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O CORTIÇO ALUÍSIO AZEVEDO.

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Apresentação em tema: "O CORTIÇO ALUÍSIO AZEVEDO."— Transcrição da apresentação:

1 O CORTIÇO ALUÍSIO AZEVEDO

2 Biografia Nasce em São Luís: Maranhão – 1857
Caricaturista: desenhava seus personagens O Pensador: jornal de oposição ao clero 1881 lança O Mulato (primeiro livro naturalista) Vai ao Rio de Janeiro viver como escritor Fez jornalismo Escreveu romances para folhetins 1895 torna-se cônsul, abandona a literatura 21 de janeiro de 1913 morre em Buenos Aires

3 Obras De tendência romântica: * De tendência naturalista:
Uma lágrima de mulher (1879);A condessa Vésper (1882) Mistério da Tijuca (1882); Filomena (1884) A mortalha de Alzira (1894) * De tendência naturalista: O mulato (1881); Casa de pensão (1884); O homem (1887) ; O coruja (1890) O cortiço (1890)

4 Estilo Personagens tipos, retratados por sua ação
Retrata agrupamentos humanos Romances de tese de conotação social Preocupação com as classes marginalizadas Critica o conservadorismo e o clero Defende a República Valoriza o instinto natural no homem Compara o humano com o animal

5 O Cortiço Ambiente coletivo onde convivem tipos humanos marginalizados, em ambiente degradado e corrupto, próximo à pedreira onde trabalham e à venda de João Romão onde se endividam comprando fiado.

6 Personagens População marginal: lavadeiras, mascates, prostitutas, operários, vagabundos, pequenos golpistas, desocupados, pedintes, soldado, ex-escravos, mestiços, estrangeiros miseráveis... Centro da narrativa: João Romão, Bertoleza, Miranda, D. Estela, Zulmira, Botelho, Jerônimo, Rita Baiana, Piedade, Firmo, Léonie, Pombinha, D. Isabel, João da Costa, Leandra, Augusta, Alexandre, Machona, das Dores, Libório, Henrique, Leocádia, Bruno

7 Personagem especial Pela primeira vez na literatura brasileira, um escritor dá vida e corpo a uma personagem coletiva: um cortiço. É como se o cortiço tivesse vida e ação É o meio interferindo na vida dos homens (determinismo do meio) Isso acontece com esse tipo de gente (determinismo da raça)

8 Ação Muitas ações (histórias) acontecem: A ascensão de João Romão
A degradação de Jerônimo e Piedade A conquista de Rita Baiana O destino de Pombinha A sina de Bertoleza O cotidiano de Miranda e família O dia-a-dia das lavadeiras A transformação do cortiço

9 Ambiente . Espaço degradante de mistura mesquinha de gente vivendo como bichos. . Sexualidade impulsionada pelos instintos. . Miséria física e moral. . Exploração do homem pelo homem. . Disputa entre cortiços, com o “São Romão” passando por um processo de transformação, ao passo que o “Cabeça de Gato” recebia tudo e todos os rejeitados.

10 Cenas “Começavam a fazer compras na venda; ensarrilhavam-se discussões e resingas; ouviam-se gargalhadas e pragas; já não se falava, gritava-se. Sentia-se naquela fermentação sangüínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulhavam os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a satisfação de respirar sobre a terra.”

11 Cenas “Ao lado da Leandra foi colocar-se à sua tina a Augusta Carne-Mole, brasileira, branca, mulher de Alexandre, um mulato de quarenta anos, soldado da polícia, pernóstico, de grande bigode preto, queixo sempre escanhoado e um luxo de calças brancas engomadas e botões limpos na farda, quando estava de serviço. Também tinham filhos, mas ainda pequenos, um dos quais a Juju, vivia na cidade com a madrinha que se encarregava dela. Esta madrinha era uma cocote de trinta mil-réis para cima, a Léonie, com sobrado na cidade. Procedência francesa.”

