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A Liberalização do Sector Eléctrico e a Ciência Económica

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Apresentação em tema: "A Liberalização do Sector Eléctrico e a Ciência Económica"— Transcrição da apresentação:

1 A Liberalização do Sector Eléctrico e a Ciência Económica
1 A Liberalização do Sector Eléctrico e a Ciência Económica Maria Isabel R. T. Soares Professora Catedrática FEP - UP 2006

2 História da Energia/História Económica Equações de previsão
2 Curvas da S e da D ≠ rec. energ. Existentes (recursos/reservas) Nivelamento de preços dos ≠ recursos Análise D e S Elasticidades Impacto incidência fiscal Carvão Mercados internacionais de crude Extracção de crude Análise intemporal dos preços Fiscalidade Refinação e transporte Análise de cartel/oligopólio Petróleo ENERGIA E CIÊNCIA ECONÓMICA Análise estrutural; custos; transacções mercados G.N.L. mercados; análise de monopólios (Ásia) Mercado Europeu: Teoria dos Jogos g.n. Análise do monopólio natural Concorrência Regulação Formação dos preços em fase de cheia e de vazio; volatilidade Incerteza “deregulação” e privatização RES (Renewable Energy Sources) Electricidade Energia/Ambiente Ambiente e poluição: o nível “óptimo” da poluição Energia e alterações climáticas medidas de eficiência técnica (análise económica) Mercados de Futuros & Opções Tecn. de Informação & Energia Gestão da Energia análise de bens públicos Maria Isabel R. T. Soares, 2006

3 Laboratório de Excelência
3 Mercado Europeu de Electricidade Laboratório de Excelência Porquê?  A reforma do sector eléctrico mais profunda e extensiva a nível mundial liberalização de mercados Integração de mercados mt s  USA: após crise da Califórnia ( ) e blackouts de N.Y. (2003)  suspensão ou paragem das reformas.  Excepções: Austrália, Nova Zelândia, Chile e Argentina. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

4 Sem impacto sério e consistente até meados de 1990
4 CRISE DA CALIFÓRNIA? Alguma relação entre a reforma do sector eléctrico e os blackouts? Parece que não!  USA  Produção académica valiosa desde 1983 (Joskow & Schmalensee) & experiência internacional Sem impacto sério e consistente até meados de 1990 Public Regulatory Policy Act (PURPA) Energy Policy Act 1992 ? Maria Isabel R. T. Soares, 2006

5 5  PURPA  durante anos (19)80 estimulou desenvolvimento da produção independente, principalmente a partir da cogeração e das energias renováveis, vendida sob contratos de longo prazo.  Energy Policy Act  acabou com importantes barreiras ao desenvolvimento da produção independente (e não-regulada) e expandiu o poder efectivo da FERC (Federal Energy Regulatory Commission) de obrigar as utilities a transportar aquela energia para os mercados grossistas / atacadistas (wholesale). IMPACTO MUITO MODESTO SOBRE A CONCORRÊNCIA NO wholesale market (baseado num modelo de monopólios regulados e verticalmente integrados) Maria Isabel R. T. Soares, 2006

6 6  Porquê, após 25 anos de reestruturação quer a nível federal quer estatal, de reforma regulatória e de iniciativas desregulatórias, há tantos problemas nos USA? Ausência de informação sólida, coerente e abrangente, sobre os efeitos das reformas sobre custos, preços, inovação e bem-estar do consumidor. Poucos dados p/ comparar “performances” entre o regime regulado e o regime de concorrência! (ver Joskow, P., 1989, 1997, 2000, e 2005; Joskow e Kahn, 2002 e Joskow e Tirole 2000 e 2005). Maria Isabel R. T. Soares, 2006

7 7  O que parece existir: a criação de wholesale markets funcionando bem não é só um grande desafio técnico. Também exige:  alterações profundas na estrutura da indústria e no enquadramento institucional e regulatório;  o comprometimento dos políticos no funcionamento efectivo dos mercados A principal barreira ao programa de reestruturação e concorrência do sector eléctrico americano parece ser POLÍTICA! Maria Isabel R. T. Soares, 2006

8  Compromissos políticos quanto à reestruturação
8  Compromissos políticos quanto à reestruturação  Conflitos entre as regulações federais e estatais  A coexistência de estados com e sem programas de concorrência  Ausência de uma forte política pró-competitiva em paralelo com autoridades com estatuto para a implementar. Apesar da acção da FERC para promoção de um modelo de wholesale market competitivo com um pequeno número de operadores de transmissão (transporte) regionais que cubram vastas regiões do país, tem havido uma crescente oposição política desde Mesmo a proposta da FERC relativa ao desenho de mercado (Standard Market Design) de 2002 originou tanta controvérsia política que acabou por ser retirada em Julho 2005! Maria Isabel R. T. Soares, 2006

9  Gestão do sector eléctrico na Califórnia
Crise da Califórnia California Public Utilities Commission (Reguladora) – CPUC California Energy Commission – CEC: entidade respons. por políticaenergética do Estado 9  Gestão do sector eléctrico na Califórnia  Califórnia 2º maior consumidor de energia, 11º maior consumidor de electricidade, 2º maior consumidor de gasolina dos EUA. maior estado em população e em peso económico dos EUA. Símbolo da era pós-industrial. forte dependência ext. de electr.  produção interna cobre +/- 75% consumo. Melectr. dos estados a norte (11%) e a este (14%)  preços electric. sempre bastante elevados. reforma sector eléctrico arranca efectivamente em Pequenos consumidores: price-cap. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

