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Distúrbios da Tireóide na Gravidez
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Faculdade de Medicina - FAMED Departamento de Gineco-Obstetrícia Distúrbios da Tireóide na Gravidez Ernesto Antonio Figueiró-Filho Serviço de Medicina Fetal e Gestação de Alto Risco
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Tireóide e Gestação Egito antigo era costume colocar cinta ao redor pescoço de mulheres com suspeita de gravidez Cinta rompia confirmação gravidez Doenças tireóide são comuns em mulheres Geralmente de causa auto-imune Hipotireoidismo têm papel importante
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Tireóide e Gestação Hipotireoidismo Hipertireoidismo Tireoidites
Ca de Tireóide
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Fisiologia da Tireóide na Gravidez
Modificações gravídicas na glândula Hormônios T3 e T4 ligam-se proteínas de transporte TBG Transtirretina Albumina Ocorrem três eventos fisiológicos
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Fisiologia da Tireóide na Gravidez
Primeiro evento Primeiro e Segundo trimestres Aumento da concentração de TBG (2 a 3 vezes) Aumento das frações totais de T3 e T4 Redução frações livres “Aprisionamento” T3 e T4 nas proteínas de transporte Ligeiro aumento TSH simula Hipotireoidismo
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Fisiologia da Tireóide na Gravidez
Segundo evento Primeiro trimestre Pico hCG (9-13 sem) Supressão TSH pela sub-unidade alfa hCG “Hipertireoidismo” transitório e fisiológico Aumento UI hCG Aumento de T4 Livre 0,6 pmol/L Redução TSH 0,1 mU/L Situações clínicas elevam hCG induzem hipertireoidismo (Mola, gemelaridade)
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Fisiologia da Tireóide na Gravidez
Terceiro evento Segundo e terceiro trimestres Modificações metabolismo periférico hormonal MID I converte T4 T3 MID I não se altera Aumento MID II e MID III (Placenta) MID II Regula [ ] T3 T4/T3 MID III T4/T3 reverso e T3/T2 TSH tende a se elevar Autoimunidade ou def iodo Hipotireoidismo
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Tireóide e Gestação Alterações Fisiológicas na gestação
Figueiró-Filho et al., 2008
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Fisiologia da Tireóide na Gravidez
Eventos convergem “facilitação” Hipotireoidismo Auto-imunidade Ac anti-TPO Complicações maternas, como pré-eclâmpsia, eclâmpsia, descolamento prematuro de placenta, anemia e hemorragia pós-parto (MULLER e BERGHOUT, 2002) Risco de desenvolvimento de tireoidite pós-parto nas gestantes com títulos elevados de anticorpos, com maior probabilidade ulterior de hipotireoidismo definitivo (BARCA et al, 2000) Recomenda-se o estudo da glândula pelo menos até 18 meses após a gestação (STAGNARO-GREEN, 2000).
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Tireóide e Gestação Figueiró-Filho et al., 2008
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Hipotireoidismo Ocorre de 0,1 a 25 % Deficiência de iodo
Ingesta mínima de 200 mcg/dia Dças auto-imunes Fisiologia da gestação predispõe Mais comum que Hipertireoidismo
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Hipotireoidismo As mudanças que ocorrem na função tireoidiana na gestação são sutis, quando a glândula e a ingesta de iodo são normais O estresse da doença auto-imune e/ou a deficiência de iodo são suficientes para resultar em hipotireoidismo gestacional em algumas mulheres (SMYTH, 1999).
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Hipotireoidismo Nos Estados Unidos da América aumento de TSH (>6 mU/L) em 49 (2,5%) das 2000 gestantes avaliadas entre 15ª a 18ª semanas de gestação Na Bélgica 1900 gestantes 2,2% de hipotireoidismo No Japão hipotireodismo em 102 (0,14%) das gestantes avaliadas (GLINOER et al., 1990; KLEIN et al., 1991; FUKUSHI et al., 1999).
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Realidade de Mato Grosso do Sul
Hipotireoidismo Realidade de Mato Grosso do Sul Triagem de gestantes 46 casos (0,5/1000) ou 0,005% Fonte: IPED-APAE
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Hipotireoidismo O parâmetro mais confiável para monitorar a função da tireóide na gravidez e fora dela dosagem do TSH Mudanças nos níveis TSH correlacionam-se com aumento ou redução do T3 e T4 sérico, as quais só poderão estar presentes em alterações laboratoriais tardias. TSH é de suma importância no diagnóstico de disfunções tireóideas precoces (GLINOER, 2003; ANDERSEN et al., 2003).
