Aulas Multimídias – Santa Cecília Profª Marjory. No final do século XIX, época em que predominavam as ideias positivistas e mecanicistas a que a humanidade.

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Transcrição da apresentação:

Aulas Multimídias – Santa Cecília Profª Marjory

No final do século XIX, época em que predominavam as ideias positivistas e mecanicistas a que a humanidade foi levada pelo anseio de objetividade, o simbolismo enfatizou o valor intrínseco do indivíduo e de sua realidade subjetiva. Simbolismo é o nome da tendência literária — sobretudo poética — que surgiu na França durante as duas últimas décadas do século XIX, como reação à impassibilidade e à rigidez das fórmulas parnasianas e, secundariamente, à crueza do romance naturalista. No plano social e filosófico, constituiu uma réplica ao positivismo científico-mecanicista e ao realismo objetivo que dominaram a segunda metade do século XIX. Também foi chamado simbolismo o movimento surgido à mesma época na pintura, como reação ao impressionismo e ao naturalismo.

 Subjetividade, ênfase no “eu profundo” (inconsciente)  Religiosidade, espiritualidade  Recorrência ao tema da morte e da transcendência da alma.  Visão pessimista da dimensão material da existência (antimaterialismo)  Linguagem vaga, sugestiva, imprecisa (antidescritivismo)  Uso de iniciais maiúsculas para realçar certas ideias.  Uso de sinestesias.  Valorização da sonoridade das palavras (aliterações e assonâncias)  Proximidade com a música.  Vocabulário erudito.  Uso de sonetos.

 Cruz e Sousa aliou um grande poder verbal e imagístico à musicalidade e às preocupações espirituais, características que o incluem entre os maiores poetas simbolistas brasileiros.  Em Broquéis (1893), livro que deu início concreto ao simbolismo no Brasil, o poeta não realizou totalmente seu ideal estético devido aos laços com o formalismo parnasiano. Na segunda fase, representada por Faróis (1900), abandonou o esteticismo para cultivar um confissionismo revoltado. Somente na fase final, fixada em Últimos sonetos (1905), realizou o ideal simbolista de exploração do poder pleno da palavra.

 Seus poemas são marcados pela musicalidade (uso constante de aliterações), pelo individualismo, pelo sensualismo, às vezes pelo desespero, às vezes pelo apaziguamento, além de uma obsessão pela cor branca, apesar de se encontrarem também referências à transparência, à translucidez, à nebulosidade e aos brilhos, e a muitas outras cores.  Outro tema recorrente é a visão do corpo como uma prisão para a alma, de modo que a morte é vista como um momento de libertação.

CÁRCERE DAS ALMAS Ah! Toda a alma num cárcere anda presa, Soluçando nas trevas, entre as grades Do calabouço olhando imensidades, Mares, estrelas, tardes, natureza. Tudo se veste de uma igual grandeza Quando a alma entre grilhões as liberdades Sonha e, sonhando, as imortalidades Rasga no etéreo o Espaço da Pureza. Ó almas presas, mudas e fechadas Nas prisões colossais e abandonadas, Da Dor no calabouço, atroz, funéreo! Nesses silêncios solitários, graves, que chaveiro do Céu possui as chaves para abrir-vos as portas do Mistério?!

VIDA OBSCURA Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro, Ó ser humilde entre os humildes seres. Embriagado, tonto dos prazeres, O mundo para ti foi negro e duro. Atravessaste no silêncio escuro A vida presa a trágicos deveres E chegaste ao saber de altos saberes Tornando-te mais simples e mais puro. Ninguém te viu o sentimento inquieto, Magoado, oculto e aterrador, secreto, Que o coração te apunhalou no mundo. Mas eu que sempre te segui os passos Sei que cruz infernal prendeu-te os braços E o teu suspiro como foi profundo!

