poderei ser útil na casa. Em todo o caso, diz-me tudo. Se a minha ida é coisa possível, diz-me e também que exames de ingresso tenho de fazer, e até quando poderei inscrever-me. Vocês poderão alojar-me onde for possível; não os incomodarei e prometo não os aborrecer em coisa alguma. Imploro que me respondas, com a maior franqueza!

4 Maria Sklodowska Que comeste hoje? Hoje?... Não sei… Almocei há pouco…
Qual foi o almoço? Cerejas… e uma quantidade de coisas. Mas Maria tem, por fim, que confessar: há dois dias que está com um molhinho de rabanetes e meio quilo de cerejas.

5 Maria Sklodowska O frio impede-a de dormir. A reserva de carvão está esgotada. Abre a canastra, tira todos os trapos. Amontoa-os sobre si própria --- tudo até as roupas brancas. Mas o frio não cede. Maria estende o braço, agarra na única cadeira que tem, ergue-a, ajeita-a sobre o monte de trapos --- e assim dá a si própria a ilusão de mais calor.

6 Maria Sklodowska Pierre Curie
A 26 de Julho de 1894, Maria acorda pela última vez na mansarda da rua Châteaudun. É o dia em que Maria Sklodowska se vai transformar em Madame Pierre Curie. Pierre vem a morrer tragicamente a 19 de Abril de 1906.

7 Maria Sklodowska Radioactividade Henri Becquerel
Em 1896, Becquerel tomou conhecimento da descoberta dos raios X. Becquerel pensou que havia uma relação entre a radiação X e a fluorescência de certas substâncias quando expostas à luz do Sol. Deste modo, Becquerel descobriu que certo composto de urânio (o uranilo) emitia uma radiação semelhante à X. Porém, para sua surpresa, esta radiação do uranilo não dependia da exposição a luz, mas era inerente à substância.

8 Maria Sklodowska Pechblenda
Marie e Pierre verificaram que certos minérios de urânio, particularmente a pechblenda, apresentavam uma radiação muito mais intensa do que se esperaria do seu conteúdo em urânio.

9 Maria Sklodowska

10 Maria Sklodowska A PECHBLENDA
A pechblenda contém óxido de urânio e numerosos metais que não são radioactivos. Há na pechblenda qualquer substância química radioactiva, em percentagem muito pequena, que escapa à análise química. Maria e Pierre iniciaram a pesquisa desta substância radioactiva desconhecida.

11 Maria Sklodowska A PECHBLENDA
A partir do minério, obtinha-se sucessivamente fracções que eram ensaiadas. As fracções inactivas eram deitadas fora e as fracções activas eram sujeitas a nova separação. Na sequência das sucessivas separações, chegaram a uma fracção que apresentava uma actividade cerca de 400 vezes maior que a actividade de igual porção de urânio: o novo elemento foi chamado de polónio. E a uma outra fracção que apresentava uma actividade cerca de 900 vezes maior que a do urânio; o novo elemento foi chamado de rádio.

12 Maria Sklodowska

13 Maria Sklodowska A PECHBLENDA
Após muitas dificuldades o casal Curie conseguiu que o governo austríaco permitisse o fornecimento de resíduos de minérios de urânio das minas da Boémia, resíduos considerados inúteis. Durante quatro anos , sem assistência técnica ou financeira, através de trabalho muito árduo, os Curie procederam ao tratamento de toneladas de minério. Conseguiram finalmente isolar 100mg de cloreto de rádio.

14 Maria Sklodowska Rádio
Nota à Academia de Ciências: As várias razões que acabamos de enumerar levam-nos a admitir que a nova substância radioactiva encerra um elemento novo, para o qual propomos o nome de RADIUM. Essa nova substância contém certamente grande dose de bário mas, apesar disso, a sua radioactividade é considerável. A radioactividade do rádio, portanto, deve ser enorme.

