A Carta de Mãe
Quando eu parti, sonhando em ganhar o mundo sem perder a paz, tu me disseste: Vai meu filho, que eu estarei contigo.
Quando eu parti, sonhando em ganhar o mundo sem perder a paz, tu me disseste: Vai meu filho, que eu estarei contigo.
Eu era, então muito jovem. Ambicionava conquistar tudo...
Eu perguntei: Escrever-me-ás, minha mãe?
Eu perguntei: Escrever-me-ás, minha mãe?
E me respondeste: Nunca te deixarei sem notícias, porque estarei sempre contigo.
E me respondeste: Nunca te deixarei sem notícias, porque estarei sempre contigo.
Avancei pelos caminhos infinitos do tempo e aguardei a tua carta, que não chegou.
Calejaram-se minhas mãos. Sangraram-me os pés.
Calejaram-se minhas mãos. Sangraram-me os pés.
Curvou-me o corpo ao peso dos anos e nunca chegou uma palavra tua. As monções torrenciais caíram muitas vezes.
Curvou-me o corpo ao peso dos anos e nunca chegou uma palavra tua. As monções torrenciais caíram muitas vezes.
Eu me portava ansioso, colocado à porta da esperança, aguardando por notícias.
Eu me portava ansioso, colocado à porta da esperança, aguardando por notícias.
Agora, que a neve dos anos me emoldura a cabeça e os olhos se apagam ante a claridade da luz, dou-me conta de que as notícias, mãe, a tua carta, sou eu próprio, que encaminhaste ao mundo, a fim de que nunca faltasse beleza nem esperança nos corações.
Agora, que a neve dos anos me emoldura a cabeça e os olhos se apagam ante a claridade da luz, dou-me conta de que as notícias, mãe, a tua carta, sou eu próprio, que encaminhaste ao mundo, a fim de que nunca faltasse beleza nem esperança nos corações.
A Carta de Mãe mensagem ● rabindranath tagore / m é dium divaldo franco do livro “pássaros livres” (extrato) música ● happy / lover’s romance imagem ● internet
A Carta de Mãe mensagem ● rabindranath tagore / m é dium divaldo franco do livro “pássaros livres” (extrato) música ● happy / lover’s romance imagem ● internet