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MÉTODOS DE PESQUISA EM PSICOLOGIA I

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Apresentação em tema: "MÉTODOS DE PESQUISA EM PSICOLOGIA I"— Transcrição da apresentação:

1 MÉTODOS DE PESQUISA EM PSICOLOGIA I
CONFIDENCIAL (não distribua...) @ Copyright 2017 Weber & Suely Apostila de Laboratório 2017 A sequência de Métodos de Pesquisa em Psicologia adotada atualmente na PUC-GO estuda os diversos tipos de pesquisa da seguinte forma: Métodos I: pesquisa descritiva quantitativa, a mais simples, onde Estatística Descritiva é usada como única ferramenta de análise de dados. Levantamentos (surveys) são o grande exemplo desse tipo de pesquisa. Como o nome indica, a pesquisa descritiva busca responder a questões elaboradas na forma “Como é Y?”. Y, geralmente, é o tema estudado, o nome da grande área estudada. Por exemplo, “Como é a agressividade de adolescentes usuários de videogames em Goiânia atualmente?” Perceba que “adolescentes usuários de videogames em Goiânia atualmente” está delimitando o tema, agressividade. Métodos II: pesquisa experimental, passando rapidamente pela pesquisa correlacional, ambas quantitativas. A pesquisa correlacional busca identificar relações entre duas variáveis no mundo real, enquanto a pesquisa experimental é feita geralmente no laboratório com a intenção de identificar relações de causalidade entre variáveis. Na verdade, uma complementa a outra, tendo em vista que o laboratório geralmente sofre da artificialidade de um ambiente controlado. Na pesquisa experimental, a questão de interesse (problema) tem geralmente a forma “X afeta Y?”. Por exemplo, “o uso de videogames violentos afeta a agressividade dos adolescentes em Goiânia atualmente?”. Métodos III: pesquisa qualitativa em geral. Nesse tipo de pesquisa, os dados coletados são geralmente desestruturados, exigindo técnicas de análise não-estatísticas, tais como a análise fenomenológica e a teoria fundamentada. Os problemas são geralmente descritivos e as respostas buscadas não visam a generalização. Estudos de caso são exemplos clássicos de pesquisa qualitativa. Por exemplo, “Quais foram as consequências do acidente com o Césio-137 ocorrido em 1988 em Goiânia?”. Perceba que estamos diante de um caso, evento, específico. Profs. Weber & Suely PSI/PUC-GO Laboratório de MPP páginas

2 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely Roteiro Planejamento (Projeto) Execução Relatório Artigo Tipicamente, podemos dividir a atividade da pesquisa científica em quatro etapas: planejamento (representada pelo projeto), execução (onde coletamos, analisamos e interpretamos os dados), relatório (registro de toda a atividade) e a fase de publicação (representada aqui por seu principal exemplo, o artigo científico). Para pesquisas quantitativas, essas etapas são bastante definidas. Em pesquisas qualitativas, entretanto, a execução e o projeto podem ocorrer simultaneamente, ou seja, a pesquisa toma rumos conforme os dados coletados apontam para direções promissoras. Laboratório de MPP páginas

3 PROJETO e RELATÓRIO DE PESQUISA
CONFIDENCIAL (não distribua...) @ Copyright 2017 Weber & Suely PROJETO e RELATÓRIO DE PESQUISA Projeto e relatório são ambos documentos escritos. O projeto é elaborado antes da coleta de dados, planejando para que sejam coletados dados válidos, relevantes e significativos. Sem dúvida, o momento crítico de toda pesquisa científica é a coleta de dados. A falta de preparação para esse momento crítico resulta geralmente em dados incompletos, irrelevantes, coletados de amostra inadequada, insuficientes para responder as questões de interesse. O relatório é composto depois da coleta de dados, registrando o método utilizado, as pesquisas bibliográficas, os dados coletados e as conclusões obtidas de toda a pesquisa. O relatório é a fonte de diferentes publicações e trabalhos acadêmicos, incluindo artigos, comunicações, monografias, dissertações (de mestrado) e teses (de doutorado). O pós-doutorado é apenas um estágio (de seis a vinte e quatro meses) realizado após o doutorado, não havendo exigência formal de elaboração de trabalho acadêmico algum. Aliás, nenhum título é conferido a quem termina o pós-doutorado. A designação “pós-doutor” é, portanto, uma invenção de quem adora títulos... antes e depois da coleta de dados Laboratório de MPP páginas

4 Fases/Estrutura da Pesquisa
CONFIDENCIAL (não distribua...) @ Copyright 2017 Weber & Suely Fases/Estrutura da Pesquisa Estudo de Viabilidade (dá para fazer?) decisão, objetivos, esquema, recursos (RH...) Planejamento => Projeto (Como vou fazer?...) Execução (Fazendo...) Relatório (A que conclusões cheguei?...) Lakatos & Marconi estruturam a pesquisa científica em quatro fases: estudo de viabilidade, planejamento, execução e relatório. O estudo de viabilidade tenta responder à pergunta se realmente a pesquisa pode ser feita. Para isso, reflete-se sobre a decisão de querer executá-la, busca-se definir objetivos a alcançar, tenta-se esboçar um esquema inicial de como a pesquisa será realizada, um pré-projeto, levantando se há recursos disponíveis e suficientes para realizar a pesquisa. Dentre os recursos, os mais importantes são os recursos humanos (a equipe de trabalho), o tempo e o dinheiro. Laboratório de MPP páginas

