Análise do Conto de Luísa Costa Gomes

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Transcrição da apresentação:

Análise do Conto de Luísa Costa Gomes “Sentado No Deserto” Análise do Conto de Luísa Costa Gomes

Introdução: Este trabalho consiste na resolução das questões propostas nas páginas 190 e 191 do manual, relativas ao Conto: “Sentado No Deserto”.

Autora: Luísa Costa Gomes (Lisboa, 16 de Junho de 1954) é uma escritora e dramaturga portuguesa. Licenciada em Filosofia, pela Universidade de Lisboa, foi professora do Ensino Secundário. Iniciou-se como escritora ao publicar “13 Contos de Sobressalto”, (1982), e daí em diante assinou contos, romances e teatro. Autora de crónicas, colaborou com os jornais “O Independente”, “Público” e “Diário de Notícias”). Faz tradução literária, nomeadamente para teatro, e foi responsável pela edição da revista Ficções, dedicada à divulgação do conto, quer de autores estrangeiros, quer de autores portugueses.

1- Explica o que simboliza a imagem que vem recorrentemente á cabeça de Marciana. A imagem de um menino negro sentado no deserto que recorrentemente vinha à cabeça de Marciana simboliza a pobreza, isto porque apesar de viver com bastante à vontade ela tem a noção de que o mesmo não acontece com outros, desta forma, a imagem também é símbolo das diferenças entre ricos e pobres.

2- Identifica as personagens, estabelecendo os respectivos laços de parentesco. As personagens intervenientes neste conto são:   Pereira – Sem abrigo e amigo do Miguel Miguel – Filho de Marciana e Zé Aureliano Auspicioso – Irmão de Marciana Adelina – Cunhada da Marciana Zé – Marido de Marciana e pai do Miguel Refulgêncio – Irmão de Marciana Deodato – Irmão de Marciana

3- Explica a origem dos estranhos nomes dos irmãos “de Vasconcelos”. Os estranhos nomes dos vários irmãos da família “de Vasconcelos” devem-se ao facto de se tratar de pessoas de classe média-alta, pelo que era uma forma de se evidenciarem na sociedade, esta ideia foi do seu pai, tal como podemos confirmar pela passagem do conto: “Ainda hoje a intrigava que o pai, de costume tão sensato e de perfil em outras matérias discreto, tivesse marcado os filhos para a vida com o ferro de um nome confuso de que Aureliano Auspicioso não era senão o mais equilibrado”.

4- Faz o levantamento dos indícios que situam esta família na classe média-alta. Os indícios através dos quais é possível perceber que esta família é da classe Média-Alta são o facto de terem “de” antes do seu último nome; comerem peru e bacalhau na noite de consoada; a mobília da casa: carpete, mesinha com tampo de vidro e as pratas e porcelanas, a forma de vestir: fatos, gravatas e o visual brilhante e tufado das cunhadas de Marciana e ainda o facto de o seu pai estar associado a uma organização de Vela.

5- Identifica os gestos do pai de Miguel que provam que os receios da mãe, quanto á sua reacção á presença do Pereira eram injustificados. Os gestos do pai de Miguel (Zé) que provam que os receios de Marciana quanto á sua reacção á presença do Pereira eram injustificados podem retirar-se na passagem do conta: “Afinal o Zé até achou graça, quando chegou a casa. Não deu importância ao olhar de dramatismo que a mulher lhe lançara á entrada, ofereceu mais uma rodada ao Pereira e deu-lhe um longo abraço.”, a partir daqui, podemos claramente afirmar que Marciana estava errada pois ao contrário do que ela esperava o seu marido reagiu muito bem á presença do Pereira.

6.1- Identifica a tipologia do acto ilocutório presente na fala de Miguel: “-Trago aqui o Pereira para jantar connosco, mãe.” O acto ilocutório presente na fala do Miguel referida é um acto ilocutório directivo, pois o Miguel mostra intenção de trazer o Pereira para jantar, pelo que, de uma forma indirecta está quase a dar uma ordem á sua mãe.

6.2- Justifica a diferença nas formas de tratamento utilizadas pela mãe e pelo filho quando se referem ao desconhecido que Miguel trouxe para a ceia de Natal. A diferença de tratamento em relação ao Pereira do Miguel e da sua mãe devem-se ao facto de o Pereira ser um rapaz jovem e sem abrigo e desta forma, o Miguel não vê problema algum em trazer o desconhecido para jantar com a família; por outro lado a sua mãe não vê este episódio da mesma forma, porque apesar de em frente ao convidado o tratar com toda a simpatia, na realidade ela vê-o como um intruso, um vagabundo que vai arruinar a sua noite de Natal. Daqui podemos retirar que os dois têm formas de pensamento bastante diferentes, provavelmente devido ás diferentes gerações a que pertencem.

6.3- Interpreta as posturas de Miguel e de Pereira quando se sentam na sala. Através do excerto do conto: “Quando se sentaram na sala, o Pereira á ponta do sofá, de punhos rígidos assentes nos joelhos, o Miguel com os ténis em cima da mesinha de tampo de vidro…” é perceptível que o Pereira se sente pouco á vontade, estando até um pouco tímido e recatado pois esta sentado na ponta do sofá, aparentemente nervoso; por outro lado o Miguel está bastante á vontade, com os pés em cima da mesa, o que é normal uma vez que está em sua casa.

