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Literatura Portuguesa

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Apresentação em tema: "Literatura Portuguesa"— Transcrição da apresentação:

1 Literatura Portuguesa
TROVADORISMO Literatura Portuguesa Prof. Augusto Sarmento-Pantoja Aula 01

2 Idade Média A Queda do Império Romano tem pelo menos uma conseqüência negativa : a Europa torna-se um continente militarmente desprotegido, ou seja, propício às invasões bárbaras por ele sofridas a partir de então ( a arquitetura da época confirma isso). A difusão da filosofia cristã foi tão intensa na Europa após a morte de Jesus Cristo que, já no início da Idade Média, o Cristianismo é a religião oficial do continente europeu; ao contrário do que aconteceu na Antigüidade, aquele que não é cristão é BÁRBARO e é inimigo religioso e político dos europeus.

3 Assim, desde o início da Idade Média ( ), os europeus ocupam-se com a GUERRAS DE RECONQUISTA, expulsão dos povos bárbaros - principalmente dos MOUROS (muçulmanos, adoradores de Maomé) que instalam-se em grande número na PENÍNSULA IBÉRICA. Nessa época, a Europa é um conjunto de REINOS. Por exemplo: no século XI, o território que atualmente faz parte de Portugal, do Rio Mondego para o Sul, ainda estava ocupado pelos sarracenos, e desse rio para o Norte havia o reino de Leão. Ainda não existia a nação portuguesa.

4 O Feudalismo Cada feudo possui um administrador com plenos poderes: o SENHOR FEUDAL. Assim, no sistema feudal, o poder do rei é descentralizado para os feudos, para os senhores feudais. A atividade econômica principal na Europa medieval é a AGRICULTURA: o senhor feudal ARRENDA as terras do feudo aos agricultores - seus SERVOS ou VASSALOS - que pagam o arrendamento com produtos nela cultivados e colhidos; quase toda a produção agrícola, assim, é de propriedade do senhor feudal, ficando apenas uma pequena parte dessa produção ao servo

5 O senhor feudal, por sua vez, "presta contas" ao rei de "tudo" que diz respeito ao feudo que administra, além de ser seu cavaleiro, seu companheiro e defensor nas guerras: ele é vassalo do rei. Além dos servos, os feudos contam ainda com os cavaleiros do senhor feudal e com os artesãos, aqueles que elaboram manualmente as roupas, os calçados, os utensílios e todos os objetos consumidos pela sociedade.

6 O século XII é o de lutas mais intensas entre cristãos e mouros, que vão cedendo terreno pouco a pouco ante a vigorosa ofensiva dos leoneses. Afonso VI é o rei de Leão e chega para reforçar a luta contra os mouros, o nobre francês Henrique de Borgonha. Sua empreitada rendeu-lhe a mão da filha do rei e o governo de um dos seus melhores condados: o de Porto-Cale; pouco tempo depois, o Conde Henrique anexa ao seu domínio o condado de Coimbra e tem um herdeiro: o futuro rei Dom Afonso Henriques. Em 1114, Henrique de Borgonha morre e sua viúva assume o governo como regente, pois Afonso Henriques tem apenas 3 anos.

7 Ao completar 18 anos, D. Afonso Henriques assume o governo e entra em guerra contra os mouros e contra o então rei de Leão - Afonso VII - sagrando-se sempre vencedor; aos Condados de Porto Cale e Coimbra é anexado todo o reino de Leão: todo esse território forma a nação portuguesa, cujo fundador, D. Afonso Henriques, é reconhecido como seu rei inclusive pelo derrotado e ex-rei de Leão - Afonso VII. Como resultado de suas vitórias sobre os mouros que ocupavam muitas cidades portuguesas, D. Afonso Henriques recebe a alcunha de "o Conquistador". A expulsão dos mouros também torna-se preocupação dos reis portugueses que sucedem D. Afonso Henriques, como: D. Sancho I, D. Afonso II, D. Sancho II, D. Afonso III , D. Dinis ( o REI-TROVADOR), etc.

8 O Trovadorismo É das palavras TROVA e TROVADOR ( poeta nobre que faz trovas) que deriva o nome mais comum que se dá a toda Literatura Portuguesa elaborada na Idade Média: TROVADORISMO. As primeiras cantigas ou trovas medievais portuguesas são inspiradas nas cantigas que há muito tempo já eram feitas em Provença, no sul da França.