5 Planejamento => Projeto
CONFIDENCIAL (não distribua...) @ Copyright 2017 Weber & Suely Planejamento => Projeto Levantamento de dados (pesq. bibliográfica, doc...) Formulação do problema Definição dos termos Construção de hipóteses Indicação de variáveis Delimitação da pesquisa Amostragem Seleção de métodos e técnicas Organização do instrumental de pesquisa Teste de instrumentos e procedimentos O planejamento engloba diversas atividades, iniciando pelo levantamento de dados, onde tentamos ampliar o conhecimento que temos do tema escolhido. À medida que vamos estudando o tema, identificamos problemas relevantes, questões importantes ainda não resolvidas ou mal resolvidas. Escolhido o problema, o cientista procura esclarecer termos ambíguos, caso existam. Definido e compreendido o problema, em pesquisas experimentais, tendo conhecimento de alguma teoria que ampare alguma suposição, formaliza-se a hipótese básica assim como hipóteses secundárias. No sentido de concretizar ainda mais, especificam-se quais e como serão mensuradas as variáveis, os aspectos de interesse. Como nenhuma pesquisa consegue abranger tudo, a delimitação da pesquisa deve ser pensada e registrada. Delimitando a pesquisa, planeja-se a amostra necessária para abranger o que se delimitou. Com a amostra definida, selecionam-se métodos e técnicas e define-se o instrumental que será usado na coleta de dados. Antes de coletar os dados, faz-se necessário testar os instrumentos e procedimentos para conferir se são realmente adequados. Pesquisas descritivas (estudadas em Métodos I), tipicamente, não se utilizam de hipóteses formais. Assim, a construção de hipóteses é uma atividade importante em pesquisas experimentais (estudadas em Métodos II) apenas. Informalmente, é muito raro iniciarmos pesquisas sem quaisquer hipóteses… Entretanto, se as hipóteses não possuem embasamento teórico claro, elas geralmente ficam encobertas, sendo sugeridas após a análise de dados caso tenham sido obtido evidências empíricas positivas, favoráveis. Laboratório de MPP páginas

6 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely Finalidades do Projeto Docente: satisfazer entidade (justificar horas de trabalho) concorrer a financiamentos (CNPq, FINEP...) Discente: graduação: concorrer a iniciação científica pós-graduação: passar na prova de qualificação Instituição: prestar contas à sociedade/MEC... Mais importante: fazer o acompanhamento!!! Mas para que serve o projeto de pesquisa? Depende do referencial... Para o docente, o professor, o projeto serve para satisfazer seu empregador, a universidade, justificando algumas horas de trabalho. Serve ainda para concorrer a financiamentos junto a instituições estatais como CNPq, FINEP, nossa Fundação Estadual, a FAPEG... Para o aluno de graduação, o projeto auxilia quando concorre a bolsa de iniciação científica. Para o aluno de pós-graduação, existe o exame de qualificação para conferir se seu projeto está bem elaborado. Para a instituição, a universidade, os projetos permitem prestar contas à sociedade e ao MEC. Mais importante que tudo que foi mencionado até agora, o projeto pode fazer o acompanhamento da pesquisa, apoiando e amadurecendo a equipe de trabalho até chegar o momento da coleta de dados. Muitas vezes, coletam-se dados de forma errada e/ou incompleta, prejudicando demais a pesquisa. O projeto zela para que os dados sejam coletados da melhor forma possível para que a hipótese básica seja bem testada, seja, no final das contas, fortalecida ou enfraquecida pelos dados. Muitos orientadores deixam seus orientandos confusos, restritos a leituras e discussões, sem algo concreto para registrar a evolução de seus trabalhos. O projeto, em minha própria experiência, deve ser usado como registro concreto, guiando todo o processo e trazendo tranquilidade a todos os envolvidos. Aluno e orientador devem evoluir o projeto até o ponto que o instrumento desenvolvido passa no teste de adequação, marcando o final da fase de planejamento. Com o aparecimento dos ambientes colaborativos na Internet para criação de documentos, ficou muito fácil e confortável desenvolver projetos no ambiente GoogleDocs, por exemplo. Apoiar e amadurecer a equipe de trabalho até chegar o momento da coleta de dados Laboratório de MPP páginas

7 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely Estrutura do Projeto apresentação (capa, folha de rosto, sumário) introdução (tema, objetivos) justificativa (dissertação apelativa) objeto (problema, hipóteses, variáveis) metodologia (métodos, técnicas, amostragem) embasamento teórico (teoria, revisão bibliog.) cronograma (uso do tempo) orçamento (uso do dinheiro) instrumento(s) de pesquisa (descrição) referências bibliográficas (obras citadas) Geralmente, quando se concorre a financiamentos em editais (chamadas) públicos lançados pelo CNPq ou alguma outra entidade financiadora, a estrutura é a exigida no próprio edital. A estrutura de projeto que vamos estudar, ligeiramente adaptada de Lakatos & Marconi (cap. 10), é muito boa e cobre quase a totalidade do que é solicitado em editais. A estrutura começa com uma parte de apresentação, passa a introduzir a temática, justificando-a. Determina-se mais especificamente o objeto e o método escolhido, bem como a fundamentação da pesquisa. O uso do tempo e do dinheiro são registrados, bem como a parte instrumental. Por fim, as referências são apresentadas. Passaremos a detalhar cada seção agora. Laboratório de MPP páginas

8 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely apresentação capa entidade título (e subtítulo, se houver...) coordenador(es) local e data folha de rosto (relação de pessoal técnico) entidade (nome, endereço, telefone, fax, site...) coordenador(es) (nome, endereço..., ) equipe técnica (cargo, nome, endereço... ) sumário A parte de apresentação é composta pela capa, pela folha de rosto e pelo sumário. A folha de rosto detalha algumas informações da capa. Detalha a entidade responsável pela pesquisa, bem como os coordenadores e equipe técnica, fornecendo endereço, telefone, etc. O sumário aponta para as demais seções do projeto. Laboratório de MPP páginas

9 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely FOLHA DE ROSTO CAPA Entidade título coordenador Para exemplificar a estrutura do projeto, utilizaremos um projeto fictício e alegórico, o Projeto “Efeito do Chiclete no Rendimento Escolar”. À esquerda, podemos ver a capa do projeto. À direita, temos a folha de rosto. Perceba, logo acima do título, a indicação “Projeto de Pesquisa” para facilitar a idenficação do documento. Outro aspecto importante é observar que o título já sugere uma pesquisa experimental, o estudo de uma relação de causa-efeito. equipe técnica local e data Laboratório de MPP páginas

