Joana e o laço azul Uma história criada por Maria Jesus Sousa (Juca)

Joana gostava muito de brincar com Lego. Na verdade, essa era a sua brincadeira preferida!

Gostava muito mais de fazer construções com Lego, do que de brincar com outras coisas… o problema é que o pai não conseguia entender bem isso!

- Mas porque é que ela não gosta mais de bonecas, ou de peluches??? – interrogava-se ele. E sentia-se mesmo aborrecido com isso… enfim, coisas de adultos, que as crianças não percebem!

Um certo dia, estava a Joana a brincar com o Lego, como era costume. Afinal, o seu passatempo favorito era mesmo passar horas a seguir as instruções para conseguir montar os diversos modelos…

Mas, nesse dia, as coisas não lhe estavam a correr muito bem… e ela estava a ficar um bocado irritada. Então, de repente, enervou-se a sério e atirou com todas as peças pelo ar com muita força! Fez uma grande barulheira e ficou tudo espalhado… mas que confusão!

Quando viu o que a filha tinha feito, o pai, que já estava aborrecido, perdeu a paciência e ficou zangado. Levantou-se, deu-lhe umas palmadas no rabo e mandou-a ir para o quarto.

bater A Joana foi, ainda mais furiosa e muito triste. Também lhe apetecia bater!!! Então já não chegava a construção ter-se desmoronado e o pai ainda lhe batia??? Mas, através da porta aberta, ouviu a mãe a conversar com o pai…

- Porque bateste à miúda? Não viste que ela só ficou zangada porque não conseguiu fazer a construção? Não é assim que vai perceber que fez mal… agora tens que conversar com ela e explicar-lhe… Ela não tem culpa que estejas cansado e que o dia te tenha corrido mal!

Joana ouviu e percebeu. O pai estava cansado e com pouca paciência… não queria fazer-lhe mal. Os adultos às vezes também fazem coisas sem pensar muito bem! E então Joana, mais calma, esperou que o pai fosse ter com ela, para conversarem.

- Desculpa filha, não te devia ter batido. Não é assim que se resolvem os problemas, é a conversar. Devia ter-te explicado que, às vezes, as coisas não correm como nós queremos e temos o direito de ficar zangados. Mas isso não significa que podemos fazer mal aos outros! A próxima vez que ficares zangada, por favor, não atires tudo pelo ar - disse-lhe o pai. – e eu prometo que nunca mais te bato.

- Está bem, eu desculpo-te papá – respondeu a Joana. - Se calhar, da próxima vez que nos enervarmos podemos atirar almofadas pelo ar! – sugeriu o pai. - Boa! Ou dar-lhes murros e pontapés, porque isso já não faz mal! – concordou ela. - É uma boa forma de descarregar as energias negativas sem fazer mal a ninguém!

Foi assim que ambos aprenderam a lidar melhor com as suas emoções… E o pai entendeu que cada pessoa tem gostos diferentes e que estes devem ser respeitados. Afinal, que mal faz que a Joana prefira o Lego às bonecas? E agora até fica muito orgulhoso, cada vez que a sua pequena engenheira consegue terminar uma construção!

Acima de tudo, o pai viu que a bater não se resolve nada… porque violência só gera violência. Por isso agora, lá em casa, todos aderiram à Campanha do Laço Azul.Campanha do Laço Azul

Conheceram então a história dessa campanha que acontece sempre no mês de abril: Foi uma avó que prendeu um laço azul no seu carro, para que as pessoas se questionassem. A fita era azul, da cor das nódoas negras dos seus netos, que foram maltratados, e ela não queria que isso acontecesse a mais nenhuma criança no mundo. Assim conseguiu alertar todas as pessoas para prevenirem os maus-tratos na infância!

Homens ou mulheres, Todos contra os maus-tratos a crianças… porque Apenas o pode bater! FIM