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Não tenho tempo para mais nada...
Ser feliz me consome muito.
3
Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania: depende de quando e como você me vê passar.
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Eu acreditava em anjos. E, porque acreditava, eles existiam.
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Perder-se também é caminho.
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Já que se há de escrever, que, pelo menos, não se
esmaguem -com palavras- as entrelinhas.
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Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso.
Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.
8
Não se preocupe em entender.
Viver ultrapassa qualquer entendimento.
9
Todos os dias, quando acordo, vou correndo
tirar a poeira da palavra “amor”.
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Há a vida que é para ser intensamente vivida.
Há o amor, que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo. Não mata.
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Sempre conserve uma aspa à sua esquerda e outra à sua direita.
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Que medo alegre o de te esperar!
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Tenho medo de dizer quem sou: no momento em que tento
falar, não exprimo o que sinto e o que sinto se transforma, lentamente, no que eu digo.
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Quando se ama, não é preciso entender o que se passa lá
fora, pois tudo passa a acontecer dentro de nós.
15
Eu nem entendo mais aquilo que entendo.
Pois, estou infinitamente maior do que eu mesma... então, não me alcanço.
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Ouve-me. Ouve o meu silêncio.
O que falo nunca é o que falo e, sim, outra coisa. Capta a “outra coisa” porque eu mesma não posso.
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Você pode, até, me empurrar de um penhasco...
E daí? Eu adoro voar!
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E ninguém é eu. E ninguém é você.
Esta é a solidão.
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Minha alma tem o imaterial peso da solidão no meio de outros.
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O que verdadeiramente somos
é aquilo que o impossível cria em nós.
21
Sou composta por urgências:
minhas alegrias são intensas, minhas tristezas, absolutas. Me entupo de ausências, me esvazio de excessos. Eu não caibo no estreito... Eu só vivo nos extremos...
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Umbrella / Art CTR
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