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Tradução e adaptação, Ana Luiza Navas

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Apresentação em tema: "Tradução e adaptação, Ana Luiza Navas"— Transcrição da apresentação:

1 Tradução e adaptação, Ana Luiza Navas
Sete ideias simples sobre Dislexia e leitura Prof. Jose Morais Université Libre de Bruxelles (ULB) Dyslexia International, Open Online Forum, November 13, 2008 O que gostaria de fazer é elencar uma lista de sete idéias simples sobre dislexia e leitura. Tradução e adaptação, Ana Luiza Navas

2 - um déficit no processamento da linguagem escrita
1. O que é a Dislexia ? - um déficit no processamento da linguagem escrita mais precisamente, - na identificação de palavras escritas Primeiro, dislexia é um déficit no processamento da linguagem escrita. Em princípio não há impedimento no processamento de linguagem oral. O que está afetado é somente a representação secundária da linguagem e, mais precisamente, é um déficit na identificação de palavras escritas. Certamente, a dislexia pode ocorrer com déficits em outras funções e não somente da função de leitura.

3 Podem haver outros déficits associados com a dislexia, mas a deficiencia na identificação de palavras escritas é uma condição necessária (não sufiencite) para afirmar que uma pessoa tem dislexia Algém que é bom (rápido e correto) em identificar palavras escritas não pode ser considerado disléxico Obviamente, alguém que é rápido e preciso para identificar palavras escritas não pode ser considerado disléxico. Portanto, a inabilidade para identificar palavras escritas é uma condição necessária para afirmar que uma pessoa é disléxica. É condição necessária, mas não suficiente. A mera presença desta dificuldade não permite considerar que uma criança ou adulto tem dislexia. Em outras palavras, é preciso ser seletivo. Se todos os componentes cognitivos do processo de leitura estão prejudicados trata-se de um déficit global, e não se trata de dislexia.

4 Uma explicação cognitiva é necessária
Processamento de Informação Operações Conhecimento armazenado Isso nos leva à ideia de que precisamos de uma explicação cognitiva da leitura. A descrição cognitiva refere-se ao processamento de informação em que representações são transformadas em outras representações por meio de operações que envolvem algum conhecimento armazenado. Em um minuto irei aplicar este modelo à leitura. Representação de entrada (input) Representação de saída (output)

5 Diferenças genéticas Fatores Biológicos Fatores Ambientais
Disfunção na região perisilviana esquerda Déficit fonológico Inteligencia normal Percepção normal Fatores Cognitivos Fatores Ambientais A dislexia pode ser descrita em diferentes níveis, neurobiológico, cognitivo e comportamental e, neste esquema, a dislexia é o resultado de um déficit fonológico que pode ter uma origem genética. Esse é um déficit que é frequentemente observado em crianças com dislexia, mas podem haver outros déficits também. Sintomas Nível de leitura esperado > observado

6 O caso de crianças surdas
O déficit fonológico que afeta a leitura pode ser resultados de outras causas biológicas O caso de crianças surdas A Sudez faz com que o aprendizado da leitura seja difiícil Mas críanças surdas podem desenvolver representações fonológicas e aprender a ler por outras vias (leitura labial + um sistema de sinais chamado “cued speech” Um déficit fonológico no desenvolvimento pode surgir por outras razões assim como nas crianças com perdas auditivas. A surdez faz a identificação de palavras escritas dificil, mas este indivíduo não pode ser considerado disléxico. Na surdez, não há de fato um déficit intrínseco na fonologia . A prova disso é que algumas crianças surdas podem desenvolver representações fonológicas e podem aprender a ler razoavelmente bem utilizando os sinais de “cued speech” para compensar a insuficiencia em leitura labial.

7 Não se pode entender sobre dislexia sem entender sobre a leitura
2. Não se pode entender sobre dislexia sem entender sobre a leitura A segunda ideia é a seguinte: Acredito que a dislexia só pode ser compreendida em referência aos processos envolvidos no aprendizado da leitura.

8 Competencias cognitivas e lingüísticas (usadas na comunicação oral)
Texto (palavras 1, 2, 3, ...) Conhecimento de correspondencias fonema-grafema e estruturas ortográficas das palavras Identificação da palavra escrita (recuperação de formas lexiciais fonológicas e ortográficas, assim como do significado lexical) Competencias cognitivas e lingüísticas (usadas na comunicação oral) O leitor usa o conhecimento das correspondências entre grafema-fonema e da estrutura das palavras para converter a prepresentação superficial das palavras em pronuncia e significado. Depois o leitor utiliza outras habilidades linguísticas e cognitivas mais gerais, também necessárias para a compreensão da linguagem oral, para converter a informação de uma sequência de palavras em uma representação de texto articulada e com significado. Compreensão de texto

9 3. Podem ocorrer dificuldades em um destes dois componentes da compreensão de texto ou nos dois A terceira ideia é que podem ocorrer déficits em um destes dois componentes da compreensão do texto ou nos dois.

10 Dislexia Identificação visual da palavra
Competências lingüísticas e cognitivas Compreensão de leitura Esse é o exemplo da dislexia. Já foi dito que o que está afetado na dislexia, de alguma forma, é somente o componente de identificação de palavras escritas. É claro que isso pode interferir com a fluencia e a compreensão de leitura.

