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PublicouMaria Lage de Caminha Alterado mais de 9 anos atrás
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Ensaio controlado e randomizado de nutrição parenteral precoce
cíclica na prevenção da colestase nos recém-nascidos de muito baixo peso Apresentação:Bruno Musso, Élida Santos de Figuerêdo, José Messias Oliveira Junior Coordenação: Paulo R. Margotto Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS)/SES/DF Brasília, 7 de junho de 2012 Journal of Pediatrics 2012 (publicação online)
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INTRODUÇÃO A nutrição parenteral (NP) é a causa mais comum de hiperbilirrubinemia em prematuros. A associação entre a taxa de nutrição parenteral e a colestase está presente em 10 a 50% dos casos, sendo mais comum em recém-nascidos de baixo peso. A colestase associada a nutrição parenteral (PNAC) é diagnosticada quanto a bilirrubina é > 2mg/dL com o uso de nutrição parenteral por pelo menos 2 semanas.
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Os mecanismos ainda não foram totalmente esclarecidos, porém apontam como fatores de risco:
Sepse Enterocolite necrosante Cirurgia intestinal Atraso ou falta de alimentação entérica Duração da nutrição parenteral Prematuridade.
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A nutrição parenteral cíclica é a técnica de infusão de um volume diário de solução em um período menor que 24h. Meehan e Georgeson: avaliaram retrospectivamente 47 crianças com síndrome do intestino curto, utilizando nutrição parenteral cíclica de 20h e com 4h de repouso, na tentativa de prevenir a colestase Jensen e colaboradores: realizaram um estudo retrospectivo, não randomizado, com 36 bebês com gastrosquise, sem um padrão de tempo de infusão O uso precoce de NP cíclica levanta preocupações quanto a anormalidades metabólicas, como hipoglicemia, e possíveis infecções decorrentes de múltiplos acessos à linha de infusão para troca das soluções
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Ainda não há dados e nem estudos que comprovem que a nutrição parenteral cíclica precoce evite a colestase em prematuros. Hipótese: a nutrição parenteral cíclica precoce em recém-nascidos de baixo peso, pode evitar a colestase em caso de alimentação parenteral prolongada. Objetivo: Comparar a incidência de colestase em pacientes de baixo peso que receberam nutrição parenteral cíclica, com os que receberam nutrição parenteral continua. Identificar os fatores relacionados ao aparecimento da colestase com o uso da nutrição parenteral cíclica.
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MÉTODO Estudo prospectivo randomizado controlado, conduzido em UTI neonatal Critérios de inclusão: peso de nascimento ≤1250g e recrutamento dentro dos primeiros 5 dias de vida. Critérios de exclusão: recém-nascidos com anormalidades congênitas graves, doenças hepáticas congênitas e infecções virais congênitas clinicamente aparentes Foram divididos de forma aleatória em dois grupos: o de nutrição parenteral cíclica e o de nutrição parenteral contínua.
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Variáveis avaliadas: uso de esteróide pré-natal, corioamnionite (prontuário da mãe), idade gestacional, peso ao nascer, sexo, Apgar, temperatura na admissão, base excess nas primeiras 12horas. Clinical Risk Index for Babies II (CRIB II), foi o instrumento utilizado para avaliar a gravidade da doença na admissão. Síndrome do desconforto respiratório, persistência do canal arterial (PCA), enterocolite necrosante (NEC), displasia broncopulmonar (DBP) e sepse precoce e tardia História nutricional
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As crianças no grupo de nutrição parenteral continua receberam solução de aminoácidos (TrophAmine) durante um período de 24 horas, Intralipid 20% em 18 horas, de acordo com o protocolo da UTIN, e dextrose ao longo de 24 horas. As crianças do grupo de nutrição parenteral cíclica receberam TrophAmine ao longo de 20 horas, Intralipid em 18 horas e dextrose em 24 horas. A solução parenteral foi infundida utilizando sistemas de infusão de polivinilcloreto sem bis(2-etilhexil)ftalato
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Níveis de bilirrubina total e direta foram medidos no início e depois semanalmente.
