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Mudanças na configuração do Estado: o público não-estatal ou Terceiro Setor
Profª Dra. Vera Peroni - PPGEDU/UFRGS Núcleo de Estudos de Política e Gestão da Educação
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Está está Período particular do capitalismo
Crise (Harvey, Chesnais, Mészáros) Crise de acumulação Diminuição na taxa de lucros Está está
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Está está Estratégias do capitalismo para superação da crise:
Reestruturação produtiva Globalização Neoliberalismo Terceira Via Redefinem o papel do Estado Está está
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Analisaremos a relação entre o diagnóstico neoliberal, incorporado pela Terceira Via, de que o “culpado” pela crise é o Estado, e as estratégias que fundamentam o Plano de Reforma do Estado no Brasil (1995) e propõem o deslocamento da execução das políticas sociais do Estado para a sociedade.
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Para a teoria neoliberal, não é o capitalismo que está em crise, mas o Estado.
A estratégia, portanto, é reformar o Estado ou diminuir sua atuação para superar a crise.
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Para a teoria neoliberal, o mercado é que deverá superar as falhas do Estado, assim, a lógica do mercado deve prevalecer, inclusive no Estado, para que ele possa ser mais eficiente e produtivo.(quase-mercado)(Public Choice)
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Para a teoria neoliberal, as políticas sociais são um verdadeiro saque à propriedade privada, pois são formas de distribuição de renda, além de também serem um obstáculo ao livre andamento do mercado, pois os impostos oneram a produção.
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Crítica Democracia (Hayek)
Neoliberalismo Crítica Democracia (Hayek) Demandas dos eleitores – crise fiscal (Estado gasta mais do que arrecada) Estratégia: acabar com a democracia ou esvaziar suas instituições Diminuir o papel do Estado Racionalizar recursos Esvaziar instituições públicas permeáveis à correlação de forças
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Terceira Via se apresenta como uma alternativa ao Neoliberalismo e também à antiga social-democracia.
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O Terceiro Setor é a estratégia proposta pela Terceira Via em substituição à proposta de privatização do Neoliberalismo. Enfim, os dois concordam que a crise esteja no Estado, que gastou demais e deve se retirar da execução das políticas sociais.
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Para a Terceira Via, o Estado deve repassá-las para a sociedade, através do Terceiro Setor; para o Neoliberalismo, devem ser transferidas para o mercado, através das privatizações.
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Montaño (2002) destaca que, entre os diversos autores que estudam o Terceiro Setor, alguns se referem a ele como: atividades públicas desenvolvidas por particulares, outros como função social em resposta às necessidades sociais, e há ainda os que o apresentam como conjunto de valores de solidariedade local, auto-ajuda e ajuda mútua.
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Montaño desenvolve a tese de que, com o Terceiro Setor, ocorre a configuração de uma nova modalidade de trato à questão social: 1. com a transferência da responsabilidade da questão social do Estado para o indivíduo, que a resolverá através da auto-ajuda, ajuda mútua ou, ainda, adquirindo serviços como mercadorias.
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2. as políticas sociais passam a ser focalizadas, perdendo, assim, seu princípio universalista.
3. com a descentralização administrativa, as políticas tornam-se ainda mais precarizadas, entre outros problemas, porque são transferidas as competências sem os recursos correspondentes e necessários para executá-las.
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O Terceiro Setor multiplicou-se em um contexto de crise do Estado-Providência, período em que o Neoliberalismo tem como objetivo fundamental a desregulamentação da economia, tentando retirar o poder do Estado para esvaziar o poder do voto.
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Nesse período particular do capitalismo, o alto grau de desemprego intensificou a exclusão social provocada, principalmente, pela reestruturação produtiva e pela globalização financeira. Esse fato teve seus efeitos agravados pela reforma do Estado, que tem ocasionado uma diminuição nas políticas sociais.
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Nesse contexto, a solução apontada é “aliviar os níveis de pobreza” para se evitar o caos – e o Terceiro Setor é chamado a desempenhar essa tarefa.
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O Plano de Reforma do Estado no Brasil
No Plano de Reforma do Estado no Brasil (1995), as políticas sociais foram consideradas serviços não-exclusivos do Estado e, assim sendo, de propriedade pública não-estatal ou privada.
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As estratégias de reforma do Estado no Brasil são:
a privatização, a publicização (Público não- estatal) e a terceirização.
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Terceirização, é o processo de se transferirem, para o setor privado, serviços auxiliares ou de apoio. A publicização consiste “na transferência para o setor público não-estatal dos serviços sociais e científicos que hoje o Estado presta” (BRESSER PEREIRA, 1997, p.7).
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O conceito de publicização significa “transformar uma organização estatal em uma organização de direito privado, pública, não-estatal” (BRESSER PEREIRA, 1997, p.8).
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De acordo com o documento do MARE, isso será feito em parceria: transferir-se-á para o setor público não-estatal, por meio do programa de publicização, a “produção de serviços competitivos ou não exclusivos do Estado, estabelecendo-se um sistema de parceria entre Estado e Sociedade para seu financiamento e controle” (BRASIL, Mare, 1995, p.12).
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Verificamos que permanecem obscuras as questões fundamentais: como será essa parceria? O que significa ser “assegurado pelo Estado e viabilizado pelo mercado?”
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No momento em que não fica claro quem financia, questionamos: como se pode afirmar que “está assegurado pelo Estado?” Assegurado para quem? Para todos? Para os que podem pagar?
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Qual será o papel do Estado em se tratando de políticas sociais, pois, observamos, nos documentos e declarações, que o financiamento e a regulação estarão por conta da sociedade.
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Isso permite-nos concluir que o Estado está querendo passar suas tarefas para a sociedade.
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Redesenho do Público/Privado:
Quase mercado – lógica de mercado na gestão pública ( Não muda a propriedade, permanece público-estatal) Público não-estatal – público de direito privado (execução de políticas)
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Anos 80 – Democratização do Estado – Sociedade Civil – controle social
Atualmente – Sociedade Civil – executora de políticas sociais Financiamento: determina a relação sociedade civil /Estado ONGs – importantes para a construção da democracia no Brasil
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