10 Desregulação parcial do sector eléctrico ↓ ?
10  Problemas derivaram de um desfasamento grave entre preços produção e preços de distribuição  ausência de sintonia entre a D e a S num mercado eléctrico local em que velocidade crescimento D > veloc. crescimento S  Problema: desregulação gradual do mercado de electricidade em simultâneo com controlo estatal de preços aos consumidores (a pedido das pp. distribuidoras) Qual a lógica? Protecção contra 1 possível e acentuada quebra de preços provocada pelo mercado livre Desregulação parcial do sector eléctrico ↓ ? Maria Isabel R. T. Soares, 2006

11 Forte crescimento económico da região (muito acima das expectativas)
11  Quando sistema regulado: margem de lucro empresas era previsível  Quando Estado se afasta & com incertezas sobre Delectr.  empresas deixaram de investir em novas centrais  Falta de investimento em novas centrais (que já acontecia nos 10 anos anteriores) + Forte crescimento económico da região (muito acima das expectativas)  Mercado livre: preços da produção  Mercado regulado: preços ao consumidor  Forte crescimento da D  Desincentivo a novos investimentos RUPTURA! ? Maria Isabel R. T. Soares, 2006

12 Crise da Califórnia: ensinamentos……….. muito mais!
 Empresas de distribuição (principais: PG&E – Pacific Gas and Electric Corporation e Electric Company and Southern California Edison – SCE) 12 aprisionadas entre a impossibilidade de transferir custos para o consumidor e a obrigatoriedade de recorrer à livre negociação no wholesale market – de S restrita – para garantir o seu abastecimento.  PRINCIPAIS FACTORES DA CRISE Preços de electric. no mercado spot extraordinariamente elevados  custos totais de energia DECUPLICARAM níveis históricos! Quebras de energia e consequentes cortes (APAGÕES) Falência da maior empresa, a PG&E (a utility e não a empresa-mãe), de um significativo nr. de pequenos produtores que não foram pagos e encerramento da CALIFORNIA POWER EXCHANGE (mercado forward do dia seguinte) Crise da Califórnia: ensinamentos……….. muito mais! Maria Isabel R. T. Soares, 2006

13 INDÚSTRIA DE ELECTRICIDADE
13 INDÚSTRIA DE ELECTRICIDADE Características físicas que condicionam o seu desenho regulatório óptimo (i) Grandes custos irrecuperáveis (sunk costs) que limitam as possibilidades de entrada (barreiras à entrada). (ii) Segmentos verticais – produção, transporte, distribuição e comercialização – com s escalas óptimas. (iii) Bem não-armazenável que é distribuído através de 1 rede que exige equilíbrio físico instantâneo entre S e D em todos os nós. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

14 Estrutura funcional da indústria de electricidade
14 Estrutura funcional da indústria de electricidade FUNÇÃO CARACTERÍSTICAS ECONÓMICAS CONSEQUÊNCIAS Produção Economias de escala limitadas Economias de coordenação ao nível do sistema Complementar ao sistema Potencialmente competititva Transporte Externalidade de rede Regra geral, não é monopólio natural Elevado sunk costs Incentivos ao investimento exigem atenção Uma rede, mas vários donos possíveis Distribuição Frequentemente monopólio natural Elevados sunk costs Não há concorrência Coordenação do sistema Monopólio (devido a restrições técnicas) Venda/Comercialização Sem características especiais Potencialmente competitiva Serviços relacionados: - power exchanges - contratos financeiros - Construção e manutenção de activos Potencialmente competitivos Fonte: IEA, 2001a Maria Isabel R. T. Soares, 2006

15 15  LIBERALIZAR A INDÚSTRIA DE ELECTRICIDADE ENVOLVE: a criação de uma combinação de mercados competitivos de produção e comercialização, e actividades reguladas de transporte (transmissão) e de distribuição.  LIBERALIZAR A INDÚSTRIA DE ELECTRICIDADE EXIGE: mercados de produção e transporte de electricidade e de serviços associados bem organizados e com capacidade suficiente, para que a CONCORRÊNCIA SEJA EFECTIVAMENTE POSSÍVEL, e a regulação adequada (?) do poder de monopólio. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

16 CADEIA DE VALOR DA INDÚSTRIA DE ELECTRICIDADE
16 CADEIA DE VALOR DA INDÚSTRIA DE ELECTRICIDADE Transmissão (Transporte) Produção Distribuição Comercialização CONCORRÊNCIA MONOPÓLIO. ACESSO DE 3os À REDE. REGULAÇÃO. CONCORRÊNCIA Maria Isabel R. T. Soares, 2006

17 17 CONSENSO DESVERTICALIZAÇÃO (vertical unbundling) da produção, transmissão, distribuição e comercialização de electricidade Slitting (dispersão) horizontal da produção e da comercialização REESTRUTURAÇÃO CONCORRÊNCIA E MERCADOS Mercado grossista (wholesale market) e concorrência na comercialização, permitindo a entrada de novos concorrentes na produção e na comercialização Entidade Reguladora independente Acesso de 3os à rede (ATR) Regulação por incentivos nas redes de transporte e de distribuição REGULAÇÃO PERMITIR NOVOS “ACTORES” PRIVADOS PRIVATIZAÇÃO DAS EMPRESAS PÚBLICAS EXISTENTES PROPRIEDADE Maria Isabel R. T. Soares, 2006