10 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely SUMÁRIO Estrutura do Projeto Novo estilo de indicação do número da página . MAIS FUNCIONAL . MENOS ESTÉTICO Eis o sumário, mostrando toda a estrutura do projeto como havia sido apresentada anteriormente. Perceba o novo estilo de indicação do número da página. Comparado ao tradicional estilo de alinhar todos os números de página, esse novo estilo é mais funcional, prático e menos estético. Como a grande finalidade é tornar o texto agradável e fácil de manusear, a estética fica em segundo plano. Tradicional estilo de indicação do número da página . MENOS FUNCIONAL . MAIS ESTÉTICO Laboratório de MPP páginas

11 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely introdução tema = assunto delimitação do tema especificação limitação geográfica e temporal objetivo geral meta genérica da pesquisa objetivos específicos metas específicas/particulares da pesquisa A seção de introdução abrange a definição do tema e sua delimitação (geográfica, temporal ou alguma outra), bem como especifica o objetivo geral (de longo prazo) e os específicos da pesquisa. Os objetivos específicos são compromissos assumidos pelo projeto e devem ser atingidos mesmo. Laboratório de MPP páginas

12 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely cabeçalho projeto = documento textual ≠ esquema meta de longo prazo Vejamos o nosso projeto-exemplo. Perceba que a página 1 é a página da Introdução. Perceba que o projeto é um documento textual, diferente de um esquema. Sendo um texto, o projeto necessita de frases completas. Não se pode apenas colocar “tema – rendimento escolar”. Deve-se escrever toda a frase: “O assunto do presente projeto é o Rendimento Escolar.”. Note que, implicitamente, estamos registrando que possuímos o conhecimento metodológico de que tema significa assunto, a grande área de pesquisa. Veja a delimitação espacial, temporal e na classe de participantes (universitários do curso de Psicologia em Goiás em 2008). Note, ainda, que o objetivo geral é uma meta de longo prazo, enquanto os específicos realmente são compromissos de curto prazo, promessas que o projeto visa cumprir mesmo. compromissos de curto prazo Laboratório de MPP páginas

13 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely justificativa dissertação apelativa relevância do tema compreensível por leigos conquista de financiamento referências populares jornais (Folha de SP...) revistas (VEJA, Scientific American...) fontes estatísticas (IBGE...) Após a Introdução, chegamos à Justificativa. Tecnicamente, a justificativa é o resultado de uma pesquisa bibliográfica dedicada a mostrar a relevância do tema. É fundamental que seja compreensível por todos, incluindo leigos, porque ela é a parte apelativa do projeto. A parte dedicada ao convencimento de pessoas que decidem sobre o financiamento da pesquisa. É recomendável o emprego de referências populares, como jornais e revistas de grande circulação e fontes estatísticas consagradas (IBGE, por exemplo). Laboratório de MPP páginas

14 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely esquema do texto a ser redigido Em nosso projeto-exemplo, não chegamos a desenvolver o texto completo da justificativa, considerando que tal procedimento tomaria de duas a oito páginas. Somente listamos o roteiro que pretendemos seguir. Registramos ainda a necessidade de citar revistas, jornais e estatísticas do IBGE. Gráficos são muito bem-vindos, pois auxiliam na tarefa de convencimento do leitor, possivelmente leigo na temática escolhida... dica de referências Laboratório de MPP páginas

15 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely objeto problema = questão específica (...?) hipótese básica = resposta provisória ao problema, sustentada em alguma teoria de base hipóteses secundárias = conseqüências esperadas da hipótese básica variáveis = dependente (Y) : o que se deseja controlar... independente (X): com quê se controlará Y ... de controle (C): efeito tirado da análise de dados moderadora (M): contextos de análise Chegamos, agora, a uma seção muito importante, que requer bastante reflexão e estudo. Nesta seção, devemos registrar o problema de interesse, ou seja, a questão específica que queremos responder. Acompanhando o problema, a pergunta, caso estejamos fazendo pesquisas experimentais (Métodos II), fornecemos também a hipótese básica, como resposta provisória ao problema. Essa hipótese deve estar sustentada em alguma teoria (chamada “teoria de base”) e deve ser testada por meio da análise e interpretação de dados obtidos na coleta de dados. Além da hipótese básica, em pesquisas experimentais, registramos outras hipóteses esperadas, chamadas hipóteses secundárias. Para atingir o nível realmente prático, em pesquisas experimentais, descrevemos a variável que desejamos controlar pela manipulação de outras, chamada variável dependente ou VD ou Y. Descrevemos a variável independente, VI ou X, que manipularemos para ver se realmente afeta a variável dependente. Para simplificar o processo de análise e interpretação dos dados, retiramos o efeito de várias outras variáveis por meio de controle experimental. Essas variáveis cujo efeito é retirado da análise de dados são chamadas variáveis de controle. Por fim, se quisermos avaliar a relação entre VI e VD em diversos contextos, as variáveis que definem tais contextos são chamadas moderadoras. Em pesquisas descritivas (Métodos I), apenas o problema e as variáveis são registradas, não havendo a caracterização de VI e VD, pois não estamos interessados em testar relações de causa-efeito. Na verdade, pesquisas descritivas buscam identificar boas variáveis. A partir de boas variáveis, usando pesquisa correlacional, procuramos variáveis fortemente correlacionadas. A partir de variáveis correlacionadas, elaboramos pesquisas experimentais para identificar relações de causa-efeito, que permitem o controle dos efeitos por meio da manipulação de suas causas! Laboratório de MPP páginas

