Fr. Pedro Paulo dos Reis Mendes, scj MARIA SANTÍSSIMA Fr. Pedro Paulo dos Reis Mendes, scj
A FIGURA DE MARIA NA IGREJA A própria Igreja no mundo de hoje tem destacadado a figura da Mãe de Jesus, tanto nas celebrações e orações, como nos documentos e reflexões. As Encíclicas dos papas sempre terminam oferecendo uma prece a Maria. O Documento de Aparecida nos apresenta Maria como Discípula e missionária.
DOGMAS MARIANOS O QUE SÃO DOGMAS? Definidos pelo magistério da Igreja de maneira solene, os dogmas são verdades de fé, contidas na Bíblia e na Tradição.
MÃE DE DEUS Em seu mistério profundo, Maria é Mãe de Deus. Como vocacionada do Pai, Maria aceitou livremente ser a Mãe de Jesus Cristo, o Filho de Deus que assumiu nossa natureza humana.
O dogma surge em reação ao Nestorianismo que negava que Maria fosse a Mãe do Filho de Deus. Nestório considerava Maria apenas Mãe do homem Jesus e não de Deus. Separava as duas naturezas de Jesus humana-divina caindo em heresia.
Desqualificando o nestorianismo (Maria apenas mãe do homem Jesus e não de Deus), o Concílio de Éfeso definiu explicitamente que Maria é Mãe de Deus (“Theotókos”), aos 22 de junho de 431. Fundamentação bíblica: Gl 4,4; Lc 1,35.39-44.56; Mc 6,3; Mt 1,18-25; Jo 6,42.
VIRGINDADE DE MARIA Maria Santíssima foi virgem, concebendo Jesus por ação do Espírito Santo, sem ter relações sexuais com José, seu esposo. O Concílio de Latrão preconizou como verdade a Virgindade Perpétua de Maria, no ano 649.
Na bula “Cum quorumdam hominum”, datada de 7 de agosto de 1555, o Papa Paulo IV afirmou que Nossa Senhora é sempre virgem, isto é, é virgem antes do parto, no parto e depois do parto. O dogma da virgindade perpétua de Maria tem fundamentação bíblica (Mt 1,16-25; Lc 1,26-38; Lc 3,24)
IMACULADA CONCEIÇÃO Imaculada Conceição de Maria significa que ela foi preservada do pecado original desde o primeiro instante de sua existência. Ela foi concebida sem a mancha do pecado original.
A razão de Maria ser preservada do pecado original reside em sua vocação: ser Mãe de Jesus Cristo, o Filho de Deus que assumiu nossa natureza humana para nos salvar. Esse privilégio constitui um serviço à salvação do gênero humano.
Aos 8 de dezembro de 1854, o Papa Pio IX, na Bula “Ineffabilis Deus”, definiu oficialmente o dogma da Imaculada Conceição. São Lucas diz que Maria é “cheia de graça” (Lc 1,28), significando que ela está plena do favor de Deus, da graça divina. Se está totalmente possuída por Deus, não há, em sua vida e coração, lugar para o pecado.
ASSUNÇÃO DE MARIA Maria foi assunta aos céus. Está viva e ressuscitada junto da Santíssima Trindade. Na comunhão dos santos, Nossa Senhora intercede por nós, seus devotos. Após realizar o projeto de Deus com disponibilidade e perseverança, ela foi glorificada de forma total. A Mãe de Jesus já é o que somos chamados a ser após a ressurreição da carne.
A crença na assunção de Nossa Senhora é antiga, remontando ao século IV. O povo cristão já acreditava no fato. Santo Efrém (373) afirmava que o corpo virginal de Maria não sofreu corrupção depois da morte. Santo Epifânio (403) dizia que o fim dela foi prodigioso e que ela possuía o Reino dos Céus ainda com a carne.
No século VI, já acontecia, em Jerusalém, a festa da Dormição (Trânsito) de Nossa Senhora, fixada por decreto imperial, para 15 de agosto. No dia 01 de novembro de 1950, na Constituição Apostólica “Manificentisimus Deus”, Pio XII proclamou solenemente o dogma da Assunção de Nossa Senhora.
Portanto, a Mãe de Jesus já se encontra no estado em que os justos se encontrarão depois da ressurreição final. A Tradição faz referências a vários textos bíblicos para fundamentar o dogma mariano (Gn 3,15; Ex 20,12; Is 60,3; Sl 132,8; Ct 3,6; Lc 1,28; Ap 12). Assim, Maria participa da glória de Jesus Cristo, assim como participou de sua vida, paixão e morte.
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