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Hipotireoidismo O rastreamento das gestantes com risco de hipotireoidismo deve ser realizado rotineiramente, pois o tratamento com levotiroxina pode atenuar ou eliminar o risco de complicações (MANDEL, BRENT e LARSEN, 1993)
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Hipotireoidismo O hipotireoidismo materno é comumente causado por tireoidite auto-imune ou por destruição da glândula (ablação com iodo ou cirurgia), e raramente por desordem hipotalâmica-hipofisária Rastreamento com dosagem de TSH
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Hipotireoidismo 68 mulheres com hipotireoidismo e gestação
34% apresentavam hipotireoidismo clínico e 66% subclínico. A prevalência de hipertensão gestacional foi elevada em ambos os grupos 22% clínico 15% subclínico 7,6% sem disfunção (LEUNG et al., 1993)
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Hipotireoidismo Na pré-eclâmpsia o aumento das concentrações dos hormônios tireoideanos e elevação da concentração de TSH pode ser encontrada em 30% das pacientes. As mudanças ocorrem conjuntamente com a gravidade das condições e regridem espontaneamente com a resolução da gravidez (LAO et al., 1990; LARIJANI et al., 2004). A importância da pesquisa da função tireoidiana na pré-eclâmpsia (LAO, 2005).
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Hipotireoidismo Alguns estudos têm confirmado um aumento da incidência de abortos durante o primeiro trimestre de gestação (COSTA et al., 2004) Vaquero et al. (2000) reposição de T4 pode beneficiar um pequeno grupo de mulheres com história de abortos recorrentes.
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Hipotireoidismo Nos recém-nascidos, baixo peso foi a complicação mais comum dos filhos das mães com hipotireoidismo clínico, sendo encontrado em aproximadamente 22% Presença de malformações congênitas e natimortos foram observados nas gestantes que não fizeram uso adequado do hormônio tireoidiano (LEUNG et al., 1993).
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Hipotireoidismo Sistema nervoso central fetal depende de iodo e tiroxina para o seu desenvolvimento durante toda a gestação necessária avaliação das crianças nascidas de mães com severa deficiência de iodo. Cao et al. (1994), demonstraram que das gestantes que receberam iodo durante o primeiro e segundo trimestres, somente 2% de seus filhos apresentaram moderada ou severa anormalidade neurológicas. Contudo, caso essa suplementação seja feita tardiamente durante o terceiro trimestre ou no início do pós-parto, as anormalidades aumentam para aproximadamente 9% (SMALLRIDGE, 2002; MORREALE, OBREGON e ESCOBAR, 2000; GLINOER, 2000)
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Hipotireoidismo Filhos de mães com hipotireoidismo descompensado durante a gestação podem apresentar significante decréscimo do quociente de inteligência (QI). Aproximadamente 20% dessas crianças tem níveis de QI igual ou menor 85, mostrando desta forma a importância da avaliação da função tireoidiana antes ou durante o início da gestação (SMALLRIDGE, 2002; MORREALE, OBREGON e ESCOBAR, 2000; GLINOER, 2000)
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Hipotireoidismo Para mulheres em tratamento com reposição de hormônio tiroideano, deve-se realizar acréscimo de 50% na dose hormonal de levotiroxina, durante a primeira metade da gravidez, sendo iniciado no primeiro trimestre Dose inicial mcg Levotiroxina- Aumento recomendado em 30%, te subseqüentes ajuste poderão ser feitos de acordo com o monitoramento do TSH Manter T4 livre entre 1,0 e 1,5 TSH demora mais para modificar valores que o T4 livre Após o parto, redução gradual pode ser feita nesta dosagem tendo a monitoração do TSH novamente como parâmetro (GLINOER, 2003). (SHAH, DAVIES E STAGNARO-GREEN, 2003; ALEXANDER et al., 2004)
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Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Faculdade de Medicina - FAMED Departamento de Gineco-Obstetrícia Serviço de Medicina Fetal e Gestação de Alto Risco Figueiró-Filho et al., 2008
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Hipertireoidismo Prevalência de 2/1000 Sinais e sintomas clássicos
Exoftalmia Taquicardia acima de 100 bpm Sinal Lid-Lag Onicólise Mixedema Pré-Tibial Bócio multinodular Causa mais frequente – Doença de Graves. GLINOER, 2003
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Hipertireoidismo Complicação Grave – Tempestade Tireoidiana Tratamento
Medicamentoso Cirúrgico Tratamento medicamentoso – PTU 100 a 600mg/dia Controle TSH e T4 livre Manter T4 Livre entre 1,0 e 1,5 GLINOER, 2003
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Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Faculdade de Medicina - FAMED Departamento de Gineco-Obstetrícia Serviço de Medicina Fetal e Gestação de Alto Risco Figueiró-Filho et al., 2008
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