16 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely problema = pergunta hipótese básica = resposta Em nosso projeto-exemplo, adequado a pesquisas experimentais (Métodos II), o problema é registrado na pergunta “O uso do chiclete prejudica ou não o rendimento escolar?”. A hipótese básica emprega a forma-padrão se X então Y para dizer que, baseado em teorias específicas (obviamente inventadas no caso deste exercício acadêmico...), se o uso do chiclete durante as aulas for constante, então o aluno é realmente prejudicado em seu rendimento escolar. A fundamentação teórica da hipótese básica é outro trabalho importante de pesquisa bibliográfica. Para pesquisas descritivas (Métodos I), não há hipóteses formais e o problema é colocado na forma “Como é Y?”. Assim, por exemplo, o problema em questão poderia ser “Como está o rendimento escolar dos alunos de Psicologia da PUC-GO atualmente?”. Perceba que a intenção é descrever um cenário, um aspecto específico da realidade. base teórica forma padrão: se X (VI), então Y (VD) Laboratório de MPP páginas

17 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely As hipóteses secundárias, elaboradas em estudos experimentais (estudadas em Métodos II), são consequências esperadas do fortalecimento da hipótese básica. Em outras palavras, uma vez fortalecida a hipótese básica, o que mais deve acontecer? Essa lista do que deve acontecer é a lista de hipóteses secundárias. Em nosso projeto-exemplo, acreditamos que o aluno que usa chiclete constantemente não participa da aula, sai mais cedo, conversa e fica mais insatisfeito. consequências esperadas Laboratório de MPP páginas

18 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely produto de muita reflexão... Esta é a descrição das variáveis em nosso projeto-exemplo, adequada a pesquisas experimentais (Métodos II). Veja que ela é extensa e registra o que desejamos manipular. No caso, desejamos observar e comparar dois grupos. Um grupo, chamado grupo experimental, usa chiclete constantemente nas aulas e o outro, grupo controle, não. Nossa variável independente, VI, é o uso do chiclete nas aulas, sendo medida em nível nominal com dois valores apenas, sim e não. “Sim” significa que usa chiclete constantemente durante as aulas. Perceba que, para cada hipótese, existe uma variável dependente associada. Y1 medirá o rendimento escolar em nível racional, apoiando-se na média final obtida. Y1 está associada à hipótese básica. As outras variáveis dependentes se relacionam às hipóteses secundárias. As variáveis de controle especificam aspectos que acreditamos influenciar o desempenho escolar, a VD, mas que não desejamos estudar agora. A frequência às aulas e o gênero do aluno serão controladas para que seus efeitos sejam anulados. Um modo típico de controlar é tornar constante, retirando o aspecto variável. Assim, apenas alunas com pelo menos 90% de assiduidade comporão a amostra. Claro que esse controle diminui a abrangência do estudo, mas é o preço a se pagar pelo controle realizado, pela garantia que tais aspectos não podem justificar variações nas VDs. Finalmente, desejamos analisar o efeito do chiclete no rendimento escolar em dois grupos definidos pela idade. Um grupo de alunas até 30 anos e outro grupo de alunos acima de 30 anos. Nesta condição, idade passa a ser variável moderadora. Para pesquisas descritivas (estudadas em Métodos I), a situação é bem mais simples (pelo menos, à primeira vista…). O cientista deve listar as variáveis que considera interessantes para compor a descrição do cenário estudado. Em Psicologia, isso não é algo fácil porque geralmente é discutível a conexão dos aspectos objetivamente mensuráveis (variáveis) com os processos subjacentes de interesse. O que devemos medir quando estamos interessados em estudar o amor?... A Psicometria é a área que estuda a criação e validação de escalas e outros instrumentos psicológicos adequados à medição desses tipos de construtos (processos subjacentes, variáveis latentes, escondidas…). Laboratório de MPP páginas

19 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely metodologia método de abordagem = indutivo, dedutivo... método de procedimento = estatístico, comparativo, funcionalista... técnicas = descrição, aplicação, codificação e tabulação delimitação do universo = população a que grupo se deseja generalizar resultados? de qual grupo a amostra é representativa? amostragem = caracterização: tamanho, controle por constância... seleção: aleatória, estratificada, conglomerados... Finalmente, chegamos à seção puramente metodológica, onde registramos como coletaremos os dados. Aqui, grande parte da hierarquia fundamental da metodologia científica (constituída por abordagem, procedimentos, técnicas e instrumentos) é especificada. Apenas a parte instrumental é deixada para outra seção. Em Métodos II, onde focamos em pesquisa experimental, estamos interessados na abordagem hipotético-dedutiva e no procedimento estatístico, em particular, interessados no emprego da Estatística Inferencial. Em Métodos I, o foco está nas pesquisas descritivas, elaboradas na abordagem indutiva. O procedimento estatístico é mais simples, recorrendo apenas à Estatística Descritiva. Outra decisão importante é para quem desejamos generalizar nossos resultados, ou seja, a quem desejamos atingir com nossas conclusões de pesquisa. Esse grupo se chama universo ou população. Definida nossa população-alvo, devemos caracterizar como obteremos uma amostra representativa desse grupo, ou seja, como será feita a amostragem. Em Psicologia, é comum que nosso universo seja um grupo humano específico ou até mesmo toda a humanidade. Laboratório de MPP páginas

20 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely preparando para o uso da Estatística Inferencial... Veja a metodologia proposta para o nosso projeto, exemplo de pesquisa experimental (Métodos II). Abordagem hipotético-dedutiva, pois temos a hipótese básica bem definida e fundamentada de modo a que possa ser testada por coleta de dados na realidade concreta. Mais que isso, precisamos desse método para aplicar Estatística Inferencial. A Estatística Descritiva seria suficiente em estudos indutivos, mas isso é matéria de Métodos I. Como métodos de procedimento, além do método estatístico, adotamos o método comparativo e o funcionalista, típicos de estudos experimentais. Em estudos descritivos, às vezes, adotamos outros procedimentos, tais como o monográfico, histórico e estruturalista. Laboratório de MPP páginas