18 Crescimento produtividade do trabalho: gás, electricidade, água.
18 PONTO DA SITUAÇÃO NO MERCADO EUROPEU DE ELECTRICIDADE(*) (*) quando se refere Mercado de Electricidade Europeu, geralmente referimo-nos a EU 15 (ou 25) + Noruega e Suiça…  ABERTURA DE MERCADO  aumento da eficiência sector energia (e não só) Crescimento produtividade do trabalho: gás, electricidade, água. % anual 1979 – 1990 1990 – 1995 1995 – 2001 EU 15 EUA 2,7 1,1 3,6 1,8 5,7 0,1 Fonte: “EU productivity and competitiveness: na industry perspective”: Mary O’Mahony e Bart van Ark (ed.), DG Empresas, Comissão Europeia, 2003 Maria Isabel R. T. Soares, 2006

19 21: EU productivity and competitiveness: An industry perspective
19 21: EU productivity and competitiveness: An industry perspective Maria Isabel R. T. Soares, 2006

20 Directivas europeias sobre o sector eléctrico
 CONTUDO: atraso INACEITÁVEL na transposição das directivas mais recentes para as legislações nacionais. 20 Directivas europeias sobre o sector eléctrico Forma + comum pré-1996 Directiva 1996 Directiva 2003 Produção monopólio autorização concurso Transmissão (T) ATR regulado ATR negociado Comprador Único Autorização Distribuição (D) Comercialização Separação contabilística Clientes SEM ESCOLHA Escolha para consumidores elegíveis (= 1/3) Separação legal da transmissão da distribuição Unbundling T/D Nenhuma Contabilística Todos excepto domésticos (2004) TODOS (2007) Comércio Transfronteiriço Monopólio Negociado Legal Regulação Departamento governamental Não especificado Regulado Fonte: Vasconcelos, J. (2004): “Services of General Interest and Regulation in the EU Energy Market”, Council of European Energy Regulators (CEER), Presentation at XVI CEEP Congress 17/06/2004, Leipzig. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

21 21  Após 5 anos de concorrência no caso da electricidade e de mais de 3 do g.n., a %de consumidores que mudou de fornecedor < 50%.  Ainda é significativo o nr. de consumidores insatisfeitos com a gama de serviços que lhes é oferecida Frequentemente: os clientes só conseguiram mudar para outro fornecedor nacional na maioria dos casos: quotas de mercado de fornecedores estrangeiros < 20%  excepções. FALTA DE INTEGRAÇÃO DOS MERCADOS E AUSÊNCIA DE LIGAÇÕES INFRAESTRUTURAIS Maria Isabel R. T. Soares, 2006

22 Switching Estimates: Electricity
22 Switching Estimates: Electricity Source: Information provided by Regulators. 11 in general this refers to clients consuming more than 1GWh/year 12 100% have renegotiated with their existing supplier 13 Flanders region only 14 The remaining approximately 65% have renegotiated with their existing supplier 15 A further approximately 25-50% have renegotiated with their existing supplier 16 Corresponds to 19% of high voltage customers’ consumption 17 Approximately 18% have renegotiated with their existing supplier large customers have changed supplier during 2004 Maria Isabel R. T. Soares, 2006

23  Preços mais baixos do que na década de 90, mas a subir perigosamente.
Causas? 23  Preços fontes energia primária  Barreiras regulamentares à mudança de fornecedor e fraco poder de negociação devido à estrutura desfavorável dos mercados (pequenos consumidores)  Insuficiência da variedade de contratos, especialmente acordos a + longo prazo (grandes consumidores) Deficiente integração de mercados I QUESTÃO problemática Maria Isabel R. T. Soares, 2006

24 Electricity prices to household consumers 2000-2004: 3.5MWh/year
24 Electricity prices to household consumers : 3.5MWh/year Electricity prices to household consumers : 3.5MWh/year Maria Isabel R. T. Soares, 2006

25 Electricity prices to large industrial consumers 1997-2004: 24GWh/year
25 Electricity prices to large industrial consumers : 24GWh/year Electricity prices to large industrial consumers : 24GWh/year Maria Isabel R. T. Soares, 2006

26 II QUESTÃO problemática
26 II QUESTÃO problemática Estrutura de mercado  Nr. reduzido (1, 2 empresas…) de concorrentes (a)  Insuficiência da concorrência transfronteiras em muitos casos (b) Maria Isabel R. T. Soares, 2006

27 Generation Market Structure38
27 Generation Market Structure38 38 rounded to nearest 5% 39 Consolidation is currently occurring in Poland. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

28 Interconnection & Market Structure
28 36 UCTE July 2003 forecast, Nordel winter forecast, NGCand ESBNG 7 year statement. Based on ETSO Winter NTC data, includes capacity from Switzerland and South East Europe, excludes Morocco Ukraine and Russia Maria Isabel R. T. Soares, 2006

29 III QUESTÃO problemática
29 III QUESTÃO problemática Desagregação da gestão das redes (unbundling) e introdução de possibilidades de ATR ainda insatisfatórios, apesar dos muitos progressos PORQUÊ? Maria Isabel R. T. Soares, 2006

