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PublicouRodrigo Aranha Moreira Alterado mais de 5 anos atrás
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LIGUA O SOM – CLIQUE PARA AVANÇAR OS SLIDES
PP-2-239 JURA EM PROSA E VERSO GRUPO FRATERNIDADE 18 de setembro de :18 LIGUA O SOM – CLIQUE PARA AVANÇAR OS SLIDES LAMÚRIAS DE UM MOLEQUE DE RUA Autoria: Altair T'Ògún
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que vive vagando ao relento, o meu lar é o meio da rua
Eu sou o moleque de rua que vive vagando ao relento, o meu lar é o meio da rua e carinhos, só tenho os do vento
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frio, batendo em meu rosto
me fazendo tiritar e tremer, esfriando ainda mais meu corpo tão jovem, mas já cansado de sofrer.
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Eu sou criança prostituída,
às vezes até por um naco de pão. Eu já sou estuprado pela vida sem amor, carinho, habitação;
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não tenho família, escola, então,
“dou” para alguém, por quê não? Eu sou pasto dos tarados lascivos, de mente insana.
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Mas, que não diferem dos abastados
que fingem ser gente bacana, fazendo demagogias, fingindo medidas bruscas, com isso gastando grana
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e se elegendo às minhas custas.
É! E muita gente não vê e até nem pensa assim. Mas, veja comigo você:
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eles se locupletam em mim.
E isso, também é estupro! E pra mostrar o que fazer, formam Comissão ou Grupo
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de trabalho, só eu não sei: pra quê?
“...OH! É A COMISSÃO DA CRIANÇA ABANDONADA E CARENTE!...” Aí, nos enchem de esperança, mas só vem é ferro na gente:
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aumenta o extermínio e a matança.
Tanto faz, com Código ou Estatuto; pois pra mim é tudo mesmo só falação. Mas, o que me deixa mais “puto”
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é que se eu não morrer de inanição,
sarampo, verminose ou bexiga, não escaparei da mão do malandro, da polícia ou da briga
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numa roda de fumo. Pois isso, no começo me dão, depois, quando eu me acostumo é que me torno ladrão
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pra poder sustentar o meu vício,
que agora, é coisa cara e não mais, o “presente” do início. Vejam só gente, que barra!?
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Alguém a quem peço esmola
me acusa de dedo em riste dizendo que eu cheiro cola, mas, não sabe da realidade triste:
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se eu cheiro cola, “bacana”,
é pra acalmar minha fome. Mas, isso não é motivo pra que você me abandone.
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E apesar disto tudo, minha gente,
ainda sou muito temido. Sou sempre culpado, jamais inocente, sou miniatura de bandido
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à margem da sociedade, acuado como animal ferido.
Então, me embruteço desde tenra idade, vou me tornando atrevido e vou devolvendo à sociedade tudo aquilo que ela me tem impingido.
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Quando é que isso vai acabar...?
Fico a pensar e não sei, pois se com educação eu não posso contar, muito menos com o cumprimento da lei.
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Isto vai é acabar em sangue;
talvez, eu seja o próximo “presunto”. Vai acontecer, eu já sei: Bang..! Bang..! Bang..! Aí...! Terminou meu assunto. Pivete
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JURA EM PROSA E VERSO GRUPO FRATERNIDADE TEXTO: Altair T'Ògún
FOTOS: DO ARQUIVO DO JURA EM PROSA E VERSO FORMATAÇÃO: JURA EM PROSA E VERSO MÚSICA: Devaneios – Ernesto Cortazar
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