9 Cantigas Quanto à forma
Cantiga de Maestria: sete versos em cada estrofe, sem refrão, mais difíceis e sofisticadas. Cantiga de Refrão: quatro versos em cada estrofe com repetição de um deles (refrão) no final, mais populares. Cantiga Paralelística: há versos encadeados que repetem a mesma estrutura, com pequenas variações, em pares consecutivos, com rimas.

10 Tipos de Cantiga Cantiga de Amor Cantiga de Amigo Cantiga de Escárnio
Cantiga de Maldizer

11 Cantiga de Amor “Contém a confissão amorosa do trovador, que padece por requestar uma dama inacessível, inacessível em consequência de sua condição social privilegiada ou de ele desdenhar a sua posse, impedido pelo sentimento espiritualizante que o domina.” (MOISÉS, 1993, p. 16) o homem revela seu amor platônico; a amada é sempre idealizada, divinizada e cultuada; a amada é tratada pelo pronome SENHORA; o nome da amada não é revelado

12 no relacionamento amoroso o homem finge-se inferior a ela, atitude de Vassalagem.
As cantigas de amor, portanto, apresentam um conteúdo que expressa tristeza, solidão, amor platônico, desejos não realizados, etc, ou seja, possui "tom" triste: pertencem ao GÊNERO LÍRICO e , pelo conteúdo melancólico, se aproximam bastante com às ELEGIAS.

13 “Cantiga da Ribeirinha”
No mundo non me sei parelha, mentre me for como me vai, ca já moiro por vós – e ai! mia senhor branca e vermelha, queredes que vos retráia quando eu vos vi em saia! Mau dia me levantei, que vos enton non vi fea!

14 E, mia senhor, dês aquel di’, ai!
me foi a mi mui mal, e vós, filha de don Paai Moniz, e bem vos semelha d’haver eu por vós guarvaia, pois eu, minha senhor, d’alfaia nunca de vós houve nen hei valia d’ua correa. (MOISÉS, 1993, p )

15 Cantigas de Amigo “Contém a confissão amorosa da mulher, geralmente do povo (...). Sua coita nasce de entreter amores com um trovador que a abandonou, demora para chegar, ou está no serviço militar (...). A moça dirigi-se à mãe, às amigas, aos pássaros (...), mas quem compõe ainda é o trovador. Ao invés do idealismo das cantigas de amor, a de amigo respira realismo em toda a sua extensão; daí o vocábulo amigo significar namorado e amante.” (MOISÉS, 1993, p. 21)

16 Tipos de Cantiga de Amigo
Romaria Serranilha Pastorela Marinha ou Barcarola Bailada ou Bailia Alba ou Alvorada

17 Romaria Pois nossas madres van a San Simon
de Val de Prados candeas queimar, nós, as meninas, punhemos de andar con nossas madres, e eles enton queimen candeas por nós e por si e nós, meninas, bailaremos i. Nossos amigos todos iran por nos veer, e andaremos nós bailand' ant' eles, fremosas em cós

18 e nossas madres pois que alá van queimen candeas por nós e por si
e nós, meninas, bailaremos i. Nossos amigos iran por cousir como bailamos, e podem veer bailar moças de bon parecer e nossas madres, pois lá queren ir, "Pois nossas madres vam a San Simion" Pero Viviaez (CV 336/CBN 735)

19 Serranilha En Arouca a casa faria; atant’ ei gran sabor de a fazer,
que já mais custa non recearia nen ar daria ren por meu aver, ca ei pedreiros e pedra e cal; e desta casa non mi míngua al se non madeira nova, que queria.

20 E quen mi a desse, sempr’ o serviria,
ca mi faria i mui gran prazer de mi fazer madeira nova aver, en que lavrass’ a peça do dia, e pois ir logo a casa madeirar e telhá-la; e, pois que a telhar, dormir en ela de noit’ e de dia.

21 E, meus amigos, par Santa Maria,
se madeira nova podess’ aver, logu’ esta casa iria fazer e cobri-la; e descobri-la-ia e revolvê-la, se fosse mester; e se mi a mi a abadessa der madeira nova, esto lhi faria.

22 Pastorela Ai flores, ai flores do verde pino,
e sabedes novas do meu amigo! i Deus, e u é? Ai flores, ai flores do verde ramo, Se sabedes novas do meu amado! Ai Deus, e u é? Se sabedes novas do meu amigo, Aquel que mentiu do que pôs comigo!