21 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely assunto (tema) de nossa próxima unidade... As técnicas de pesquisa especificam como cada variável será medida, precedendo a especificação do instrumental realmente empregado para mensurar. O formulário específico com o qual se pretende medir o nível de satisfação da aluna (Y5), onde temos todas as questões especificadas, é um instrumento e compõe o instrumental do projeto. Formulário é o nome da técnica onde o participante responde oralmente a perguntas de pessoas treinadas para isso. Em pesquisas experimentais, a observação presencial (ou por aparelhos) é muito comum. Em pesquisas descritivas, o formulário ganha esse espaço, mas outras técnicas são bastante usadas também, tais como pesquisas documentais, questionários e entrevistas. Laboratório de MPP páginas

22 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely grupo de abrangência da pesquisa = escopo de generalização Aqui, definimos o universo de generalização e a amostragem em nosso projeto-exemplo. Cada projeto específico tem suas particularidades. Não há regra geral sobre como definir o universo. A amostragem busca dados que sejam significativos para representar todo o universo especificado. A definição do tamanho da amostra é um procedimento complexo e está fora do escopo deste texto. Laboratório de MPP páginas

23 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely embasamento teórico teoria de base teoria que sustenta a hipótese básica breve histórico, principais conceitos e aplicações revisão da bibliografia registro histórico de enfrentamento do problema contextualização histórica da abordagem definição de termos esclarecimento de termos confusos/ambíguos lista: termo = significado no projeto de pesquisa O embasamento teórico de um projeto de pesquisa experimental é composto pela teorias de base, revisão da bibliografia e definição de termos. A rigor, o termo embasamento teórico abrange apenas a teoria de base, mas a estrutura de projeto que adotamos de Lakatos e Marconi amplia seu significado. Outro termo bastante usado é fundamentação teórica. As teorias de base sustentam a hipótese básica, típica de estudos experimentais (Métodos II). Uma teoria de base é apresentada geralmente com um breve histórico, seus principais conceitos e aplicações. Por não apresentarem hipóteses formais, geralmente inexistem teorias de base em pesquisas descritivas (Métodos I). A revisão da bibliografia faz um registro histórico de como o problema escolhido foi enfrentado anteriormente de modo a contextualizar a hipótese básica, a solução proposta pelo projeto. Revisões bibliográficas são bem-vindas em pesquisas descritivas. Caso não seja possível encontrar material específico do problema escolhido, abre-se o campo de busca para problemas similares e/ou todo o tema escolhido. Finalmente, a definição de termos busca esclarecer termos confusos ou ambíguos, registrando o significado adotado no projeto. Laboratório de MPP páginas

24 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely estruturas/esquemas a serem desenvolvidos na forma de textos Em nosso projeto-exemplo, montamos apenas as estruturas básicas de como os textos devem ser desenvolvidos para apresentar as teorias de base que sustentam a hipótese básica. O texto completo toma, geralmente, de cinco a quinze páginas para cada teoria de base. Em pesquisas descritivas (Métodos I), não há hipóteses formais e, tipicamente, nem teorias de base, consequentemente… Laboratório de MPP páginas

25 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely esquema/dicas Também a revisão bibliográfica foi apenas esquematizada e algumas dicas anotadas para guiar o processo de redação. Geralmente, referenciamos artigos científicos para compor a revisão bibliográfica. O texto completo toma, geralmente, cerca de quatro a dez páginas. A definição de termos busca esclarecer possíveis dúvidas e ambiguidades nos termos usados no projeto. Laboratório de MPP páginas

26 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely cronograma definição de fases/tarefas listagem: título e descrição tabela distribuição das tarefas no tempo O cronograma divide o projeto em etapas futuras, mostrando a distribuição do tempo entre elas. Algumas agências de financiamento exigem a justificativa de cada etapa. Uma excelente justificativa é associar com algum objetivo específico do projeto. Perceba que a montagem do projeto não faz parte do cronograma, apenas etapas futuras. E quem paga o tempo gasto para fazer o projeto? Boa pergunta... Uma dica interessante é não nomear os meses, mas identificá-los apenas por números, tendo em vista que geralmente ocorrem atrasos no início do projeto. Se nomeamos o primeiro mês “agosto” e o projeto somente inicia em outubro, teremos que imprimir tudo novamente. Laboratório de MPP páginas

27 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely Eis o cronograma de nosso projeto-exemplo. Em projetos completos, as fases são geralmente melhor especificadas e justificadas. Perceba que a pesquisa bibliográfica, procedimento com o qual aprimoramos as seções de justificativa, teorias de base e revisão bibliográfica, toma nove meses. Note que várias fases ocorrem simultaneamente e que os três últimos meses foram reservados para completar o relatório final. Laboratório de MPP páginas

28 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely orçamento divisão de gastos (e justificativa) despesas de capital: compra “coisas” permanentes equipamento, livros... despesas de custeio: compra “coisas” transitórias viagens, material de escritório, bolsas... tabela = distribuição de gastos no tempo cronograma de desembolso financeiro No orçamento, registramos a divisão de gastos, geralmente em forma de tabela. Se distribuirmos os gastos no tempo, teremos um cronograma de desembolso financeiro. Os gastos são divididos em duas grandes classes: despesas de capital e de custeio. As despesas de capital está relacionada à compra de recursos permanentes, que permanecem após encerrado o projeto, como equipamentos, livros etc. Custeio compra coisas transitórios, que desaparecem após o projeto, como despesas de viagem, bolsas, material de escritório, papel, tonner etc. Tradicionalmente, o pesquisador não recebe remuneração extra, caso tenha vínculo empregatício em alguma instituição (um docente na universidade, por exemplo). Infelizmente, este fato tem afastado excelentes cientistas do trabalho de pesquisa e os incentivado a atuar como consultores independentes… Laboratório de MPP páginas

