OS MUÇULMANOS NA PENÍNSULA

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
2 – O IMPÉRIO ÁRABE: Península arábica. Deserto predominante.
Advertisements

AULAS 7 E 8 ALTA IDADE MÉDIA
IMPÉRIO BIZANTINO e ISLÂMICO
ISLAMISMO.
A Civilização Árabe.
Navegadores fenícios e conquistadores persas
O ISLÃ “A RELIGIÃO DE MAOMÉ’’.
Com este trabalho vais ficar a conhecer alguns povos que habitaram a Península Ibérica há muitos, muitos nos atrás. Clica no guerreiro para avançar.
Formação de Portugal . Os primeiros povos.
A Arábia pré-islâmica Predominância de áreas desérticas (povo vive nos oásis e no litoral); A civilização árabe´- povo dividido em tribos – árabes do interior.
A CIVILIZAÇÃO ÁRABE A Arábia, terra de origem do povo árabe, é uma extensa península banhada pelo Oceano Índico, Mar Vermelho e águas do Golfo Pérsico.
HISTÓRIA ECLESIÁSTICA Aula 6 A ASCENSÃO DO ISLÃ
Formação de Portugal Pedro Thiago de F. R. Costa N.º 22 7ºC
EXÉRCITO BRASILEIRO DECEx – DEPA – CMF DISCIPLINA: HISTÓRIA 1º ANO DO ENSINO MÉDIO ASSUNTO: IMPÉRIO ÁRABE I OBJETIVOS RELACIONAR.
CIVILIZAÇÃO MUÇULMANA
EXÉRCITO BRASILEIRO DECEx – DEPA – CMF DISCIPLINA: HISTÓRIA 1º ANO DO ENSINO MÉDIO ASSUNTO: IMPÉRIO ÁRABE OBJETIVOS LOCALIZAR.
O Império Árabe Localização
1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO PROFESSOR: NELSON NORONHA
1 – O IMPÉRIO ÁRABE: Península arábica. Deserto predominante.
1 – O IMPÉRIO ÁRABE: Península arábica. Deserto predominante.
Árabes.
A Arábia e os árabes A península Arábica:
OS MUÇULMANOS NA PENÍNSULA IBÉRICA Quem eram?
Os primeiros povos Feito por : Pedro Miguel Gomes Carmo e
A RECONQUISTA CRISTÃ.
Gonçalo Filipe Lage Pires Nunes
O MUNDO MUÇULMANO EM EXPANSÃO
IDADE MÉDIA Capítulo 8.
Religiões Uma síntese geral.
MUÇULMANOS.
Roma Antiga Nome:Marcelo Sagaz Nome:Cristiano Jacoby Turma: A 7
A Expansão Muçulmana Os Muçulmanos na Península Ibérica
A Ocupação Muçulmana.
Luciano Soares Almeida Júnior Kelber Filho Costa Simão
Lara Eufémia Gonçalves Fernandes Mikaela Cristina Santos Silva
O Império Muçulmano da Hispânia
Arábia pré-islâmica  Os beduínos eram nômades e levavam uma vida difícil no deserto, utilizando como meio de sobrevivência o camelo, animal do qual retiravam.
OS ROMANOS NA PENÍNSULA IBÉRICA
Ana Filipa Faro da Silva
Professor Edley
Mapa Físico da Europa.
Império Bizantino Império Carolíngeo.
Queda do Império Romano e Reinos Bárbaros
A ocupação muçulmana da Península ibérica
Os primeiros povos a habitar a Península Ibérica
EXPANSÃO MARÍTIMA EUROPÉIA
OS MUÇULMANOS NA PENÍNSULA IBÉRICA
A CIVILIZAÇÃO ÁRABE ALTA IDADE MÉDIA.
Os Romanos Os Romanos eram muito civilizados e ambiciosos.
História de Portugal Aula n.º 6 Os Muçulmanos A Reconquista Cristã.
CIVILIZAÇÃO ÁRABE O ISLAMISMO.
Os muçulmanos na Península Ibérica
Aula 10 Civilização Islâmica
Joana Machado Marques Kelber Filho Costa Simão
OS PRIMEIROS POVOS PAULA CAROLINA FERREIRA DA COSTA
PROF. WALDEJARES OLIVEIRA MAI/10
ORIENTE MÉDIO.
Por que a expansão do Islã foi tão rápida?
OS ÁRABES E O ISLAMISMO.
Professor Romildo Tavares
Os Muçulmanos na Península Ibérica
OS ÁRABES E O ISLAMISMO.
Conteúdo de História – 7º ano Nascimento e expansão do islã (p. 34 a 51) PAULA GRACIELE CARNEIRO [1][1] Caracterizar o modo de vida na Península Arábica.
A EXPANSÃO MUÇULMANA A RELIGIÃO ISLÂMICA
OS MUÇULMANOS, QUEM SÃO? Povo que pratica o Islamismo ou a religião muçulmana, fundada na Península Arábica, no início do século VII, por Maomé. O profeta.
DA CIDADE DE ROMA À FORMAÇÃO DE UM IMPÉRIO
A PENÍNSULA IBÉRICA: DOIS MUNDOS EM PRESENÇA.. EXTENSÃO DO IMPÉRIO MUÇULMANO.
Bem-aventurados os crentes, os que na oração são humildes, os que fogem da intriga, os que dão esmola […] Os que respeitam os seus contratos, os que cumprem.
OS MUÇULMANOS NA PENÍNSULA IBÉRICA
Transcrição da apresentação:

OS MUÇULMANOS NA PENÍNSULA

Até ao ano 622, data em que Maomé se autoproclama o Profeta, mensageiro de Alá (Deus), os árabes eram um povo politeísta que se dividia em diferentes tribos, sobretudo nómadas, de pastores e comerciantes.