11 Hiperlexia Identificação visual da palavra
Competências lingüísticas e cognitivas No caso da hiperlexia, somente o componente da competências linguísticas e cognitivas está afetado, mas de forma bastante severa, de tal forma que a compreensão do texto é quase impossível. Compreensão de leitura

12 Cerca de 20% de crianças tem baixo desempenho, das quais:
3% a 5% tem dislexia muito poucos com hiperlexia 15% a 17% “leitores com dificuldades” (baixo desempenho em leitura de palavras e em recursos cognitivos e linguisticos, sobretudo por razões socioculturais) Há uma estimativa de que 20% de pessoas apresentam baixo desempenho em leitura, a maioria com dificuldades nos dois componentes da leitura. As pessoas com dislexia devem ser talvez entre 3 a 5% da população.

13 O aprendizado da identificação visual da palavra inclui 3 etapas:
Domínio do princípio alfabético (saber que fonemas são representados por grafemas); Domínio da decodificação grafofonológica; Desenvolvimento de representações lexicais ortográficas e acesso automático às mesmas. Agora, considerando que dislexia é um distúrbio na identificação da palavra escrita, está justificado decompor o aprendizado desta habilidade em várias etapas. Estas etapas são: Compreensão do princípio alfabético, sucesso na decodificação, e elaboração de representações lexicais ortográficas que possam ser acessadas de forma automática.

14 Um déficit em uma etapa pode ter repercussões em etapas subsequentes.
5. Um déficit em uma etapa pode ter repercussões em etapas subsequentes. A ordem destas etapas podem refletir na relação de dependência, de tal forma que um déficit na etapa 1 ou na etapa 2 tem um impacto nas etapas 2 e 3, respectivamente.

15 Possíveis déficits: 1 — nas representações fonêmicas (consciência)
(?) em aprender as categorias abstratas das letras —> impacto na decodificação Na etapa 1, os possíveis défcits podem ser nas representações fonêmicas, na consciência de fonemas e nas habilidades ligadas às representações explícitas dos fonemas. Talvez haja também algum déficit, ou alguma dificuldade, em adquirir as categorias abstratas das letras. Portanto, muitos destes déficits em habilidades de consciência fonêmica, como frequentemente demonstrados na literatura, podem ter um impacto na decodificação.

16 Possíveis déficits: 2 — no sucesso da decodificação relacionada ao nível das correspondências fonema-grafema e de unidades maiores (ataque, rima, sílaba…) (?) – na aquisição de conhecimento sobre regras ortográficas (aprendizagem implícita de sequencias de letras frequentes) —> impacto no acesso lexical automático Na etapa 2, os possíveis déficits estão relacionados a habilidade de usar a decodificação. Primeiro, no nível das representações grafema-fonema e depois acima, para a utilização de unidades maiores como ataque, rima ou sílaba. É muito importante desenvolver estas unidades maiores de percepção para alcançar uma leitura automática e fluente. Pode haver alguma dificuldade em adquirir conhecimento das regras ortográficas pelo aprendizado implícito da frequência de letras, mas em minha opinião, há poucas evidências na literatura para isso. Estes dois déficits possíveis podem ter um impacto no acesso lexical automático, que é o objetivo da etapa três.

17 ou na memória fonológica necessária para os processos de recuperação,
Possíveis déficits: 3. na qualidade das representações fonológicas usadas na decodificação, ou na memória fonológica necessária para os processos de recuperação, ou na atenção visual ou espacial sobre as unidades do tamanho da palavra, ou na associação de diferentes tipos de informação (fonológica, ortográfica, semântica) Na etapa tres, os déficits podem resultar da má qualidade das representações fonológicas usadas na decodificação ( há algumas ideias do que siginifica má qualidade da representação, tem havido várias tentativas de obter dados empíricos para estas questões mas é ainda muito difícil). Outra possibilidade de déficit pode ser com a memória fonológica que é necessária para compor as unidades representadas. Pode estar relacionada também com a atenção espacial ou visual que é necessária para agrupar e identificar unidades do tamanho da palavra, e finalmente, o déficit pode estar associado a diferentes tipos de informação que são necessárias para o reconhecimento preciso e fluente, como informação fonológica, ortográfica ou semântica.

18 6. Intervenção para os alunos com dislexia requer uma análise psicoliguistica precisa e precoce além de uma avaliação de cada criança. Para finalizar, gostaria de dizer que a re-educação de crianças com dislexia requer uma avaliação psicolinguistica precoce e precisa. Vimos que há diversos possíveis déficits que podem levar à dislexia e portanto em cada caso uma avaliação precisa é necessária; não há tantos especialistas para fazer esta avaliação, portanto, certamente precisamos de mais especialistas neste tipo de avaliação.

19 7. Mais genericamente, a reeducação de crianças com dislexia, na maioria dos casos, não deveria ser diferente da reeducação de leitores com dificuldades Minha consideração final é que de forma geral, para muitos casos, a re-educação das crianças com dislexia não deve ser fundamentalmente diferente da re-educação de leitores com dificuldades por que as atividades que são úteis para estas crianças são benéficas também para as crianças com dislexia…

20 estimulação em habilidades fonológicas (especialmente os fonemas)
imersão em atividades de letramento e prática de leitura (enfase em fluência e fonologia) desenvolvimento de linguagem (vocabulário e estratégias de compreensão de leitura) … Por exemplo, estimulação das habilidades fonológicas, imersão em atividades de letramento, com enfase em fonologia e fluência, e também atividades para o desenvolvimento de linguagem.


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