29 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely Eis os gastos de nosso projeto-exemplo. Mesmo que não tenhamos o apoio financeiro necessário para cobrir todas as despesas, devemos citá-las. Na quase totalidade das vezes, os editais das agências que financiam os projetos, como o CNPq e a FAPEG, definem que os pesquisadores não podem incluir gastos consigo mesmos. Isso não quer dizer que esse trabalho seja gratuito. Esse trabalho deve entrar no orçamento também. Tipicamente, os editais das agências permitem comprar equipamentos e financiar ida a eventos científicos, como congressos e conferências. Laboratório de MPP páginas

30 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely instrumento(s) de pesquisa descrição dos instrumentos de coleta de dados circuito elétrico a ser montado software a ser implementado questionário a ser aplicado roteiro de entrevista a ser seguido Por fim, o projeto deve especificar o instrumental necessário para a coleta de dados. A mensuração de cada variável pode requerer um instrumento totalmente próprio. Roteiros de entrevista, questionários, softwares e até mesmo circuitos elétricos podem ser instrumentos de pesquisa. Com eles, podemos coletar dados que consideramos importantes para testar alguma teoria ou apenas conhecer mais sobre algum assunto. A elaboração do instrumento pode ser demorada e requerer muitos testes e ajustes até atingir a forma final. Laboratório de MPP páginas

31 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely a serem desenvolvidos na forma de textos Em nosso projeto-exemplo, apenas enumeramos os instrumentos necessários, faltando especificá-los concretamente. Laboratório de MPP páginas

32 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely referências bibliográficas lista de obras citadas (documentos, livros, sites...) o típico... justificativa jornais/revistas populares, documentos estatísticos teoria de base livros clássicos, artigos clássicos e de revisão revisão da bibliografia artigos de pesquisadores isolados e de revisão Por fim, as referências bibliográficas listam as obras citadas no projeto. Listam detalhadamente e seguindo alguma norma técnica. No caso da Psicologia, é comum usar as normas da Associação de Psicologia Americana, APA. Para sintetizar como as obras são usadas, a justificativa concentra-se em jornais e revistas populares e em documentos estatísticos. A teoria de base geralmente é bem descrita em livros clãssicos ou artigos clássicos (onde a teoria foi proposta) e de revisão (que analisa a teoria). A revisão da bibliografia, resgatando a história de enfrentamento do problema, é baseada em artigos de pesquisadores isolados e, quando o problema é clássico, em artigos de revisão do problema. Em nosso projeto-exemplo, não montamos essa seção ainda. O arquivo Normas_da_APA apresenta como realizar essa parte, bem como referenciar dentro do texto. A observação das normas da APA é obrigatória em nossos trabalhos mais importantes, projeto e artigo, apesar de existirem normas da APA apenas para artigos... Laboratório de MPP páginas

33 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely Roteiro Projeto Execução Relatório Artigo Uma vez completado realmente o projeto, estamos prontos para executar a pesquisa. Laboratório de MPP páginas

34 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely Execução (Fazendo...) Coleta de Dados Elaboração/Tratamento dos Dados limpeza, codificação, tabulação Análise e Interpretação dos Dados análise estatística, contextualização da análise Representação dos Dados formas de expressão: gráficos, tabelas etc Conclusões conclusões dos dados e metodológicas A execução da pesquisa abrange a coleta de dados, o tratamento inicial, a análise estatística e a interpretação do que essa análise significa no contexto do problema, a representação dos dados no sentido de expressar o que encontramos e as conclusões sobre os dados analisados e o método utilizado. A coleta de dados é realizada na amostra predefinida no projeto e por meio do instrumental testado e aprovado no projeto. O tratamento dos dados prepara, elabora os dados para a análise matemática, estatística. Esse tratamento envolve a limpeza de dados coletados incorretamente ou em condições anormais, a codificação (ou seja, estabelecimento de códigos para os valores das variáveis nominais e ordinais) e tabulação propriamente dita, onde o dado de cada participante ocupa uma linha da tabela geralmente. A análise estatística em pesquisas exploratórias (levantamentos) é geralmente descritiva apenas. Em pesquisas experimentais, adequadas à nossa disciplina, usa Estatística Inferencial também. Estudaremos essa parte da Estatística no segundo bimestre. Interpretar é construir uma síntese pessoal. Interpretações artísticas também seguem essa idéia. Quando um cantor interpreta uma canção, ele deve mostrar como sua pessoa expressa a canção, enfatizando as partes importantes de modo todo pessoal. Numa pesquisa, Interpretar a análise estatística, matemática, é expressar o que essa análise significa no contexto da realidade concreta. Matemática, Estatística não conhecem a realidade concreta. Estatística é uma parte da Matemática e Matemática são idéias, ou como alguns diriam, Matemática registra o mundo formal, das formas, dos símbolos inventados. Ninguém encontra x + x = 2x na natureza concreta. Essa equação pode ser usada para representar, analisar aspectos da realidade concreta. A fase de representação dos dados se preocupa com a forma que esses dados serão apresentados, registrados, para expressar o que queremos deles. A representação gráfica é mais poderosa que a representação tabular (em tabelas), pois permite a compreensão da totalidade mais facilmente, enquanto a representação tabular exige leitura sequencial e está focada nos detalhes. A Ciência busca leis gerais, comportamentos gerais, relações gerais e se beneficia mais da compreensão da totalidade possibilitada pela representação gráfica. Finalmente, as conclusões atingidas se dividem em duas áreas: as conclusões dos dados coletados em si e as conclusões metodológicas. As conclusões dos dados estão relacionadas, em estudos experimentais, às hipóteses levantadas no projeto. As conclusões metodológicas dizem respeito à adequação do método empregado. As conclusões, como diria Popper quando refletiu sobre como ocorre a evolução da Ciência, as conclusões apontam para trabalhos futuros, para novos problemas e novos métodos de estudo. Laboratório de MPP páginas