30 Para o bom funcionamento do mercado, é essencial:
30 Para o bom funcionamento do mercado, é essencial:  1 operador do sistema de transmissão totalmente independente  Os operadores dos sistemas de distribuição devem ser separados das companhias fornecedoras p/ garantir que as tarifas reflictam os custos e que sejam eliminados todos os SUBSÍDIOS CRUZADOS  Fundamental a independência da entidade reguladora para garantir 1 acesso justo em termos da estrutura e dos níveis de tarificação, às áreas de distribuição. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

31 IV QUESTÃO problemática
31 IV QUESTÃO problemática persistência de preços regulados da electricidade e do gás para o consumidor final Coexistem com os mercados concorrênciais e com os acordos a longo prazo de aquisição de energia (PPA) que lhes estão associados Apesar destes controlos serem 1 medida de transição válida durante a fase inicial da abertura do mercado,  risco de que essa abordagem possa limitar a concorrência, restringir o investimento e resultar em medidas confusas e contraditórias de unbundling Maria Isabel R. T. Soares, 2006

32 Principais entraves à concorrência no sector eléctrico europeu
32 Principais entraves à concorrência no sector eléctrico europeu Clientes que mudaram de fornecedor: Grandes utilizadores a. Nenhum problema particular SE, FI, DK, NO, UK > 50% b. Desagregação \ regulamentação LU, AT, DE de 10% (LU) a 35% (DE) c. Estrutura do mercado ou falta de integração FR, BE, GR, IE, ES, NL, LT, IT, SI, CZ, SK, LV de 0% (GR) a 35% (NL) d. AAE a longo prazo \ Preços regulados para o consumidor final PT, EE, PL, HU de 0% (EE) a 25% (HU) Fonte: CE (2005). NOTA: identifica-se o entrave principal em cada Estado-Membro. Isto não significa, no entanto, que não existam outros entraves. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

33 Implementation Summary
1 Full market opening in the Flanders region. non households (non HH) in other regions 2 some legal unbundling on a voluntary basis 3 All customers in non-interconnected islands are non-eligible 4 95% from 1 Jan 2005, all non-households 5 In Northern Ireland, the electricity market is open to non-households. 6 if hourly metered 7 single buyer model 33 Implementation Summary 8 and all CHP producers and generators Source: Information provided by Regulators\Member States Maria Isabel R. T. Soares, 2006

34 Unbundling of Network Operators: Electricity22
34 Unbundling of Network Operators: Electricity22 Ownership, Legal, Management, Accounts. L/M means system operator is legally unbundled, system owner management unbundled 23 If ownership unbundled, automatically set to “Y” 24 Brussels region not yet legally unbundled 25 not in Flanders region Maria Isabel R. T. Soares, 2006

35 Network Access: Electricity26
35 Network Access: Electricity26 26 Charges are estimated excluding all taxes and levies. Both transmission and distribution charges are included 27 Based on STEM examples: 5GWh, 30MWh, and 5000KWh consumers 28 National Grid will shortly be appointed as system operator for Great Britain as a whole 29 Based on a household with average consumption (18000KWh) Maria Isabel R. T. Soares, 2006

36 Problemas no Acesso à Rede e de “Balancing” ainda subistem
36 Problemas no Acesso à Rede e de “Balancing” ainda subistem  Grandes diferenças entre os preços de compra e venda são exacerbados se não houver oportunidades suficientes para 1 companhia geradora minimizar os seus desequilíbrios através de trading normal  nec. possibilidade de alterar as propostas perto do tempo real  nec.  mercado intra-diário.  Mesmo assim, a estrutura extremamente concentrada que existe em muitos Países-Membros pode colocar os novos entrantes numa situação de desvantagem  pode ser preferível o envolvimento regulatório directo. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

37 Summary of Regulated Third Party Access
37 Summary of Regulated Third Party Access 34 out of line implies a tariff significantly above €15/MWh for a large user connected at medium voltage and significantly above €40/MWh for a small users connected at low voltage. 35 distribution network tariffs are not available in Greece at present. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

38 Fiscalização do Mercado
38 Fiscalização do Mercado 40 A – advisory, C – concurrent powers\ regulator within competition authority, N –limited or no formal role. 41 1 referred to Danish Competition Authorities by Nordpool, 3 merger cases Maria Isabel R. T. Soares, 2006

39 Market Shares Retail Supply
39 Market Shares Retail Supply 42 includes both eligible and non-eligible markets 43 Although independent, the two most important suppliers have strong ownership links with DSO’s 44 for household customers Maria Isabel R. T. Soares, 2006

40 40 Estrutura de Mercado 45 Some Member State have been grouped into regions where appropriate. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

41 MIE & Impacto Ambiental
41 66 Communal and Departmental taxes of up to 12% also apply * average energy tax less than €5/MWh ** average energy tax between €5-15/MWh *** average energy tax above €15/MWh **** average energy tax above €50/MWh Maria Isabel R. T. Soares, 2006

42 Environmental Policy Framework: Electricity generation
42 Environmental Policy Framework: Electricity generation Maria Isabel R. T. Soares, 2006

43 Da Evidência Empírica à Teoria Económica
43 Da Evidência Empírica à Teoria Económica  Ex.s internacionais apontam para: A IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE DA INICIATIVA GOVERNAMENTAL  Regulador: acção eficaz na fiscalização do sistema competitivo, mas dificilmente a terá na transformação da estrutura de mercado CASOS U.K., Noruega, Chile, Argentina, Austrália UK Chile Problemas surgiram devido à falta de concorrentes a nível da produção. Processo de introd. concor. na produção demorou quase 10 anos! Problemas devido à continuação da integração entre Produção e Transmissão Processo de separação da produção e da transmissão demorou 18 anos! Maria Isabel R. T. Soares, 2006

