Era uma vez Uma Carochinha… História de Luísa Ducla Soares
Quando varria a cozinha, Achou uma moeda a Carochinha Estou rica, sou milionária! Não vou ficar mais solitária!
A Carochinha pôs-se à janela, cheia de enfeites, para ser mais bela! - Quem quer casar com a Carochinha, que é vaidosa mas bonitinha!
Passou um porco e disse -Eu vou-te amar ! - Que comes tu? - O que calhar. Vai-te embora, porco eu não te quero. Melhor marido para mim , espero!
Passou um cão e disse: - Eu vou-te amar ! - Que comes tu? - O que calhar. Vai-te embora cão, eu não te quero. Melhor marido para mim , espero!
Passou um galo e disse: - Eu vou-te amar ! - Que comes tu? - O que calhar. Vai-te embora galo, eu não te quero. Melhor marido para mim , espero!
Passou um boi e disse: - Eu vou-te amar ! - Que comes tu? - O que calhar. Vai-te embora boi, eu não te quero. Melhor marido para mim , espero!
Passou um rato e disse: - Eu vou-te amar ! - Que comes tu ? Só um bom jantar! A ti, ó rato a ti eu quero! Melhor marido já não espero !
Lá se casaram aqueles dois ! Só que o pior veio depois !...
Domingo à tarde foram passear, mas a Carochinha deixou o colar. - Falta-me o colar! O que não dirão! Vai-mo lá buscar, meu João Ratão.
Voltou a casa o João Ratão. Cheirou-lhe a chouriço lá no caldeirão. Muito guloso, Deitou-lhe a mão, Caiu na sopa, Ai, que aflição !
A Carochinha bem esperou, mas o maroto não mais voltou! Correu as ruas, Foi à procura Do maridinho Na casa escura. Procurou no quarto e no salão, Foi à cozinha ver no fogão .
- Ai, o meu amado João Ratão, cozido, assado no caldeirão ! A triste esposa pôs-se a chorar. Todos à volta foram perguntar: Ó Carochinha, o que aconteceu Meu João Ratão, cozido morreu!
Ai , que desgraça, que grande azar! O banco disse: Vou-me quebrar. Ai, que desgraça, que grande azar! A porta disse: Vou-me fechar! Ai, que desgraça, que grande azar! A fonte disse: Vou-me já secar! Ai, que desgraça, que grande azar! O garfo disse: Vou-me espetar!
Aí, que desgraça que grande azar ! Disse o rei que ia a passar. Meteu a espada no caldeirão, e por lá subiu o João Ratão.
Que bela sopa ! Gritou contente Só foi pena não estar quente ! Deu um abraço à Carochinha e houve um baile lá na cozinha.
Vitória vitória, acabou-se a história ! Formatada por Lúcia Curopos