Testes da função hepática foram obtidos no início e depois quinzenalmente. Estes testes foram realizados, enquanto a criança recebia nutrição parenteral. Colestase foi definida como bilirrubina direta> 2mg/dl.
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Análise estatística Os grupos de nutrição parenteral cíclica e contínua e os grupos de pacientes que desenvolveram ou não colestase, foram comparados utilizando o teste t de Student e teste χ², quando apropriado. Fatores associados com a PNAC em análises univariadas com P ≤ 10 foram incluídos na análise multivariada, realizada por meio de regressão logística.
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Resultados Um total de 83 pacientes foram selecionados para estudo, Novembro 2007 and Julho 2010; 70 pacientes -34 em nutrição parenteral cíclica -36 em nutrição parenteral contínua Figura
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pós-hemorrágico; SIP: perfuração intestinal
Figura.Fluxograma do estudo. GIT:trato gastrintestinal;PHH: hidrocéfalo pós-hemorrágico; SIP: perfuração intestinal Espontânea; NEC: enterocolite necrosante;GGT: gamaglutamil- transferase
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Resultados Tabela 1-Características dos recém-nascidos nos grupos de nutrição parenteral cíclica e contínua SEM DIFERENÇAS ENTRE OS GRUPOS QUANTO A ESTAS VARIÁVEIS
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Resultados Não houve diferenças significativas quanto ao uso de esteróides no período pré-natal , assim como de corioamnionite tanto histológica como clínica entre os dois grupos (dados não mostrados)
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Resultados A combinação de sepse tardia provável e comprovada foi maior no grupo da nutrição cíclica, MAS NO ENTANTO, a incidência de sepse comprovada foi semelhante entre os dois grupos Staphylococcus, predominantemente coagulase-negativo, foi isolado no sangue em 73% do grupo de nutrição cíclica e 64% no grupo de nutrição contínua. A média de início de nutrição cíclica foi de 3.7± 1.6 dias pós-natal; Todos receberam aminoácido nas primeiras 24h. Ambos os grupos receberam a mesma quantidade de proteína. Sem diferença estatística na duração(dado não mostrado) Tabela 2
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parenteral cíclica e contínua
Resultados Tabela II.Dados clínicos e história nutricional das crianças nos grupos de nutrição parenteral cíclica e contínua A duração da nutrição parenteral, números de dias de nutrição parenteral com dieta oral zero(NPO), número de recém-nascidos em NPO por >2 semanas Foram semelhantes entre os dois grupos. A média de dia em que se iniciou a nutrição enteral mínima foi semelhante entre os 2 grupos (2-28 dias). Dia em Que a nutrição enteral plena foi alcança foi semelhante entre os 2 grupos
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Resultados A incidência de PNAC foi 32% no grupo com NP cíclica e 31% no grupo com NP contínua (P = 1.0).Colestase foi desenvolvida após 2 semanas em ambos os grupos ; Média de 30 dias; Comparando os RN com PNAC e os recém-nascido sem PNAC, os com PNAC tiveram significativamente menores idade gestacional,peso ao nascer e escores de Apgar e maior escores do CRIB II.A DBP foi mais prevalente no grupo da PNAC (86% X31%-P<0,001), assim como sepse tardia. Tabela III
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Tabela III. Características dos pacientes com PNAC
Resultados Tabela III. Características dos pacientes com PNAC
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Resultados Tabela IV.Resultados FINAIS da análise de regressão logística dos fatores de risco para a colestase A análise de regressão logística mostrou 2 variáveis independentes associadas com PNAC. Os RN que desenvolveram DBP tiveram quase 6 vezes maior o risco de apresentar PNAC (OR de 5,9) em comparação aos recém-nascidos sem DBP. Para cada dia em que a nutrição parenteral precoce foi parada, o risco de PNAC diminuiu por um fator de 0,8 (sem significância) e para cada dia em que a nutrição enteral completa foi atrasada, o risco de desenvolver PNAC aumentou quase 1,5 vezes