44 REGULAÇÃO: 2 modelos básicos de Tarificação
44 REGULAÇÃO: 2 modelos básicos de Tarificação Custo de serviço (ou regulação da TIR) price-cap REG. CUSTO DO SERVIÇO: experiência internacional que, embora obj. central seja o de (1) evitar lucros e excessivos, NA PRÁTICA ESTE MODELO DE REGULAÇÃO NÃO TROUXE INCENTIVOS À MINIMIZAÇÃO DOS CUSTOS DAS EMPRESAS; apesar de tb visar (2) a eficiência distributiva, acabou por GERAR INEFICIÊNCIA PRODUTIVA COM A REMUNERAÇÃO GARANTIDA AO PRODUTOR, PREJUDICANDO ASSIM OS CONSUMIDORES COM A TRANSFERÊNCIA DOS CUSTOS DE INVESTIMENTOS DESNECESSÁRIOS. e a Tarificação ao Custo Marginal? tentativa, na prática, de superação das ineficiências referidas  na prática: a adopção plenas deste tipo de reg. tarifário tem sido comprometida quer pela INEFICIÊNCIA PRODUTIVA QUER PELA ASSIMETRIA DE INFORMAÇÃO Maria Isabel R. T. Soares, 2006

45  E O PRICE-CAP?  UK - pioneiro  PRICE-CAP
45 Telecom (1984) g.n. (1986) aeroportos (1987) abastecimento de água (1989 e 1990)  UK - pioneiro  PRICE-CAP  UK teve de alterar a aplicação do price-cap (p/ regulação dos preços de mercado cativo – transmissão e distribuição). CONTUDO: o price-cap manteve-se no segmento da transmissão (monopólio natural). Na distribuição, a liberalização foi progressiva. estabelece um estímuloà EFICIÊNCIA PRODUTIVA, através de det. de 1 valor máx. permitido da tarifa Mesmo assim: Problemas! Subsistem dificuldades de controlo da lucratividade das empresas eléctricas, não desaparecem os problemas de ineficiência alocativa e distributiva. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

46 46 A Yardstick competition ou regulação de desempenho – resultante dos avanços na Teoria da regulação por incentivos – é adoptado na comparação entre monopólios regionais operando no mesmo sector. Consiste numa forma de regulação por incentivos, adoptada em casos de monopólio natural. O objectivo é fomentar a redução de custos entre empresas, reduzir assimetrias de informação e estimular a eficiência económica. Neste caso, o regulador estabelece padrões de avaliação do desempenho das empresas, utilizados na definição de custos e preços. A regulação por comparação torna-se muito mais efectiva do que a regulação incidente sobre cada empresa individualmente, na medida em que se consegue reduzir o problema da assimetria de informação (que é maior na regulação individual) (Joskow, 2005; Laffont e Tirole, 1993). Obviamente que persistem efeitos colaterais sobre a eficiência produtiva, já que só um número relativamente significativo de empresas pode permitir melhorar a eficácia da Yardstrick competition na medida em que permite a expansão da base comparativa à disposição do regulador. Porém, existe sempre um trade-off entre o número de empresas, a eficácia do critério (Yardstick competition) e a eficiência produtiva. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

47 47 Por tudo isto, surgiu um refinamento desta forma de regulação que consistiu na criação de subconjuntos de empresas com características afins, bem como a definição de uma shadow firm servindo de paradigma de cada conjunto. Esta shadow firm reflecte o comportamento médio de variáveis representativas das empresas de um mesmo subconjunto e é usada como uma benchmark para a competição entre empresas. Quando uma empresa consegue custos inferiores aos da shadow firm, haverá uma compensação com lucros extraordinários (Weyman-Jones, 1995). Maria Isabel R. T. Soares, 2006

48 48 Embora a tendência tenha sido a adopção da Yardstick competition em conjunto com o price-cap, aquela pode ser usado complementarmente a qualquer critério de tarificação. Em suma, de uma forma simplista, poder-se-ia dizer que a regulação por incentivos é boa para a eficiência, enquanto a regulação com base no custo é boa para o investimento e portanto para a adequação da rede. Não restam dúvidas contudo, que a regulação do mercado de electricidade, mercê das suas próprias características, é extremamente complexa. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

49 49 Manter a concorrência nos mercados exige que os incentivos aos novos entrantes sejam transparentes e equilibrados, o que obriga o regulador a estabelecer regras claras de funcionamento do mercado grossista e a minimização da incerteza regulatória. Quando se verifica integração de segmentos competitivos com segmentos monopolistas, o regulador tem de assegurar que existe de facto acesso real e não-discriminatório, às redes de transmissão e de distribuição para produtores e fornecedores. Incontestavelmente, o acesso regulado de terceiros à rede (ATR) tem sido a forma mais generalizada e funcional de resolver a questão do acesso à rede. No caso europeu, apenas a Alemanha não adoptou este sistema logo no início do processo de reestruturação, acabando no entanto por fazê-lo na sequência de inúmeros problemas e dificuldades sofridas por fornecedores com acesso às redes de empresas incumbentes (Brunekreeft, 2002). Aliás, a partir de Julho 2004, o ATR na Alemanha passou a ser regulado e não ATR negociado, por imposição da Comissão Europeia. Acresce que a existência de um regulador sectorial é muito recente, em contraste com os restantes parceiros europeus Maria Isabel R. T. Soares, 2006