6.4- Assinala, entre as linhas 9 e 24, os dois nomes utilizados para referir o Pereira. Os dois nomes utilizados para referir o Pereira são: Vagabundo-l.9 e Indigente-l.20.

6.5- Indica a função da analepse que começa na linha 24. A função da analepse utilizada é transportar-nos até um tempo relativo ao passado, neste caso um período em que o Miguel, provavelmente devido á sua idade, sofreu uma mudança de comportamento e atitude, onde começou a ver com um ar mais crítico determinadas hipocrisias notórias no espírito natalício, pois na sua opinião trata-se de um tremendo consumismo onde até a Igreja está implicada.

6.6- Explica o sentido da expressão “Afinal o pior tinha superlativo”. Quando Marciana diz que “Afinal até o pior tinha superlativo”, ela quer dizer que quando pensava que nada podia ser pior do que o seu filho não aparecer na Noite de Consoada para jantar, nunca pensou que ele fosse fazer algo a seu ver ainda pior (daí a expressão superlativo), e neste caso, o pior era ele aparecer para jantar e trazer consigo um “Vagabundo”. Através desta expressão podemos concluir que Marciana preferia que o seu filho não fosse jantar do que trazer tal companhia, percebendo-se assim a preocupação dela com as aparências.

6.7- Faz o retrato do jovem. Miguel é um jovem adolescente de 15 anos, de família numerosa e classe média-alta. Emocionalmente é irreverente e rebelde, de convicções fortes mas pouco duradouras, podemos também retirar que é solidário tal como provou com o seu comportamento face ao Pereira.

7.1- Prova que os comentários feitos pelas personagens às imagens que passam na televisão se centram sobretudo nos próprios emissores. Os comentários feitos pelas personagens são essencialmente dirigidos aos emissores pois de certa forma, esta família culpa a televisão por passar imagens tristes e chocantes, pois como são ricos e como tal aquela não é a sua realidade, mostrando-se por isso até um pouco indiferentes ao que se passa no Mundo, denotando-se um egoísmo característico nos ricos.

7.2- Justifica a intervenção de Pereira. Nesta intervenção do Pereira, ele tenta dar de certa forma uma lição de moral àquela família que se mostra indiferente á realidade, pois de certa forma sente que também está implicado na conversa sentindo-se pouco á vontade, falando por isso de uma professora que pediu ao menino rico para fazer uma redacção sobre os pobres, aqui, ao dizer menino rico, o pereira está a referir-se a toda a família. Assim ele tentou que vissem o outro lado da realidade onde nem tudo á fácil e perfeito, pois ele próprio é um testemunho disso mesmo pois não tem sequer para onde ir.

8.1- Explica o sentido da afirmação “Era preciso ver e não ver o menino, e continuar.” Esta afirmação refere-se essencialmente ao comportamento de Marciana, pois é evidente que ele teve que aceitar uma situação menos agradável e inesperada – a presença de um vagabundo na sua Consoada. Assim, Marciana faz uma espécie de encenação pois uma vez que a verdade é que tem o Pereira em sua casa, ela opta por fazer de conta que se trata de um membro da família, ou seja ela vê-o mas faz de conta que não.

8.2- Comenta o gesto que Miguel tem em relação a Pereira, nesta passagem. A nosso ver, o gesto do Miguel nesta passagem é de uma generosidade e solidariedade louvável, pois uma vez que os walkman apesar de terem sido uma prenda da sua mãe, estariam melhor nas mãos do Pereira pois ele não tem tudo aquilo o que quer, ao contrário do Miguel que tem bastante posses. Com esta atitude tanto o Miguel como o Pereira ficaram felizes e no fundo até Marciana ficou orgulhosa do gesto do seu filho.

8.3- Clarifica o recurso ao verbo “desabar”, na linha 106. O recurso ao verbo desabar, neste contexto refere-se ao momento em que Adelina podia finalmente dizer o que guardava para si enquanto o Pereira estava presente. Desta forma, desabar é um sinónimo de alívio, pois agora pode agir com normalidade pois está apenas com a sua família.

8.4- Interpreta a simbologia das “pastilhas contra a indigestão” relativamente á época do ano em que se passa a acção. De acordo com a época atravessada, as pastilhas contra a indigestão são um sinal da abundância de comida e doces que a família tem, comendo de tal forma que se vê obrigada a tomar as pastilhas para a indigestão. Estas pastilhas são portanto um símbolo dos exageros da quadra natalícia no que diz respeito á alimentação.

8.5- De todos os doces de Natal, Deodato propõe-se “comer mais um sonho”. Adianta uma explicação para esta escolha. A escolha de comer mais um sonho, pode eventualmente prender-se com o Pereira, não efectivamente pelo doce em si, mas pelo nome e o significado, pois apesar de esta família ter bastantes facilidades, pessoas como o Pereira não têm natal, sendo este um dia de sofrimento como todos os outros, assim o sonho é um regresso ao mundo “Cor-De-Rosa” em que a família vive, após a saída do Pereira.

9.1- Quanto á ciência, o narrador desta história adopta uma focalização: C- Omnisciente.

9.2- Quanto á forma como está presente na história que conta o narrador é: B- Heterodiegético.

9.3- “-O teu Miguel é um santo, - disse uma tia abraçando Marciana na cozinha.” No excerto acima, Miguel é relatado através de um processo de: B- caracterização indirecta.

Trabalho elaborado por: Hélder Matos; José Mendes; Laura Martins; Paulo Coelho; Stephane Monteiro;