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1
“Amo-Te tanto e nunca sei quem és…”
2
Amo-Te tanto e nunca sei quem és…
Vejo uma rosa e as pétalas são beijos
3
E o seu perfume são os meus desejos…
Amo-Te tanto e nunca sei quem és…
4
Na minha solidão ouço uma voz
Chamar por mim: “Inês”! Devagarinho,
5
Com medo que Te vás e de mansinho,
Procuro distinguir-Te de entre nós…
6
Distingo-Te no Belo e no Amor,
No quase ter o mundo em minhas mãos
7
Quando todos p`ra mim são como irmãos,
Se para mim sorri alguma flor…
8
Distingo-Te também quando perdida
Em horas negras, vou p`ra me afundar
9
E vem o Teu Amor p`ra me ajudar
E eu passo a ser, então, a própria vida!
10
Quem és Tu que me dá aquele Amor
Que eu procuro encontrar entre os demais,
11
Que me permite rir p`ra além dos ais,
E me consente, a mim, ser uma flor?
12
Flor de cacto, eu, cheia de espinhos,
Flor que pouco exige, mas que tem
13
A gota de água a tempo que lhe vem
De Ti, de Teu Amor, de Teus carinhos!
14
Amo-Te tanto e nunca sei quem és…
Perpassas, linha recta, nos meus eus
15
De linhas tão quebradas… Serás Deus?
Estás tão preso a mim… Nem sei se O és…
16
Mantovani “Answer me”
17
Maria de Aguiar Marçalo
Poema e Formatação de Maria de Aguiar Marçalo
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