Os Árabes erguiam as suas tendas junto dos oásis onde a vida era menos difícil. Aí dispunham de água, alimento e pasto, cercados por um território pobre e desértico.

Mas quem era de facto Maomé ? Um homem de sorte entre outras coisas. Alguém que viveu numa época e numa região em que para além dos pastores, artesãos e escravos do costume, se destacavam os comerciantes nómadas que de oásis em oásis conduziam as suas caravanas de camelos. No topo da Pirâmide Social estavam os reis, os governadores, a aristocracia guerreira e os sacerdotes que, como ainda é costume, sendo poucos detinham todo o poder.

Maomé foi neste contexto um “ eleito “ Maomé foi neste contexto um “ eleito “. Casando com uma rica viúva que tinha herdado a caravana e os negócios do defunto marido , o futuro “ profeta “ passava de um dia para o outro, de obediente condutor de camelos a próspero proprietário . Dizem-nos as crenças que numa das suas rotineiras viagem através do deserto , de oásis em oásis Maomé negociante de especiarias, tapeçarias e outras coisas, terá tido uma visão.”

A “ visão “ do Anjo Gabriel, o incansável combatente do Mal A “ visão “ do Anjo Gabriel, o incansável combatente do Mal. A criatura tida por Judeus , Cristãos e Muçulmanos, de acordo com os ensinamentos do “ Antigo Testamento “ que todos respeitavam mas interpretavam de forma diferente, como a escolhida por Deus para enfrentar os demónios . Demónios que todos juntos chegavam para assustar mesmo quem acreditava em anjos . Gabriel revelou-se a Maomé , imponente e impositivo , designando-o ” o Mensageiro” de um Deus único (Alá). Um Deus sem forma e todo poderoso. Generoso para os crentes mas implacável para com os infiéis os impuros, que não o venerassem

A visão “que lhe revelou a existência de um único Deus, desde logo fez de cristãos e judeus, também monoteístas, os companheiros predilectos de Maomé. Procurava-os, mais do que para os converter, para com eles conversar e discutir as grandes questões que faziam a filosofia e religião da época. Mas se entre judeus e cristão ,as conversões não foram muitas, o mesmo não aconteceu junto da população pobre árabe a quem os muitos deuses oficiais pouco pareciam querer oferecer.

Instalado em Meca, Maomé cedo se tornou numa pessoa influente poderosa e sobretudo incontrolável para os chefes tribais e sacerdotes , pagãos, que em nome de Alá era preciso combater. Entretanto os seus discursos e a sua crescente popularidade incomodavam cada vez mais os governantes e guardiães dos templos politeístas onde generosamente os crentes depositavam as ofertas que alimentavam as elites politicas e religiosas. Pressentindo o pior, Maomé decide abandonar secretamente a cidade, escolhendo Medina como destino. A cidade de Meca

A sua fuga às autoridades de Meca para a cidade de Medina , acontecimento a que os muçulmanos chamam “Hejira” ,no ano de 622 , é considerada o marco que assinala nascimento de uma nova religião. O ano zero da era Islâmica. Depois de vários confrontos entre as duas cidades, os habitantes de Medina que Maomé tinha convertido, tomaram sem resistência a cidade de Meca cuja população passou também a reconhecê-lo como “ O profeta”.

Com Maomé nasceu assim uma nova religião monoteísta: o Islamismo. O Islamismo proclama a existência de: Um só Deus – Alá Uma só palavra – o Corão Um só profeta - Maomé

Convertidas todas as tribos ao Islamismo, os Árabes iniciam pouco tempo depois, em todas as direcções , um forte movimento de expansão territorial.

“A Jihad” , ou Guerra Santa, tinha começado. No séc. VIII, o seu Império estendia-se já do Próximo Oriente à Península Ibérica passando pelos territórios do norte de África. A BANDEIRA DA “JIHAD”

Dominam todo o Mediterrâneo Sul, quando a entrada na Europa pelo Reino Franco lhes é vedada por Carlos Martel que os vence na Batalha de Poitiers em 732. Batalha de Poitiers

Resta-lhes, no entanto, em território europeu, a Península Ibérica, o Al-Andaluz, onde permanecerão durante quase 800 anos.