50 50 O exemplo europeu é também ilustrativo em termos da composição dos custos. Os encargos com a transmissão e distribuição totalizam, regra geral, cerca de 1/3 dos preços finais da energia eléctrica, variando muito a nível europeu. Existe um potencial de aumento da eficiência e de redução de custos nas redes europeias muito significativo, tanto nas ligações entre países como nas próprias redes internas. Aponta-se para valores médios do custo de ineficiência na ordem dos 40% (Jamasb e Pollitt, 2003). A Yardstick regulation tem sido usada para tentar simular a concorrência e nos últimos anos, pelo menos dez entidades reguladoras europeias adoptaram modelos de incentivos baseados na regulação de price-cap e na regulação de utility benchmarking. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

51 51 Teoricamente, a concorrência e a regulação por incentivos podem aplicar-se a empresas de propriedade pública. Do ponto de vista empírico, a Noruega constitui um exemplo quase paradigmático. Contudo, Newbery (1999; 2002b) apresenta forte evidência empírica provando que a privatização permite benefícios especialmente se combinada com uma efectiva reestruturação e concorrência do sector, e com a regulação. Não deixa de ser interessante constatar que a estratégia europeia em termos de regulação, se afasta por vezes bastante do que a Teoria Económica preconiza. Por exemplo, teoricamente o primeiro passo indispensável à liberalização de um mercado, dever ser a existência de um regulador independente que deve proceder à aplicação de um enquadramento regulatório ex ante. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

52 52 Ora, a primeira e a segunda Directivas Comunitárias sobre o Mercado Eléctrico (de 1996 e de 2003) colocaram a tónica na desagregação (unbundling) da indústria e na abertura gradual dos mercados nacionais e relegaram a questão da regulação para mais tarde, após a definição da estrutura e das regas de mercado. Não admira portanto, que a Itália e a Espanha tenham entidades reguladoras fracas em relação aos interesses das incumbentes (e a recente proposta do governo português – entretanto vetada – vai no mesmo sentido) e que a Alemanha tenha só agora introduzido essa entidade a nível sectorial. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

53 53 Mas também a privatização dos monopólios estatais não constituiu uma exigência das iniciativas comunitárias para a liberalização do sector eléctrico. Contudo, não podemos deixar de referir que será difícil ver de que modo grandes empresas públicas incumbentes – como a EdF – podem levar à concorrência efectiva. Mas, mesmo assim, não podemos esquecer que a introdução da concorrência em sectores já privatizados –como nos EUA e no Japão – também foi tão demorada como em muitos sectores estatais. Que dizer então do caso nórdico (Noruega e Suécia) e da Nova Zelândia, em que se procedeu à introdução de regras de mercado concorrenciais numa indústria de monopólio verticalmente integrado com propriedade pública? Maria Isabel R. T. Soares, 2006

54 54 O que acontece é que, nestes países, a lógica de preservação da propriedade pública tem, em parte, uma raiz histórica e por outro lado está relacionada com a forte componente hidroeléctrica. Isto não impede, contudo, a concorrência nos segmentos da produção e da comercialização. Mas a generalização é sempre perigosa. Cada reforma deve fundamentar-se sobre as características físicas, sociais e políticas de um país ou de um espaço regional. Estas reformas foram realizadas no âmbito de estruturas de produção e de distribuição fragmentadas, com propriedade municipal na distribuição e impunham uma clara separação da rede e do operador do sistema através da criação de uma nova empresa pública. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

55 55 Nos países nórdicos, existe uma completa separação entre produtores públicos e transportadores públicos – que são também os operadores de sistema – da constituição de uma “pool” de mercado enquanto empresa independente com um significativo conselho de representantes de mercado, da presença de inúmeros operadores locais e regionais operando na Nord Pool e que competem com os principais produtores públicos, supervisionados por um regulador independente com um real poder decisório (Bergman e tal, 1999). É neste contexto que novas pools podem desempenhar um papel benéfico, proporcionando um bom nível de liquidez. Mas também a propriedade pública pode proporcionar a vantagem de reduzir os riscos de comportamento especulativo nos mercados em períodos de escassez de oferta. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

56 56 De qualquer forma, todos estes casos são desvios às boas práticas (ou à melhor prática), o que reflecte a necessidade de evitar as questões de soberania e reflectem uma atitude pragmática com vista a uma agenda europeia comum, em vez da prossecução obstinada de um processo de reestruturação óptimo. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

57 Qual a relação com os potenciais ganhos com a liberalização?
57 Mesmo assim, as questões envolvidas na liberalização do mercado eléctrico não ficam por aqui. Que dizer de uma vertente aparentemente só tecnológica, como é a do mix de combustíveis para produção de electricidade? Qual a relação com os potenciais ganhos com a liberalização? Maria Isabel R. T. Soares, 2006

58 Em ambos os casos, a capacidade do sistema não levanta problemas.
58 No primeiro caso, temos um sistema predominantemente hidroeléctrico e no segundo nuclear. Em ambos os casos, a capacidade do sistema não levanta problemas. Nos dois casos, temos sistemas com baixos custos marginais de curto prazo, bastante inferiores aos custos marginais de longo prazo. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