35 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely Roteiro Projeto Execução Relatório Artigo Estudada a viabilidade, planejada (projetada) e executada a pesquisa, temos que registrar tudo em um documento específico. Esse documento é o relatório! Laboratório de MPP páginas

36 Fases/Estrutura da Pesquisa
CONFIDENCIAL (não distribua...) @ Copyright 2017 Weber & Suely Fases/Estrutura da Pesquisa Estudo de Viabilidade (dá para fazer?) decisão, objetivos, esquema, recursos (RH...) Planejamento = Projeto (Como vou fazer?...) Execução (Fazendo...) Relatório (Como foi feito? Resultados?...) O relatório registra como foi feita a pesquisa, a que resultados chegamos. Laboratório de MPP páginas

37 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely Relatório projeto atualizado + dados + conclusões finalidades registro da pesquisa Mais importante: fonte para monografias (trabalhos de fim de curso), dissertações (mestrado), teses (doutorado), artigos (congressos, revistas), livros, informes (jornais)... O relatório integra, portanto, o projeto atualizado, os dados coletados e as conclusões sintetizadas. Ele serve para registrar a pesquisa. Mais importante, o relatório é a fonte para vários outros trabalhos monográficos e publicações. Entre os trabalhos monográficos, destacamos os TCCs (trabalhos de fim de curso), as monografias de especialização, as dissertações de mestrado e as teses de doutorado. Entre as publicações, destacamos os artigos e resumos em congressos e revistas científicos, os livros e os informes em jornais e revistas de grande circulação. Vale registrar, mais uma vez, que o pós-doutorado não é um curso, não confere título algum, pois não tem diploma nem trabalho de conclusão. O pós-doutorado é apenas um estágio feito após o doutorado. Esse estágio é realizado fora da instituição-base do pesquisador, geralmente no exterior, com duração mínima de um mês. Ninguém tem o direito de se proclamar “pós-doutor”, pois não existe este título acadêmico. Quem se diz “pós-doutor” mostra apenas vaidade pessoal, uma qualidade totalmente inadequada no mundo científico, tendo em vista que a Ciência é uma construção coletiva onde não tem valor a falácia do argumento da autoridade, onde algo é aceito como verdade por que foi dito por alguma autoridade, algum especialista. Laboratório de MPP páginas

38 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely Estrutura do Relatório apresentação (capa, folha de rosto, sinopse, sumário) introdução (visão geral, justificativa, objeto) revisão da bibliografia metodologia (métodos, técnicas, amostragem) embasamento teórico (teoria de base...) apresentação e análise de dados (Estatística) interpretação dos resultados (contextualização) conclusões (hipóteses fortalecidas com dados?) recomendações e sugestões (trabalhos futuros...) apêndices | anexos | referências bibliográficas Analisando a estrutura do relatório, vemos muitas seções idênticas às do projeto. Devemos lembrar que o relatório registra as versões atualizadas. Assim, a revisão da bibliografia do relatório é a revisão bibliográfica do projeto atualizada durante a execução da pesquisa. Se algo de novo foi publicado, devemos inserir na revisão. Colocamos as seções novas em azul. A primeira delas é a sinopse, resumo ou abstract. Como o nome indica, a sinopse resume toda a pesquisa geralmente em pouco mais de uma página, focalizando no método e nos resultados. O abstract é o resumo, a sinopse em Inglês. Outras línguas, como o Francês e o Espanhol, são permitidas em algumas áreas, mas o Inglês se posiciona, indiscutivelmente, como a língua científica internacional na atualidade. Aliás, como curiosidade, após a inclusão da China no processo de globalização mundial, prevê-se que dentro de poucos anos tenhamos mais chineses falando Inglês que americanos e ingleses... Muitos indianos já são educados em Inglês devido à colonização inglesa e ao elevado número de dialetos na Índia. Chineses e indianos são metade da humanidade!... As seções de apresentação e análise dos dados mostra o trabalho estatístico. A interpretação contextualiza os resultados na realidade concreta do problema e do tema. As conclusões registram o que foi aprendido de todo o processo. As recomendações e sugestões apontam para trabalhos futuros, enquanto os apêndices e anexos abrangem material acessório, auxiliar. Perceba que Lakatos & Marconi melhoram a estrutura do relatório em relação à estrutura do projeto quando retiram a revisão bibliográfica do embasamento teórico. A revisão bibliográfica não é teórica, é histórica, mostra como outros cientistas enfrentaram o problema de interesse ou algum problema similar. Laboratório de MPP páginas

39 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely apresentação e análise de dados apresentação (estatística descritiva: amostra) tabelas gráficos tendência central (moda, mediana, média) variabilidade (desvio-padrão, amplitude total...) análise (estatística inferencial: universo) testes estatísticos correlações regressão estatística Mais precisamente, a apresentação envolve a parte de Estatística Descritiva, estudada em Métodos I. Tabelas, gráficos, medidas de tendência central e variabilidade. Essa estatística está totalmente preocupada apenas com os dados coletados, a amostra. A análise expande o foco, tentando abranger o universo da pesquisa, empregando Estatística Inferencial. Entre suas ferramentas, destacamos os testes estatísticos, as correlações e as regressões. A Estatística Inferencial é tema de Métodos II. Laboratório de MPP páginas

40 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely interpretação dos resultados contextualização da análise dos dados o que significa em relação ao problema? as hipóteses foram fortalecidas com os dados? A interpretação dos resultados compreende a contextualização dos dados analisados, mostrando o significado da análise matemática no contexto real do problema. As consequências em relação às hipóteses, em estudos experimentais, são um grande foco do cientista. Na grande maioria das vezes, os dados podem apenas fortalecer ou enfraquecer hipóteses, pois o processo de generalização envolve risco de erro (conhecido e com limite máximo pré-determinado), pois tivemos acesso apenas a uma amostra da realidade e não temos certeza que essa amostra é realmente significativa, expressiva de toda a realidade. Muitas vezes, os cientistas fazem especulações razoáveis no processo de interpretação dos resultados. Tais especulações podem originar outros trabalhos futuros…. Laboratório de MPP páginas