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Discussão Nesse estudo, a NP cíclica precoce não reduziu a incidência de PNAC em bebês de muito baixo peso (MBP) Os marcadores bioquímicos de disfunção hepática (bilirrubina direta, transaminases, gama-glutamil-transferase) não foram diferentes entre os dois grupos Fatores pós-natais (como o tempo até alimentação plena e exposição prolongada a NP) são fatores de risco independentes para PNAC (em acordo com estudos prévios que relatam o papel da falta de nutrição enteral no desenvolvimento de PNAC)
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Discussão O suposto benefício da NP cíclica é que ela permite o “descanso hepático” e oxidação de nutrientes mais eficiente pelos hepatócitos Entretanto, foi postulado que outros fatores relacionados à solução de NP podem ser causadores de toxicidade: Quantidade e qualidade dos aminoácidos Traços minerais (Cobre, Manganês) Foto-oxidação de multivitaminas parenterais Fitosteróis (óleo de soja/cártamo): podem reduzir fluxo biliar
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Fatores clínicos desempenham um papel dominante na patogênese da PNAC
Discussão Fatores clínicos desempenham um papel dominante na patogênese da PNAC -imaturidade -ausência de nutrição enteral: estase biliar por diminuição da secreção de hormônios enterais Nutrição enteral -promove a circulação enterohepática e motilidade intestinal -inibe a translocação bacteriana intestinal que pode levar a sepse
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Discussão Nesse estudo, os bebês que desenvolveram PNAC apresentavam:
Menor idade gestacional (IG) e peso ao nascer Escores CRIB II mais altos Doença respiratória mais significativa e DBP Maior taxa de sepse tardia RN pequeno para a idade gestacional (PIG) não aumentou o risco Após controlar outros fatores, o tempo para atingir a dieta enteral plena e duração da NP em bebês de extremo baixo peso que desenvolveram DBP foram os fatores preditivos mais importantes para PNAC.
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Discussão A etiologia multifatorial da PNAC torna a prevenção e o tratamento desafiadores Iniciação precoce da alimentação e exposição limitada a NP podem ter o maior impacto, porém isso não é sempre factível: Bebês de extremo baixo peso criticamente enfermos, por imaturidade funcional do intestino, instabilidade hemodinâmica
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Discussão É possível que a falta de eficácia da NP cíclica neste estudo esteja relacionada à maior incidência de sepse tardia nesse grupo de pacientes Infusão cíclica implica em acessar a linha de infusão o dobro de vezes para troca da solução No entanto, sepse com hemocultura positiva foi similar entre os grupos de NP cíclica e contínua, colocando em dúvida se a sepse tardia pode ser uma explicação para a falta de eficácia da NP cíclica
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Discussão Como a NP é frequentemente inevitável em pacientes de muito baixo peso, é importante buscar estratégias de prevenção: Alimentação enteral, mesmo em pequenos volumes, afeta positivamente o transporte de bile Javid et al: reversão da PNAC em bebês com síndrome do intestino curto após desmame agressivo da NP Foi demonstrado reversão da PNAC com emulsões oleosas de peixe contendo ácidos graxos omega-3 (são necessários mais estudos)
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Discussão Estudos preventivos prospectivos devem enfocar os pacientes de maior risco para doença hepática relacionada a NP, usando o escore CRIB II como critério de entrada.
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Discussão A prevenção da PNAC em bebês de muito baixo peso requer uma abordagem multifacetada devido à natureza multifatorial da doença A identificação precoce dos pacientes de maior risco é importante para prevenir a instalação e a progressão da doença hepática, que pode levar a insuficiência hepática e mortalidade
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ABSTRACT
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OBRIGADO! Dr. Paulo R. Margotto, Ddo José Mesias de O. Júnior, Ddo Bruno Musso e Dda Élida Santos
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