59 59 Ora, isto pode tornar-se um problema se o planeamento do investimento for demasiado influenciado pelos baixos preços correntes, em vez de o principal factor ser o nível eficiente dos preços futuros de longo prazo. Especialmente, dados os elevados custos de capital e a longa vida económica dos investimentos. Mas não só. A liberalização vai também permitir que novas centrais sejam determinadas pelo mercado. Ora, a evidência empírica tem demonstrado que isto tem favorecido a entrada de novas centrais a gás. Claro que, no caso europeu, a dependência do gás natural também levanta problemas de segurança do abastecimento. Só que, inicialmente, esta questão pode não parecer tão grave dada a dependência petrolífera existente. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

60 60 Contudo, o aumento do consumo de gás natural está inequivocamente ligado ao desenvolvimento de centrais de ciclo combinado de alta eficiência cujo baixo custo e rapidez de construção têm constituído um atractivo para os mercados liberalizados. Veja-se os casos do Reino Unido, Espanha e Itália. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

61 61 Que relação existe entre as políticas de reforma estrutural e a atracção de novo investimento privado? Não parece haver consenso empírico  terão as entidades reguladoras um impacto neutro sobre o comportamento dos agentes no mercado? Maria Isabel R. T. Soares, 2006

62 62 Porém, se a evidência empírica torna difícil TESTAR o sucesso de políticas alternativas de reforma estrutural, NÃO É DIFÍCIL CONSTATAR NA PRÁTICA QUE A ESTRUTURA REGULATÓRIA É DETERMINANTE PARA O INVESTIDOR NO MERCADO DE ELECTRICIDADE. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

63 63 A necessidade de elaborar instrumentos teóricos e analíticos que sustentem a decisão de investir num contexto de incerteza acrescida parece incontornável. Esta incerteza provem não só da regulação, mas também da crescente interacção estratégica. Dificilmente portanto, a decisão de investir poderá assentar nas abordagens tradicionais de análise de projectos. Apesar de sérias limitações de aplicação, a Teoria das Opções Reais assume uma importância cada vez maior. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

64 ESTRUTURA DE MERCADO E PODER DE MERCADO
64 ESTRUTURA DE MERCADO E PODER DE MERCADO Como medir o Poder de Mercado? Em termos teóricos, é frequente utilizar o conceito de poder de mercado para ilustrar a distorção do processo de concorrência (Shepherd, 1997). Porém, em termos práticos, torna-se extremamente difícil avaliar e medir correctamente o poder de mercado. De qualquer modo, o índice Lj de Lerner permite o seu reconhecimento imediato: em que: p é o preço de venda do bem (ou serviço) representa o custo marginal de produção da empresa j. Por outro lado, sabemos que a concentração de mercado é uma forma indirecta de avaliar a existência de poder de mercado. Para um economista, o grau de concentração de mercado pode ser “balizado” pelas duas situações extremas: monopólio e concorrência perfeita. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

65 Sj representa a quota de mercado da empresa j
65 O índice de Herfindahl-Hirschman é um instrumento de avaliação da concentração de um mercado muito útil: em que: Sj representa a quota de mercado da empresa j N representa o número total de empresas. Se os Sj estiverem expressos em número de unidades percentuais, o valor de HHI varia entre 0 (concentração mínima, isto é, concorrência perfeita) e 1 (concentração máxima, isto é, monopólio puro). Maria Isabel R. T. Soares, 2006

66 66 O suporte teórico deste índice é extremamente sólido, embora a sua elevada estaticidade constitua um problema já que atribui às empresas de pequena dimensão um peso desfavorável. Além disso, trata-se de um índice extremamente sensível à definição de mercado, o que pode também constituir uma insuficiência enquanto instrumento analítico (Schmalensee, 1977). Por outro lado, existe uma correspondência directa entre o índice de Herfindahl-Hirschman e o índice de Lerner, com origem num equilíbrio de Cournot-Nash. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

67 É possível obtermos a relação entre o índice L e o índice HHI:
67 É possível obtermos a relação entre o índice L e o índice HHI:  Quota de mercado da empresa  p(X) a função inversa da demanda (procura) do mercado, definindo-se a elasticidade – preço da demanda (procura) por  Cj(x) = custo do output de nível x da empresa j, sendo o respectivo lucro definido por:  Estritamente, j é uma função das N variáveis output mas apenas xj está sob o controlo da empresa j.  É possível verificar que o output de equilíbrio Cournout-Nash da empresa J é INFERIOR ao resultado de equilíbrio em concorrência, em que , sendo contudo SUPERIOR ao resultado de monopólio em que Maria Isabel R. T. Soares, 2006

68 68 Porém, o modelo de Cournot-Nash parte de pressupostos que, no actual contexto de integração financeiro dos mercados de electricidade, em particular na Europa, podem obstar à validade da aplicação dos índices referidos. De facto, o modelo de Cournot-Nash pressupõe empresas independentes, cada uma das quais visa a maximização do respectivo lucro sem atender ao impacto no lucro das restantes. Se estivermos face a grandes investidores com participações financeiras em diversas empresas concorrentes, então o pressuposto da independência é posto em causa. É então necessário utilizar um índice generalizado – GHHI – que tem em conta as participações cruzadas numa indústria (Campos e Vega, 2004). Esta questão é particularmente inquietante pelo menos no caso europeu. A regulação europeia da energia ignora, pura e simplesmente, as fusões e aquisições (F&A) e não prevê qualquer entidade reguladora comunitária com poder para as fiscalizar. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

