Texto: Luiz G. Silva (Lugosil) Nosso Site:

Ó Senhor que declaraste quando estavas entre nós: "Voltarei para julgar os vivos e os mortos", não demores Senhor, pois existem milhões de mortos para a caridade. Mortos para o perdão. Mortos para o sentimento fraterno. Outros milhões vivos. Vivos até demais para explorar, para aviltar, para denegrir, para espezinhar.

Ó Senhor que chorastes lágrimas de sangue no Monte das Oliveiras, que chorastes por Jerusalém. Não tardes mais! Mas cuidado Senhor, porque vais chorar muito neste início de terceiro milênio, vais chorar pelos homens do campo transformados em favelados, expulsos de suas terras pelos grandes latifúndios.

Vais chorar pelas crianças abandonadas que vivem nas ruas das grandes cidades se prostituindo, se drogando, se atolando nos vícios e candidatos ao crime.

Vais chorar junto com as mães da Sé que buscam filhos desaparecidos na loucura do burburinho das grandes cidades.

Vais chorar com os do Salário Mínimo que levam na marmita pequenas porções de arroz, feijão e às vezes um ovo frito.

Vais chorar com as mocinhas menores que por força de uma condição indigna de vida se vêem obrigadas a vender o corpo por alguns trocados.

Vais chorar com as mães de drogados que são ameaçadas pelos próprios filhos, vítimas dos traficantes.

Vais chorar com os que vivem nos sopés dos morros, receosos da queda de barrancos quando chove.

Vais chorar com o povo brasileiro atingido pela corrupção desenfreada.

Vais chorar com os contribuintes que sentem o desvio de mais de um bilhão de reais para dois banquinhos, enquanto milhões não têm teto.

Vais chorar com a exploração do Teu Nome, por algumas religiões fundadas com o objetivo de arrecadar milhares em favor de alguns espertalhões.

É, Senhor, motivos pra chorar existem muitos, mas perdoe-me: Sabendo que és Sábio e Poderoso...Mesmo assim, cuidado, pois na minoria dominante existem hábeis "raposas": Fiéis discípulos do mal que vão tentar convencê-lo de que a injustiça é que é legal.

São ardilosos e gozam de imunidade, ou melhor, de impunidade. Chamamos de “colarinhos brancos”. Não vão presos. Compram tudo: justiça, polícia, moral, dignidade e até posições.

Alguns religiosos são perversos e falam muito no Teu nome: Interpretam, choram e enganam milhares.