Os “ungidos de Yaweh”: sacerdotes. Continuamos nossa investigação a respeito das figuras associadas à noção de pastor no AT Hoje, falaremos sobre figuras.

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Transcrição da apresentação:

Os “ungidos de Yaweh”: sacerdotes

Continuamos nossa investigação a respeito das figuras associadas à noção de pastor no AT Hoje, falaremos sobre figuras que representavam uma função um pouco mais diretamente “religiosa”: sacerdotes e profetas Introdução

É mais ou menos claro que a função sacerdotal só fica realmente estabelecida no antigo Israel quando na instituição do Templo Contudo, é importante lembrar que “nenhuma das funções sagradas de Israel possui uma história tão grande quanto a do sacerdócio, que remonta, sem dúvida, aos primeiros tempos do culto de Javé e só terminou quando o templo de Herodes foi reduzido às cinzas pelas tropas de Tito” (von Rad, p. 242). 1. Pré-história do sacerdócio

Temos algumas passagens em que aparecem ritos cultuais celebrados por alguma figura importante Exemplos: Gn 22; 31:54; 46:1. 1. Pré-história do sacerdócio

Os sacerdotes que aparecem com esse título são normalmente estrangeiros e de nações sedentárias Exemplos: Gn 14:18; 41:45; 47:22 A conclusão que podemos tirar é que o sacerdócio aparece junto com a organização nacional – sendo talvez, até mesmo um meio de manutenção/organização da vida social 1. Pré-história do sacerdócio

Uma das afirmações mais impressionantes quanto ao sacerdócio no AT é feita por R. de Vaux: “o sacerdócio em Israel não é uma vocação, é uma função. Os textos nunca falam de um chamado ou de uma escolha divina a respeito do sacerdote, assim como para o rei e o profeta” (p. 385). 2. O sacerdócio como função

Textos importantes: Jz 17:5; 17:10; 1Sm 7:1; 1Rs 2:27; 12:31 Mesmo a escolha da tribo de Levi não tem esse caráter: “isso não implica nenhum carisma particular para os indivíduos” (p. 385). 2. O sacerdócio como função

“O sacerdote é escolhido e instalado para o serviço de um santuário” (p. 387). A relação é de mão dupla: da mesma forma, “não se concebe um santuário que não tenha um oficiante” (p. 387). 3. Um sacerdócio “paroquial”

De uma maneira geral, os sacerdotes do AT têm uma função mediadora: ou seja, são eles os que se colocam entre Deus e os seres humanos. Segundo von Rad: “O sacerdote estava a serviço do conjunto das relações do povo de Javé com seu Deus. Sua responsabilidade principal era exercer a função de intermediário da comunicação de todas as decisões divinas” (p. 242). 4. As funções dos sacerdotes

Von Rad enxerga uma série de funções no ofício sacerdotal, chegando a incluir a arbitragem de disputas e a montagem da liturgia. Mais especificamente, o ofício sacerdotal, de acordo com a bênção de Levi em Dt 33:8-10, tem três grandes áreas: 4. As funções dos sacerdotes

“No antigo Israel, ia-se ao santuário para ‘consultar a Yahweh’, e o sacerdote era um entregador de oráculos” (de Vaux, p. 388). As consultas não eram “diretas” como a de Moisés em Ex 33, mas se davam através de instrumentos como a éfode e Urim e Tumim a) A função oracular

No entanto, o que realmente eram esses objetos não fica muito claro nas Escrituras O que, sim, fica claro é que essa função oracular vai diminuindo com o tempo, especialmente depois do reinado de Davi e do Exílio a) A função oracular

Também é responsabilidade do sacerdote instruir o povo O ensinamento da Torá se dava como um monopólio dos sacerdotes Para von Rad, a função central do próprio culto de Israel no AT é “manter em Israel a lembrança de Javé” (p. 240) através da rememoraçÃo de seus feitos e propósitos b) A função pedagógica

O ensinamento também acontecia a partir de algumas aplicações práticas – quase que na forma de uma pregação Sobre isso, temos outro apontamento interessante de R. de Vaux: b) A função pedagógica

“Os profetas exerceram a mesma função, mas de uma maneira diferente: o profeta é o homem da dabar, da palavra, o portador da palavra de Deus que lhe inspira imediatamente o que ele deve dizer em dada circunstância, o instrumento da revelação atual de Deus, enquanto que o sacerdote é o homem da torah, o depositário e o intérprete de uma ciência, da’at que vem sem dúvida de Deus, mas em uma revelação passada, transmitida pelos canais humanos da tradição e da prática” (p. 393). b) A função pedagógica

Por fim, mas não menor importante, vem a função mais ligada ao oferecimento de sacrifícios De Vaux chama a nossa atenção para o fato de que o sacerdote não é necessariamente o “imolador” da vítima, mas um “ministro do altar”, alguém que zela para que: a parte do sacrifício que pertence a Deus seja bem manipulada a parte do sacrifício que pertence a Deus seja bem manipulada o sangue entre em contato direto com o altar o sangue entre em contato direto com o altar c) A função litúrgica

É importante perceber que essa função percorre o caminho inverso da oracular: sua importância vai crescendo com a passagem do tempo Também por isso, a ruína do Templo representa o fim da influência dos sacerdotes: “a religião da Torá substituiu o ritual do Templo e os sacerdotes foram suplantados pelos rabinos” (de Vaux, p. 395). c) A função litúrgica