12 Cenas “E daí a pouco apareciam ajudantes gratuitos para os arranjos do jantar, tanto do lado da das Dores, como do lado da Rita Baiana. O albino encarregou-se de varrer e arrumar a casa desta, entretanto que a mulata ia para o fogão preparar os seus quitutes do norte. E veio a Florinda, e veio a Leocádia, e veio a Augusta, impacientes todas elas pelo pagode que havia de sair à noite, depois do jantar. Pombinha não apareceu durante o dia, porque estava muito ocupada, aviando a correspondência dos trabalhadores e das lavadeiras: serviço este que ela deixava para os domingos.”

13 Cenas “E sentiu diante dos olhos aquela massa informe de machos e fêmeas a comichar, a fremir concupiscente, sufocando-se uns nos outros. E viu o Firmo e o Jerônimo atassalharem-se, como dois cães que disputam uma cadela da rua; e viu o Miranda, lá defronte, subalterno ao lado da esposa infiel; (...) e viu o Domingos, que fora da venda, furtando horas de sono, depois de um trabalho burro, e perdendo o seu emprego e as economias ajuntadas com sacrifício, só para ter um instante de luxúria entre as pernas de uma desgraçadinha irresponsável e tola; e tornou a ver o Bruno a soluçar pela mulher; e outros ferreiros e hortelões, e cavouqueiros, e trabalhadores de toda a espécie, um exército de bestas sensuais, cujos segredos ela possuía, cujas íntimas correspondências escrevera dia a dia, cujos corações conhecia como as palmas das mãos, porque sua escrivaninha era um pequeno confessionário, onde toda a salsugem e todas as fezes daquela praia de despejo foram arremessadas espumantes de dor e aljofradas de lágrimas.”

14 Cenas “Jerônimo (...) ao sentir inundar-lhe o rosto e as espáduas, num eflúvio de baunilha e cumaru a onda negra e fria da cabeleira da mulata; ao sentir esmagarem-se no seu largo e peludo colo de cavouqueiro os dois globos túmidos e macios, e nas suas coxas as coxas dela, sua alma derreteu-se, fervendo e borbulhando como um metal ao fogo, e saiu-lhe pela boca, pelos olhos, por todos os poros do corpo, escandescente, em brasa, queimando-lhe as próprias carnes e arrancando-lhe gemidos surdos, soluços irreprimíveis, que lhe sacudiam os membros, fibra por fibra, numa agonia extrema, sobrenatural, uma agonia de anjos violentados por diabos, entre a vermelhidão cruenta das labaredas do inferno.”

15 Cenas “A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa. Estava horrível; nunca fora tão bruxa. O seu moreno trigueiro de cabocla velha, reluzia que nem metal em brasa; a sua crina preta, desgrenhada, escorrida e abundante como as das éguas selvagens, dava-lhe um caráter fantástico de fúria saída do inferno. E ela ria, ébria de satisfação, sem sentir as queimaduras e as feridas, vitoriosa naquela orgia de fogo, com que ultimamente vivia a sonhar em segredo a sua alma extravagante de maluca.”

16 Cenas "Os policiais, vendo que ela não se despachava, desembainharam os sabres. Bertoleza então, erguendo-se com ímpeto de anta bravia, recuou de um salto e, antes que alguém conseguisse alcançá-la, já de um só golpe certeiro e fundo rasgara o ventre lado a lado. E depois emborcou para frente, rugindo e esfocinhando moribunda numa lameira de sangue.” O Cortiço / Aluísio de Azevedo

17 Cenas (...) "mas desde que o Jerônimo propendeu para ela, fascinando-a com a sua tranqüila seriedade de animal bom e forte, o sangue da mestiça reclamou os seus direitos de apuração, e Rita preferiu no europeu o macho de raça superior. O cavouqueiro, pelo seu lado, cedendo às imposições mesológicas, enfarava a esposa, sua congênere, e queria a mulata, porque a mulata era o prazer, era a volúpia, era o fruto dourado e acre destes sertões americanos, onde a alma de Jerônimo aprendeu lascívias de macaco e onde seu corpo porejou o cheiro sensual dos bodes”. O Cortiço / Aluísio de Azevedo


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