69 69 O único padrão de controlo existente é o da Lei da Concorrência. Face a este vazio, as empresas europeias de electricidade têm evidenciado uma clara tendência para uma crescente integração de mercado. Ora, trata-se de um fenómeno que se tem verificado tanto a nível interno dos países-membros como a nível comunitário, o que pode vir a limitar drasticamente a concorrência. Se é verdade que um investigador na área económica está familiarizado com os efeitos anti-competitivos de uma fusão num mercado estratégico, também é certo que a nossa capacidade analítica do mesmo fenómeno numa perspectiva de desenvolvimento do mercado é bem menor. Contudo, estamos certamente melhor preparados do que outros grupos sociais para analisar o impacto de fenómenos tão complexos como as F&A no mercado da energia (Barquin, J. et all, 2005). Maria Isabel R. T. Soares, 2006

70 70 Para proteger os consumidores, a teoria económica recomenda que haja um controlo muito mais severo das fusões nos mercados de electricidade do que em outros mercados. A elasticidade da procura é, neste caso, extremamente fraca, o que leva a que estes mercados sejam extremamente susceptíveis ao poder de mercado. Entre 1998 e 2003, verificaram-se cerca de 135 F&A no sector europeu de gás e electricidade. Dois terços verificaram-se a nível nacional e os restantes a nível inter-estados. Qual será o impacto sobre um Mercado Interno Europeu de Energia concorrencial? Maria Isabel R. T. Soares, 2006

71 O Reino Unido e o mercado nórdico constituem excepções.
71 Comecemos pela questão da concentração horizontal (na produção e na comercialização) que continua a ser muito forte. O Reino Unido e o mercado nórdico constituem excepções. O grau de concentração da produção, no âmbito da EU-15, é elevadíssimo: as três maiores empresas (EdF, RWE e EON) detêm mais de 60% da capacidade instalada em 10 mercados. A situação no retalho (comercialização) não é melhor: três empresas concentram mais de 60% (em número de clientes) em 12 mercados (European Commission, 2005). Maria Isabel R. T. Soares, 2006

72 72 Teoricamente, a relevância da concentração a nível nacional pode desaparecer quando se passa a um mercado mais vasto, desde que haja capacidade de interligação adequada. Porém, as F&A horizontais inter-fronteiras podem reduzir fortemente esse efeito de desconcentração. De qualquer modo, no curto prazo, os mercados – principalmente os maiores, como o Reino Unido, a França, a Alemanha, a Itália e a Espanha – vão continuar a ser essencialmente nacionais, Isto porque as inter-ligações não são ainda suficientes para reduzir o poder de mercado dos incumbentes nacionais. A dinâmica das empresas europeias de electricidade é também impressionante e muito mais rápida que os decisores políticos nacionais e de Bruxelas. As expectativas dessas empresas são de tal forma que os prémios envolvidos em diversas aquisições foram muito significativos. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

73 73 Em suma, mais de 2/3 do mercado europeu está actualmente concentrado em 8 grandes empresas (4 concentram 50%). A Europa confronta-se com uma rede extremamente complexa envolvendo um elevado número de participações financeiras cruzadas. E qual a relação entre a integração vertical, as F&A e o poder de mercado? Não restam dúvidas que as empresas de electricidade privatizadas (e orientadas para o lucro) têm demonstrado uma forte tendência para a (re)integração vertical. E fazem-no através das F&A nacionais e inter-fronteiras. Aliás, está provado (Codognet e tal, 2002) que têm sido as empresas verticalmente integradas as mais activas nas F&A europeias. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

74 74 É também interessante explorar a relação entre as F&A, o investimento e a integração vertical no sector eléctrico. Embora seja uma área ainda com escassa evidência empírica. A racionalidade económica permite-nos pensar que, havendo alguma integração vertical nesta indústria, o risco fica mais reduzido, o que poderá contribuir para um acréscimo do investimento. Mas não haverá então tendência para reduzir o número de empresas a jusante da cadeia eléctrica e assim abrir caminho ao aumento das margens comerciais? Maria Isabel R. T. Soares, 2006

75  Aquisição da ENDESA pela GAS NATURAL
75 O exemplo britânico alerta-nos para este perigo: desde 1999 tem havido várias fusões entre as 15 empresas regionais de distribuição criadas pela reforma do sistema. Actualmente existem apenas 6 grupos independentes e a margem da distribuição cresceu.  Aquisição da ENDESA pela GAS NATURAL Maria Isabel R. T. Soares, 2006

76 - das performances relativas dos concorrentes,
76 A fusão entre uma empresa eléctrica e uma empresa de gás natural (fusões convergentes) – sendo os dois recursos energéticos simultaneamente substitutos e complementares – tem efeitos extremamente negativos, tanto verticais como horizontais. A concentração e o poder de mercado crescem, bem como o perigo de colusão. Quanto aos efeitos anti-competitivos verticais sobre o mercado grossista de electricidade, eles são muito complexos, dependendo especialmente da: - das performances relativas dos concorrentes, - do efeito sobre o excedente do consumidor. Maria Isabel R. T. Soares, 2006

77 77 E, HOUVERA TEMPO, MAIS PODERÍAMOS PÔR À PROVA A PACIÊNCIA DA AUDIÊNCIA … Maria Isabel R. T. Soares, 2006


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