23 Se sabedes novas do meu amado,
Aquel que mentiu do que mi á jurado! Ai Deus, e u é? - Vós me perguntades polo voss' amigo, E eu ben vos digo que é san e vivo. - Vós me perguntades polo voss' amado, E eu ben vos digo que é viv' e sano.

24 E eu ben vos digo que é san' e vivo E seerá vosc' ant' o prazo saído.
Ai Deus, e u é? E eu ben vos digo que é viv' e sano E seerá voac' ant' o prazo passado. "Ai flores, ai flores do verde pino," D. Dinis (CV 171/CBN 568)

25 Marinha ou Barcarola Ondas do mar de vigo, se vistes meu amigo!
E ai Deus, se verrá cedo! Ondas do mar levado, se vistes meu amado! Se vistes meu amigo! e por que eu sospiro! E ai Deus, se verrá cedo! Se vistes meu amado! e por que el gran cuidado! e ai Deus, se verrá cedo! "Ondas do mar de vigo" Martin Codax (CV 884/CBN 1278)

26 Bailia ou Bailada Bailemos nós já todas tres, ai amigas,
so aquestas avelaneiras frolidas e quem for velida como nós, velidas, se amigo amar, verrá bailar. Bailemos nós já todas tres, ai irmanas, so aqueste rarno destas avelanas, e quem for louçana como nós, louçanas,

27 so aqueste rarno destas avelanas verrá bailar.
se amigo arnar, so aqueste rarno destas avelanas verrá bailar. Por Deus, ai amigas, mentr' al non fazemos, so aquesto rarno frolido bailemos, e quen ben parecer, corno nós parecemos, se amigo amar, so aqueste ramo so' l que nós bailemos "Bailemos nós já todas três…" Airas Nunes (CV 462/CBN 879)

28 Alba ou Alvorada Levad’, amigo, que dormides as manhãas frias;
todalas aves do mundo d’amor dizian: leda m’and’eu! Levad’, amigo, que dormide’-las frias manhãas; todalas aves do mundo d’amor cantavan:

29 Todalas aves do mundo d’amor dizian:
do meu amor e do voss’em ment’avian: leda m’and’eu! Todalas aves do mundo d’amor cantavan: do meu amor e do voss’i enmentavan: Do meu amor e do voss’em ment’avian: vós lhi tolhestes os ramos que siian:

30 Do meu amor e do voss’i enmentavan:
vós lhi secastes os ramos en que bevian: leda m’and’eu! vós lhi tolhestes os ramos que siian: e lhi secastes as fontes em que bevian: e lhi secastes as fontes u se banhavan: Levad’, amigo, que dormides as manhãas frias Nuno Fernandes Torneol (CBN 641 — CV 242)

31 Cantiga de Escárnio “Cantiga de escárnio conteria sátira indireta, realizada por intermédio do sarcasmo, a zombaria e uma linguagem de sentido ambíguo” (MOISÉS, 1993, p. 27)

32 Cantiga de Escárnio Mort’ é Don Martins Marcos, ai Deus, se é verdade?
Sei ca se el é morto, morta é torpidade, morta é baviequia e morta neiciidade, morta é covardia e morta é maldade. Se Don Martinh’ é morto, sen prez e sen bondade, ôi mais, maos costumes, outro senhor catade; mais nono achardes de Roma atá cidade; se tal senhor queiredes, alhu-lo demandade;

33 pero um cavaleiro sei eu, par caridade,
que vos ajudaria a tolher d’el soidade; mais (queredes) que vos diga ende ben verdade?: non é rei nen conde, mais é-x’outra podestade, que non direi, que direi, que non direi... Mort’ é Don Martins Marcos, ai Deus, se é verdade? Pero da Ponte, (C.V C.B.N. 1655)

34 Cantiga de Maldizer “A cantiga de Maldizer encerraria sátira direta, agressiva contundente, e lançaria mão duma linguagem objetiva e sem disfarce algum.” (MOISÉS, 1993, p 27) A maior parte das cantigas satíricas eram de maldizer, no entanto costumeiramente tendemos a confundi-las por sua proximidade temática.

35 Cantiga de Maldizer Traj’ agora Marinha Sabugal
a velha que adusse de sa terra, a que quer ben, e ela lhi quer mal; e faz-lh’ algo, pero que muito lh’ erra; mais ora quer ir moiros guerreiar e quer consigo a velha levar, mais a velha non é doita da guerra.


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