Graças ao coração misericordioso do nosso Deus, que das alturas nos visita como sol nascente; para dirigir os nossos passos no caminho da paz. (Lc 1, 78-79) Texto: Lucas 1, Nascimento de João Baptista. Comentários e apresentação: Asun Gutiérrez. Música: Albinoni. Concerto em sol menor. Largueto.

Naquele tempo, chegou a altura de Isabel ser mãe e deu à luz um filho. Os seus vizinhos e parentes souberam que o Senhor lhe tinha feito tão grande benefício e congratularam-se com ela. A presença de Deus, cheia de misericórdia, vida e alegria, não recai só sobre uma pessoa em particular, alcança a totalidade do povo. A alegria aumenta e é verdadeira se é vivida e partilhada com os outros. Se prestamos atenção à nossa vida comprovaremos que se dão continuamente nela pequenos e/ou grandes milagres. Alegro-me e partilho as alegrias dos que me rodeiam?

Oito dias depois vieram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome do pai, Zacarias. Mas a mãe interveio e disse: - Não, ele vai chamar-se João. Disseram-lhe: - Não há ninguém na tua família que tenha esse nome. Perguntaram então ao pai, por meio de sinais, como queria que o menino se chamasse. Ele pediu uma tábua e escreveu: O seu nome é João. O projecto de Deus, no qual opinam e participam as mulheres, não se realiza actuando por rotina, por costume, “como sempre se fez”. Jesus rompeu moldes de mentalidade e de estilo de vida. De Zacarias podemos aprender o processo de conversão e de mudança. A passagem da dúvida à fé. Não ser obstáculo ao projecto de Deus. No seu caso, e no nosso, confiar em Deus supõe romper esquemas e costumes que se consideram seguros e inamovíveis. João significa “Javé é clemente”, “Deus mostrou o seu favor”.

Todos ficaram admirados. Imediatamente se lhe abriu a boca e se lhe soltou a língua e começou a falar, bendizendo a Deus. Todos os vizinhos se encheram de temor e por toda a região montanhosa da Judeia se divulgaram estes factos. De mim unicamente se espera a boa disposição para as surpresas do Senhor (João XXIII) Tempos de silêncio e espera são necessários para recuperar a paz, a serenidade e a confiança em Deus. Seguem-se momentos cheios de palavras, surpresas, louvor, emoções, alegria... É sinal de sabedoria saber discernir quando convém calar e quando falar. EIN KAREM CIDADE NATAL DE JOÃO BAPTISTA

Quantos os ouviam contar guardavam-nos em seu coração e diziam: “Quem virá a ser este menino?”. Na verdade, a mão do Senhor estava com ele. O menino ia crescendo e o seu espírito fortalecia-se. E foi habitar no deserto até ao dia em que se manifestou a Israel. A mão de Deus estava com ele, e está connosco. Sentir a mão de Deus não significa não ter nada que fazer, ou ter tudo claro, mas sim caminhar com Ele, na busca contínua do crescimento, na superação, na fortaleza e na paz interior. Deus é o autor de todo o crescimento, sinal de vida e de bênção.

No final do caminho dir-me-ão: Viveste? Amaste? E eu, sem dizer nada, abrirei o coração cheio de nomes. Pedro Casaldáliga