15 Maria Sklodowska Nota à Academia:
A pele tornou-se vermelha numa área de seis centímetros quadrados, com aparência de queimadura e levemente dolorosa. Ao fim de algum tempo, a vermelhidão, sem se espalhar, cresceu de intensidade; no vigésimo dia, formaram-se crostas, e depois uma chaga, que foi pensada; quarenta e dois dias depois, a epiderme começou a regenerar-se nos bordos, rumo ao centro, e dez dias depois a chaga ainda subsistia numa área de um centímetro quadrado, com aspecto escuro, indicativo de destruição mais profunda.

16 Maria Sklodowska A PECHBLENDA
Em 1910, oito anos após a obtenção em estado muito puro do cloreto de rádio , Marie Curie, com a ajuda de André Debierne, conseguiu isolar o rádio por electrólise do cloreto de rádio fundido.

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18 Maria Sklodowska Curistas e Branlystas
A França só tem dois meios de honrar em vida as grandes personalidades: a Legião de Honra e a Academia. A cruz da Legião de Honra foi-lhe oferecida em 1910, e recusada. Mas porque não se opôs aos colegas que a persuadiram de candidatar-se à Academia? O seu concorrente é Edouard Branly, físico e reconhecido católico.

19 Maria Sklodowska No dia da eleição, o presidente diz em voz alta aos porteiros, ao abrir a sessão: --- Deixem entrar toda a gente, menos as mulheres. Às quatro horas do dia da eleição, os repórteres excitados correm a redigir a notícia: Madame Curie derrotada por um voto.

20 Maria Sklodowska Nesse mesmo ano, em Setembro, a Academia de Ciências de Estocolmo, em atenção aos trabalhos da grande cientista, realizados depois da morte do marido, concede-lhe o Grande Prémio Nobel da Química

21 Maria Sklodowska A Guerra
Maria a Langevin, 1 de Janeiro de 1915: O dia da minha partida ainda não está marcado, mas não tardará. Recebi carta informando que a viatura da região de Saint-Paul sofreu avaria. Quer dizer que o Norte inteiro está desprovido de serviço radiológico! Estou a dar todos os passos necessários para apressar a partida.

22 Maria Sklodowska A Guerra
E disposta a dar tudo de mim, ao serviço de minha pátria de adopção, já que não posso servir a minha pátria de origem, agora banhada em sangue, depois de um século de martírio.

23 Maria Sklodowska Na Casa Branca Presidende Harding
Em 1921, Marie Curie fez a sua primeira visita aos Estados Unidos, acompanhada pelas suas filhas, Irène e Eve. Marie Curie voltou aos Estados Unidos uma segunda vez em Outubro de 1929.

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25 Envenenado com polónio Espião russo Alexander Litvinenko
Maria Sklodowska Envenenado com polónio Marie morreu de leucemia, doença que hoje se sabe poder ser provocada por uma exposição prolongada às radiações das substâncias radioactivas. Quando este efeito da radioactividade se tornou conhecido, colocaram-se chapas fotográficas entre as páginas dos livros de laboratório usados por Maria; estas chapas depois de reveladas revelaram os depósitos radioactivos deixados nas folhas, pelos dedos de Maria, quando ela os manuseava; as suas impressões digitais apareciam bem nítidas nas chapas fotográficas. Espião russo Alexander Litvinenko

26 Maria Sklodowska Madame Curie morreu perto de Salanches, França, em 1934. Em seus restos mortais foram transladados para o Panteão de Paris, tornando-se a primeira mulher a ser sepultada neste local.

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31 Maria Sklodowska Branca Marques
Fotografia de Branca Marques, cientista portuguesa ( ), que obteve o doutoramento em 1935 em Paris, sob a orientação de Madame Curie.

32 Maria Sklodowska Branca Marques foi a fundadora do Laboratório de Radioquímica da Universidade de Lisboa.

33 Maria Sklodowska É exemplo de dedicação à vida e à ciência, nas condições mais adversas, em que qualquer cientista de hoje teria desistido.