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PublicouEmanuelly Caravalho Alterado mais de 9 anos atrás
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O vôo da gaivota Cleide Brito
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E ambos, a gaivota e o sonho, voam livres.
Uma gaivota no céu, um sonho na terra. E ambos, a gaivota e o sonho, voam livres. Percorrem o espaço, navegando entre as nuvens, perseguindo um destino que jamais alcançarão. Porque os sonhos, como as gaivotas, abrem as suas asas todos os dias, para uma viagem infinita.
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E, quando algum tomba sobre a terra, eis que outro
o substitui na eterna busca. Assim como podemos apenas acompanhar o vôo da gaivota, apenas podemos sonhar os nossos sonhos. E, em um e outro caso, não nos cabe determinar o seu rumo, mas tão somente admirar a beleza do seu vôo.
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E não será este o seu encanto?
Acaso, o homem admira as coisas que pode controlar? Ou deseja aquilo que já considera seu? Não são os nossos sonhos uma forma de alcançarmos aquilo que nos falta? E o que neles nos atrai não é a promessa de felicidade que julgamos existir no seu mistério?
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Em todos os dias, as gaivotas dos nossos sonhos
sobrevoam a praia da nossa realidade. E, distraídos a acompanhar o seu vôo, muitas vezes não percebemos a beleza do mar, nem desfrutamos a carícia do vento. Entretanto, o mar e o vento existem. E basta que os procuremos, para que possamos sentir a sua presença; e, neles, encontrar o refrigério que buscamos ao acompanhar o vôo da gaivota.
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Assim, o homem se encanta pelos diamantes. E não
percebe que a fonte de sua beleza está na luz que os banha; a luz que faz brotar os mesmos reflexos de uma simples gota d'água, ou de um pedaço de vidro esquecido a um canto. Entretanto, é assim que somos. Sempre sonharemos a felicidade e, absortos neste sonho, muitas vezes a deixaremos de ver ao nosso lado.
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Sempre, teremos os sonhos ...
Sempre, apreciaremos o vôo da gaivota. E esqueceremos de agradecer à distância, que não nos permite vê-la como a simples ave que é. Sempre, nos encantará o arco-íris. E sonharemos com o tesouro ao seu término, esquecidos das gotas que o formam. Sempre, desejaremos algo novo. E, tão logo o tenhamos conseguido, o veremos apenas como algo que nos pertence; e o esqueceremos, absortos na busca de um novo desejo. Sempre, teremos os sonhos ... as gaivotas dos nossos desejos.
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