41 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely conclusões hipóteses devem ser fortalecidas a partir dos dados? limitações síntese final As conclusões abrangem tudo que concluímos sobre as hipóteses, no caso de trabalhos experimentais, as limitações encontradas e a síntese final. Obviamente, por não apresentarem hipóteses formais, as pesquisas descritivas (Métodos I) estão liberadas da análise das hipóteses. Muitas vezes, em Ciências Humanas, nota-se a preferência pelo termo “discussão” ao invés de “conclusões”, suavizando a síntese final e caracterizando o aspecto evolutivo da Ciência. Laboratório de MPP páginas

42 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely recomendações e sugestões recomendações metodológicas algum aprendizado metodológico? metodologia poderia ser melhorada? o que recomendar aos futuros investigadores sugestões de problemas o que merece ser investigado? quais os planos de trabalhos futuros? As recomendações e sugestões apontam para trabalhos futuros, seja indicando melhores métodos ou novos problemas. Laboratório de MPP páginas

43 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely apêndices (próprio, orgânico...) materiais gerados na pesquisa atual anexos materiais de outras pesquisas referências bibliográficas lista de obras citadas atualizada! A parte referencial é composta por apêndices, anexos e referências bibliográficas. Muitas pessoas acreditam que apêndice e anexo são sinôminos... Apêndices são materiais gerados na própria pesquisa. São exemplos de apêndices o formulário elaborado para coletar dados, o conjunto de todos os dados coletados, o roteiro da entrevista criado para coletar dados ou algum desenvolvimento matemático especificamente criado para a pesquisa atual. Anexos são materiais de outras pesquisas, mesmo que do mesmo autor da pesquisa atual. São exemplos de anexos um quadro de estatísticas do IBGE, uma tabela tirada de livro consultado e assim por diante. As referências bibliográficas, tal como no projeto, mostra a lista de obras citadas. Essa lista pode ter sido atualizada durante a execução do projeto. Laboratório de MPP páginas

44 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely Roteiro Projeto Execução Relatório Artigo Chegamos, enfim, ao artigo, principal publicação científica. Laboratório de MPP páginas

45 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely Artigos Científicos trabalhos pequenos, mas completos congressos (4 a 8 páginas), revistas (10 a 30...) estrutura preliminares: título, autores, filiações, entidade sinopse = abstract = resumo corpo do artigo: introdução, material e métodos, resultados, discussão, conclusões parte referencial: anexos, apêndices, referências bibliográficas Os artigos científicos são pequenos, quando comparados aos relatórios, mas são completos. Artigos para congressos e outros eventos são, em geral, menores, menos extensos que artigos para revistas científicas. estrutura básica lembra a estrutura do relatório. Começamos pelas preliminares, especificando o título, os autores, as filiações (as instituições onde os autores têm ligações profissionais) e a entidade responsável pela pesquisa. Passamos então ao resumo geral, chamado sinopse, abstract ou resumo mesmo. O corpo do artigo é composto pela introdução, material e métodos, resultados, discussão e conclusões. Na introdução, especificamos tema, problema, hipótese, revisão bibliográfica e teorias de base. No material e métodos, especificamos todo o método utilizado, concretizando as condições para o teste da hipótese. Na parte de resultados, apresentamos os dados coletados e sua análise estatística. Na parte de discussão, registra-se a interpretação desses resultados no contexto da realidade do problema. Na parte de conclusões, fechamos o artigo com o que aprendemos de toda a experiência. Em Ciências Humanas, muitas vezes, o artigo termina na parte de discussão, porque os autores entendem que nada pode ser realmente concluído, que estão ainda em processo de discussão. Em áreas mais exatas, Física e Engenharia, é comum não existir a seção de discussão, encerrando o artigo na seção de conclusões. Por fim, a parte referencial integra anexos, apêndices e referências bibliográficas. Para artigos de congressos, raramente temos espaço para anexos e apêndices. As referências bibliográficas, por outro lado, são obrigatórias e fundamentam muito do julgamento de qualidade do artigo. Laboratório de MPP páginas

46 CONFIDENCIAL (não distribua...)
@ Copyright 2017 Weber & Suely Artigos Científicos tipos argumento teórico (mais comum) exposição da teoria, fatos apresentados (dados coletados), síntese dos fatos, conclusão artigo de análise identificação dos elementos, relações e estrutura geral de um tema artigo classificatório (mais raro) nova tipologia, caracterização dos tipos propostos Lakatos & Marconi classificam os artigos científicos em três classes: argumento teórico, artigo de análise e artigo classificatório. Esses nomes podem enganar... Preste atenção! Artigos argumento teórico são os mais publicados e se baseiam em estudos experimentais, do tipo que queremos em nossa disciplina, Métodos II. Neles, a teoria é exposta, os fatos apresentados (a amostra) e interpretados (sintetizados), chegando-se a conclusões. Artigos de análise, como o nome indica, decompõem temas em seus elementos principais e registram as relações entre eles, revelando a estrutura geral do tema. Trata-se de trabalho dedutivo, geralmente ligado ao aperfeiçoamento de teorias. O artigo classificatório, o tipo mais raro, propõe uma nova tipologia para alguma área, caracterizando cada tipo proposto. Também se trata de trabalho dedutivo. Quando Jung propôs seus dezesseis tipos de personalidade, ele fez um artigo classificatório. Perceba que Lakatos & Marconi não abrem espaço para artigos descritivos, fruto de trabalhos exploratórios, onde o método indutivo prevalece. Tais artigos existem e deveriam aparecer na classificação dos artigos. Laboratório de MPP páginas


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