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FELICIDADE CLANDESTINA Clarice Lispector
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CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DA PERSONAGEM ANTAGONISTA
* “Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa por cima do busto com balas.”
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Aspecto interessante e único para a protagonista
“Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.”
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Descrição psicológica da antagonista
(pai dono de livraria). “Pouco aproveitava.” “Mas que talento tinha para a crueldade. Ela era toda pura vingança, chupando balas com barulho.” “Comigo exerceu com calma feroz o seu sadismo.” “O plano secreto da filha do dono da livraria era tranquilo e diabólico.”
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Descrição psicológica da protagonista
“Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia.” “Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia qualquer.” “(...) sentia as olheiras se cavando sob meus olhos espantados.” “(...) aparição muda e diária (da narradora.)”
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O tempo da narrativa é: indefinido: “Ela era gorda (...)”
uma agravante do sofrimento da protagonista: “(...) guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria (...).” “No dia seguinte, lá estava eu à porta de sua casa (...).” “ E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso.”
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Conectivos relevantes
“Ela era gorda, baixa (...). MAS possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. “ATÉ QUE UM DIA, quando eu estava à porta de sua casa (...) apareceu a mãe.”
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Relação da protagonista com o livro
“(...) era um livro para ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o.” “Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão.” “(...) segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito.” “Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter.” “(...) fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade.” “ (...) êxtase puríssimo.” “NÃO ERA MAIS UMA MENINA COM UM LIVRO: ERA UMA MULHER COM O SEU AMANTE.”
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Análise do título: Felicidade clandestina
clandestino = feito às escondidas e de forma ilegal. Associação com o último período: “era uma mulher com seu amante.”
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