VIOLÕES QUE CHORAM Ah! Plangentes violões dormentes, mornos, Soluços ao luar, choros ao vento... Tristes perfis, os mais vagos contornos, Bocas murmurejantes de lamento. Noites de além, remotas, que eu recordo, Noites da solidão, noites remotas Que nos azuis da fantasia bordo, Vou constelando de visões ignotas. Sutis palpitações à luz da Lua, Anseio dos momentos mais saudosos, Quando lá choram na deserta rua As cordas vivas dos violões chorosos. Quando os sons dos violões vão soluçando, Quando os sons dos violões nas cordas gemem, E vão dilacerando e deliciando, Rasgando as almas que nas sombras tremem.  Harmonias que pungem, que laceram, Dedos nervosos e ágeis que percorrem Cordas e um mundo de dolências geram Gemidos, prantos, que no espaço morrem...  E sons soturnos, suspiradas mágoas, Mágoas amargas e melancolias, No sussurro monótono das águas, Noturnamente, entre ramagens frias.  Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpias dos violões, vozes veladas, Vagam nos velhos vórtices velozes Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.  Tudo nas cordas dos violões ecoa E vibra e se contorce no ar, convulso... Tudo na noite, tudo clama e voa Sob a febril agitação de um pulso.

A poesia de Alphonsus de Guimaraens é marcadamente mística e envolvida com religiosidade católica. Seus sonetos apresentam uma estrutura clássica, e são profundamente religiosos e sensíveis na medida em que ele explora o sentido da morte, do amor impossível, da solidão e da inaptação ao mundo. Contudo, o tom místico imprime em sua obra um sentimento de aceitação e resignação diante da própria vida, dos sofrimentos e dores. Outra característica marcante de sua obra é a utilização da espiritualidade em relação à figura feminina que é considerada um anjo, ou um ser celestial, por isso, Alphonsus de Guimaraens é neo-romântico e simbolista ao mesmo tempo, já que essas duas escolas possuem características semelhantes.

Sua obra, predominantemente poética, consagrou-o como um dos principais autores simbolistas do Brasil. Em referência à cidade em que passou parte de sua vida, é também chamado de "o solitário de Mariana", a sua "torre de marfim do Simbolismo". Sua poesia é quase toda voltada para o tema da Morte da Mulher amada. Embora preferisse o verso decassílabo, chegou a explorar outras métricas, particularmente a redondilha maior

SETENÁRIO DAS DORES (VII) Em teu louvor, Senhora, estes meus versos, E a minha alma aos teus pés para cantar-te. E os meus olhos mortais, em dor imersos, Para seguir-te o vulto em toda a parte. Tu que habitas os brancos universos, Envolve-me de luz para adorar-te, Pois evitando os corações perversos Todo o meu ser para o teu seio parte. Que é necessário para que eu resuma As sete dores dos teus olhos calmos? Fé, Esperança, Caridade, em suma. Que chegue em breve o passo derradeiro: Oh! dá-me para o corpo os sete palmos, Para a alma, que não morre, o céu inteiro!

SONETO Hão de chorar por ela os cinamomos, Murchando as flores ao tombar do dia. Dos laranjais hão de cair os pomos, Lembrando-se daquela que os colhia. As estrelas dirão: — "Ai, nada somos, Pois ela se morreu silente e fria..." E pondo os olhos nela como pomos, Hão de chorar a irmã que lhes sorria. A lua, que lhe foi mãe carinhosa, Que a viu nascer e amar, há de envolvê-la Entre lírios e pétalas de rosa. Os meus sonhos de amor serão defuntos... E os arcanjos dirão no azul ao vê-la, Pensando em mim: — "Por que não vieram juntos?"

ISMÁLIA Quando Ismália enlouqueceu, Pôs-se na torre a sonhar... Viu uma lua no céu, Viu uma lua no mar. No sonho em que se perdeu, Banhou-se toda em luar... Queria subir ao céu, Queria descer ao mar... E, no desvario seu, Na torre pôs-se a cantar... Estava perto do céu, Estava longe do mar... E como um anjo pendeu As asas para voar... Queria a lua do céu, Queria a lua do mar... As asas que Deus lhe deu Ruflaram de par em par... Sua alma subiu ao céu, Seu corpo desceu ao mar...