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O amor como um laço entre o paciente com Aids e a vida: reflexões sobre o inquietante e o desamparo Alessandro Melo Bacchini (UFPA/LPPF) ambacchini@yahoo.com.br.

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1 O amor como um laço entre o paciente com Aids e a vida: reflexões sobre o inquietante e o desamparo Alessandro Melo Bacchini (UFPA/LPPF) Ana Cleide Guedes Moreira (UFPA/LPPF) DESAMPARO Chemama e Vandermersch (2007) definem de forma geral, “desamparo” como um estado de dependência do lactente que condiciona, segundo Freud, a onipotência da mãe e o valor particular da experiência originária de satisfação. Esta abordagem do termo que é basicamente adotada neste estudo. Este estado de desamparo é o protótipo de uma situação traumática, na qual o sujeito é incapaz de dominar as excitações. A partir disso, se se considera que um objeto apaziguou a tensão relacionada a uma impotência primitiva, a imagem desse objeto não deixará de ser buscada, inclusive de forma alucinatória (como anteriormente comentado). Dessa forma, em Freud, o desamparo está ligado à prematuração do ser humano (CHEMAMA & VANDERMERSCH, 2007). Neste ponto, objetiva-se uma discussão sobre a idéia defendida por Ceccarelli (2009), na qual o laço social poderia ser entendido como uma solução para o desamparo. Tal solução é posta como uma ilusão, o que nos termos freudianos significa uma crença motivada pela realização de um desejo. E como diz Freud (1927[1969]) em “O futuro de uma ilusão”, a ilusão tira sua força de um dos mais prementes desejos da humanidade: a necessidade de proteção através do amor. La Comedia e la Tragedia (Giorgio de Chirico) CONSIDERAÇÕES FINAIS Como resultados obtidos, notou-se que a batalha pelo tratamento da AIDS evidencia uma guerra contra o inimigo, estrangeiro ao sujeito, que invade o organismo de forma agressiva, revelando algo do inquietante por reaver no próprio corpo o complexo infantil de castração, que tem a repercussão na realidade de poder levar o paciente à morte. Com isso, percebeu-se um estado de desamparo psíquico relacionado à hospitalização e ao diagnóstico de HIV/AIDS, trazendo os registros de uma enfermidade ainda fundada em estigmas e enigmas, provocando um excesso de sentido que por vezes mostrou encontrar alento nos laços sociais (amor) que o mundo externo oferece. REFERÊNCIAS CECCARELLI, Paulo Roberto. Laço Social: Uma Ilusão Frente ao Desamparo. in Reverso, Revista do Círculo Psicanalítico de Minas Gerais, ano XXXI, 58, 33-41, 2009 CHEMAMA, Roland; VANDERMERSCH, Bernard. Dicionário de psicanálise. São Leopoldo: Editora Unisinos, 2007. FREUD, S. O estranho (1919). In: Edição standardbrasileiradas obras completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago,1969. Vol. XVII _____.(1927). O futuro de uma ilusão. In: Edição standard brasileira das obras completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, Vol. XXI. SIGNORINI, Dario José Hart Pontes et al. Prevalência da co-infecção HIV- sífilis em um hospital universitário da cidade do Rio de Janeiro no ano de Rev. Soc. Bras. Med. Trop. ,  Uberaba,  v. 40,  n. 3, 2007 .  Disponível em: / Acesso em: 26 Set HIV/AIDS Como afirma Signorini (2008), a evolução temporal da AIDS é caracterizada por uma dinâmica de contínua transformação. Os termos juvenilização, pauperização, heterossexualização e feminilização precisaram ser incluídos no discurso sobre a epidemia para acompanhar as mudanças de seu padrão epidemiológico. A epidemia que se iniciou nos estratos sociais de maior escolaridade disseminou-se progressivamente para os estratos de menor escolaridade e também dos centros urbanos para os municípios de menor população. Da mesma forma, no Brasil onde também a epidemia inicialmente era vinculada a homens que fazem sexo com homens, tem atingido agora, de forma crescente, homens com comportamento heterossexual, mulheres e crianças. Madonne (Edvard Munch) HIV COMO O INQUIETANTE Inicialmente em seu trabalho intitulado “O Estranho” (1919 [1969]), Freud faz um apanhado geral sobre o termo, buscando seus significados em várias línguas e na literatura com a tentativa de saber acerca de um núcleo comum que permita distinguir como estranhas determinadas coisas que estão dentro do campo daquilo que é amedrontador. Inicialmente, já nos é antecipada uma definição sobre o sentimento de estranheza: “O estranho é aquela categoria do assustador que remete ao que é conhecido, de velho, e há muito familiar” (p. 277). Nessa definição, Freud acrescenta o significado da palavra alemã “unheimlich” como o oposto de “heimlich” (doméstico) e “heimlisch” (nativo), pois aqui o estranho é entendido como algo novo, diferente e exterior, o que será analisado mais adiante em seu artigo, pois como já enunciado, algumas novidades podem ser assustadoras, mas nem todas elas (FREUD, 1919 [1969]). Ao analisar o conto de Hoffman, Freud (1919 [1969]) diz que o que realmente causa estranheza não poderia ser entendido somente pela incerteza intelectual, e chama atenção para a perda dos olhos como um substituto do complexo de castração, e dessa forma, relacionando um fator infantil como responsável pelo sentimento de estranheza. Já no caso dos pacientes portadores de HIV/Aids, percebe-se o que geralmente ocorre é uma atitude inicial de não contar, como no caso de Helena (nome fictício), uma paciente já apretantada por mim em congressos: ABRAPSO (2009) e CONPSI (2009). Não contar, nesse caso, poderia ser interpretado como uma tentativa de negar a “visão” da castração, revivida por uma doença crônica, com seus limites relacionados inclusive à ordem do sexual. No entanto, mais adiante Freud (1919 [1969]) levanta a questão de que nem tudo que evoca desejos reprimidos e modos superados de pensamento, que pertencem à pré- história do sujeito e das massas é por causa disso, estranho. Dessa forma, há a distinção teoricamente relevante entre: o estranho que provém de complexos infantis reprimidos, do complexo de castração, ligados à realidade psíquica e, portanto, implicando numa repressão real de algum conteúdo de pensamento e num retorno desse conteúdo reprimido; e o estranho ligado à onipotência de pensamentos, à pronta realização dos desejos, a maléficos poderes secretos e retorno dos mortos, - realidade material.


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