Em 711, Tarik comandando um poderoso exército invadiu, pelo estreito de Gibraltar, a Península Ibérica e facilmente venceu a fraca resistência dos cristãos visigodos, na Batalha de Guadalete. Assim terminava o breve reinado de Roderico, (709-711), o último rei visigodo da Península.

Em 711 invadiram e iniciaram a conquista da Península Ibérica… Os Árabes, ao conquistarem a Península Ibérica tinham como objectivos: Expandir a sua religião Cobrirem-se de honras e de vitórias Melhorar as suas condições de vida E para isso recorriam: à guerra e, a a acordos com os nobres visigodos , e com os chefes das populações cristãs Assegurada a submissão das populações, os Árabes, eram no entanto, tolerantes perante os seus costumes e religião.

Aqui, mais a sul que a norte, permaneceram cerca de 800 anos… A Herança que nos legaram: Mesquitas, palácios, habitações Tapetes, azulejos Artefactos de metal Novas técnicas e instrumentos de regadio – nora, azenha, picota Conhecimentos matemáticos, de astronomia, de medicina e de navegação A língua – mais de 600 palavras do nosso vocabulário são de origem árabe.

Mesquitas, palácios, habitações

Tapetes, azulejos

Representação da “ Mão de Fat’ma”, Ergueram ainda cidades como Fátima, que deve o seu nome à tribo muçulmana que aí se instalou - Os “Fatimidas” . Estes por serem particularmente devotos da filha de Maomé, Fat’ma, decidiram dar o seu nome ao local. Representação da “ Mão de Fat’ma”, símbolo da boa-sorte

A Resistência Cristã Os Cristãos Visigodos que resistiram refugiaram-se nas Astúrias. Reunindo à sua volta as populações cristãs descontentes iniciaram um movimento de Reconquista, marcado pela vitória de Pelágio , na Batalha de Covadonga nas Astúrias em 722. E com o tempo, depois de muitos combates: Recuperaram vários territórios Formaram novos Reinos Cristãos Empurraram para sul, com avanços e recuos, os Muçulmanos

É, no entanto, errado reduzir a presença Árabe na Península e o movimento da Reconquista Cristã , apenas a um tempo de conflitos encarniçados e permanentes entre os dois povos. Se assim fosse, nem a presença muçulmana, nem sua influência seriam tão duradouras num continente, que lhes era, todo ele hostil.

Igreja e cristãos moçárabes Para além do sentido de honra e linhagem, das ambições de conquista, por parte nos nobres visigodos, e sobretudo, fora do espaço dogmático da Igreja Cristã ,que não tolerava a perda para os “infiéis” de bens e influência, havia um mundo de pacífico relacionamento entre os dois povos e religiões. Igreja e cristãos moçárabes

Os Moçárabes, populações de Cristãos convertidos aos modos e costumes árabes mas que mantiveram a sua religião, atestam bem este facto. Portadores de uma cultura híbrida, os Moçarabes misturavam na sua arte e costumes, aspectos de ambas as civilizações.

De resto, as populações peninsulares não guardavam do feudalismo dos tempos visigóticos boas memórias. O servilismo, a insegurança e a pobreza não eram boas recordações. A aceitação da nova realidade, passados os primeiros tempos, não foi, por isso, particularmente dolorosa.

Foram também as invasões árabes que permitiram arrancar do isolamento e das trevas, o mundo feudal peninsular. No seu percurso expansionista, os Árabes assimilaram, sintetizaram e aperfeiçoaram as técnicas e os conhecimentos mais avançados do seu tempo.

Entre estes, incluíam-se os provenientes da China, Índia e Pérsia, prontamente espalhados por todo o império islâmico. Da astronomia à medicina, passando pela matemática, e pela geografia , a cultura árabe espelhava o refinamento e a especialização que a ciência da época tinha atingido. Com isso, muito ganharam os povos peninsulares e também o mundo.

Da índia trouxeram e fizeram circular por todo o Islão ,a noção do nada , do zero. Coisas que por cá , pela Europa devedora da herança romana ,eram desconhecidas. Verdadeiras novidades. Daí ,do vale do Indo ,veio também o alfabeto, que os Árabes nos deram a conhecer. A nós e a todo o mundo Com os Persas, aprenderam a conhecer melhor os céus e os astros..

Em contacto com os chineses e japoneses conheceram e mostraram ao resto do” mundo conhecido” novas medicinas”. E também a pólvora e o papel. Em todo este trajecto expansionista. os árabes, desenvolveram extraordinariamente, ciências, que da cartografia à navegação nos irão ser de grande utilidade na época dos descobrimentos: os mapas e roteiros de que os navegadores portugueses mais tarde se servirão … O conhecimento dos astros, dos mares e muito mais..

GALÉ ROMANA GALÉ ROMANA E claro, o astrolábio e a bússola, tal como a caravela que os portugueses, criaram , adaptaram ou aperfeiçoaram. Quase tudo feito de heranças, romanas e árabes, que soubemos sintetizar e a que juntamos o nosso próprio génio ou talento quando se tratou de atingir um fim: Ir mais além porque o que cá havia não chegava… GALÉ ROMANA GALÉ ROMANA ASTROLÁBIO ÁRABE